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ALFABETIZACAOe LETRAMENTO ORALIDADE E ESCRITA EM SUAS MULTIPLAS DIMENSOES JOSE RICARDO CARVALHO ELIANA SAMPAIO ROMAO SILVANA APARECIDA BRETAS (orgs.) DISCURSO E INTERACAO A PARTIR DA RETEXTUALIZACAO DE FABULAS NO ENSINO DA LINGUA MATERNA JOSE RICARDO CARVALHO Um dos grandes desafios que a escola tem enfrentado éa Promo¢do de uma didatica voltada para a compreensao do fun- cionamento do discurso oral e escrito nos diferentes textos que circulam na sociedade. As Propostas metodolégicas de ensino da lingua materna tém enfatizado a supremacia da linguagem escrita sobre a oral na maioria das dinamicas escolares, Com isso observa- mos, nas praticas de ensino, pouco estimulo ao desenvolvimento de competéncias linguisticas orais em seus curriculos, constituin- do-se as atividades em exercicios escritos de maneira estanque. Para destacar o papel da oralidade e do letramento (prati- as sociais) no processo de compreensao da lingua escrita e falada, este trabalho discute contribuigées de estudos que investigam o imbricamento entre as modalidades da lingua, bem como a pas- sagem do texto oral para o texto escrito a partir dos estudos de re- textualizagao proposto por Marcuschi (2001). Sendo asssim, 0 olhar sobre 0 processo de producao de textos se fundamenta no suporte tedrico desenvolvido pelo referido autor no que tange a questao da revisdo textual em conjuncao as tarefas de retextualizacao, Retomando estudos de Brian Street (1984) sobre a com- preensdo de letramento nos modelos auténomo e ideoldgico, o linguista Marcuschi (2001) afirma que estudos da fala e da escrita, até a década de 1980, eram investigados de maneira dicotémicae estanque. Os demonstrativos do modelo auténomo rendiam pre- eminéncia cognitiva ao aos que dominavam a lingua escrita. Por meio desta tendéncia grafocéntrica, a lingua falada foi descrita como cadtica e sem planejamento, enquanto a lingua escrita foi configurada como uma atividade dotada de maior planejamento e complexidade sintatica. Tal razdo fez com que o discurso falado DISCURSO E INTE: 3 RACAO A PARTIR DA RETEXTUs FABULAS NO ENSINO DA LINGUA nareRna ii Prdticas sociais, Para t i . fanto, examinam- peas ‘Se, NO percurso di i= eens soeias peas tendéncias fazem Renee rege oralidade versus let; j ene Htaie ‘ramento. Vejam i ee : tendéncias sobre o estudo da ofalldede Te amectin posta por Marcuschi (2001). eee Primeira tendéncia: dicotomias estritas A visa 61 i =A See estrita vigora em diversas pesquisa: aan eae ae comparativo, caracterizando a si ‘a sobre a oralidade, Esta tendéncia prom jove assumidas por Olson (1997); @, Pesquisas i ); Chafe a0 seguinte quadro de Romhnalacoes 982), Ochs (1979) chegam ALFABETIZACAO € LETRAMENTO: ORALIDADE E ESCRITA EM SUAS MULTIPLAS DIMENSOES 19 Quadro 1. Dicotomias estritas Fala versus Escrita contextualizada descontextualizada dependente auténoma implicita explicita redundante condensada | nao-planejada planejada imprecisa precisa ndo-normatizada normatizada fragmentaria completa Fonte: MARCUSCHI, 2001. Sob a perspectiva da dicotomia estrita, é possivel identi- ficar uma relagdo polarizada entre a fala e a escrita. As analises nesta abordagem separam-nas em dois blocos homogénos, com a finalidade de estabelecer diferengas com base em uma lingua idealizada, extratificada pela gramatica normativa. Enquanto a es- crita é vista como um discurso ordenado, preciso e planejado, o produto da oralidade é visto como um texto fragmentado, impre- ciso e cadtico. Por meio desta tendéncia dicotémica, assume-se uma atitude precritiva do uso da norma culta, afirmando, assim, uma visdo imanentista de lingua tanto para o discurso oral como para o discurso escrito. Segunda tendéncia: visdo culturalista Asegunda tendéncia de base fenomenolégica culturalis- ta rompe com 0 prescritivismo da primeira; todavia, matém uma visdo dicotémica. Esta matriz de carater etnogréfico investiga os procedimentos cognitivos a partir das dinamicas sociais que en- yolvem o uso da lingua por sujeitos escolarizados e nao escolari- zados, considerando os efeitos das praticas letradas na formacao do pensamento. Sendo assim, a matriz culturalista busca compre- ender a relacao oralidade e letramento sob uma perspectiva his- DISCURSO E INTERAGAO A PARTIR DA RETEXTUALIZACAO DE 20 FABULAS NO ENSINO DA LINGUA MATERNA torico-social, voltando-se para as confi a mentalidade de um de letramento. iguracdes que atuam sobre grupo em consonancia com as condicées Esta tendéncia tem sido sustentada por psicoldlogos, an- tropdlogos e socidlogos que tomam o desenvolvimento tecnoldgi- C0 € 0 processo de escolarizacéo como um dos principais fatores de mudangas cognitivas. Para Marcuschi (2001), esta tendéncia obser- va muito mais a natureza das praticas orais em contraposicao a es- crita, remetendo as anélises a um viés de cunho cognitivo, antropo- légico ou social que enfoca “uma fenomenologia da escrita e seus efeitos” (2001, p. 28) para compreender as formas de organizacao e produgao do conhecimento, Neste