Anda di halaman 1dari 17
A problematica da identidade cultural nos museus: de objetivo (de acao) a objeto (de conhecimento)* Ulpiano T. Bezerra de Meneses Diretor do MP/Universidade de Si0 Paulo enlidode: ume nogéo problematica No Decloragdo de Palticas Culurais de 1982, 00 México, ofirma: vo a UNESCO: “Cada euro terest un cveron nica wemolozobe de valores, puesto ave los 'kioresy ls de exon se code palo ve conser ons merere mos ‘lec de domostr su presencia on el mtd. Por elo misno, ealmocion do fo opt ides conte oo hberacen de ox seb, Fro convo ‘vcs fama de dominion contiye une nagacion 9 impimens pore olcon set deka idersdod! pd umn: 1003371 No mundo das museus, decloragdes como essa titham laigo curso € imediota aplicaséo. Com eleito, desde a décado de 60 que se estove procurando resgatar um passado de fungoes homologatévias e conservodoras © © tema da identidade cultural aporecio come rola copoz de conduzit os museus, com seguranca, ao porto almejado. Um dos documentos do ICOM/Conselho Iniernacional de Museus, de alguns onos mais tarde (Buenos Aires, 1986) mostic « cenalidade do problema da identidade cultural, para preerchet os responsabildades que © musev ossime, como flor de transfor mmagéo social “Su Fincién 90 lita yo on konsnite un mensaje oil para une oudiencio } cemato, sino que debe cenhoise en poner lo pebioién local en eonloca cans pro fo historia, Sus odeenes y voles. Pos madio de enor atvides el munco Com ‘Anais do Museu Pasta Nova Série N#1 1993 +0 nicleo deste fextoy mas rede 0'e sem spurato won uate att Seas un reigho ria me 207 i 208 tbuye 0 que lo conuridad toe concerca dew proprio idenidod ve gerech inet ke ido entrseads po: osores Se eden slic serch weal oon ie bo ido dade bop opm do como ole wbonco oped isumenes 1993.39) A eleicao da identidade cultural como um dos objetivos fundamen: fois que 0 museu deverio perseguir reforcando idenidades fages, consol cs cn, recone cde, psp 0 anos ad ln 2 que o questio fosse sempre acilticamenie considerada ¢ que trabalhar ol) identidades(s) se Wonsformasse numa polavra de ordem. £ verdade que o cardter seletivo da \antdeds era ds vezes reconhecido (como ocorre na. ia continvagéa do thine documento ansciol, mos sya aero, enqon Eenémeno social, era simplesmenla ignorade, Bal Conselronee ¢ klemidae como uo subsincie, quinesséacia de volores © qualidade pric postivas, imunes a qualquer crivo. E 0 museu como seu santudrio. Néo hd como negar que, enguanlo acdo politica, tois postures ixarom um solo postive. No ertorl, 16 8 mois ue hora de oproendar © Conhecimento do fendmeno do idenidade llazendo opelo 8 coninigao dos iéncias sociois, principalmente do Psicologia Socio! e da Antiopolagial o fim de evilor a: inbmeros descominhos que sua desconsideragdo provocov a0 dominio do potiménio cull, em geral, @ dos musous, em particular. Convém comegar, pocém, pelo exome de algunas conctacdes ef molégicas da expresséo. ‘iz da polowa identdade & expressva. O grego idos se relere © “mesmo”, “si proprio’, "privado". O detwado “idioia", por exemplo, indica @ cuinessénca do mesmidode, a impossbildade de um indviduo compreende 0 «que se pasta fora do quintol de sua oxperiéncio privada Em conteqiéneio, a identdade pressupde, onies de mois nado, semelhanges consigo mesmo, como condicdo de vida biclogica, psiquico & social. Ela tem o ver mais com os processos de reconhecimento do que de cor rhecimento, Assim, 0: conleldos novos no s60 focimenle cbsordes quando a identidede esié'em causa, pois 0 novo representa, ci, desconiuidade do teferencial, logo, ameara, isco. Do riimo lepeligos), Go contro, decore sempre segutensa: os batimentos cardiacos compassados, a cicula¢d0 normal, © posto regular et, conespondem @ sais wanaulizadoes, que qualquer die- tagdo compromete. E. Zerubavel {1989} ao eucior 2 necessidade psicc € Social das alternancios constantes, chegou a curhar o expresso homo vythmt cus. A Psi ja Social tem ressallado nos fendmenos ‘oe fepresentacdes so- i 0 pope “Jeteminante do “ancorayen® mocenaave sue petite @ incorpor raséo do novo por ervaizslo em algum conleddo previamente domino e do ‘qual ele parecerio ser openas um prolongomerto [cl Moscow 1990, jodeet 1989). ‘Aids, @ socilizardo, entendida como forna de ctr identdodes sociais dos individues, & que’ garante a reproducéo do esta social {Cook Gumperz. 