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CCMS 08

CRIME SEXUAL ESTUPRO

César Castro e Coelho

Nas dezenas de processos crimes analisados no período de 1940 a 1950 sobre estupro foi possível

esboçar um panorama das mulheres que foram violentadas. E em contra partida se tenta recuperar um

pouco do cotidiano de cada uma, para ficar mais fácil de se compreender o por que dessa violência.

Na maior parte dos processos estudados, todas as mulheres eram taxadas em relação a sua

profissão como domesticas. Esse fato nos leva a refletir, e a chegar a conclusão de que, elas viviam em

uma sociedade machista. Onde o que, lhes era permitido realizar, estava relacionado às atividades do

lar e a grande parte das profissões ficava nas mãos dos homens.

Essa desvantagem profissional da mulher sobre o homem, é um dos motivos, que podem explicar

toda essa agressividade em relação a ela. Pois ele se sente privilegiado socialmente, e com isso se acha

no direito de estuprar, deflorar, seduzir, ameaçar e até mesmo matar quem quiser.

O perfil das vitimas nesse estudo é o seguinte. Mulheres com a idade de 14 aos 25 anos,

domésticas, oriundas de famílias de classe media e baixa, de cor negra e morena e semi-analfabetas.

Já os indiciados são homens entre os 20 aos 30 anos, geralmente com um emprego, oriundos de

famílias de classe media e pobre, e em 60% dos casos já conheciam e mantinham um contato amoroso

ou de amizade com as “vítimas”.

Tanto no mundo ocidental quanto no oriental, a violência de homens contra mulheres é um fato

consumado. É cada vez maior, o número de mulheres que sofrem agressões dos diversos tipos e

formas. Algumas não relatam porque acabam mortas, outras têm medo, das ameaças de seus

agressores, outras por não terem como se sustentar e preferem ficar caladas. Com isso, elas não estão
prejudicando a si próprias, mas sim a toda a sociedade, pois quando tomam esse posicionamento, uma

outra mulher, mais à frente, poderá ser abordada pelo mesmo agressor.

Essa mentalidade feminina de não denunciar o agressor, está diminuindo por causa do número

crescente de instalação de Delegacias Especiais. As queixas têm aumentado cerca de 50% de acordo

com pesquisa realizada pela revista Veja, no ano de 1998. Mas ainda não é o suficiente, pois as

agressões não pararam.

A cada dia cresce o numero de organizações e núcleos, que cuidam e orientam as mulheres que

sofreram algum tipo de violência. E se tem conseguido, resultados satisfatórios com esse trabalho. Pois

muitos homens foram indiciados, julgados e condenados por terem cometido crimes contra as

mulheres.

Essa nuvem de violência, esta espalhada por toda a sociedade. Com isso temos mulheres sendo

forçadas, coagidas, violentadas em seus locais de trabalho pelos chefes, no lar pelos maridos, na rua por

estranhos. E esses fatos, não acontecem somente no Brasil e sim em todo o mundo. E em alguns países,

elas sofrem muito mais do que em outro lugar. Como por exemplo, no Oriente Médio, onde as

mulheres têm que andar cobertas, dos pés a cabeça, ou até mesmo as africanas. Delas estripam os

clitóris, para que não sintam desejos sexuais.

Seja pela educação diferenciada, sexista, religiosa, seja pelas relações de poder que permeiam as

sociedades, o caso é que cientistas de todo o mundo não conseguem explicar a violência.

Se já na Bíblia existia uma divisão sexista de tarefas ( Eva devia parir com dor e Adão comer o

pão com o suor de seu rosto), podemos pensar que as influências culturais, religiosas estão presentes

nas sociedades com um todo.

Essa tentativa de buscar o passado, serve para esclarecer melhor o que está acontecendo em nosso

presente. É uma preocupação nossa, mas também de toda a sociedade, além dos pesquisadores da

temática que estão sempre procurando dar visibilidade à agressividade humana.


Em nossa sociedade, a maioria das mulheres se dedicou ao lar, e só após o crescimento dos filhos

e, muitas vezes, com sua saída de casa, é que se voltaram para o mercado de trabalho, optando,

contudo, na maioria dos casos, para funções relacionadas com a educação recebida, ou seja, decoração,

música, moda. Pelo menos as de camadas mais pobres da sociedade, acabavam por se ligar a profissões

ditas femininas como domésticas, manicures, professoras.