paradigma, nao se evidenciam fatos da lingua como formulagées constitutivas com suas catego- rias préprias. Seus principais representantes 30 Olson (1977), Scri- bner & Cole (1981), Ong (1986; 1982) @ Godoy (1977; 1987), Quadro 2. Visao culturalista { Cultura oral versus Cultura letrada pensamento concreto Pensamento abstrato raciocinio pratico raciocinio légico | | atividade artesanal atividade tecnolégica inovacao constante analiticidade cultivo da tradigao | ritualismo Fonte: MARCUSCHI, 2001. Prevalece, no quadro que acabamos de ver, o Predominio da cultura letrada sobre a cultura oral. A grande critica que se es- tabelece a esta tendéncia éa sua preocupacao em descrever ope- racOes cognitivas ligadas a linguagem oral e a escrita de forma global, sem se ater aos aspectos lingufsticos propriamente ditos em coniextos diversos fora de um enfoque comparativo, Em mui- tas situac6es, as conclusées destas Pesquisas levarn a reafirmagdo de dicotomias que Perpetuam o mito da superioridade da cultura escrita sobre a oralidade, AMENTO: 7 ALFABETIZACAO E LETR/ a ORALIDADE E ESCRITA EM SUAS MULTIPLAS DIMENSO! 21 Exemplificamos este fato a partir da analise ca ar one (1982), atrelada ao grau de See eee dos Cae na ? i iocinio 16 i a capacidade de racioci 5 cpanel aes ‘escita Diante das conclusdes estab ease a Sodagern assume uma visao etnocéntrica € ae eae Bana culturas dotadas de ects a ce inanci lém disto, e: ny, redominancia oral. Al ab a es ee hemagenlza os diferentes grupos sociais que uma sociedade letrada. i it de producéo O fato de uma sociedade Ee eon hale aaa a ge Tonecimentos edvindos des mesmasprét- ee casens homogénea. Sendo ey a Seas ena i nao podem sr obalaare i ques dstbulco da cata ada e 7 eee fr a oralidade ocorre de maneira diversa a Epes der ee a no Ambito das relacdes de poder entre as oF eras der dos sujeitos répria denominacao letramento, Street ( eA) ie eaatencia do termo letramento no singular, visto el ey rotllplos possiildades de interacao social com o discurso escrito, m i ji os. preferindo, entao, a terminologia /etramente : variacionista Terceira tendénc iz é los sociolin- A tendéncia variacionista provém dos estuclos sociolin- guisticos voltados para a compreensdo dos elaczo com 0 uso da ra iacdo linguistica e sua r : i Ambito da variagao ; iva de romper forma uta, Observa-se neste parade a ae nae . " i falaea " eri dicotomias entre a com uma série de intermedidria. \sto acontece por que a matriz rspectiva ii | : eee a ‘eran busca a compreensao de regularidade: C va \do que toda i crita, demonstran a modalidade oral e escrita, ee or eaade'e condlcichaida por um conjunto de norma term aS ela identidade geografica, sexual, etaria, as is a Beincestaraes no quadro a seguir, a supera¢ lante. 7 DISCURSO E INT 22 E INTERACAO A PARTIR DA RETEXTI UALIZi _FABULAS NO ENSINO DA LINGUA MATERA re Mas dicotomias defendidas por esta abordagem de acordo com a q Col Si a c Quadro 3. A perspectiva variacionista Fala e escrita apresentam | Lingua padréo i a ae variedades ndo-padrao lingua coloquial Norma padré normas nao-padrai Fonte: MARCUSCHI, 2001, Sob uma perspectiva curricular bidi: Mega ee ticular bidialetal, a cor 4 ee Sateen: sensibiliza 0 educador para ro oeaeeo a 4 pea eee nates das comnpaténcias oralepar iod nto da fala. A ibuica : De ae ) . contribuicdo da pe it eee ue 9 ensino da lingua materna esta aigtomenie Bape priagao. dos Processos de representacao da li 7 pee e ia monitoramento da fala em situagdes le Simca a me: Esta viséo também esclarece aspe eee cla de preconceito linguisti ane eee iceito linguistico Aric ae | quando o u: ‘pressa por uma variante linguistica SiS eeetear r grupos de menor prestigio socioeconédmico em cont xto! in- d Prestigio socioeci de contextos de Por esse viés, Bortoni-Ri a: , ‘oni-Ricardo d guistica sobre a compreensao da fala: Seecorcmammce go eee um enunciado que a cultura domi- senias Jetta por conter um erro, a Sociolingustica ama haat ali empregada, avalia o presti- seas assoclado © mostra em que crcunstanca normas genes. 0 erona noes wea oo hors s ua oral 6, poi f ies soo He nao decorre da transarést80 a ties nade regret da estrutura da lingua e se ex- Pica simplesmente, pela injadequacio de certas ‘05 usos. Por ser um fato social, $6 se ALFABETIZACAO E LETRAMENTO, ORALIDADE E ESCRITA EM SUAS MULTIPLAS DIMENSOES 23 corporifica quando a sociedade o percebe como um pecado no dominio das etiquetas sociais. A te oria sociolinguistica substituiu a nocao tradicional de erro pela nocao de diferengas entre variedades eestilos. Um erro, como fato social, ocorre quando © falante nao encaixa uma determinada variante ao contexto que é 0 seu habitat natural na ecolo- gia sociolingu(stica de uma comunidade de fala (BORTONI-RICARDO, 2004, p.1). De acordo com Signorini (2001), a sociolinguistica varia- cionista trouxe contribuic6es significativas que explicitam a hete- rogeneidade e a instabilidade do sistema linguistico expresso na fala e na escrita. Ressalta, entretanto, a autora: Mantém-se a contraposicao entre lingua € fala, mas a questdo da diferenca e semelhanga entre fala escrita 6 deslocada para a das relacoes cruzadas en- tre as variedades linguisticas (de origem historica, geografica, social e estilistica) e os estilos formal ¢ informal: quanto mais formal o estilo, mais proximo da modalidade escrita e igualmente mais proximo da variedade tida como padrao; quanto mais infor- mal o estilo, mais proximo da modalidade oral da fala “espontanea” e em consequéncia mais sujeito as variagées em relacdo ao padrao. A relacao entre lingua escrita e forma ideal da lingua, porém per manece a mesma (SIGNORINI, 2001, p.108). Desta maneira, a produgao escrita efalada na sociolinguis- tica variacionista esta atrelada aos usos candnicos da lingua com forte tendéncia a variacao linguistica, a depender da identidade do falante em contextos de usos mais formais ou espontaneos da lingua escrita. A variacdo € explicada a partir de um conjunto de regularidades que toma como parametro uma norma padrao pre- sente no discurso escrito; apesar disso, esta visdo relativiza os usos linguisticos a depender do contexto e da situacao de interacéo. olscu 24 iso EINTERACAO A PARTIR DA RETEXTUALIZACAO : JLAS NO ENSINO DA LINGUA MATERNA a Caminhando a, Para uma 7 viés di ioli rae Perspectiva ji joni ‘a Sociolinguistica, Bortoni-Ricardo (1995, ni20) eae eR lefende de aula, sua investigacao ale '@ para a importancia de ir além s lingua ie ! igaci es lém da descricao de tracos Nguisticos, tornando-se necessario debrugar sobre as troca i: 's verbais ocorrid ns oe las as praticas de letramento Nas tarefas escolares associadas ALFABETIZAGAO E LETRAMENTO: ORALIDADE E ESCRITA EM SUAS MULTIPLAS DIMENSOES 25 micas discursivas, considerando 0 grau de monitoramento dos falantes envolvidos na interacao. A reflexdo sofre interferéncia da linguagem falada sobre ‘a esctita no processo de aquisicéo ortografica também fornece pistas de como as praticas orais atuam no modo de grafar e pro- duvzir enunciados no discurso escrito. A discussdo deste aspecto, na dinamica escolar, manifesta-se como um fator produtivo, pois © aluno precisa refletir sobre os processos de representacao do discurso escrito pautado em convengées ortograficas distintas do seu modo de pronunciar e organizar 0 discurso falado. De certa forma, esta tendéncia desconstréi a visdo de lin gua falada como espelho da lingua escrita, explicitando heteroge- neidade presente nas duas modalidades. Do mesmo modo, esta abordagem ressalta 0 monitoramento da fala em situacdes mais formais de uso da lingua, contrapondo-se a antiga nogao de dis- curso oral como atividade desprovida de planejamento em ocasi- es mais formais de uso da lingua. No entanto, Marcuschi (2001, p.32) opta por outro caminho para estudar a lingua em processo de interacao fala e escrita. Quarta tendéncia: sociointeracionista Para Marcuschi (2001), a fala e a escrita nao se configuram como “dois dialetos, mas sim duas modalidades de uso da lingua, de maneira que 0 aluno, ao dominar a escrita, se torna bimodal. Fluente em dois modos de uso € nao simplesmente em dois dia- letos”, (2001, p.33) Ele acrescenta que a aquisicao e aprendizagem destas modalidades estariam, intrinsecamente, relacionadas aos pelos quais € possivel observar os mecanismos de interacao verbal. Diferente da abordagem sociolinguistica, que enfatiza as questées dialetais calcadas em um padrao advindo do discurso escrito, a tendéncia sociointeracionista da énfase as ques- tées interacionais, considerando a relacdo das duas modalidades com os géneros utilizados em uma dada esfera comunicativa. géneros textuais DISCURSO E INTERAGAO A PARTIR DA RETEXTUALIZACAO DE 26 ___FABULAS NO ENSINO DA LINGUA MATERNA Na perspectiva de Marcuschi (2001), hd um deslocamen- to do bidialetalismo para bimodalidade, visto que nem sempre o dialeto padrao oriundo do discurso escrito & coincidente com o dialeto padrao a ser considerado no discurso falado, Deste modo, as diferencas de estilo de uso da lingua podem promover padro- nizag6es distintas no plano da modalidade oral e da escrita, Assim, 0 aluno, ao adquirir a escrita, estd adquirin- do outro estilo (podemos também falar em ‘diale- to; mas num sentido um tanto impréprio, como observou Stubus (1986), jé que falar em dialeto pa- drao como coincidente com a escrita seria o mes- mo que identificar a escrita como padrdo). Nao se trata, pois, de dominar dois dialetos da lingua falada e sim dominar dois estilos de uso da lingua (MARCUSCHI, 1998, p.108). Pelos motivos apresentados no Paragrafo acima, a quarta tendéncia, explicitada por Marcuschi (2001), assume uma abor- dagem sociointeracionista, enfocando as modalidades (oral € escrita) a partir das praticas sociais de uso linguisticos em um Processo dinamico. Desta forma, as diferengas da lingua (oral e escrita) esto vinculadas a ordem do seu funcionamento discursi- Vo, € ndo a ordem do sistema linguistico em si. Toda orientacdo é determinada pela compreensao do funcionamento discursive das modalidades oral e escrita correlacionadas aos géneros textuais, E