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Fernando Teixeira, de Mogi das Cruzes

Em meados dos anos 90, a Júlio Simões era uma transportadora de porte intermediário -
ocupava trigésimo lugar no ranking do setor - quando veio a estabilização da inflação e
a sobrevalorização cambial que persistiu até o fim daquela década. Para cortar custos
nessa nova conjuntura, parte da grande indústria passou a terceirizar sua cadeia de
suprimentos, atividade antes considerada estratégica e mantida dentro das companhias.
O novo filão impulsionou a Júlio Simões até o primeiro lugar do setor de logística do
país, com uma receita de R$ 1,47 bilhão em 2009 - mais de R$ 300 milhões à frente do
segundo colocado.

O segmento de suprimento industrial, com clientes do porte de Fibria, Suzano e grandes


montadoras automobilísticas, representa hoje 51% da receita do grupo. A Júlio Simões
também tem grande presença no que ela chama de gestão e terceirização de frotas - algo
como um aluguel de automóveis diferenciado, por atacado - e faz o transporte de carga
convencional.

Com dinheiro em caixa desde a abertura de capital que permitiu à companhia captar R$
477 milhões em abril, a empresa tem planos de aproveitar a folga financeira - sua dívida
líquida caiu pela metade com a captação - para reinvestir na frota, conquistar clientes e
se empenhar em novos negócios.

A aposta abrange o agronegócio - a empresa tem contratos de grande porte com


empresas como Cosan, Bunge e ETH, do grupo Odebrecht -, e deve inaugurar em
agosto a primeira fase de um projeto de R$ 150 milhões para um centro de distribuição
em uma área de 500 mil m2 em Itaquaquecetuba, a oeste da capital paulista. Trata-se de
um empreendimento inédito no grupo, um terminal intermodal, integrado a uma das
linhas ferroviárias da MRS que chegam à capital paulista, e às margens da rodovia
presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio.

Segundo o presidente da companhia, Fernando Simões, trata-se de um conjunto de


quatro galpões intermodais - ligando caminhão e trem. O primeiro galpão, quase pronto,
deve ser destinado ao transporte de material siderúrgico, que chegará de trem para ser
redistribuído por caminhão para automobilísticas e metalúrgicas da região - São Paulo,
ABC e Vale do Paraíba. Outros dois galpões do mesmo tipo estão planejados para
serem erguidos à medida em que aumente a demanda.

Mas o quarto galpão será o projeto mais ousado do grupo, uma unidade destinada à
distribuição urbana - no caso, a entrega de bens industrializados acabados diretamente
do produtor ao varejo na capital paulista. Este tipo de serviço é totalmente novo no
mercado, e disputaria um espaço hoje ocupado por atacadistas, responsáveis pela
intermediação dos produtos que abastecem a cidade.

"O aumento do trânsito é uma grande oportunidade para a distribuição urbana", diz
Fernando Simões. Para ele, medidas como o rodízio e a proibição do tráfego de
caminhões dentro da capital são ações que tendem a se aprofundar, o que vai exigir um
esforço de adaptação da indústria e do comércio - e então, escala e expertise podem
garantir à Júlio Simões o diferencial para tomar o espaço de outras empresas. O novo
terminal funcionaria como um consolidador de carga, reunindo e distribuindo os
produtos vindos das fábricas.

Outra novidade do grupo é a entrada no agronegócio, oferencendo para grandes grupos


do ramo sucroalcooleiro o serviço de colheita e entrega da cana diretamente na porta da
usina. Hoje, o ramo já corresponde a 5% da receita do grupo, mas pode crescer mais,
chegando a 7% do total. A ideia é crescer na esteira das metas de mecanização da
colheita até 2013 - a empresa já tem 126 colheitadeiras.

A Julio Simões também continua apostando no seu serviço de gestão e gerenciamento


de frotas, onde a empresa mantém 14 mil dos 16,5 mil veículos da sua frota própria -
que são, neste caso, carros de passeio. O serviço responde por 20% da receita do grupo.
Além de ser responsável pela frota de automóveis de grandes empresas - entre as
maiores, Aché e Light - a empresa também atua junto ao setor público. Seus principais
contratos são o fornecimento de viaturas policiais para o Estado do Rio, Minas Gerais e
Bahia.

No ano passado, o negócio rendeu à Júlio Simões o envolvimento na Operação


Nêmesis, promovido pela Polícia Civil baiana para investigar o contrato local - os
executivos da empresa foram acusados de pagar propina a oficiais da Polícia Militar.
Segundo Fernando Simões, o mal entendido - motivado provavelmente por conflitos
com interesses locais, diz - será esclarecido, e não afastou a empresa do ramo.
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