1983:123). For estas taz6es todos, o afimacdo de idantidade esté vinculada 0 necessidades de reforgo, Com isso manifestase inquestionavelmente suc caroc: letisico tendéncio conservadora, Alem do mais & preciso solientar seus compromissos na construgio de imagens, compo férl poro a moblizacéo ideolégica e as fungoes de legit macdo em que determinadas préticas oblém aceitogso social, Assim, p.ex. o idenidade pessool é indispensével como suporte de slats. A imagem qué o individuo foz. de si mesmo seré utlizodo para jusificor ou teclamar uma Cerio patho de dries ¢ cbrgacdes. Por iso, ela 36 lee eicdcia so ober comes idacdo externa, s hoyver aceitagdo social. Assim, no “apresentagdo do ev", (5 pestous,"negociam” ou se acomodm és circurskincias sociais, nesse Ihe tum munch que Goffman (1971) 130 bem carocierizau. Com maior zee 6 identidade sociol depende das imagens consividos de forma o osseguiar © indispensével endosso da sociedade (Weinreich 1983}. Da’ 0 tendéncia de tals imagens (porticulormente no caso das ident dades nacionais) excomotearem o diversidade e, sobretudo, as contadicoss 05 conflios, as hiewiquias, tudo mascarondo pela homogeneizacdo posterior € por uma’ hormonia cosmética. Observers, pois, como ela pode facimene setvir para climentar as estroiégias de dominagdo © desempenhor fungdes ‘nestésicas (cf. Oriz, 1985; Queiroz 1989) fm sumo, a visdo simplista com que se tem lratado no compo cultural © quesido de identidade encobre graves problemas, que & preciso azer 6 fono. Identidade, semelhanga, diferenca Se a identidade tem como foco a semelhango, ela produz, em con trapartide, a diferenca: a afiemagdo de semelhanca recessita da ‘oposigao do que nd0 é semelhonie. Frederik Barth (968), por exemplo, explore nessa inka Srconcelo de “idenidade corrosive” Em convocence, g Wanidace trcora mente néo apenos deriva dos difetencas, mos precisa explcitlas e exarceba los © semelhante & inolenswo, indeug & 0 lerenia ue oncens teeo nee be, Asin a dere et bse do oso: on saan danocten iearquizagses soca. Em outos polowos, noo se preciso os dicrencos ap nas pata firs de conhecimonts, mos pare kiniemeaion ceteoes privlégios: “tepreserioion cf oherness patios in the prodkctcn and cepeducion of sil inoaliy. The coe of Gras re Haetchea cstcc” Pore 19ST SON) Em sumo, identidade e poder no se dissociom. ‘Guolgver rapido olhor sobre o situogée mundial conlemporénea confirma esta imporidncia de omeaca e dos conflitos de interesse no ‘agucamemlo e no suigimento/tessurgimento da identidade. Nao s30 oultas 0: voriéveis presentes em reas de conffonio, de matiz nica potente: Pals Basco, Wlonda do Notle, Oriente Médio, exlugoslévia, exUniGo Sovistica @ assim por dionte ~ lem do renascimento, inclusive entte nds, dos separatismes, racismos e esiigmatizacées culluris, 209 210 Identidade e dindmica sécioculiural A idenidode ndo & uma esséncia, um ceferencial fx0, apriovistic, ‘eivndcogses Go socecode, qua 0 testodo e seus supories. Essa operacdo impoe que se eliminem os divessidades e tensbes e que se reduzo toda uma fealidade complexa e dindmice o um referer ial fio, simples, dotodo da capocidade de copiar elgo como uma subsiéncia Beymonente. ‘uma esséncia imune a mudancas € we, ‘se lorna visivel no “fipica”. io reicasto dex cbjeos, su0 cosiicagbo, lochizovso. io € cose © itgbo de que eles & que se relacionam uns com os outtos & exptimem contecdos [rps cna os do sociedodes e gupos cos menclarses @ que os po Suzen, mablizam e hes do senido “Sempre om olerozso corsone, No muse 0 isco 6 que una exposicao, pr exommlo, se lonsferme em optesen tag50 de coivs, das quais se podent inom porodigmos de volores pore os ‘comportomenios’ humonos e do no discussde ‘de como os comportementos fumonos produzem © villzom coisos com os quois eles propos se explcom Com’o agrovante de que 0 