possivel prever neste estudo uma série de fatores discursivos envolvides, Para representarmos as operacées envolvidas na in- teragdo, montamos um grafico onde sao tessaltados oito fatores, que ao ver de Marcuschi (2001), sao foco da abordagem socioin- tercionista para compreender a relacdo entre a fala ea escrita, A ENTO: (LFABETIZAGAO E LETRAMENT 2” ORALIDADE EESCRTA EM SUAS MULTIPLAS DIMENSOES Figura 1. Sintese da tendéncia sociointeracionista sob a ética de fe! , Marcuschi. Dialogicidade Usos estratégicos Envolvimento jalogici Le Situacionalidade ESCRITA la nea APRESENTAM lagaio Dinamicidade Negociacé Fungées interactonais Fonte: Pesquisa do autor. Tal enfoque apresenta alta gomplexdade ie auc fe ‘ita nao se comportam de forma linear, pot eet ayes! de organizagao dialdgica no plano das interac e nee ee ae a que a lingua nas duas modalidades sofram ies aga it ai reocupacao desta abordagem é com ° ates foe rao de sentido em contextos sécio-historicos situados. pe oda relacao de significacao nao se encontra eee ae no processo de negocia¢ao entre os sujeitos sol forma de géneros textuais. © continuo dos géneros toils, suite ore laciona os textos de cada modalidad =e) ratégias de formulaco que de ee erator as variagdes das estruturas exalts Ma i ee legdes lexicais, estilo, grau de formalida ea oe se dao num continuo de variacdes, a inde semelhangas e diferencas ao longo de c sobrepostos (MARCUSCHI, 2001, p.42). DISCURSO E INTERAGAO A PARTIR DA RETEXTUALIZACAO DE 28 __FABULAS NO ENSINO DA LINGUA MATERNA Uma série de investigagdes focadas na relagao oralidade e escrita, situadas na correlagéo de continuos entre os géneros e as modalidades, tem recebido contribuigdes dos estudos da Lin- guistica Textual, da Interacao face a face e da Anilise da Conver- sacdo. Estas dreas de estudos tém ampliado a compreensao da linguagem falada e escrita, redimensionando o intercambio entre as duas modalidades. Elas tem explicitado a diversidade de for- mas textuais produzidas nas atividades de interlocugado verbalea complexidade semidtica mediadas pela lingua em suas diferentes modalidades. A fim de evidenciar as variac6es no plano da orali- dade, Marcuschi (2010) concorda com o postulado de que a va- tiacdo estilistica (formal/informal) na modalidade falada é maior do que a da modalidade escrita, Posicao defendida por Stubbs (1986). Contudo, Marcuschi (2007) questiona o desenvolvimento do raciocinio de Stubbs quando afirma a Ppredominancia de um estilo formal na modalidade escrita é uma tendéncia de um estilo mais informal na lingua falada. Essa Ultima observacao de Stubbs é questionavel, Pois, se olharmos 0 uso da escrita informal na vida diaria, notaremos que ela tem uma enorme pre- senga no caso das cartas, bilhetes, listas, preenchi- mento de dados, etc. Na vida da maioria das pes- 5085, 0 uso informal da escrita é muito elevado e predomina sobre o formal, mas esse uso é, de certo modo, fugaz, j4 que a maioria desses documentos escritos informais tem uma durabilidade muito curta e logo eles sao destruldos. Sao textos prati- COS e passageiros. O que se guarda € 0 uso formal da lingua (MARCUSCHI, 2007, p.65). Se, por um lado, ha informalidade em muitos textos pro- duzidos na modalidade oral, ha também um Padrao mais formal da lingua falada que precisa ser ainda estudado com mais profun- didade, visto que as questées da dialetologia nao sao suficientes para esclarecer o funcionamento da fala no ambito da producao textual-discursiva. As questées relacionadas ao funcionamento das variagées da fala ainda precisam ser mais alinhadas a no¢géo 0: BETIZACAO E LETRAMENT( 29 onALIDADEE TecRITA EM SUAS MULTIPLAS DIMENSOES m concomitancia com os géneros podemos observar processos S ificidades no pla- a i lado e suas especifici izacao de um discurso fal is ale ae no ambito da produgao de ee ans eee mcicisschl (2007, p.74), “vera falaem ps os eae ees ‘i cessos de pri al, c émenos relativos a proces facades ers pees morfoldgicos ou variagdes e determinacoes si das a variagdo dialetal ou socioletal”. de competéncia comunicativa el textuais, Diante desta proposta, Ret mos, entao, algumas caracteristicas especificas da etomamos, , mais suas modalidade falada para Soe ee ee lonat cS i rito. Ist com« icagdes com o discurso escl om Soot ae paride a importancia dos marcadores once is twcs) como elemento constitutive fundamen Ee izagao dos marca i retomam a caracteriza¢ d eee Eee ade por Urbano (1993), Marcuschi (1989) (1989) da sequinte forma: Urbano (1993: 85) define como unidades Here da fal, dotadas de grande requenca, econrenie convencionalidade, idiomaticidade sianificagto discursivo-interacional, mas a Soe u itivo do. integram o contetido cognitive do te ° stor asl quo: acadoesjudam 2 cons truir e a dar coesao & coeréncia ao texto fal Hy aspecialmente dentro do enfogue convesacionl i i ym como articulador Nesse sentido, funcionam co adores no i nitivo-inforrativas so. das unidades cognit 0 texto é interlocutores, re como também dos seus andoe u de outra, as condig reando, de uma forma ou es de