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Hans LaRondelle HOW TO UNDERSTAND iG Hans K. LaRondelle fo professor eméito de Teologia no Seminério Teolégico da Universidade ‘Andrews, Berrien Springs, Michigan (USA). Trabalhou como pastor evangalisa e professor nos Paises Balxos durante 14 anos, @ como professor de teologia na Universidade Andrews durante 25 anos. Recebeu seu titulo doutoral em Teologia Sistemtica e Etica do cistnto tebiogo holandés G. C. Berkouer na Reformed Free University, Amsterd, em 1971 ‘Sobre sua obra How to Understand the End-Time Prophecies of the Bible, ele affrma: "O propésito deste estudo da profecia biblica é singolo: £ meu testemunho como professor de Teologia, de alguém que ensinou Escatologia Biblica e Interpretagao Apocaliptica por mais de 25 anos no Seminario Teolégico da Universidade Andrews, e em seminarios de extenséo ao redor do mundo. Este livro ¢ 0 resultado de meus continuos esforgos por aprender com o passar do tempo". INDICE 01 - Aesperanga apocaliptica dos Judeus do Século | 02 - A distinggo entre profecia cléssica e profecia apocaliptica 03 - A aplicapdo que Cristo fez da Biblia Hebraica 04 - Como Cristo empregou os simbolos apocalipticos 05 - A interpretagao que os Apéstolos fizeram do cumprimento da profecia 06 - A compreensio de Cristo das profecias de Daniel 07 - A compreenstio de Paulo das profecias de Danial 08 -Introdugao ao Apocalipse (09 - 0 propésito do Apocalipse 10 - Chaves interpretativas dentro do Apocalipse 11 - A composigai literdria do Apocalipse 12 -A visio do trono do Criador - Apocalipse 4 13 - A entronizagao do Cordeiro de Deus - Apocalipse § 14 - Compreendendo os sete selos - Apocalipse 6 15 - Seguranga de liberagao no tempo do fim - Apocalipse 7 16 - Compreendendo as trombetas em seus contextos - Apocalipse 8 ¢ 9 117 - Uma aplicacao histérica das trombetas 18 - 0 refletor profético sobre o povo de Deus do tempo do fim - Apacalipse 10 19 - A miso profética das testemunhas de Deus - Apocalipse 11 20 - Compreendendo os "1.260 DIAS" em Apocalipse 11-13, 21 - Amensagem do tempo do fim na perspectiva historica - Apocalipse 12-14 22 - O confito final de lealdade do tempo do fim - Apocalipse 13. 23 -Identificando o anticristo 24 - Os siltimos companheiros do Cordeiro - Apocalipse 14:1-5 25 - Amensagem do primeiro anjo - Apocalipse 14:6, 7 26 - Amensagem do segundo anjo - Apocalipse 14:8 27 - Amensagem do terceiro anjo - Apocalipse 14:9-12 28 - A dupla celfa da Terra - Apocalipse 14:14-20 29 - O significado das Sete Ultimas Pragas - Apocalipse 15 ¢ 16 30 - A Sétima Praga: A retribuigao de Babildnia - Apocalipse 17 31 -O significado do veredicto de Deus sobre Babilénia - Apocalipse 18 32 - Compreendendo o Milénio - Apocalipse 19 @ 20 33 -O significado da Nova Jerusalém - Apocalipse 21 © 22 04 or 1" 15 18 2 36 47 50 53 58 64 67 n 84 94 104 115 124 139 154 1 184 189 194 202 208 212 220 231 245 256 274 1- AESPERANGA APOCALIPTICA DOS JUDEUS DO SECULO | (© Apocalipse de Jodo esta em marcado contraste com os varios escritos apocalipticos judeus ue estiveram em atualidade no primeiro século de nossa era. Desde que o general romano Pompeu invadiu a Palestina em 63 a.C. e sujeltou a nagao judia ao governe romano, intensificou-se a esperanga judia em um Messias prometido. A maioria dos judeus esperava a vinda de um Rei-Messias poderoso, da casa de Davi, quem mataria ao dragéo romano com ‘seu poder militar ajudado pelo poder divino. Entao o Messias restauraria a nagao do Israel & Suprema grandeza politica come o reino messianico sobre a terra Esta esperanca apocaliptica era vibrante entre os fariseus, Pode demonstrar-se pelos denominados Salmos de Salomo, um documento fatisaico escrito pouco depois da morte do general Pompeu no 48 a. "Olha-o Senhor, ¢ Ihes suscite um rei co filo de Davi, no momento que tu escolhas, oh Deus, para que reine em Israel teu servo. Rodeia-o de forga para quebrantar aos principes injustos, para purificar a Jerusalém dos gentios que a pisoteiam destruindo-2; ‘expulsa em sabedoria e justica ‘a0s pecadores da heranga; para despedacar a arrogancia dos pecadores semelhante a um eantaro de oleiro; para quebrantar toda sua solidez com uma vara de ferro; para destruir as nagées illeitas com a