Nome: Gabriel Teixeira Costa Curso: Cinema e Audiovisual Bacharelado Data: 20/12/2016
Os rudos e sua ausncia, o silncio, possuem extrema importncia na construo
narrativa de uma obra audiovisual. Para demonstrar tal relevncia, ser analisada a composio sonora de uma cena especfica do filme Drive (2011), dirigido por Nicolas Winding Refn. O trecho escolhido se passa, em sua totalidade, dentro de um elevador onde se encontram trs personagens: O protagonista Piloto1, interpretado pelo ator Ryan Gosling; Irene, o interesse amoroso do personagem principal, interpretada por Casey Mulligan; e um assassino enviado para eliminar as duas personagens supracitadas, interpretado por Tim Trella. A cena se inicia quando o Piloto e Irene entram no elevador onde est um homem aparentemente comum. Nessa parte, os rudos presentes sons dos mecanismos, botes, porta, etc. so bem definidos e claros. A porta se fecha e o elevador comea a descer. Em seguida, o Piloto que j compreendia que sua vida estava em risco fita o homem e percebe que ele est armado com uma pistola. Tal percepo um gatilho para as aes subsequentes. Os rudos se silenciam dando espao para a trilha sonora em fade-in. perceptvel o intuito do filme de, atravs do silncio no-diegtico e, em sequncia, do surgimento da trilha, criar uma atmosfera emotiva marcante. A msica aumenta gradativamente enquanto o Piloto direciona Irene para o canto do elevador e a beija, corroborando ainda mais com a tenso. Assim que o beijo finda, a msica desaparece e os rudos secos retornam, realados pelo contraste sonoro com a msica suave. O Piloto, ento, inicia uma briga com o homem, derruba-o no cho e desfere vrios chutes contra seu rosto. A escolha de enquadramento, nesse momento, torna os rudos ainda mais importantes, pois coloca os brutais chutes fora de quadro. Desta maneira, a nica representao da ao se encontra nos sons do crnio do homem se esfacelando. O Piloto, degenerado pela ao, encara Irene, que j se encontra fora do elevador. Ambos se fintam enquanto a mesma trilha surge novamente, demonstrando, mais uma vez, o teor emocional do ato. A porta se fecha e a cena termina.