Conforme Vera Puga1, “parece que a mulher ou se" adaptou" ao que lhe foi “permitido” e

construído sócio-culturalmente para sobreviver, ou “aceitou” desempenhar o papel de submissa,

sendo conivente com a situação. Outras porém enfrentaram o poderio masculino e tiveram, muitas

vezes, destinos trágicos”.

Utilizando as fontes documentais disponíveis, tais como: processos criminais, dados estatísticos

do IBGE, periódicos, discursos morais e religiosos, legais explícitos e implícitos, tanto quanto as

práticas vividas e experimentadas, entre outros, pretende-se resgatar as relações de violência, através da

descrição de casos, desmistificando “vítimas” e “indiciados”, na tentativa de reconstruir o conjunto de

experiências que se realizaram num determinado tempo, em uma sociedade, em um grupo social

específico.

Tentar desvendar as formas de tratamento dadas aos diversos crimes contra os costumes no Brasil

e ainda ter contato com as fontes estatísticas que poderiam esclarecer e dar visibilidade à violência de

gênero torna-se uma ação cansativa, como podem testemunhar os pesquisadores da temática. É inviável

e impossível determinar qual sexo comete determinados tipos de crimes, a não ser os casos específicos

dos crimes de estupro, sedução e defloramento, à medida em que o Código Penal Brasileiro determina

que somente a mulher pode ser seduzida e estuprada.

Queremos trabalhar na contramão da idéia de “vitimização” da mulher ou “heroicização” da

mesma, poder pensar na cumplicidade de homens e mulheres que, de certa forma, acabam por

desconstruir a idéia de negatividade e de repressão, ao tornarem positiva a violência no viver cotidiano.


Torna-se indispensável, portanto, resgatar as memórias de mulheres e homens que, no passado,

vivenciaram relações violentas, dentro ou fora do lar, propiciando o nascimento de processos criminais.

Este estudo tem, portanto, como objetivo o resgate da memória histórica da violência de gênero

ocorrida no Brasil entre os anos 1940 e 1950. Analisando e recompondo os quadros dessas agressões

físicas e psíquicas entre homem e mulher, recuperando nas falas jurídicas das testemunhas, dos

médicos e na imprensa em geral as representações e estereótipos aceitos pela sociedade brasileira.

Um dos processos mais marcantes entre os vistos, foi o da vitima “M.A.”. Que era uma mocinha

de 17 anos e cometido por três homens “L.O.C, C.B e A.M.E”. Como consta nos autos, a vitima

trabalhava perto da casa de um dos indiciados, e relata que sempre era perseguida por ele, pois ficava

elogiando-a e falando coisas indecentes para uma “moça de família”. Apesar de nunca dar atenção para

o que ele dizia, sempre sentia medo mas, era precisso trabalhar para ajudar nas despesas de casa.

No dia 18 de setembro de 1948, por volta das 18:30 horas, “M.A” saia do seu trabalho e seguia

tranqüilamente a pé, em direção a sua casa como fazia todos os dias, que ficava uns três quilômetros

aproximadamente.

Na metade do seu caminho, foi surpreendida por “L.O.C, C.B e A.M.E”, que a pegaram a força e

a levaram para um lote vago.

Ela lutou com todas as suas forças mas, foi envão, pois eles a espancaram e amararam, como se

ela fosse um simples animal. Então fizeram o que queriam, e a cada tentativa dela, de rejeita-los, era

revidada com um murro, um tapa ou um puxão de cabelo até que ela cedesse.

Foi submetida a fazer conjugação carnal, anal e outras coisas, a pelo menos umas duas horas, e

ainda foi ameaçada de morte por eles se disse isso a alguém e principalmente as autoridades.

Após essa experiência traumática, como ficou sua cabeça, quais os sonhos que lhe foram

roubados e destruídos por esses homens. Dos três estupradores dois foram condenados a três anos de

reclusão e o outro fugiu.


Esse relato acima, não ocorreu só com uma mulher e sim com varias outras. O que leva a

imaginar principalmente, o motivo que um homem tem, para realizar esse ato de selvageria.

Não podemos esquecer, que essas agressões estão aumentando. O que se tem visto, é a

impunidade andando pelas ruas, disfarçada, impune, camuflada, com penas pequenas e ameaçando o

direito de ir e vir de cada cidadão. Principalmente as mulheres que são os maiores alvos. Por isso a falta

de confiança na justiça de nosso país, é que leva um grande número de mulheres a se calar, por não

terem armas para se defenderem dessas ameaças que ficam aos seus redores. E a vergonha e o trauma

que sentem são sensações, que elas tentam esquecer durante toda as suas vidas. Porque é um trauma

muito difícil de se conviver, e de falar sobre ele com outras pessoas. Tudo isso que esta acontecendo, já

faz parte de nossa cultura, costume e principalmente da moral dos homens, que não aceitam serem

rejeitados.

