1. Introdução
Nos últimos anos, notadamente, o uso de Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) em sala de aula vem se tornando uma exigência. De forma direta ou
indireta, as TIC vêm sendo utilizadas de forma habitual em diversas situações: é comum
o uso de projetor multimídia e slides em sala de aula na explicação ou apresentação de
conteúdos; utiliza-se e-mail e páginas Web como meios de interação e fonte de
informação onde o acesso, em muitos casos, ocorre a partir de lan house, locais que
permitem a inclusão de pessoas de diversos níveis sociais.
Dentro deste contexto, muitos esforços de pesquisa têm sido dedicados em busca
de soluções para a integração das TIC e para facilitar a criação, estruturação, acesso e
distribuição de conteúdos para o uso na Educação. Assim, nos últimos anos foram
propostas metodologias, modelos de integração de TIC em sala de aula e boas práticas
de uso destes (Roblyer, 2006; Marquès-Graells, 2009); surgiu o conceito de Objetos de
Aprendizagem (OA) que representam informação estruturada com o propósito de uso,
reuso e localização (Hodgins,2002), amplamente difundido com o padrão IEEE-LOM
(IEEE-LTSC, 2002); especificações dedicadas à descrição, em uma perspectiva
computacional, do processo educacional (Koper, 2001; IMS-LD, 2003) na forma de
Unidades de Aprendizagem (UA) reutilizáveis e interoperáveis entre softwares
distintos. Estes padrões e especificações, embora tenham sido concebidos dentro do
âmbito da aprendizagem online, podem ser aplicados na educação presencial.
Atualmente, há um consenso em que o importante para uma educação de qualidade é
que os objetivos de aprendizagem sejam atingidos de acordo com parâmetros desejados
e, para tal, devem ser considerados os aspectos positivos nestas duas modalidades
fazendo-se uso de metodologias e tecnologias necessárias (Tori, 2001, 2009; Roblyer,
2006). Nesta linha, como uma das tendências em Educação apoiada por TIC, emergiu o
conceito de Blended Learning, que se caracteriza pela combinação de tecnologias
educacionais e técnicas de ensino e aprendizagem variadas (Driscoll, 2000).
2. A Lousa Digital
4. Amadeus LMS
Nesta seção são descritos cenários que permitem dar uma idéia ampla de como a
experiência da aprendizagem em sala de aula pode estender-se com o uso deste
11 http://amadeus.cin.ufpe.br
ambiente de aprendizagem. No Amadeus, os cursos podem ser divididos em módulos
para representar etapas ou unidades de acordo com o planejamento didático
determinado, onde podem ser configurados diversos tipos de atividades de
aprendizagem.
Com o uso de Lousa Digital, o Amadeus pode ser utilizado como ferramenta de
apoio a aulas presenciais ou em aulas semipresenciais. As anotações produzidas com a
Lousa durante explicações nas aulas podem ser acessadas posteriormente (figura 3).
Figura 3. Aula presencial com Quadro Digital e conteúdo integrado ao Amadeus LMS.
Durante aulas presenciais, a escrita e marcações feitas com a lousa pode ser
armazenada para posterior acesso, com fins de reutilização, na forma de objetos de
aprendizagem seguindo-se o formato do padrão de metadados educacional IEEE-LOM,
adotado por IMS LD. A maior parte das informações necessárias à indexação destes
conteúdos no formato IEEE-LOM pode ser capturada por uma aplicação software de
forma automática. Estas informações são definidas em momento prévio às aulas,
durante o processo de planejamento didático da UA na qual tais objetos de
aprendizagem se inserem.
Agradecimentos
Este trabalho foi apoiado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para
Engenharia de Software (INES), financiado pelo CNPq e FACEPE, processos
573964/2008-4 e APQ-1037-1.03/08.
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