tipco, acaba, Hociimente, lonsiormedo em tesoredip [ch Ames 1986)" gorodo, sempre no slo. de una recto de fogas feo ‘um exemplo iustativo, sobre 0 “picamente nordeslino", ver Penno Balonco intermediério ra, tudo 0 que veio exposio até oqui paderia parecer um libelo conta 08 processos de identidade e, em poriculay, conta sua presenga negat- ve ro campo dos muses, No enlano, © que se quis reso fl apenas © caréler problemético dos quesibes da idenidade, corBter de que o musev ainda no femou consciéncia profunda, mormente not implicardes para as proicas museolégicas. Nao é possivel minimizor a necessidode dos processos de iden- dode, que constituem, como se disse 0 inicio, requisilo essencial de vido bioligico, psiquico e Social. Todavia, os miliplds dimensdes do fendmeno que nao podem ser perdidas de vista Em outras polawas, o que se deve propor & que os museus tenham sempre © cbiigaleriomenta ume pasta critic em relacao 8 prablemstica do idenidade. ‘Museus e identidade: premissas para una postura eitica Sem 0 posture exfica, portanto, focilmente os museus se deixariom ‘embaragar numa rede ideolégica. Conviria, consequentemente, refletir melhor sobre olguns t6picos aptos a ofientar esse esforco de andlise e entendimento, Numa 'ipoogio suméria, podemse distinguir 1s niveis principois de ‘amplitude no ctuacéo dos museus: 6 universal, 0 nocional & o local/regional primeito, por cero, se apreseaio como distante do vies ideckégico da ident dode. Ito, porém, estélonge de ser verdadeito, emboro, no caso, tl vies seo \ menos articulado © aporene. Aids, bosla examina’ alguns dos grandes museus do especie (love, Briish Museum, Dahlem, Mettopolion ..) para eoncluie que © propria prelensdo 6 universaidade ¢ [6 um sinfoma de elnocentismo, Este madelo enciclopédico. porém. (4 néo é hoje o mais difusa e néo deve ocupar nossa alengéo, cindo Que ele tenho repercussoes imporionies nos museus de ate contemporénea e nos de ciéncia 6 lecnolagia, que postulom uma universal dode de condicso. J@ 0 museu de horizontes nacionais € © que maior risco corre, em particular por sua necessidade de dor conta de ume suposta tololidade, a nagéo. Ocorre, assim, comumente, que ele passe a privilegiar 0 esteredtipo (ver Dundes 1983:250ss.}, por sua capacidade de expressar a quintesséncia do fipico: roupas, climenios, cxmos, ulenslios, objetos domésticos, de oporato e cerimoniais, equipamentos, imagens e sitvagées, tudo se organiza disciplinada- mente @ 0 diversidade openas dé mois cor a0 nlcleo estovel da identidade nacional, Por (4 ter existido no passado, esta deve continuar indefinidamente 300 existéncia. Nos musous histéricos, fal perspectiva objiga a sinleses jd dis | euveis camo forma de conheciments hiseice (Fistone Nocona.) 6 cujo resultado, muitos vezes, equivale ao de enciclopédias ilustradas que dao cordem, forma e senido um universo cadiice e tepidante de contradieses Iver Leon & Rosenzweig, eds. 1989; Schlereth 1992:303-415; Walsh 1992] ‘Ao contiéio, jlgo que seria obsigogéo primordiol de um museu, do forecer 0 “tipico” para consumo, mos condigoes para que se possa enten- 213 de 214 der come, numa sociedade, se constéi a tipicidade, como se formulom nos Givetsos lugares socicis e s¢ orticulam entre si inclusive hierorquicomente) os {nimeros vetoes molericis emblemsticos de objeos, paticas © valores, e como alos contetdos “ipicos” seus suportes 560 utlizados, fyacionom e madam ‘Com thoier 16260, tratamento semehanle deve ser reservado 09s esteredtipos. Convitio, of, recoxter as contibuicdes da Einopsicologie (ef. Kohn $974:261], cvja taela principal & o anélise cilica dos representagées do co” shecimento wlgar, de releréncia nica ov nacional ‘O muse local/regional seria aquele em que os processos de ident dode enconitatiom 0 espaco mais acetavel de exponsdo. Enetario, ado ba @ exclitlos dos tscos. Nao hé, em nossa Sociedade, realidade regior nal/lacal que seja homogénea e€ estética. Dai o perigo: de tais museus Cretcerem popsis. compensatérios de cekigio pora simbolicamente “recuper ‘rem’ uma unidode perdide ou (o que & pior) de espelnos em que