palavra de tua boca; a sua adverténcia as nagdes fugirao de sua presenca fe condenara aos pecadores pelos pensamentos de seus coragses" 1] (© Testamento do Moisés, um hino escrito pelos essénios ou pelos fariseus antes da queda de Jerusalém no 70 D.C, também expressava 0 desejo premente do pronto advento do reino de Deus: "Pols o Altissimo Deus eterno se elevard sozinho, aparecerd para tomar vinganga das nagbes @ destruiré todas os seus Idolos. Entao, tu, Israel, seras feliz Montaras sobre pescogo e asas de aguia. ‘Sim, todas as coisas se cumprirao”. [2] No Quarto ivro do Esdras, conhecido também como o Apocalipse de Esdras, um documento ‘escrito depois da queda de Jerusalém no 70 D.C., lemos que o Messias viria para liberar a remanescente do Israel da tirania de Roma e para estabelecer 0 reino messianico por 400 anos (cap. 12).{3) A.esperanca dominante no Israel era a da libertagao politica, similar & forma como Deus os tinha libertado do Egito. Sé que esta vez a expecialiva era por uma reden¢ao permanente dos males da histéria. A partida dos zelotes [fanaticos] tinha uma febre apocaliptica tal, que apoiou uma guerra de guerrithas contra Roma na seguranga de que Deus destruria os opressores do Israel e criaria um mundo no qual Satands e a dor nao existiriam mais. Josefo, 0 historiador judeu do primeiro século, ordem que um certo Judas, gallleo, originow um levantamento a principios do século |. Sua filosofia era que o povo de Deus devia reconhecer 's6 a Deus como seu soberano e Senhor, ¢ recusar-se a pagar impostos a um amo pagao.4 0 Novo Testamento registra que essa rebeliao chegau a um fim desventurado (At. 5:37). Entre os rolos do Mar Morto, descobertos nas cavernas de Qumran, encontrou-se um denominado Regra de guerra (QM), escrito a comegos da era crista, Descreve um plano de batalha para que os pactuantes de Qumran travem altima guerra santa contra Roma (Quitim) Belial. A esperanga era de novo que Deus interviria com seu santos anjos e daria ao fel remanescente de Israel uma vitéria eterna por meio de um desdobramento do poder do Miguel ‘como o guerteiro divino {5} Esta esperanca politica de um futuro mais brilhante alcancou um tom téo febril no século |, que ‘conduziu ao levantamento judeu contra Roma nos anos 66-72 © no 132. Em ambas as ‘ocasides os judeus comegaram uma guerra militar contra o Império Romano confiando em que Deus os vindicar'a com uma vitéria sobrenatural ‘Salomao Schechter resume com quatro caracteristicas os elementos essenciais da esperanga apocaliptica no primeiro século: (1) 0 Messias, da casa de Davi, restaurard o reino do Israel © ‘estendera seu governo sobre toda a terra; (2) 8 inimigos de Deus langarao um ataque macigo contra Israel, no qual o Mesias destruira @ todos seus oponentes pagéos; (3) todas as nagdes, sobreviventes aceltardo o Deus de Israel, reconhecerao seu reino e procurardo a instrugao de seu Torah (lel); © (4) a era do reinado messianico sera uma era de prosperidade material e sorte espiritual; até a morte seria abolida por meio da ressurreigaio dos justos mortos. Este reino do Messias era, de acordo com algumas fontes, uma preparagdo para o tempo quando Deus mesmo reinaria [6] Infelizmente, os judeus estavam to dominados por seu édio para Roma que enfatizaram unilateralmente a missao da vinda do Messias como o libertador do jug romano © 0 restaurador do reino nacional a Israel, Por esta razo, os rabinos estudaram as profecias messidnicas das Escrituras Hebraicas com uma mente preconcebidas que Ihes impediu de ver {a revelagao da plenitude da missao do Messias para salvar do pecado a todos os homens. Esperando um Mesias politico sé para sua prépria nagao, passaram por cima das profacias © dos tipos que prediziam a morte expiatoria do Mesias em sua primeira vinda. Interpretando a profecia para encontrar evidéncias com o fim de sustentar sua ambigao nacional, os judeus se prepararam para rechagar 0 Salvador do mundo. Quando Cristo veio em uma maneira contraria, a suas expectativas, ficaram completamente desapontados © nao o receberam, Cristo tratou de Ihes mostrar que tinham interpretado mal a promessa de Deus de conceder favor eterno a Israel. Tinham chegado a considerar sua descendéncia natural de Abrado como uma pretensdo