produgao do texto, naquilo que ela, producto representa de interacional ¢ ping I 7 ° 989: Si : 85-86). Marcuschi (V A Ieee vém urn caréter multfuncional, pos opera Como organizadores do iteracdo, aticuladores de forca llocutéria s textos @ indicadores | a te multifuncional foi também fessaller Fol Castilho (1989: 273-274), que admite que to DISCURSO E INTERACA 30 ”AGAO A PARTIR DA RETEXTU/ 1 FABULASNOENSNODALUNGUAHATERA mare i i earns conversacionais (por ele denominado: ima rs discursivos) exercem, genericamente, rendre rem, fe, una In¢do textual, 4 medida que organizam e Paes ion 0 texto. Essa funcdo geral, porém, des ula i geral, \ des- : pbleas08s duas fungées particulares indicadas a seaulg ane interpessoal e a ideacional. Essa aol le de funcdes faz com que existam dois marcadores: os interacionais (ou interpes- ‘soais) € os ideacionai: i RANGA SOTEE is (Ou coesivos) (GALEMBECK & Sabemos di 5 RANE TcrESI- aes que o discurso falado se constitui de ee eaeasa -vert ais. Os elementos verbais, isto &, 0 Iéxi segmentais aval aes sdo acompanhados de tracos su sed verincade aa aan anon 0 sentido dos enunicladoete a a uidade das pausas, di : voz e do préprio rit s, das mudangas de dike eclaneae eo da fala com suas iiaenestanarere fala é formada de Eee de um discurso oral. Junto Biehl ie ntos paralingulsti A g -verbais So fact: guisticos, ou seja, fo ai i (expressdo facial ou corporal, ou mesmo ; ae a expressa por suspiros, choro). ‘eagdes emoti- i if satel conversagao natural face a face é relativa- eae reas de antemao, 0 que decorre, jun: tamente, de sue natures atamente interacional; y ente planejada, isto 6, aa ereplanejada a cada novo lance’ do jogo, Planejada 2 Otexto falad lo apresenta-se em fazendi nto fal , é,em propria génese, tendendo, pols, por a nu'o proprio processo desua constugio, e 5: Ba Shug acta apresenta descontinuidade rene levidas a uma série de fatores de or- Jem cognitivo/interativa e que tém, sc tificativas pragmaticas. alarm + O texto falado t apresenta, assim, uma si caracteristicas, sem deixar de ter como finds se taxe geral da lingua (KOCH, 1992, p.69) ia ALFABETIZACAO E LETRAMENTO: ESCRITA EMI SUAS MULTIPLAS DIMENSOES 31 Para melhor compreenséo sobre os processos de variagaéo. da fala e a defesa de que a lingua falada sofre maior variagdo que a lingua escrita, € preciso recorrer ainda a outros procedimentos que imperam sobre formas tipicas da fala ja estudadas na Anilise da conversagao por Marcuschi (2007). Nesta abordagem, ele va- loriza a investigagao de aspectos semidticos, voltados para a Or- ganizagao linguistico-discursivo da fala, utilizados pelos sujeitos em processo de interacao verbal. Por meio destes argumentos, é reforcada a ideia de que existe uma relacao hibrida entre o discur- 50 falado e 0 escrito sob um processo continuo entre as duas mo- dalidades nas praticas sociais, havendo momentos hibridos entre 0 discurso falado e escrito. A respeito da nocao de continuum entre a fala e a escrita, Pontes (1988) relata dados da pesquisa de Tannen (1982) que es- clarecem a dificuldade de determinar as fronteiras entre © discur- so oral e escrito: Tannen (1982) analisa narrativas orais ¢ escritas do mesmo acontecimento, feitas pelas mesmas peso” ‘as e mostra que caracteristicas que tam sido con- Sideradas tipicas de Iingua, como, por exemplo, © gnvolvimento, so encontradas na literatura ¢ que caracterfsticas consideradas como tipicas de lingua escrita, como a compactagao ou integraca ges estéo mais presentes na nartativa oral do que nna escrita literdria. Ela mostra, particularmente, que 4 lingua oral das narrativas espontaneas est mui- to mais proxima da linguagem do conto do que de Sutras modalidades. O que € preciso, segundo ela, 6 levar em conta o género de texto: comparar, por texemplo, linguagem de tese com narrativa oral in- formal vai dar uma série de diferengas que podem ver devidas nao ao fato de se tratar de lingua oral ou escrita, respectivamente, mas sim ao genero de texto (PONTES, 1988, p-101)- DISCURSO E INTERACAO A PARTIR DA RETEXTUALIZACAO DE 32 FABULAS NO ENSINO DA LINGUA MATERNA A pesquisa realizada por Tannen (1988) reafirma que as fronteiras entre a producao de atividade narrativa no discurso oral e escrita tém fronteiras ténues, pois elas sao constituidas por um continuo que se da entre os géneros textuais. Todavia Para efeito de aprendizagem da modalidade escrita, em alguns momentos, é Preciso estabelecer algumas diferengas que conduzem o sujeito a compreender certos contrastes no modo de organizacao do dis- Curso escrito e falado nas propostas de retextualizacao de texto, Desta forma, pretendemos desconstruir a nogdo de quea escrita seja representacdo da fala ou vice-versa. Este parece ser um equivoco conceitual que fortalece as dicotomias. E preciso, entao, Considerar que tanto a fala como a escrita sdo representagées da lingua que assumem formas distintas Nos géneros que as consti- tuem como linguagem. Sendo assim, Marcuschi (2001) chama a aten¢do para a importancia de demarc car os limites entre