narcissico- mente se piocure @'devolucao da imagem que ja tinho sido atvibuida © proprio ~ € que agoto eloma sedutoro, pronla a se roasloxmar qum termémeko Como qual'se made feinocénricomente] toda a realidade. GH. Riviere, 0 grande mentor do museu sociolmente responsével inspirador dos ecomuseus, Sempre chamou @ olengdo para estes desvios, seja do museuieligio, sejo do musew-espelho (cf. Raphaé! & HerbérichMarx 1987:87). ‘Como conclusdo, imporla reileror que ndo cabe aos museus serem pesitirios dos smbolos Hirgicos do, idenidade sogieda dese ov daguele ‘gripe, ©.cujo enibigdo deve induzr fados & aceitacéo social dos valees imal Gados. Cabe, isto sim — jd que ele & 0 espaco ideo! para tonto ~, criar condigées para conhecimento ¢ entendimento do que seja identidade, de como, par gue @ para que ela se comporiimenia e svat compattimentacces se Shrcvlom e confronlom, quais 08 mecanismos e diteydes dos mudoncos © do Que maneio todos esses Tendmenos se expressom por inermédio dos, coisas Moteriais, A formulogao de Hainacd me porece pertinente para indicar_o Grecao daste esloxco: devese Ir ao museus pare interrogar e se interiogar, "60 para buscar respostos jd concluidas. ‘Aidenidade e o prbtica dos museus € preciso faze jsen © reconhecer que, (6 ba algum tempo, muitos dos problemas aqui releridos 1m preocupado os musablogos e aberio varios cominhos de superocéo. Ainda, que parcicis e insulicientes, ndo podem ser desconsiderodos 08 propostes formuladas e experimentados. Valeria. pena ermine olgunes deo ma dos Inhos é a da “desmusedlizacéo" dos acervos. Com esta expressdo sefirome 005 casos mais simples de devolugdo de peras o seus com foxlos onginais femboro lois contexos possom ser tombém miseolégicos|, como 9 retorno polo govelno ilicno & Albénia da estétva da deusa de Butrinto ov © ecambio, 6 Alemanha, de pegas subttoidos por soldados omericanos durante o Lilrime guerra — para citar dois entre muitissimas outros casos (Greenfield 1989; Robinson 1980). Refirome, porém, em especial, 6 reapropriagéo de pecos para usos bo museolbgicos. Assim, em 1976, @ enitega cos Krché, por comodoto, de uma machadinha incorporada desde 1947 és colegdes do Museu Paulisia da USP alendeu a clegagces de sua importancia para ceriménias essenciais no conliguracdo da identidade cultural do grupo. Nos Estados Unidos, Conoda, Ausidio, Nova Zelandla, 1am sido frequents exemplos compordveis: em muitos 0:05, c devolugdo se tefere a despojos funerétios (Hondler 1991; Homé 1981, 1990; Jones 1993, Jones et alii 1993). Tratase de um verdadeira movimento, iniciado hé mais de duos décadas, que tem @ impulsionélo wérias entidodes, oiganizadas: piincipainente nos Estados Unidos e Canadé, como o Noth American Indian Rights Fund, 0 Noth American Indian Museums Association ou 0 Assembly of Fis! Nations Nos Estados Unidos, aliés, os resultados tm sido consideréveis: desde 1978 0 Cédigo de Elica da AAM/American Assocation of Museums incuiy dispostivos telerenies & manipulagao de cbjetos sogrodos e restos ésseos ~disposivos pre- cisados e ampliados posteriormente constanies de paliticas formais. Em | foi promulgodo o The Notive American Giaves Protection and Repatriation Act, cujo enunciado j6 revela bom a amplid6o & propésitos abrongidos. A UNESCO também tem participado destes debates (que, pela sua complexi dade, ficam aqui apenas aponiados) e formulado proposias, como os encam nhadas pela reunido de Atenas, 1991, do Comité Inter smmamental Para a Promogéo do Retono de Bens Cutturais 6 seus Paises de Crigem, ura modolidede & 0 cessao do ocervo e local para caviménios ou shuogbes de prGlicas originals: sivo de usrogdo © execugao de oles religiosos pelos Maori no Hawkes Bay Museum (Nova Zeléndia}, atendendo a todas as ‘egias culos, inclusive a intedigGo da presenca de mulheres e de noMacn rowenta! 