Pois as mulheres se sentem, em sua maioria bloqueadas só de lembrarem do acontecido que cada

uma passou. Criam com isso um mundo paralelo para esconderem seus sentimentos e sofrimentos. Mas

elas só vão vencer essa desigualdade entre os sexos, no momento em que se unirem e trocarem

depoimentos e experiências pelo que passaram e não terem medo de enfrentar o sexo oposto, em uma

batalha de vida ou morte. O que se tem percebido é que elas têm tentado lutar, mas ainda estão

perdendo muitas vidas nessa guerra que esta longe de chegar ao seu fim.

O crime de estupro se realiza, quando a mulher é constrangida a fazer conjunção carnal, mediante

violência ou grave ameaça. A pena é de três a oito anos de reclusão de acordo com o código penal

brasileiro.
Notas

1
PUGA de Sousa. Paixão, Sedução e Violência, 1960/1980. Tese de Doutorado, São Paulo:USP, 1998. Pág. 33.

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VIOLÊNCIA DE GUERRA, VIOLÊNCIA SEXUAL: ESTUPRO E
PODER NAS RELAÇÕES DE GÊNERO

Cristiane Machado Franco1

O século XX foi marcado por acontecimentos violentos e nesse artigo iremos abordar parte dessa

violência ocorrida nas guerras e nos governos ditatoriais da América Latina. O golpe militar ocorrido

em 31 de março e 1º de abril de 1964 trouxe uma nova experiência para a sociedade brasileira, o que de

certa forma acabou sendo um conflito extremamente sangrento e traumatizante para aqueles que

lutaram contra o regime e consequentemente para seus familiares.

O Estado governava com Atos Institucionais, ou seja, conjunto de normas superiores, baixadas

pelo governo, que se sobrepunham à própria Constituição Federal. O primeiro Ato Institucional dava ao

executivo federal, durante seis meses poderes para cassar mandatos de parlamentares; suspensão de

direitos políticos de qualquer cidadão; modificação da Constituição e a possibilidade de decretação de

Estado de Sítio. O Ato Institucional n.º 2 ampliava o primeiro e extinguia todos os partidos políticos

existentes , criando apenas dois a ARENA - Aliança Renovadora Nacional (partido da situação) e o

MDB Movimento Democrático Brasileiro (partido oposicionista), esta oposição seria feita de maneira

bem comportada. Foi criada a Lei de Segurança Nacional. O AI3 estabelecia o fim das eleições diretas.

Com o AI4 foi criada a Constituição de 1967 que fortalecia o presidente e enfraquecia o judiciário e o

legislativo. Em 1968 é criado o último e mais violento Ato Institucional, o AI5 dava plenos poderes ao

governo para reprimir e perseguir opositores, fechamentos de assembléias legislativas, câmaras de

vereadores., suspensão do direito político de qualquer cidadão por 10 anos e suspensão do habeas-

corpus.

Com o golpe militar, oposicionistas ao governo começaram a se organizar formando uma

corrente de opinião em vários segmentos da esquerda, que trabalhou a perspectiva de criar uma
vanguarda revolucionária que rompesse com o imobilismo de partidos como o PCB e opusesse uma

resistência armada à força bruta do governo.

‘Há uma ditadura militar e a massa é contra essa ditadura militar. A


única forma de provar que isso é uma ditadura militar é promover o aparecimento
da luta armada, chamar a ditadura militar para tirar suas armas, para se revelar
como tal. Ao fazer isso, a massa vai se somar com os que lutam conta a ditadura
militar com armas, vai se generalizar uma rebelião nacional, e ela cairá’.2

Assim contra a ordem então estabelecida, irromperam naquele período diversas organizações

guerrilheiras que atuaram fora do campo institucional: a AP (Ação Popular), oriunda do cristianismo

católico, posteriormente convertida ao maoísmo, a ALN (Aliança Libertadora Nacional), MR-8

(Movimento Revolucionário 8 de Outubro) e VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) dentre outras

que enfatizaram a necessidade da ação revolucionária imediata.

As organizações armadas apresentavam divergências entre si, sobretudo acerca do caráter da

revolução brasileira e em relação às formas de luta mais adequadas para se chegar ao poder (via

guerrilheira nos moldes cubanos ou a perspectiva revolucionária de inspiração maoísta). Por outro lado,

as organizações armadas também apresentavam aspectos em comum, como a prioridade da ação

armada contra o suposto imobilismo e a interpretação de que a economia brasileira vivia um processo

de estagnação que só seria resolvido com a implantação de um governo popular ou socialista que

possibilitaria a retomada do desenvolvimento do país.