oralida- de/letramento (praticas sociais), de fala/escrita (fatos linguistics). No horizonte da retextualizacao, Marcuschi (2001) fornece indicacées para 0 trabalho de producao textual da reescrita, con- siderando os diferentes géneros textuais como fonte de estimulo para refletir e agir sobre a linguagem. Em sua Proposta, Marcuschi (2001, p. 48) prevé que a Passagem de uma ordem para outra (fa- lada e escrita) pode ocorrer em diferentes niveis, Quadro 4, Formas retextualizacao entre a modalidade orale escrita 1. Fala -> Escrita 2. Fala -> Fala 3. Escrita -> Fala (entrevista oral -> entrevista impressa) (conferéncia -> traducao simultanea) {texto escrito -> exposicio oral) 4. Escrita -> Escrita Fonte: MARCUSCHI, 2001. {texto escrito -> resumo escrito) As operacées mencionadas ocupam 0 territorio da retex- tualizagéo, envolvendo mudangas tanto no nivel do cddigo como No processo de construgdo de sentido. Para trabalhar sobre este processo, € preciso considerar um conjunto de atividades que o usuario da lingua realiza; a Passagem de uma modalidade para MENTO: ALFABETIZAGAO E LETRAI a CORALIDADE E ESCRITA EM SUAS MULTIPLAS DIM énero textual para outro. Quando se procura te- air um determinado enunciad por meio de out cOigo,€ Se oltar para a atividade de transcodificagao. Be beeciat vf ie para o escrito, temos a converséo da linguag : es eee aaritica considerando um conjunto de convengées. sont 7 outra transcrigao devem ser Jas mudancas operadas na < i orders a nao interferir na natureza do cee produzido do ponto de vista da Meo es oor 4 lizacao, a interfer ido. JA no caso da retextual ‘ c eae e hd mudangas mais sensiveis, em si) no caso da linguagem (MARCUSCHI, 2001, p. 49). 6 it reflexdo Cr ee coda professor nosed deestimule sae a reermuleao de ur eet pra se adequa cones cine runfcatives O género passa a ser uma feyamen eas a ve atamiente sobre a linguagem com a finalidac Sore ee ae tidos condizentes com o tipo de interacao. a Se ener nter o mesmo contetido e um efeito de senti ‘i nec ea aa ue passa a ser retextualizado no processo meee Swe ame dessa forma é preciso considetat ae ee i eee aren em continuo como é demonstrado ni a fal quadro a seguir. Quadro 5.Relacdo entre os géneros textuais orais e escrito inculadas ‘textuais orais e escrito vil lacdo entre os géners producdo, a concepgao discursiva e ao dominio o meio de 2 r Meio de Coneepséo | Hominio Genero textual produgao discursive Sonoro | Grafico | Oral | Escrita — | - Conversagao espontanea ‘ Artigo cientifico ° Noticia de TV [ese . Entrevista ieee | publicada na Veja Fonte: MARCUSCHI, 2001. DISCURSO 34 EINTERACAO A PARTI IRDA ___FABULAS NO ENSINO DA, ee DE um amplo inte i Sani aBeaes a criangas devido ao seu formate Coie pees hemos, entao, como atividade de can fae eo € 4 retextualizagao de fabula: P nasty e facil assimilacao, a fabula é um gé Saran eeciassl ; nero cll domain qu tmp nine ate apes una ae NO inicio, uma situaca i 4 Hy eM lagens. Em seguida, ocorre um See ‘ovocado Por acao-reacao dos a Perso} Gao de um probleme. nagens, tendo como desfecho a solu- U ae ma boa descricao sobre 0 funcional género fabula é apreser mento discursive do ntada por Portella (1983): Arey M que a acao dramati ee se mostrada por inteiro, acaba, eeieealo ntece antes da cena geralmente nao . S 0 se ALEABETIZAGAO E LETRAMENTO: ORALIDADE E ESCRITA EM SUAS MULTIPLAS DIMENSOES 35 vé, € 0 que vem apés, se nao interessar a men- sagem, nao tem importancia alguma. Detalhes, descrigées, caracterizagées, localizagao da cena, nada disto tem relevancia e, pelo contrério, pode até prejudicar a validade universal da mensagem. A nocdo de espa¢o, o lugar onde se desenrola a acao dramética, acompanham as caracteristicas desta. A unidade de acao corresponde a unidade de espaco. Quando determinado, o espaco onde a acdo se desenvolve no geral se restringe a uma sala, uma casa, um pomar, um rio, uma floresta, uma ar- vore, etc. (PORTELLA, 1983, p.128 - grifo meu). Portella (1983) elucida, ainda, que as fabulas nao expdem o desenvolvimento do cardter dos personagens como nos con- tos, visto que 0 objetivo daquele género 6 o de promover uma reflex3o sobre os vicios e as qualidades humanas, ressaltando o contraste entre a maneira de agir e de pensar dos personagens em uma pequena ado dramatica. Sua estrutura assume algumas caracteristicas, como objetividade, brevidade, unidade de a¢ao centrada em um Unico universo espaco-temporal. Além disso, 0 ntimero de personagens é bastante reduzido, pois somente em raras situagGes hd mais de dois personagens. Diante da caracterizacao da estrutura narrativa das fabulas e a compreensao de funcionamento discursivo do género abor- dado, foram propostas uma série de atividades de producao tex- tual que alinhassem as praticas de contacao de historia de fabulas com atividades de escrita das mesmas. Nosso intuito foi o de pro- mover a relagao entre oralidade e escrita a partir da produgao de textos dos alunos do quarto ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede estadual, situada no municipio de Itabaiana/SE. Identificamos, no primeiro momento da investigacao, alu- nos com uma série de dificuldades para estabelecer diferengas entre as fébulas e outros géneros que assumem a forma narra- tiva. A primeira atividade realizada com um grupo de 30 alunos DISCURSOE I A be INTERAGAO A PARTIR DA RETI z B A FABULAS NO ENSINO DA LINGUA ARERR consistiu na exposic¢a , ‘posi¢do de um ser identifica: : grupo de textos orais i dos como fabulas. Muitos nao con eeauiaih oy podiam Promover uma reflexdo sobre a li a linguagem . 