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Psicólogos questionam valor da empatia

JOHN TIERNEY

A empatia é uma virtude essencial para um líder? A sabedoria convencional diz que um
bom candidato deve ser capaz de sentir a dor do eleitor. O presidente Bill Clinton foi
saudado como um virtuoso da empatia, supostamente usando essa qualidade para vencer
George H. W. Bush, considerado tão alheio que teve que dizer a uma plateia:
“Mensagem: eu me importo”. No entanto, não está claro se a empatia realmente importa
para os eleitores. Nas prévias republicanas, que definirão o candidato do partido para
concorrer à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, que se gaba de ser tão rico
que não sente dor, derrotou o senador Marco Rubio, da Flórida, que enfatizou as
dificuldades financeiras de sua família, e o governador John Kasich, de Ohio, conhecido
por receber com abraços os participantes dos comícios.

Alguns cientistas políticos dizem que a empatia não é um fator crucial nas eleições. Um
candidato muitas vezes vence, apesar de seu adversário receber notas mais altas em
pesquisas que perguntam quanto cada um “se importa com as necessidades e os
problemas de pessoas como você”. A empatia talvez não seja tão necessária para um
líder. Apesar de a capacidade de simpatizar com o sofrimento alheio ser amplamente
elogiada como virtude, ela também tem um lado negativo.

O crítico mais proeminente é Paul Bloom, professor de psicologia na Universidade


Yale. Ele afirma que a empatia pode inspirar altruísmo. No entanto, você muitas vezes
acaba ajudando as pessoas erradas, porque a empatia é tendenciosa e paroquiana. Ela
favorece crianças e animais vulneráveis e discrimina as pessoas não atraentes. Você tem
maior probabilidade de simpatizar com alguém do seu grupo social do que com um
forasteiro, especialmente se ele tiver aparência diferente. A empatia é alheia a números,
nota Bloom, e é por isso que você tende a se importar mais com uma menina presa em
um poço do que com milhares de refugiados de guerra. Além disso, a empatia pode ser
manipulada para inspirar agressão. Bloom e um colega estão concluindo que quanto
mais empatia as pessoas sentem pelas vítimas do terrorismo no Oriente Médio, mais
elas são favoráveis às ações militares.

“Se eu quiser fazer coisas terríveis com um grupo, uma maneira certeira é despertar
empatia pelas vítimas desse grupo”, disse ele. “Muitas vezes, o argumento a favor da
guerra se baseia na empatia pelas vítimas do inimigo.” Bloom conclui que a empatia é
supervalorizada como guia para a moral pessoal ou a liderança. “Os melhores líderes
têm um certo distanciamento esclarecido”, disse. “Eles reconhecem o sofrimento das
vítimas dos terroristas, mas também reconhecem que ir à guerra criará futuras vítimas.”

Outros pesquisadores veem a empatia como algo controlável. “A empatia pode custar
caro, levando ao uso de recursos materiais, esforço emocional e risco físico”, disse
Daryl Cameron, psicólogo na Universidade de Iowa. “Se as pessoas reconhecem esses
custos, conscientemente ou não, podem regular estrategicamente sua empatia.” Para
testar essa teoria da “empatia motivada”, Cameron e um colega compararam as reações
de pessoas a histórias sobre as crianças que sofrem em Darfur. Quando as pessoas não
esperavam que lhes pedissem uma doação, reagiam mais fortemente a uma história
sobre um grupo de crianças do que a uma história sobre uma única criança. Porém,
quando elas esperavam que lhes pedissem uma doação, sua compaixão pelo grupo
maior diminuía muito.
Em outras experiências, psicólogos da Universidade Stanford descobriram que, quando
as pessoas são estimuladas a acreditar que podem aumentar sua empatia, tornam-se mais
empáticas com as pessoas que têm origens e crenças diferentes. Bloom concorda que
essa emoção pode ser aumentada, mas diz que é melhor contar com a estratégia menos
emocional descrita em 1759 por Adam Smith em “A Teoria dos Sentimentos Morais”.
Smith comentou que o “sentimento por iguais”, termo que usou para descrever a
empatia, é uma emoção poderosa, mas limitada: “Não é aquela frágil fagulha de
benevolência que a Natureza acende no coração do ser humano que é capaz de
contrabalançar o mais forte impulso de amor próprio”, escreveu Smith. “É uma força
maior que se exercita em tais ocasiões. É razão, princípio, consciência o grande juiz e
árbitro de nossa conduta.”

A razão dificilmente parece ser o árbitro da conduta de um candidato hoje em dia. Mas
os eleitores poderão afinal preferi-la à empatia.

NYT, 02/04/2016

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