É importante lembrar que a esquerda brasileira dos anos 60 tinha como meta a transformação do

ser humano para a construção de um “homem novo”. Nesse sentido, a inspiração para esse autêntico

homem do povo estava na volta ao passado, idealizando um homem ainda não contaminado pela

sociedade capitalista. Entretanto, os utópicos revolucionários da década de 60 não pretendiam uma

simples volta ao passado, mas sobretudo tinham um projeto modernizador para o país.3 Nesse caso, a

lembrança do passado serviria como arma para lutar pelo futuro.


A vanguarda revolucionária, decidida a agir com armas na mão, optou pela guerrilha a partir do

campo, local estrategicamente apropriado por apresentar maiores dificuldades de acesso aos órgãos

repressivos. Porém, para iniciar a guerrilha rural, era preciso conseguir armamentos e dinheiro. Dessa

forma, vários grupos empreenderam ações urbanas (assaltos a banco, roubo de armas, etc.)

Com o aperfeiçoamento do aparelho repressivo pela ditadura militar, tendo sido efetuadas prisões

seguidas de torturas aos militantes, algumas organizações resolveram promover seqüestros de

diplomatas. O primeiro deles foi o do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, em 1969,

pela Dissidência da Guanabara (oportunisticamente este grupo denominou-se MR-8, por ter este sido

considerado inarticulado pelas forças repressoras, como forma de dizerem que estas organizações

continuavam em atividade) com a finalidade de forçar a libertação de presos políticos e divulgar a luta

armada. Em 1970, foram realizados com êxito outros três seqüestros: em março, com a ajuda de dois

outros grupos menores, a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) seqüestrou o cônsul japonês; em

junho do a vez do embaixador da Alemanha Ocidental, que a VPR e a ALN trocaram por quarenta

detidos; finalmente em dezembro, a VPR capturou o embaixador suíço, conseguindo libertar 70

prisioneiros após cerca de 40 dias de tensas negociações, com o veto da ditadura a vários nomes da lista

inicialmente apresentada. O desgaste dessa ação, juntamente à fraqueza orgânica do que restava da

esquerda armada, destroçada pela repressão, colocou um ponto final nos seqüestros.

Apesar de uma outra ou outra operação guerrilheira bem sucedida, os militares em geral,

desmantelaram as organizações não hesitando em assassinar e torturar quem fizesse parte das

manifestações de oposição ao regime. A ditadura militar também reagiria assim diante das pequenas

bases que foram esboçadas em regiões agrícolas. Em relação à guerrilha rural, apenas o PC do B

conseguiu de fato não lançar um guerrilha na região do Araguaia (Sul do Pará) no período de 1967 até

1972, com um grupo de militantes treinados na China. Outras tentativas de resistência armada no

campo já haviam ocorrido no Brasil, organizadas por outras correntes políticas como as do Vale do

Ribeira e em Caparaó. Porém, em relação à guerrilha do Araguaia que durou três anos, duraram pouco
tempo. Jovens de diferentes formações, operários, camponeses, enfermeiras, médicos, e principalmente

estudante universitários, compuseram uma sangrenta luta que culminou com a derrota dos

guerrilheiros, quase todos em combate.

Nessas circunstâncias, as origens sociais dos militantes que optaram pela luta armada vêm do

movimento estudantil e muitos se afastam por não se adaptarem ao esquema de uma organização

militarizada.

‘[...] Todo mundo, menos alguns dirigentes, teriam que ser


transformados em operário ou camponês . São as duas classes que existem no Brasil.
A pequena burguesia passa pelo purgatório, muitos caem no inferno e muitos são aí
destruídos. É a teoria mais curiosa da formação do partido ou do proletariado: você
pega um movimento pequeno burguês, põe numa máquina de tortura ideológica, e
passa essa pequena burguesia por uma tortura tão violenta que ela dá um salto de
qualidade. Ela passa a ser operária. Uma vez operária, está formado um fantástico
partido. Porque tem uma super-qualificada parte do operário que nasceu de um
milagre. Pois é milagroso, em termos de classe! Quanta gente morreu nesse negócio,
ou foi psicologicamente, ideologicamente, humanamente destruída...’.4(grifo meu)