para essa promessa (Jodo 8:33-40). Na verdade, em seu orgulho racial, os dirigentes judeus passaram por cima das condigdes prévias que Deus tinha especificado. O favor de Deus estava assegurado s6 a um Israel espiritual e em cujos coragdes ele tinha ‘escrito sua lei: ‘Darei minha lei em sua mente, © a escreverei em seu coragao; e eu serei a eles por Deus, ¢ eles me sero por povo... Porque todos me conhecerao, do mais pequeno deles até 0 maior, diz 0 Senhor" (Jer. 31:31-34). ‘As promessas divinas de salvacao e béngao para o mundo estavam asseguradas a um Israel regenerado como 0 verdadeiro povo do pacto. O povo espiritual de Deus sao constituidos pelos que estdo "circuncidados” em seus coragées (ver Deut. 10:16; 30:6; Jer. 4:4). Um povo assim nao reclamard as promessas de Deus e renderd um servigo exterior a Deus meramente pelo puro prazer de alcangar grandeza nacional. O essencial da Biblia Hebraica nao é o Israel, & ‘sim 0 Messias de Israel! As profecias messidnicas constituem o coragao tanto da Escritura ‘como dos sagrados servigos do santuario no Israel, Muitos rabinos e fariseus chegaram a acreditar que por meio de um conhecimento da Escritura e uma conformidade exterior a ela, possulam vida etema, A Mishné ensina: "Grande é a le, porque lhe da vida aos que a praticam into neste mundo como no vindoura’.7 Mas Jesus assinalou uma falta fundamental do visao: /6s perscrulais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna: ora, so elas que dao testemunho de mim; vés, porém, ndo quereis vir a mim para terdes a vida” (Jodo 5:39, 40, BJ) {A vida esta centrada no Messias, o Filho de Deus, e nao na Escritura, Jesus afimou: "AS palavras que eu Ihes falei sao espirito e sao vida” (Joao 6:63). Ao perder de vista a Cristo como © coragao vivente das Escrituras, os judeus ja ndo entenderam mais o significado espiritual do servico ritual em seu templo. Comegaram a confiar nos mesmos sacrifcios e ceriménias em vez de contemplé-lo a ele, a quem assinalavam os sacrficios. De modo que perderam o significado espiritual de sua adoragao no templo. Aferrando-se a formulas mortas, esses rituais ‘chegaram a ser um mistério inexplicavel. Até as restrigdes rabinicas quanto a observancia do sdbado revelam que os judeus ja nao percebiam que no sébado havia uma promessa divina do descanso messinico. Os dirigentes judeus interpretaram mal o ato do Jesus ao curar mlagrosamente a um paralitico no sabado ‘como a evidéncia de uma atitude contra na sabado (Jodo 5:16-18). Entretanto, o oposto era verdade. Jesus ensinou que as obras de misericérdia nao s6 estavam permitidas, mas também ‘eram obrigatérias no sdbado para que as fizesse o Mesias, e em perfeita harmonia com a vontade do Pai celestial, "Meu Pai, até o presente, continua trabalhando ¢ eu também trabalho" (Jodo 5:17, NBE), O erudito evangélico Ledo Morris o explica desta maneira: "Ele [Jesus] nao estava dizendo que nao devia guardar-se o sabado... Estava dizendo que seus eritcos nao entendiam o que significava na sabado e por que tinha sido instituldo" [8] Nao surpreende que Jesus censurasse os judeus por sua falta de percepedo espiritual, por no discernir quem era ele, o Enviado ao Israel pelo Pai. E desafiou-os perguntando: "Nao vos deu Moisés a lei? Contudo, ninguém dentre vés a observa, Por que procurais matar-me?.... Nao Julguets segundo a aparéncia, e sim pela reta justica” (Jodo 7:19, 24). Enquanto desejavam a vinda do Messias, os judeus j4 ndo tinham 0 verdadeiro conceito de sua misao divina como Redentor do pecado ¢ de Satan. Cristo hes disse: "Todo 0 que comete pecado 6 escravo do pecado... Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jodo 8:34, 36), mas eles afimaram que eram livres porque, disseram, "jamais fomos escravos de ninguém’ (v. 33). Nao compreenderam 0 significado espiritual do pecado ou o significado da natureza da dignidade real de Cristo. O Messias devia vir como o verdadero intérprete dos profetas de Israel. Devia definir os principios do reino e o plano de redencao. !ss0 foi o que fez Cristo, e seus ensinos estao registrados nos Evangelhos, os qual formam a chave essencial para entender corretamente o Antigo Tastamento. Também formam a ponte teolégica entre as profacias do Antigo Testamento ¢ 0 livro do Apocalipse. Portanto, antes de podermos enlender corretamente 0 timo lvro da Biblia, ¢ indispensavel descobrir primeira como Jesus interpretou a perspectiva profética dos profetas cléssicos @ o livro do Daniel. Referéncias 4, "Salmos de Salomao", 17:21-25, citado em J. H. Charlesworth, The Old Testament Pseudepigrapha, T. 2, p. 667. 