ADCs 43-44 e tantas outras - no seriam propriamente pspositivistas). Mas essa uma longussima discusso e no h
condies de faz-la neste curto espao. Veja-se que um positivista
como Michel Tropper chega a dizer que Kelsen, no plano da
deciso (ato de vontade), equipara-se ao realismo. O que importa
que, quando o STF decide, por exemplo, sem considerar o mnimo
de constrangimento que o texto constitucional gera (ou deveria
gerar) no intrprete, o que est fazendo seno uma forma de
realismo jurdico? So exemplificativos os casos pelos quais para o
Supremo Tribunal no h direitoex antea sua prpria deciso
(essa , alis, a crtica que Jestaedt faz ao TC alemo). Essa
circunstncia se repete em todo o sistema jurdico brasileiro. Pelo
que se v por aqui, no h norma jurdica antes da deciso do caso
concreto. No entanto, nos Estados Unidos ou na Escandinvia, o
realismo jurdico com todos os seus problemas sabia do
impacto das decises judiciais e os problemas de um Judicirio
que decide sem limites. Por isso Holmes advertia sobre o dever de
moderao dos magistrados, sob pena de aumentar a instabilidade
social, como bem lembram Eugenio Fachini Neto e Ana Paula
Tremarin Wedy, no textoSociological jurisprudencee o realismo
jurdico: a filosofia jurdico norte-americana na primeira metade
do sculo XX.Revista da Ajuris, v. 43, n. 160, 2016.p. 100). No
Brasil, contrariamente, sentimos na pele essa herana empirista. O
nosso realismo no tem precedentes (se me entendem a ironia!).
3 Apenas uma objeo. Ainda que correta a crtica deJestaedt ao
modelo jurisprudencialista que ele considera uma forma de
positivismo, o professor alemo atribui esse tipo de atividade
jurdica hermenutica e doutrina de Friedrich Mller. Jestaedt
acerta na acusao ao jurisprudencialismo, mas erra na atribuio
da culpa.
4 Jos Bolzan de Morais chama a esse fenmeno de A
Jurisprudencializao da Constiuio. A Construo Jurisdicional
do Estado Democrtico de Direito II (In: Jos Luis Bolzan de