5 ara caracterizavam, exigindo, entéo, 3 explicar os aspectos que as do professor com os alunos. processo constante de didlogo Na sequénci i mete eae realizamos atividades diagnésticas Bases eo la linguagem escrita no mbito do is ees cease tartaruga” Lucia Tulchinski e solicits, n } 0 episddic i : tees. ‘ pl iO por escrito. D posicional, alguns alunos, ao aeecen a i a fabula, comegavam e termi inavam, em grand Seamne nS URSCE Stale DEAE eo eeataleey 0 * ‘= @ foram fel iciados tipicos dos contos de fadas. Este eeu slg 7 i analisa- do com os al lunos nas atividad ish aleitura di 7 les de revisao coletiva, inspii presenca eee fabulas com a finalidade de ee Nunciados prototipicos dos contos de falas, “ama S. Elaboramos, entao, um ira ati pein ooo , uma terceira atividade aus Pee Saeco oral ‘A lebreea are ae : eee ee os 1a desta fabula foi motivada por sua ie a Preece acompanhada de um didlogo entre doi: oe objetiva e sintética. Além disso, a fabula sseaila , juia uma ordem canéni nica, possuindo ni 4 10 em forma de provérbio. desfecho uma moral explicita [ALEABETIZAGAO E LETRAMENTO: “SUAS MULTIPLAS DIMENSOES: 37 Quadro 6. Texto fonte para a reescrita da fabula a Lebree aTartaruga a laalebreealae | TEXTO FONTE ~ A LEBREE ATARTARUGA | | Adaptagao: Litcia Tulchinski | A lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. | ‘Até o dia em que encontrou a tartaruiga.— Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, sere a vencedora ~ desafiou a tartaruga. A febre caiu na gargalhada. ~ Uma corrida? Eu e voce? Essa é boa! ] _ poracaso voce esté.com medo de perder? - perguntoua tartaric | _e mais facil um ledo cacarejar do que eu perder uma corrida para | voce - respondeu a lebre No dia seguinte a raposa foi escolhida para ser 9 juiza da prova. Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocida- de. A tartaruga nao se abalou e continuou na disputa. Alebre estava tao certa da vitoria que resolveu tirar uma soneca- | "se aquela molenga passar na minha frente, € s6 correr um pouco que eu aultrapasso” — pensou. A lebre dormiu tanto que nao percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora. Mas, para sua surprese, 3 tartaruga, que | go descansara um sé minuto, cruzoua linha de chegada em primeiro lugar. | Desse dia em diante, a lebre tornourse 0 alvo das chacotas da floresta Quando dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de | uma certa tartaruga... | | Moral: Quem segue devagare com constancia sempre chega na frente. Fonte; Pesquisa do autor. Para realizarmos a reescrita da fabula de Esopo acima, foi contada a histéria, acompanhada de uma atividade de interpre- tacdo de texto. Esta tarefa possibilitou que os pa rticipantes tives- sem maior intimidade com a narrativa e pudessem se apropriar da estrutura do texto. Diante dessa formulacao, pedimos que cinco alunos recontassem a fabula com gravacao em video. De posse das gravacoes, realizamos as transcrigdes € selecionamos uma de- las para discutir os aspectos da oralidade que se encontravam na transcricao do reconto oral. DISCURSO E 38 INTERAGAO A PARTIR DA RETEXT T!TU __TABULASHENSNODALINGUA MATERIA Na apresentacao das tr igd Teettes anscricoes, os aluno: i Meo pores pleses pois nunca tinham aes am cone tee Fase com a fala deles. Explicamos sue peer ee oe ram feitas em cima das suas falas, a , oralmente, as fabulas. Pedimos que ee repeticoes e hesitacdes, as marcas de oralidade. Depois disto, pe- e es, i ; arca: lidad is disto, s di das versoes transcritas aa Para que reescrevessem uma pertinentes a li uma nova verséo com ‘i Hececchigs a linguageny escrita, fazendo assim as pees mals . Com esta atividade, eles puderam ance aes indar o en- tendimento do di lo discurso oral it a: eesci de retextualizagao a seguir rito como observamos na tarefa Observami 5 10s a presenca d Gao que na le recursos prosédi que ndo se encontravam no discurso ee ‘aieaeea ‘o. representou um Tal énci: crever a nova meee Aue aluno deveria enfrentar aia ee i or 'mM disto, a| it me oralidade pert , apreciamos algumas cae spcrmaneceiany na verséo transcrita, Sra tect da que ieee . Diante das discussées, propusemos ees pios di ss¢ 0 texto, reconfigurando de pane) la modalidade escrita, A\ acordo com princi- do alu ae presentamos, a seguii ie 10 que participou da dinamica de weeserita | rouusee ALFABETIZAGAO E LETRAMENTO: ORALIDADE E ESCRITA EM SUAS MULTIPLAS DIN Quadro 7. Confronto entre a versdo de texto oral e escrito | tTranscrigdo do discurso oral | Alebre ficava se gabando dizen- | do que era a melhor de