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Em meados dos anos 90, a Júlio Simões era uma transportadora de porte intermediário -
ocupava trigésimo lugar no ranking do setor - quando veio a estabilização da inflação e
a sobrevalorização cambial que persistiu até o fim daquela década. Para cortar custos
nessa nova conjuntura, parte da grande indústria passou a terceirizar sua cadeia de
suprimentos, atividade antes considerada estratégica e mantida dentro das companhias.
O novo filão impulsionou a Júlio Simões até o primeiro lugar do setor de logística do
país, com uma receita de R$ 1,47 bilhão em 2009 - mais de R$ 300 milhões à frente do
segundo colocado.
Com dinheiro em caixa desde a abertura de capital que permitiu à companhia captar R$
477 milhões em abril, a empresa tem planos de aproveitar a folga financeira - sua dívida
líquida caiu pela metade com a captação - para reinvestir na frota, conquistar clientes e
se empenhar em novos negócios.
Mas o quarto galpão será o projeto mais ousado do grupo, uma unidade destinada à
distribuição urbana - no caso, a entrega de bens industrializados acabados diretamente
do produtor ao varejo na capital paulista. Este tipo de serviço é totalmente novo no
mercado, e disputaria um espaço hoje ocupado por atacadistas, responsáveis pela
intermediação dos produtos que abastecem a cidade.
"O aumento do trânsito é uma grande oportunidade para a distribuição urbana", diz
Fernando Simões. Para ele, medidas como o rodízio e a proibição do tráfego de
caminhões dentro da capital são ações que tendem a se aprofundar, o que vai exigir um
esforço de adaptação da indústria e do comércio - e então, escala e expertise podem
garantir à Júlio Simões o diferencial para tomar o espaço de outras empresas. O novo
terminal funcionaria como um consolidador de carga, reunindo e distribuindo os
produtos vindos das fábricas.