199226} Digose de passagem que estos exclusdes ~ previslas, como se disse ‘acima, nos processos de identidade - tm sido objeto de ressalvas. Com ‘olgeao cos mesmos Maori, diz Adrienne Kaeppler (apud Karp & Lavine, orgs. 7 “fee Moors and tha esloge Io be conve separate fom .. oer Poste ‘sods wo mole New Zedord thr hove? Wil mass eo he then Eulvcting rv hinds of ny ond edconng he opolton aba than? Sho fey eho fe pea ce eed ney bv 0 ce ef change?” Estos questoes ndo podem ser levionamente respondidas ~ © ndo hé Propésito, neste texto, em aprofundéslos, Basla mencionor que @ exclusco foi sempre o norma, Talvez 0 exemple mais retumbanie, tivnfalista ~ © sedutor ~ seja 0 do Museu de Aniropologia do México que, apesar de seu coréter nacional, née epenas exilov, obvicmente, os espanhéis conquistadores, mas também os negros @ 0s imigrantes (Garcia Canciin’ 1989:171-2] AA incorporo¢o, pora projetos comuns, de minorios ou represen tontes daqueles grupo que delinem os horizortce @ torom coborlor polos — 218 216 museus, 6 outa linha em cutso. Predomina nos museus antropolégicos, mas est Bresonie tombim en museus de suo riplepia, como os de aie conten poréinea (cf. Korp & lovine, orgs. 1991; Ames 1990) (© Museu Goeldi opreseniou em Belém e no Rio uma exposigtio Kayapé que teve, no responscbiidade de suo arganizazéo, a presenco dos piGptos indigenas, o que determinou marcas furdamento's ~ e posivas ~ no resultado {Oliveira & Hand, orgs. 1992) Desta forma, 16m surgido varias expasicées segundo a dtica do re resentado, como as mostras orgonizadas por Goswomy Karp 1990:21), de atte indiana, e estutvradas segundo © conceito estélco Indiana de rasa (boseo do.na resposto emocional dejo). Doutra parte, hé propostas de sistemolizor os pprérequisitos pora esle reconhecimento, nos muses, do “outio‘como suelo. ‘Ames, por exemplo (1986 e, sobretudo 1990} resslio © imporiéneio de des: fazer certs bindmios redtes, como ore/areate,passodo/ presente e skim por diante Estos experiéncios se tém multiplcado em varios partes do mundo, De certa forma, o projelo dos ecomuseus se insere nesta verlenle ~ embora por vezes difculada pelo conceitiora0 do que seja 0 “comunidade"que €, 00 mesmo tempo, objeto sujeilo do museu [Para uma coractetizagéo geral, ver Hudson 1992} Uma terceira verede procura levar &s shimos conseqiéncias 0 debate rele ao “deo & Hiri". A quen peene a Hito# Guom exe timamente copaciiado para produzia e ulizélo? J6 se v8 que @ quesiéo de ‘itd @ © conrole do unierso do sentdo: preblome de atone) polite cone que os museus ndo podem deixar de encorar de face (ver Handler 1991 ‘Meneses 1993; Messenger, org., 1989; Gathercole & Lowenthal 1990; Layton 1989, McBride, og. 1985} Nesso diica € que minorias “documentadas" em museus passoram a crigit que no 36 0 formosdo de colerbes e © organizocso de exposicoes & ‘uttas otividades contassem com a assessatia e colaboragdo de seus represen: fonies, mas que toda gesido insitucional fasse de suo exclusiva responsobil dade. Dai a distingdo que comeca a operarse Ip. ex., nos Estados Unidos, Canadé, Ausiélio, et.) erie museus ontiopologicos e musous éinicos. Todas esias ciornaivas sao muilo omplas e de graves consequéncias para serem discufidas sumoriomente, aqui. timitome apenas a opontar questées ue necessiaréo de urgente aprofundomento e estudo sislematico, Em primeito lugor, € preciso reconhecer que elos expressam soudevesrehincasdes pica © com is, oceivom a dimerséo socal do mmuseu, piojetando liz sobre quesiées que petmaneceram durante muito lempo numa injusificével inconsciéncia. Contudo, s efeitos coloterais podem ser 160 danasos quanto os do mal que se queria comboter: as experiéncias acima lem bradas no s6o eficazes para resolver, no museu, 0 inevikevel confonto com 0 ‘outro’, © conhecimenio € a aceitocdo da alieridade, embora removam algo: mas formas tepressoras da clteridade. Lowenthal (1952) abservou que, desejando superar o elismo, muitas vezes o+ mureus coitam no populisino © no paternalisma. A necessiria ontesiogdio do saber ecadémico que se apresente como o Unico objetivo € Inocvel nao pede rxumirse 00 polo posto fe, 90 final dos cons, equa: lento] de monopolizar como defini © saber subjetv, interno oos grupos’ pro- estos como a (nica instincie vélide pare dizer {todas} os coisas perinentos Sobre si mesmo fver, para discusséo sobre “clhar