No que diz respeito ao esquema de recrutamento, existiam critérios para verificar se era possível

ou não admitir a entrada de determinado militante no quadro de ação da organização, como relembra a

ex-guerrilheira Vera Silvia Magalhães, participante do seqüestro do embaixador norte americano:

‘Fazíamos testes para verificar o quadro em ação. Por exemplo: roubar


uma placa de automóvel, ou então fazer um discurso na porta da fábrica no início do
horário de trabalho. Isso servia para verificar se o indivíduo estava preparado.’5

A participação das mulheres foi extremamente importante na luta armada. Quando buscamos

através da memória quem seriam essas mulheres, nos remetemos a artistas, intelectuais e estudantes,

porém ao fazer uma leitura mais apurada do período, percebemos que mulheres de várias classes

sociais tiveram participação no movimento (operárias, donas de casa, mães e avós de família, etc.). Elas

desempenharam funções as mais variadas como costureiras, motoristas, locatárias de imóveis (para

transformá-los em aparelhos), acolhimento de clandestinos, e ainda atuações em seqüestros,

apropriações, pichações, dentre outras.


No documentário produzido e dirigido por Lúcia Murat “Que bom te ver viva” (1980), temos o

depoimento de algumas mulheres que participaram da luta armada e foram torturadas. È importante

salientarmos que na grande maioria dos depoimentos essas mulheres evidenciara, como benesse a

questão da maternidade, ou seja, como foi importante para algumas terem filhos, seja no cárcere ou

depois de serem libertadas, como no depoimento de Criméia, no qual coloca como o nascimento do

filho era extremamente importante, simbolizando que enquanto um companheiro tombava, um outro

surgia, bem à vista dos opressores.

Ressaltamos que de um lado temos exemplos como de Criméia, de outro várias mulheres

decidiram pelo aborto, pois ter filhos e participar de um movimento como o da luta armada pareciam

tarefas inconciliáveis. Como a esquerda, as mulheres também estavam divididas entre ter ou não filhos.

No depoimento do filho de Criméia é notório como a criança se sente responsável na continuação da

luta.

Ainda com relação ao perfil da esquerda armada, um tema que resgata um pouco de sua dimensão

ética e moral é o justiçamento, e execução capital como ato de justiça revolucionária.

A violência revolucionária não poderia ser um fim em si mesma. Não poderia ser absoluta e

incondicionada. Os revolucionários praticavam a violência não somente dentro de certas condições

políticas, mas também conforme os princípios de um código de ética que visava preservá-los da

“corrupção moral”.

Assim, justiçavam-se inimigos e justiçava-se também companheiros acusados de traição. Houve

justiçamentos por suposição de intenção, por delação efetiva e por traição. Muitos dirigentes, como o

próprio Lamarca, condenavam o justiçamento, mas o enxergavam como necessário para a preservação

moral dos militantes.

A tortura tem sido temática bastante discutida no período posterior à ditadura. È comum

encontrarmos na mídia reportagens que tratem do tema. Vera Silvia Magalhães na citada entrevista, em

relação à tortura diz:


‘A tortura é uma razão de Estado, sempre foi. È uma política de Estado.
No filme, nos deparamos com o torturador imediato, mas no livro de Fernando
Gabeira [O que é isso companheiro?] surgem as Forças Armadas como uma força
que defendia o país matando aqueles jovens, torturando. Nesse sentido, o que deve
ser questionado é não apenas o torturador imediato, mas a política de Estado que
causa malefícios físicos e psicológicos.’6

Destacamos que dentro dos órgãos repressores, além do torturador, a presença de médicos era um

constante, pois não era interessante executar o preso político, por seu valor informativo e também

exemplar aos possíveis futuros “terroristas”. Dentre as diversas formas de tortura praticadas

destacamos:

· Pau de arara;

· “Pimentinha” (caixa geradora de eletricidade com baixa voltagem e alta amperagem);

· Afogamentos de diversas maneiras;

· “Cadeira do dragão” (cadeira onde esticava-se as pernas do torturado, além de submetê-lo a

choques;

· “Geladeira” (consistia em manter o torturado nu ou seminu em ambiente de baixíssima

temperatura;

· Tortura com insetos e animais, onde o torturado era deixado em cubículos na companhia de

ratos, cobras e largatixas, ou introduzia-se inseto ou animais em diversas partes do corpo,

principalmente ânus e vagina;

· Palmatória;

· Enforcamento e esticamento do corpo;

· Torturas sexuais;

· “Churrasquinho” que consistia em acender álcool sob o corpo ou aplicar papel retorcido no ânus

da vítima presa no pau de arara e incendiá-lo.

