1. Introduo
O conhecimento da fora e da potncia requerida por implementos se faz necessrio para
verificar a compatibilidade entre trator e implemento e/ou dimensionar o implemento para o trator.
O desempenho da fora de trao dos tratores depende inicialmente da potncia do motor,
distribuio de peso nas rodas de trao, tipo de engate, e condio de solo.
2. Relao de potncia para tratores agrcolas
A relao de potncia para tratores agrcolas pode ser calculada a partir do Quadro 1 (ASAE,
2003), devendo-se considerar que o trator est devidamente lastrado. So apresentados quatro
condies de superfcies e quatro tipos de tratores.
Quadro 1 Relao de potncia para tratores agrcolas
Potncia bruta no motor
0,92
Potncia lquida no motor
0,99
Entrada da transmisso
0,90
0,90 0,92
TDP
|
Tipo de
Condio de trao
trator
Concreto
Firme
Cultivado
4x2
0,87
0,72
0,67
4 x 2 TDA
0,87
0,77
0,73
4x4
0,88
0,78
0,75
Esteira
0,88
0,82
0,80
0,83
Solto
0,55
0,65
0,70
0,78
Barra de trao
A potncia numa posio especfica pode ser utilizada para estimar a potncia em outra
posio. Por exemplo, a potncia disponvel na TDP do trator pode ser estimada da potncia lquida
do motor multiplicando-se a potncia lquida do motor por 0,90. Se a fora exigida na barra de
trao for desejada, deve-se escolher o tipo de trator e a condio do solo para determinar a relao.
2.1. Exemplo de aplicao
Suponha estar trabalhando com o trator MF 286, 4x2 TDA, que possui 86 cv de potncia
lquida no motor (Norma DIN 70020).
Para estimar a potncia exigida na barra de trao deste trator operando em solo firme, devese multiplicar 86 cv por 0,90 e 0,77, para obter 59,6 cv.
Pbarra de trao = Pnominal x 0,90 x 0,77 = 86 x 0,90 x 0,77 = 59,6 cv
eq. 1
Em que:
D fora de trao do implemento, N;
F parmetro de ajuste da textura do solo, adimensional;
i 1 para solos argilosos, 2 para mdios e 3 para arenosos;
A, B e C parmetros especficos da mquina;
S velocidade de trabalho, km/h;
W largura do implemento, m ou nmero de ferramentas;
T profundidade de trabalho, cm para maioria dos implementos; 1 para a minoria e semeadoras.
Parmetros da mquina
A
B
C
Parmetros do solo
F1
F2
F3
Faixa
%
226
294
652
0,0
0,0
0,0
1,8
2,4
5,1
1,0
1,0
1,0
0,70
0,70
0,70
0,45
0,45
0,45
50
50
40
91
107
123
5,4
6,3
7,3
0,0
0,0
0,0
1,0
1,0
1,0
0,85
0,85
0,85
0,65
0,65
0,65
50
50
50
390
273
19,0
13,3
0,0
0,0
1,0
1,0
0,85
0,85
0,65
0,65
45
35
309
216
16,0
11,2
0,0
0,0
1,0
1,0
0,88
0,88
0,78
0,78
50
30
364
254
18,8
13,2
0,0
0,0
1,0
1,0
0,88
0,88
0,78
0,78
50
30
124
86
6,4
4,5
0,0
0,0
1,0
1,0
0,88
0,88
0,78
0,78
50
30
55
66
2,7
3,3
0,0
0,0
1,0
1,0
0,88
0,88
0,78
0,78
25
25
46
32
2,8
1,9
0,0
0,0
1,0
1,0
0,85
0,85
0,65
0,65
30
25
140
260
435
210
185
7,0
13,0
21,8
10,7
9,5
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
0,85
0,85
0,85
0,85
0,88
0,65
0,65
0,65
0,65
0,78
15
15
20
25
40
500
0,0
0,0
1,0
1,0
1,0
25
900
1.550
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
25
25
1.820
3.400
3.700
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
1,0
1,0
0,96
0,94
1,0
0,92
0,82
1,0
25
35
50
Referncia
ASAE. D497.4 Agricultural machinery management data. In: Standards 2003. American
Society of Agricultural Engineers. St. Joseph, MI, p. 373-380. 2003.