interno” © o ‘olhot exieino™, Augé 1989) Convitia, poro finalizor, fentor uma aproximagéo no debate destas cusses pina: aos muss com agile que fi, lovrodos nas dis ciplnas afins, em particular @ Histo @ © Antropologia, quanto & producso. conhecimenio, Anal, 0 problema do conhecimenio & curol em onbbor ot con lextos e deslocar 0 foco de interesse, de sua nolureza e fundomentos inlemnos, to Ce sus legtnoe fame, @ esses © argumento de avcncode Org, & necessario combater todo pretensdo © monopalio toda Wicla sobre 6 onhecimenta, seja do vencedor ou do vencido, da minoria eu da moioria, do observador 04 do obse-vado. ‘A Histéria comesou 9 preocuparse tardiomente com 0 problema do “ouro", que & 0 foco destos discussdes. Hoje, todovia, a disposicgo de dor voz ads silenles e excluidos tem provocada uma fragmentacso generalizodo, ue conte 0 risco de alomizar © campo da disciplina, Sao inommeros os vo fianies tematicos @ metodolégicos: Hislério “visa por boise”, Mictohistino Histério Antiopolégica, Histéria do cotdiano, Histério Oral, Hisiosio das mr: Ihetes, das criangos, elc. etc. ele. [para um panorama, ver Burke 1991} Excluidos os fruos dos modismos € 0 oconéncio de descompromissos com o insubsivivel dioleica entre as macro e as micioestuiuras, é evidenie 0 benef cio que esta intodusio da dimensdo de “experiencia vivide" ttouxe oo co hecimerta histo. No entanio, nenhuma justficative hoveria, por iss0, pora imaginar ue © popel do historiador fosse, openas, o de providencior desepticamente canals pa'a a fel expressao dos agentes do Histo fogoro nos dots sentidos, de processo e operas cognitval. Seria confundir o dado com o informagéo nivel puramente empirico, que necesstrio de processamento adequad> pore transformorse em conhecimento. Por outro lado, Se tal conhecimenio, que no objetivo, também do for iniersubjetivo, mos permanecer mergulhodo na subje tividode, escoporia © qualquer avaliacdo erica ~ 0 nica garontia de vai close, Fara eas queer & oda memétio ue, pels meiner mavagoes sociais [e poliicos) [6 se props como equivalente & Hisléria. Hoje, porece-me ceto quo Historio nd deva sero dupl ceca de memo’ hacia G0 posta abandonar svc fungGo critica e meméria precise ser tretodo como objeto do Histxia (Meneses 1992) ‘A Aniropologia, por trator de um “outo” predominaniemente vivo, tem contibuigGo page fazer (cf. Segalen org. 1989). E fundamental o concepgdo de texto einogrélico lo comparével, em nosso dominio, seria © exposigdo museolégical, velor de representacdes culurais de cordler contin gente, histérico e sujeto a contastagdo [Cifford & Marcus 1986}. Deslocese, assim, © parodigma da observagdo para 0 da interacéo {intdocutionary sivaton’, no teiminolagro de Austin] © "cute" NGO € const 217 218 do independentemente do “eu'e vice-versa: “the other is other becouse s/he is focalized by the self ofthe observer” [van Alphen 1991: 15). Parolelamente, no terreno museolégico, Edwina Taborsky {1990), examinando os limitacdes do poradigme observacional do conhecimento, propée © predomindncic do abjeto discursivo pare © orgonizagao dos eruncia dos que 0 museu produz, no exposicGo. Esta visG0 de que o conhecimento se consir6i, ndo previamente circunscrito, fechado, mas na interacso observador/objelo, & prenhe de implicagdes de toda oxdem e, por isto, ext6 0 exigirotencéo @ esiudo, A Museogratia, com efeio, se enconte desprepaade pata responder, ja, o fas exigncias (Meneses 1993} 3s problemas aqui apontados, ao invés de encentarem 0 discusséo opens abrem novas fenles. Por iso, € que lem senfide encertar ext texto ope ras salientando duos questées seminais, que encaminho pore @ nocesario © gente relexéo ainda por fazer ‘A primeita diz respeito a0 cardier contiagente que deve ossumit @ exposicgo, fal como una monogiai, em que estio & méo do leit todos as, Carlos que 0 ovlorutlizou ~ € que poder6o ser, assim ovaliadas. Como into- duzir museogroficomente tol posture? Como, com os préprios senidos que a exposigdo prope, exibir museograficamente o processo de sua producéo? ‘A segunda quesido. 