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O documento discute as idéias de autocriação e criação por acaso. Argumenta que autocriação é ilógica porque algo não pode criar a si mesmo, já que precisaria existir antes de existir. Também afirma que acaso não é uma força causal, mas sim uma abstração matemática sem poder real. Conclui que abandonar a noção de Deus em favor de explicações como autocriação ou acaso é um "suicídio intelectual".
O documento discute as idéias de autocriação e criação por acaso. Argumenta que autocriação é ilógica porque algo não pode criar a si mesmo, já que precisaria existir antes de existir. Também afirma que acaso não é uma força causal, mas sim uma abstração matemática sem poder real. Conclui que abandonar a noção de Deus em favor de explicações como autocriação ou acaso é um "suicídio intelectual".
O documento discute as idéias de autocriação e criação por acaso. Argumenta que autocriação é ilógica porque algo não pode criar a si mesmo, já que precisaria existir antes de existir. Também afirma que acaso não é uma força causal, mas sim uma abstração matemática sem poder real. Conclui que abandonar a noção de Deus em favor de explicações como autocriação ou acaso é um "suicídio intelectual".
R. C. Sproul Durante o Iluminismo alguns dos cticos franceses afirmaram que a hiptese sobre Deus no era mais necessria porque sabemos agora que o universo veio a existir por gerao espontnea. A gerao espontnea era um conceito popular nos primeiros dias da revoluo cientfica antes de terem sido feitos progressos no mtodo cientfico de experimentao e observao. O aparecimento repentino de bactrias no po ou de girinos numa poa dgua era explicado como gerao espontnea. Isso significa que algo surgiu do nada, sendo outra maneira de explicar a autocriao. Cientistas mais cuidadosos, mediante experincias melhor controladas, demonstraram o erro dessas teorias, O estudo microscpico minucioso revelou a origem das bactrias e girinos. Em pouco tempo a idia de gerao espontnea foi descartada e escarnecida pelos cientistas. Verses mais recentes de autocriao so expressas em termos mais sofisticados. As pessoas falam hoje sobre a origem do universo em termos de movimento quantum e combinaes de espao, tempo e acaso. Num sentido popular isto significa criao por acaso. Apesar do novo vocabulrio, essas idias continuam sendo uma expresso do conceito da autocriao. O que h de errado com esse conceito? O que teria de acontecer para que algo criasse a si mesmo? Como evidente, a fim de que algo pudesse criar-se a si mesmo, ele teria de existir em primeiro lugar. Ele teria de existir antes de existir, caso devesse criar a sua prpria existncia. Sua cabea est comeando a girar? Para que algo pudesse criar a si mesmo, ele teria de ser e no ser ao mesmo tempo e na mesma relao. A fim de isso ser possvel, haveria necessidade de violar a lei bsica de toda cincia, a lei da contradio. Dizer que algo existe e no existe ao mesmo tempo e da mesma forma, fazer uma declarao insensata. A idia de autocriao extremamente irracional. Mas, o que dizer da criao por acaso? A fim de compreender os problemas ligados a esta idia, precisamos entender muito bem o que acaso. O dicionrio define acaso como conjunto de pequenas causas independentes entre si, que se prendem a leis ignoradas ou mal conhecidas, e que determinam um acontecimento qualquer ou
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algo que acontece como resultado de foras desconhecidas ou no
consideradas. O acaso descreve uma relao matemtica de fatores. A fim de ilustrar isto, consideremos a questo de atirar uma moeda para o alto. Dizemos que as possibilidades de ser cara ou coroa so iguais. (Isto , se pudermos impedir que grude no cho ou fique de p, de lado.) Suponhamos que a moeda seja atirada e saia cara. O que fez com que acontecesse isso? Foi o acaso? Claro que no. O acaso simplesmente nos informa das possibilidades, de acordo com as inmeras variveis. No geral no controlamos todos os elementos envolvidos no atirar da moeda. Quando algum faz isso, no sabemos geralmente se ela foi atirada com o lado da cara para cima, quanta presso foi exercida pelo polegar, quo densa se achava a atmosfera em que foi lanada, ou quantas revolues a moeda fez no ar. Se soubssemos todos esses fatores com certeza, estaramos prontos a apostar num resultado de 2 a 1. Qual o ponto dessa analogia? Simplesmente que o acaso no tem poder para causar coisa alguma. Ele no tem poder porque no nada (no uma coisa nem um ser). O acaso uma abstrao matemtica sem existncia real. Desde que nada , no pode fazer nada. Dizer que o mundo foi criado por acaso afirmar que foi criado pelo nada ou foi autocriado. Chamar isso de gerao espontnea ou de acaso d no mesmo. Alguns eruditos usaram a expresso criao por acaso de maneira mais correta. Isto , seguiram a definio do dicionrio e disseram: No sabemos como o universo surgiu. As possibilidades so estas ou aquelas, mas na verdade no sabemos. Isso no indica que o mundo veio a existir por acaso no sentido de que o acaso foi o poder casual. Quais as possibilidades de o universo ter sido criado mediante o poder do acaso? Nenhuma. Se criao por acaso significa autocriao, sendo portanto ilgica, isso significa que no poderia acontecer? A realidade tem de ser lgica? A teoria quantum e o chamado Princpio de Indeterminncia de Heisenbergindicam que isto precisamente o que acontece? Estamos diante de um problema sutil mas grave de linguagem que envolve um uso errado das palavras. Em vista de o movimento das partculas atmicas sob certas condies experimentais parecer imprevisvel ou fortuito, seu comportamento foi chamado de indeterminado, O que significa isso? Indeterminado definido como no determinado ou fixo. Indefinido, vago, incerto. Ser indeterminado no ser no-
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determinado. A indeterminncia significa simplesmente que no
sabemos por que as partculas se comportam dessa forma. Isso no o mesmo que dizer que o seu movimento foi causado pelo nada ou pelo acaso. Afirmar que o movimento no teve causa fazer uma declarao no-cientfica e irracional. Abandonar a noo de Deus para aceitar a alternativa da autocriao suicdio intelectual. Talvez seja uma idia bem aceita na sociedade, mas no suporta sequer uma crtica intelectual rudimentar. Se no pudermos apelar para a autocriao para explicar aquilo que existe, devemos portanto admitir que algo eterno. Mesmo assim nos restam duas opes: Um ser eterno auto-existente que criou o mundo, ou, por outro lado, um mundo eterno. Por que no um mundo eterno? Os que rejeitaram a hiptese de Deus e perceberam a futilidade da idia da autocriao defendem o conceito de um mundo eterno. Fonte: Razo para crer / R.C. Sproul; traduo de Neyd Siqueira. 3 ed. So Paulo: Mundo Cristo, 1997.
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