me implora senhora
que dizer quero
de um acidente
frequentemente
fero
e to alteiro
que chamado amor
o que o nega
possa senti-lo
e j agora
sabedor seja
e o deseje
porque no espero
que homem brejeiro
a razo tal
seja afeito
em tal parte
onde mora a memria
toma seu estado
to formado
como
difano lume
pela escuridade
a qual de Marte
procede e fica
ele criado
e tem sensato
nome
da alma a costumana
e do corao a vontade
vem da vista
forma que se entende
e agarra
no possvel intelecto
e nesse assunto
habita e fica
resplende
em si perptuo efeito
no tem deleite
mas considerao
e no se livra do assemelhar
no poderio
mas dele vem
que perfeio
e assim se dispe
no racional
mas vai sentindo
alm do salutar
o ajuzar mantm
que a inteno
vale p'la razo
e do vcio amiga
discerne mal
do seu poder
segue assaz a morte
to forte
opondo-lhe a virtude
a ajuda
correndo inversa via
ao natural no se opondo
no pode criatura
dizer que haja vida
estabelecida
senhorevel
e igual se passa
quando os homens o esquecem
o ser quando
o querer tanto
que outra medida
da natura
regressa
e no mais se adorna
de repouso
move
cambiante cor
riso em pranto
e a figura
a medo
reverte
pouco repousa
porm dele vers
que em gente de valia
que mais se encontra
a nova qualidade
suspiros move
e manda que a mire a gente
em lugar informe
desatando-se a ira
que o fogo mana
imaginar no pode
quem o no prova
e nem se mova
que a ele tudo atrai
nem arrodeie
para dar-vos jogo
e nem vos prover
gro saber ou pouco
do similar tira
encadeado olhar
que faz parecer
o prazer
mais certo
que no pode
coberto estar
quando fica perto
j no selvagiza
com o dardo a beleza
que tal querer
por temer
esperto
consegue mrito
no espirito em ponto
mas no se d na face
a conhecer
entendido
vazio
em tal coisa cai
e quem bem o oua
forma no v
nem amor
porque de si procede
fora da cor
de ser vislumbrado
assente
a meio do escuro
luz emana
fora da fraude
e digno de f
que de si s
nasce merc
e assaz louvada
ser tua razo
pela gente
de entendimento
que p'ra estares com outra
no tens talento