Ressaltamos que vários anos após o término da ditadura militar, no documentário “Que Bom te

ver viva” várias presas políticas narram o pavor ao ver insetos: como baratas ou animais como ratos e
lagartixas, sendo que estes foram muito utilizados nas torturas. As mulheres eram torturadas mesmo

estando grávidas. Os torturadores, normalmente, tinham conhecimento da gravidez e ainda assim

continuavam as sessões de tortura. No livro Brasil Nunca Mais, há vários depoimentos relatando os

procedimentos da tortura e suas conseqüências ulteriores, como no caso de Frei Tito, que suicidou

quatro anos após sua prisão, na França, em decorrência das debilidade psico-emocionais causadas pelo

período de tortura.

A bancária Inês Etiene Romeu, 29 anos, denunciou:

[...] ‘A qualquer hora do dia ou da noite sofria agressões físicas e


morais. “Márcio” invadia minha cela para “examinar” meu ânus e verificar se
“camarão” havia praticado sodomia comigo. Este mesmo “Márcio” obrigou-me a
segurar seu pênis, enquanto se contorcia obscenamente. Durante este período fui
estuprada duas vezes por “camarão” e era obrigada a limpar a cozinha
completamente nua, ouvindo gracejos e obscenidade, os mais grosseiros’.7

O Código Penal Brasileiro é de 1940 e considera o estupro como crime hediondo, ou seja

inafiançável, porém foi ferramenta extremamente utilizada pelos órgãos repressores visando conseguir

informações junto às presas e presos políticos. No livro Mulheres que foram às luta armada temos o

depoimento de Áurea Moretti que segundo o autor ainda treme de ódio ao relembrar determinadas

cenas:

‘Os soldados vinham na grade e gritavam: ”Boneca terrorista”. Diziam


que iam jogar dados para saber qual seria o primeiro da fila .Uma noite, desmaiada
de cansaço e de pau de arara, eu dormi na cela. De repente, no escuro, um tropel na
escada, uma gritalhada dentro do quartel. Já acordei com eles invadindo,
arrebentando, xingando, um já dando chute, outro me amarrando com a corda. Me
levaram escada acima. Era a operação bandeirantes que tinha chegado no pedaço.
E já tinha uns caras passando a mão no meu corpo, dizendo que iam casar comigo.
Um deles virou meu noivo. ”Não, você não, quem vai casar com ela sou eu.” Me
agarrou.
Era uma cena louca, um corredor cheio de soldados dos dois lados, eu
passando com aquele bando. O cara agarrado em mim falou “eu vou casar com ela”
e de repente eles começaram a cantarolar a marcha nupcial[...] e eu passando de
noiva do torturador para ser estuprada na sala de torturas, lá em cima. È todo um
terrorismo. Ele me agarrando, ele e os outros, avançando, passando a mão, pegando
mesmo. Nos seios, nas coxas, tudo pra eu acreditar que lá em cima seria o estupro.
[...] Essa coisa de ameaça sexual era permanente – e pra mim isso aí não tem
perdão.’8

Destacamos que mulheres religiosas também sofreram violência sexual Áurea Moretti foi presa em
Ribeirão Preto –SP juntamente com madre Maurina, no depoimento de Áurea sobre o estupro da
religiosa:

‘Eu tenho evidências, mas não tenho provas. Ela nunca me falou
claramente. Quem dizia isso eram eles. Tinha um militar de Pirassununga, um louro
de olho azul que tirava a gente da cela à noite e ficava torturando. Uma madrugada
ele foi buscá-la. Ela sozinha. Ele bebia, talvez se drogasse, ficava com o
comportamento todo alterado e levou ela. Uma noite ela voltou chorando, dizendo
que ele trancou a sala com ela e que um soldado que ia na missa era amigo dela
veio, abriu a porta. E ficou ali, atrapalhando. Ficou entrando e saindo, e esse
capitão xingando ele. Numa outra noite aconteceu a mesma coisa. Na volta pra cela
ela só chorava, não falava nada’.9

Em “Que bom te ver viva” temos o depoimento de Rosalina, onde é colocado que o que estava

em jogo era a desetruturação do indivíduo, uma espécie de punição pela rebeldia de ir contra a

autoridade dos militares e não a informação em si A relação com os torturadores é narrada por Rosalina

de maneira muito objetiva, no sentido de demonstrar o grau de impunidade, da impotência vivida no

período. Ela cita um momento em que pediu ao torturador que a matasse, pois já não mais aguentava e

este lhe disse que não a mataria, que tinha como objetivo lhe torturar o quanto quisesse e somente a

mataria se assim o desejasse. Este depoimento nos demonstra o poder exercido pelo governo.