todas... a mais veloz... aia tartaruga desa- | fouela.. ela disse que ganhava... | e nao queria... af a tartaruga per- | guntou se ela estava com medo, ai as duas apostaram a corrida, | ea raposa foi quem dew a lar- | yada dade a fraud 3 lebre correu em disparada... veloz... @ | a tartaruga ficou laad atrads... af | a lebre disse... eu sou melhor de | que ela..eu vou tirar um cochili- | rho. depois... quando ela passar | na minha frente... $006 correr mais um pouco... eeu ganho... ela | dormiutanto..quealebre..quea tartaruga... passou na frente dela e ganhou. af depois na floresta a lebre ficava... quando a lebre fica- va dizendo que era a melhor de | todas... a mais veloz... todo mun- | | do se lembrava da tartaruga Fonte: Pesquisa do autor. Retextualizagao do discurso | ‘Alebre ficava se gabando dizen- do, que era melhor que todos, | a mais veloz, Entéo a tartaruga | desafiou-a, mais ela ndo queria @ | disse que iria ganhar. A tartaruga estranhou e Ihe perguntou se es- tava com medo. Comecou a cofrida e a rapoza | deu a largada. A lebre saiu dis- parada e a tartaruga ficou Ia tras. ‘A lebre disse que era melhor do que a tartaruga @ resolveu tirar um cochilinho. Logo depois a tartaruga passou na frente da lebre e ganhou. Quando a lebre acordou saiu_cor- rendo e teve uma surpreza a_tar- taruga tinha ganhado. Sempre que a lebre dizia que era | melhor que todos os animais se Jembravam de uma certa tartaruga | i zs A atividade de retextualizagao desenvolvida suscitou um trabalho de revisao coletiva a partir de alguns textos produzidos pelos alunos. Muitos organizaram seus registros, utilizando pou- cos recursos referentes a pontuacao, mantendo alguns tracos de oralidade no discurso escrito. Tal aspecto acabou por gerar im- precisao, ambiguidade diante da pouca explicitacéo do contexto enunciativo. Aatividade de reviséo ainda se constituiu em uma di- ficuldade, visto que a discussao sobre o funcionamento da lingua- gem escrita ea participagao dos alunos sobre andlise dos aspec tos linguisticos e discursivos do texto escrito, pois correspondeu uma novidade em termos de atividade pedagdgica. DISCURSO EIN} a ITERAGAO A PARTIR DA RETE XTU: __FABULAS NO ENSINO DA LINGUA WATERNA a Apos a revisa i re Reon da reescrita da fabula “A lebre e a a ‘ ‘urma possute ee Possufa um grande conhecit fas pees mas ainda nao fazia Eee deg ‘UrsO escrito ees ° © que denotou ser necessari oats aie 0 enfoque enunciativo. As condigbes de aoe ae ecorrendo a atividades de retextualizaca : Seon Ae eee sobre a relacao oralidade e oe les aproximand: i ir epee ‘ 0 0 usuario da lin gl Iscursivas que explore a reflexao de forma Ree e fensa. ____ Procuramos consolidar, clonista, o desenvolvimento de 0s procedimentos envolvidos oralmente para a sua reelabo! Processo de retextualizacao, das sobre o modo de organi textos, permitindo a promo: pcan do paradigma sociointera- i ma proposta que refletisse sobre '@ passagem de fabulas contadas ragao na versao escrita. Diante do os alunos manifestavam suas duvi- a discurso na produgao de seus ete mc le um espaco de did fron pela Nas atividades de Eee de na. Sendo assim, as ativi Teaco 4 , as ati Sanaa ividades de retextualizagao discurso escrito Serpe \oltadas para o dominio do i A if competénci: i dimensio oral no universo pedagdgico, ny mando vivaa REFERENCIAS BAKHTIN, M. M./ VOLOSHINOY, V. N. 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CANCIONILA JANZKOVSKI CARDOSO O processo de alfabetizacao de criangas em sociedades complexas como as atuais é permeado por inumeros fatores, den- tre os quais se destacam as intrincadas relagdes entre linguagem oral e linguagem escrita. No contexto escolar, muitas sAo as duvidas dos professo- res, muitas sdo as perguntas, muitas sao as praticas que trazem a tona reflexdes e concepgoes, nem sempre convergentes, a respei- to das questées sociais e discursivas que envolvem a linguagem na construgao/produgao do conhecimento. Tais quest6es reme- tem a uma longa tradi¢ao reflexiva sobre as relagées entre orali- dade e escrita, que ja produziu inumeros estudos, especialmente fora do Brasil, em diversas reas do conhecimento como Antropo- logia, Sociologia, Psicologia e Linguistica. Um dos pontos recorrentes, nesses estudos, éa analise do pensamento anterior ao letramento (literacy'), porque se acredita que esse possui inumeras implicagdes para a aprent zagem da leitura e da escrita e relaciona-se com os atuais indices de anal- fabetismo no mundo. Estudos que abordam aspectos do ponto de vista filogenético — de como a Humanidade adquiriu a escrita e quais as mudangas que esta trouxe para a oralidade e o pensa- mento — contribuem para a compreensao do processo ontoge- nético pelo qual a crianga passa, ao aprender a ler € escrever. Tais ——— ae 1A palavra inglesa literacy sera traduzida neste trabalho por letramento, no sen- tido usado por SOARES (1998, p, 18):“estado ou condigao due adquire um grupo seal ou um individuo como consequéncia de ter-se apropriado da escrita’.

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