Vídeo do 1º programa - Gente diferente: Quem somos, quantos somos e onde vivemos?
Os portugueses são hoje muito diferentes do que eram há trinta anos. Vivem e trabalham de outro modo.
Mas sentem pertencer ao mesmo país dos nossos avós. É o resultado da história e da memória que cria
um património comum. Nascem em melhores condições, mas nascem menos. Vivem mais tempo. Têm
famílias mais pequenas. Os idosos vivem cada vez mais sós.
O trabalho mudou muito nestas últimas décadas. A maioria dos portugueses trabalha nos serviços.
Poucos trabalham na agricultura e ainda menos nas pescas. Muitos emigraram. As mulheres são metade
das pessoas que trabalham, o que é uma grande diferença com o passado recente. Com a integração
europeia, a economia portuguesa fez uma grande mudança. Todos vivem melhor, mas há muitas
empresas que não conseguiram adaptar-se às novas condições.
A sociedade contemporânea, urbana, era ainda há pouco tempo rural. Mudou muito depressa. Muitos
portugueses emigraram, a maior parte saiu das aldeias e foi viver para as cidades e para o litoral. O
campo está despovoado. As cidades cresceram. As estradas aproximaram as regiões. Nas áreas
metropolitanas, organizou-se uma nova vida quotidiana. Há mais conforto dentro das casas, mas as
condições de vida nas cidades são difíceis.
Há quarenta anos, havia só um povo, uma etnia, uma língua, uma cultura, uma religião e uma política.
Hoje, Portugal é uma sociedade plural. Primeiro a emigração e o turismo, depois a democracia, finalmente
os imigrantes estrangeiros, fizeram de Portugal uma sociedade aberta. Falam-se todas as línguas, reza-
se a todos os deuses, há todas as convicções políticas. Os Portugueses aprendem a viver com os outros.
As famílias portuguesas têm hoje mais rendimentos e mais conforto. Em vinte ou trinta anos, o bem-estar
melhorou mais que nos cem anteriores. Cresceram as classes médias. Desenvolveu-se a sociedade de
consumo de massas. O comércio, as modas, a escola, a televisão e a cultura fazem uma sociedade onde
todos parecem iguais. Mas subsistem diferenças muito importantes de classes, de poder económico, de
geração, de sexo e de região.
Portugal já não se distingue, na Europa, como o país da ditadura, da pobreza e do analfabetismo. Embora
ainda atrasado, os Portugueses são hoje cidadãos livres e têm acesso aos grandes serviços do Estado de
Protecção Social. A educação, a segurança social e a saúde são para todos. Mas ainda há insuficiências,
corrupção e desperdício. E deficiências na saúde, na educação, na segurança social e na justiça.
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