No depoimento de Rosalina é colocado que “ a tortura é uma coisa que é feia , que é pouco épica,

que não é heróica As pessoas têm medo de se aproximar, têm medo de pegar essa bandeira, então essa

bandeira ficou com as famílias, ficou com os torturados. Que ficam de certa forma meio isolados, meio

que com jeito de bruxa, de caça às bruxas., daqueles caçadores nazistas e a gente fica querendo se

identificar com isso e é uma luta manter a denúncia”

O Brasil do pós 64 não é modelo único desse tipo de violência. São vários os momentos

históricos e diversas sociedades que praticam em tempo de guerra o estupro. Humilhar o outro homem,

o inimigo através das mulheres? No livro Sexualidade Violentada – Uma tentativa de destruição temos

que:
‘Relatório afirma que violações em massa fazem parte da ‘limpeza
étnica’ na Bósnia.
Tropas servias na Bósnia estupraram cerca de 20 mil mulheres
muçulmanas, como parte da campanha para aterrorizar e expulsar populações não-
sérvias, afirma relatório de investigadores da Comunidade Européia (CE) divulgado
ontem em Genebra (Suíça). Segundo o documento, “o estupro foi e continua sendo
utilizado para implementar a política de limpeza étnica, fazendo com que civis fujam
de suas casas com a chegada de tropas invasoras.[...] A equipe de investigadores
esteve na Croácia por cinco dias no final de dezembro, recolhendo depoimentos de
muçulmanas que fugiram da Bósnia. O documento estima em 20 mil o número de
vítimas, “a maioria sem dúvida de mulheres muçulmanas. Mas há também relatos
impressionantes de estupros de sérvias e croatas, assim como abuso de homens nos
campos de prisioneiros.’
Muito dos estupros são cometidos de formas ‘especialmente sádicas’, diz
o relatório, para infligir o máximo de humilhação: filhas são violadas diante dos
pais, mães diante dos filhos e mulheres diante dos maridos.
A delegação viu documentos sérvios que demonstram que os estupros
fazem parte de uma ‘estratégia expansionista’ diz o relatório. O governo da
Iugoslávia (Sérvia e Montenegro) afirmou que as denúncias não foram verificadas
com isenção.
Disse que estupros em massa também são cometidos contra sérvias na
Bósnia sem serem condenados’.10

Segundo o site www.globo.com/noticias/arquivo/mundo/20010222/4u/jsd.htm no dia 22/02/2001

“Sérvios-bósnios são condenados por estupros”.

‘Três ex-comandantes sérvio-bósnios foram condenados hoje no Tribunal


Internacional de Haia pelo estupro e tortura de mulheres e meninas bósnias em
1992. Eles foram condenados a penas que variam de 12 a 28 anos de prisão.
Esta foi a primeira vez que o Tribunal Internacional julgou acusações de
estupro como crime contra a humanidade’.

Esse trabalho visa mostrar como a violência pode ser justificada pelos governos em tempos de

guerra. No caso da luta armada no Brasil observamos que mesmo o Código Penal classificando o

estupro como crime hediondo com a imposição do Ato Institucional n.º 5 o governo estava amparado

para cometer todas as atrocidades possíveis em nome da manutenção da ordem.

O projeto de Anistia era amplo, geral e irrestrito, ou seja, tanto torturados quanto

torturadores foram anistiados. O Rio de Janeiro, uma das cidades onde a tortura foi largamente

utilizada, traz hoje em seus postos de confiança do governo do Estado antigos torturadores,
sendo esta prática regra e não exceção. O Secretário de Segurança Pública do Estado, Coronel

Josias Quintal, por exemplo, foi membro do DOI-CODI durante o regime.

É intrigante a postura destes homens defendendo seus atos durante o regime. Davi dos

Santos Araújo, o Capitão Lisboa, ao ser indagado sobre qual a situação atual dos torturadores do

regime, diz que os mesmos são “um bando de infelizes”. Eis um trecho da entrevista, onde dá a

sua explicação para tal infelicidade:

