CONCEITO
Aliomar Baleeiro define despesa pblica como sendo a
aplicao de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou
agente pblico competente dentro de uma autorizao legislativa para
execuo de fim a cargo do governo.
Comentemos,
rapidamente,
os
termos
dessa
conceituao. Antes de mais nada, a despesa , sem dvida, uma
aplicao, dizer, uma perda de substncia econmica do Poder Pblico
feita com o propsito de saldar uma obrigao de pagar. O acerto h de
ser em dinheiro, que a forma usual pela qual se d o resgate dos
compromissos obrigacionais. O dinheiro da essncia das prprias
despesas. Se houve o resgate da dvida por outros meios, j de despesa
no se trata. inegvel que, historicamente, houve outras modalidades
de o Estado saldar obrigaes. Ora valia-se da concesso de honrarias,
ttulos, ora da faculdade de exigir pagamento direto do pblico, a
requisio de hospedagem, de forragem para cavalos, feitas pelos reis
em vilegiatura, o recebimento pelos juzes, no Brasil Colonial, de
emolumentos e salrios diretamente das partes. Todos esses so
exemplos de uma realidade j caduca que o Estado de Direito no
permitiu
perdurar.
H, assim, certo, hipteses de delegao de funo pblica ou de
servio pblico em que o Estado se evade da obrigao de pagar,
conferindo o direito de o concessionrio cobrar-se diretamente do
pblico. Ainda assim, a rigor, no se trata de uma efetiva despesa paga
por outros meios. O que existe a no-ocorrncia do prprio encargo.
Em sntese, pois, parece mais certo ficar-se com a afirmao de que a
despesa pblica se salda por um pagamento em dinheiro. Devem-se
equiparar a este os ttulos da dvida pblica, visto que, por fora da
prpria Constituio, h modalidades expropriatrias (reforma agrria e
reforma urbana) cujo preo pago mediante ttulos da dvida pblica.
Caracterstica importante da despesa pblica que h
de ser sempre antecedida de previso oramentria, que far a fixao
da despesa. Alis, o art. 167, II, da Constituio da Repblica probe a
realizao de despesas que excedam os crditos oramentrios ou