0 perspectva discusiva acima epontade como converiente 4 exposicé implica que a problemética da idenidade e do alert dade “should not focus onthe intinsic chorocersics of @ culo atefoct, but on the interocutionary sivotion in which such an object receives its meaning” {von Alphen 1991:5]. Coma se instivi, enido, museogialicomente, esla intorosao discutsiva ~ 160 mais fr do que os padiSes usvais de exposigao ineratve, nO modelo “hands on’, com seus compromissos, em geval, de pure moticidade? ospsiit 27 C22, 2ulO, resenase a dmerséo cca do muse, ho presigiado om nosios dios ~ mas sem © qual so compromete lod response bilidade soci. Imagino, por tudo iss0, que © museu deva abandonar como excls sivos seja 0 modelo da torte de matfim da Academia, seja 0 da tincheira de miliincia. A imagem mais adequada, penso, seria a da Tore de Observacéo (o “Outlook Tower” do Potrick Geddes}, plontade no coragéo do cidode, solidaria como ela, mos capaz de permit exomind eriicamente, como um todo @ em suas partes juno das quais @ propria tore}, nas suas contadicoes & descontinuidades, nos seus corfitas @ eivindicagdes divergentes, no sva perme: nent dinémica Somente assim @ ofirmagdo da identidade, aindo que geradora da iferenca, deixaré de municiar auiomaticaments as esralegias da dominacéa BIBUOGRAFIA ABELES, Mare. Le loca a recherche du temps pert, Dialectiques, Paris 31- 1980 12,39, Ochre ABRANCHES, Henrique. Musées et recherche d'une identité culturelle. 1983, In: ICOM'83. Londres, ICOM/UK. AMES, Michael M. Cultural empowerment and museums. In: PEARCE, Susan 3990 M. ed. Objects of knowledge. London, Athlone: 158-173 (New Research in Museum Studies, 0. AMES, Michael M. How anthropologists stereotype other people. In. 1986 ‘Museums, the public and Anthropology. Vancouver, University Of British Columbia Press:38-47. AUGE, Marc. Lautre proche. In: SEGALEN, M. (org). Lautre et le semblable. 1989 Paris, Presses dus CNRS:19-33, BARTH, Frederik. Los grupos éinicos y sus fronteras. México, Fondo de 1968 Cultura Econémica BOYLAN, Patrick. Museums and cultural identity. Museums Journal, 1990 London:29-32, 90 (10) October. BURKE, Peter. (org.) A Escrita da Historia. Novas Perspectivas, 1992 UNESP. Sio Paulo, Ed CARVALHO, Edgard de Assis. Identidade ¢ etnicidade € questio nacional. In: 1983 Anais do I Encontro Interdisciplinar sobre Identidade. $0 Paulo, PUC/SP (Bol. do Grupo de Pesquisa sobre Identidade Social, 2, nov.) CHESKO, Sergei. Problemas etnopoliticos recientes en la ex-URSS, In: HIDAL 1992 GO, Cecilia & TAMAGNO, Lilian, orgs., Etnicidad e Identidad. Buenos Aires, Centro Editorial de América Latina. CLIFFORD, James, Objects and selves — an afterword. In: STOCKING, Jr. 1985 George W., ed., Essays on museums and material cultire Madison, The University of Wisconsin Press: 236-244. COOK-GUMPERZ, Jenny, Socialization, social identity and discourse. Ja: 1983 JACOBSON-WIDDING, ed., 1983: 123-133, CORBEY, Raymond & LEERSSEN. Joep, eds,, Alterity, identity, image. Selues 1991 ‘and Others in society and scholarship. Amsterdam, Rodopi. DUNDES, Alan.Defining identity through folclore. In: JACOBSON-WIDDING, 1983 ced, 1983:235-261, 219 rE 220 ERIKSON, Erik H. Identity and the life cycle. A re-issue. New York, Norton & 1980 Co. GARCIA CANCLINI, Néstor. Culturas bibridas. Estrategtas para entrar y 1989 salir de la moderntdad. México, Grijalbo. GATEHRCOLE, P. & LOWENTHAL, D.,eds. The politics of the past. London, 1990 Unwin Hyman, GEDDES, Patrick. Critic survey of Edinburgh. Edinburgh, Outlook Tower. il GOFFMAN, Erving. The presentation of self in everiday life, Harmondsworth, wa Penguin. GREENFIELD. Jeanette, The return of cultural treasures. Cambridge, Cambridge 1989 University Press HAMU, Denise. The survival of native American values, Indian, claims to 1981 ‘Museums, Washington, George Washington University (disser tagio de mestrado em “Museum Studies", ms) HAMU, Denise. A sobrevivoncia de valores indigenas: as solicitagdes de repa 1990 triagao de objetos sagrados e de esqueletos bumanos feitas aos ‘museus. (ens) HANDLER, Richard, Who owns the past. Cultura! ‘propery and the logic of 1991 possessive individualism. Zn: WILLIAMS, Brett, ed., The politics of culture. Washington, Smithsonian Institution Press: 63-74 HEDBIGE, Dick. Subculture. The meaning of style. London, Methuen, 1979, HOBSBAWM, Eric. Introdugao: A invengao das tradigdes. In: HOBSBAWM, 1984 E. & RANGER, T, ongs. 4 invencdo das tradigdes, Rio, Paz. € “Terra:9-23. HORNE, David Donald. The great museum. The re-presentation of History. 