[...] ‘Praga de terrorista deve ser muito pior do que praga de bandido
comum. Ë muito estranho. Se você pegar a ficha de um por um, profissionalmente,
nunca foram nada, como eu. Os do Exército nunca chegaram ao generalato. Nem um
único. O Ustra fez todos os cursos do Exército em primeiro lugar. O Ustra nasceu
para ser general da ativa. Fez tudo direitinho, tudo certinho. Um homem íntegro,
limpo. Na antevéspera – olha só o destino desse homem – na antevéspera de ser
promovido a general-de-brigada acontecem duas desgraças na vida dele. A primeira
foi aquela solenidade em Montevidéu, onde a deputada federal Bete Mendes, dedo
em riste, a apontou como torturador. Ela foi recolhido para Brasília. Na mesma
antevéspera o Ustra fez o que nunca tinha feito na vida. Veste uma camisa da UDR,
sai na rua e é fotografado pelo serviço reservado. Ele se aposenta. Azar! Azar! O
Ustra não tem um metro quadrado, de terra, não é fazendeiro, não tem sítio, chácara
nada. A troco de que Deus permitiu que ele enfiasse aquela camiseta da UDR e fosse
lá pro comício da UDR, e lá aparece um filho da puta que diz: ‘Pô, aquele não é
fazendeiro, nem peão de fazenda, aquele é o Comandante do DOI-CODI’ Nós vamos
promover esse homem a general? Não! de todos nós ele era o único que seria
promovido a general. E não foi por causa da acusação da Bete Mendes. Está aí um
outro, o Laertes Aparecido Calandra (NA: delegado de polícia civil de São Paulo,
incluído na lista dos torturadores com o nome de ‘Capitão Ubirajara’), um homem
que só trabalha, não tem um ato de corrupção’.11

Percebemos nesta parte do depoimento que não existe arrependimento por parte do

torturador. As únicas lamentações estão relacionadas à questão econômica destes homens.

Procuramos em nossa análise, primeiramente, evidenciar um possível perfil da esquerda brasileira

durante a ditadura dos anos 60 e 70, abordando em especial a parcela da esquerda envolvida no conflito

armado, ou seja: que optou pela guerrilha para combater o regime opressor. Dessa maneira, foi

evidenciada a inexistência de uma esquerda una e homogênea, composta, pelo contrário, por diversos

grupos que, em muitos casos, guardavam poucas semelhanças e muitas divergências entre si.
A luta armada foi a alternativa encontrada por diversos militantes que vislumbraram uma falta de

perspectiva de lutar pelos canais legais. Até 1974, esta perspectiva esteve no centro das preocupações

do aparato repressivo. A partir deste ano, como as guerrilhas já estivessem praticamente aniquiladas, a

esquerda que optou pela resistência democrática, passou a ocupar este lugar.

Embora seja um momento muito importante na trajetória dos movimentos de oposição, a

experiência da luta armada não pode ser tomada de maneira idílica, como se fosse destituída de

contradições, limites, enfim, como se aqueles que optaram armas não pudessem ser criticados. Tal qual

os outros momentos importantes da história, eventos como a Guerrilha do Araguaia não podem ser

sacralizados.

Da mesma forma, os guerrilheiros não foram “mais militantes” do que alguém que optou por

criticar o regime fazendo uso da arte. Foram pessoas que acreditaram numa dada perspectiva de

contestação ao golpe militar, por vezes conscientes do preço que poderiam ter de pagar. Esta

consciência, todavia, de forma e maneira alguma serve como atenuante ou de justificativa para as

atrocidades do aparelho repressor.


Notas

1
Graduanda em História pela Universidade Federal de Uberlândia sob a orientação da Profª Drª Vera Lúcia Puga de Sousa e
integrante do GT de Violência do Instituto de História.
2
SOUZA, Herbert José de. “Entrevistas” In: Memórias do Exílio. São Paulo: Livramento, 1976, p.80.
3
Este assunto é discutido no livro: RIDENTI, Marcelo. Em Busca do Povo Brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2000.
4
SOUZA, Herbert José de. Op. cit., p.87.
5
PATRIOTA, Rosangela. “Vera Silvia Magalhães: Estrangeira em seu próprio país” In: Revista Cultura Vozes, Vol. 92, nº
01. Petrópolis: Vozes, 1998. pp.105.
6
PATRIOTA, Rosangela. Op. Cit. pp.108.
7
BRASIL NUNCA MAIS. Arquidiocese de São Paulo: Editora Vozes, 1985 p.47.
8
CARVALHO, Luiz Maklouf. Mulheres que foram à luta armada. São Paulo: Globo, 1998 pp.94.
9
Ibidem. pp.97.
10
VERARDO, Maria Tereza. Sexualidade Violentada - Uma tentativa de destruição. São Paulo: O nome da Rosa, 2000.
pp.13 e 14.
11
CARVALHO, Luiz Maklouf. Op. Cit., pp. 315.

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