1984 London, Pluto. HUDSON, Kenneth. The dream of the reality. Museums Journal, London: 27: 1992 31, april. JACOBSON-WIDDING, Anita, ed. Identity: personal and socio-cultural, A 1983 ‘Symposium. Uppsala, Uppsala University JACOBSON-WIDDING, Anita. Introduction. In; JACOBSON-WIDDING ed. 1983 1983:13-32. JODELET, Denise, org. Les représentations soctales. Paris, PUR. 1989. JONES, Jane Peirson et alii, Bones of contention, Museums Journal. London: 1993 24-36, March. KARP, Ivan & LAVINE, Steven D., eds, Exhibiting cultures. Poetics and politics 1991 of museum display, Washingion, Smithsonian Institution Press. KARP, Ivan, Culture and representation, In: KARP & LAVINE, eds,, 1991:11-26. 1991 KOHN, Igor S. Le probléme du caractére national. Revue de Psychologie des 1974 Peuples, Le Havre:193-223, I/IM (vol, 29), Janv./Sept LAUMONIER, Isabel. Museo y sociedad, Buenos Aires. Centro Editorial de 1993, ‘América Latina, LAYTON, R. ed., Who needs the past? Indigenous values and Archaeology. 1989 London, Unwin Hyman, LEON, Warren & ROSENZWEIG, Roy, eds. History museums in the United 1989 __ States: a entical assessmiont. Urbana, University of Illinois Press. LOWENTHAL, David. From patronage to populism, Museums Journal, 1992 London:24-27, 92, March, MASCOVICI, Serge, org. Peichologie Sociale, Paris, PUP 1990. MCBRIDE, Isabel, ed., Who owns the past? Melbourne, Oxford University 1985 Press MENESES, Ulpiano T, Bezerra de. A exposigao museologica: pontos eriticos na 1993, Pritica comente. Ciéncias em Museus, Belém, 3 (no prelo). MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. A Hist6ria, cativa da memoria? Para_um 1992 mapeamento da meméria no campo das ciéncias sociais. Revista do Instituto de Estudos BrastleirovUSP, Sa0 Paulo: 9- 24, 34. MESSENGER, Phyllis M, org., The ethics of collecting cultural property 1989 Whose culture? Whose property? Albuquerque, University of New Mexico Prese, 221 222 OLIVEIRA, Adétia Engricia de & HAMU, Denise, onps. Ciéncia Kayapo. Alter 1992 nativas contra a destruigdo, Belém, Museu Paracnse "Emilio Goeldi’ OLIVEIRA, Roberto Cardoso de, Identidade ¢ estrutura social. Einicidade © 1983 estrutura de classe, In: Enigmas e solugdes. Fxercicios de Etnologia e de critica, Rio, Tempo Brasileiro/Fortaleza, Ed. da UECE:101-149. OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Identidade, etnia ¢ estrutura social. Si0 1976 Paulo, Pioneira ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade social, S20 Paulo, Brasiliense 1985 PENNA, Maura. que se faz ser nordestino. Identidades sociais, interesses e 1992 0 “escéindalo Erundina”. So Paulo, Cortez PIETERSE, Jan Neder veen. Image and power. In CORBEY & LEERSSEN, eds 1991 1991:191-208. QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Identidade cultural, identidade nacional no 1989 Brasil, Tempo Social, Revista de Soctologia/USP, $40 Paulo:29- 46,1), 10. sem, RAPHAEL, Freddy & HERBERICH-MARX, Genéviéve. Le musée, provocation de 198 ka mémoire, Ethnologie Francaise, Paris: 87-94, 17(2). ROBINSON, Alma. The art repatriation dilemma, Museum: News, Washington: 1980 55-59, 58 (A). SCHLERETH, Thomas J. Cultural History and material culture. Evenyday ife, Tandscape and museums. Charlortesville, University Press of Virginia. ‘YAN ALPHEN, Ernst. The Obter within, In: CORBEY & LEERSSEN, eds., 1991. 1991 16. WALSH, Kevin, The representation of the past. Museums and heritage in the 1992 ‘post-modern world. London, Routledge. WEINREICH, Peter. Psychodynamics of personal and social identity. In: JACOB- 1983 ‘SON-WIDDING, ed., 1983:159-185. ANAIS do MUSEU PAULISTA Histéria e Cultura Materia PSO:

Anda mungkin juga menyukai