2. "Testamento de Moisés”, 10:7, 8, chamado em G. Aranda Pérez, F. Garcia Martinez e M Pérez Fernandez, Literatura judia intertestamentaria (Estella, Navarra: Verbo Divino, 1996), p. 301 3."O Messias que o Altissimo reservou para 0 final dos tempos: Ele surgird da estirpe de Davi” (ibid, p. 329) 4, Flavio Josefo, Obras completas de Flavio Josefo: Antighedades judias (Buenos Ares: Acervo Cultural, 1964), XVill, 1, -6 (t 3, pp. 225-228); La guerra de los judios, 11, 8 (L 4, pp. 136-142), 5.1 QM 6; 12-14 6, Schechter, Salomao, Aspects of Rabbinic Theology (Nova York: Schocken Books, 1961), p. 102. 7. Abot [Pais] 6:7. 8 Leo Morris, Reflections on the Gospel of John (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1987), T. 2, pp. 265, 266. Il- A DISTINGAO ENTRE PROFECIA CLASSICA E PROFECIA APOCALIPTICA s profetas do Antigo Testamento tais como Amés, Isalas, Sofonias, Ezequiel e Jeremias sao ‘chamados profetas classicos. Suas mensagens foram em primeiro lugar pronunciados em voz alta, seja 20 reino rebelde do Israel no norte (as 10 tribos) ou a apéstata Jerusalém e Juda (as 2 tribos). Com frequéncia suas mensagens foram um clamor em favor da justiga social, ‘econdmica e politica para as classes oprimidas. Os profetas convocaram Israel e Juda para {ue voltassem para a torah ou lei do pacto do Moisés, e para que servissem a Deus com arrependimento verdadeiro. Se os lideres palticos e religiosos do povo eleito originavam justiga social e uma renovagao da adoragao, 1s viria sobre a terra em sua historia futura Em realidade, 0 "dia do Senhor", ou 0 140 viria como Israel o tinha antecipado popularmente. Profecia Classica ‘Amés: Este profeta, como porta-voz de Deus, pronunciou em forma fulminante estas horriveis, palavras as 10 trbos: "Aide vs que desejais o Dia do Senhor! Para que desejais vés 0 Dia do Senhor? E dia de trevas e néo de luz ...Nao sera, pois, o Dia do Senhor trevas e nao luz? Nao sera completa escuridao, sem nenhuma claridade? "Por isso, vos desterrarei para além de Damasco, diz 0 Senhor, cujo nome & Deus dos Exercitos” (Amés 5:18, 20, 27), ‘Amés deu a conhecer dois castigos sobre Israel: Em primeiro lugar, a nagao infiel seria levada cativa ao exilio em Assiria ("além de Damasco") como resultado da maldigao do pacto do Deus do Israel, em harmonia com suas ameagas do pacto pronunciadas mediante Moisés (Deut. 28; Lev. 26), Esta sentenga teve lugar no ano 722 a.C., ¢ se conhece como o desterra assirio das ez tribos. Em segundo lugar, 0 significado pleno deste juizo nacional chega a compreender-se 86 quando se vé este acontecimento como um tipo ou prefiguragao do juizo césmico de Deus 20 fim da historia sobre todas as nagSes que se rebelem contra Deus, ‘Amés apontou ao julzo final de Deus quando se referiu aos sinais césmicos: *Farei que fique o sol 20 meio dia, e cobrirel de trevas a terra no dia claro" (Amés 8:2), e: "Nao se estremecerd por isso a terra, e fara luto tudo o que nela habita? (v. 8, BJ). Escuriddo repentina ao meio-dia (uum terremoto catastréfico podem ser mais que um desastre natural. O fogo apocaliptico cconsumira a terra @ © mar (7:4) © levard a seu fim a historia de Israel! Na escatologia (a ordem dos acontecimentos finais) que apresenta Am6s, 0 dia do Senhor seria um julzo Iminente sobre Israel a maos de seu inimigo nacional: Assiria (no 722 a.C.). Mas ‘Amés anunciou uma catastrofe ulterior, na qual Deus julgara a uma sociedade mundial apéstata e libertara a seus figis em todas as nagSes. A esta relagdo do juizo local iminente e do julzo mundial do tempo do fim chamamos “conexao tipolégica”. Ambos os juizos procedem do mesmo Deus, mas 0 juizo sobre a nacdo é um tipo ou modelo profético que garante que Deus julgaré finalmente a todo mundo pelos mesmos principios morais. S6 mediante sua retribuigao final se cumprira completamente o propésito redentor de Deus para esta terra. O tipo historico pode ser local e incompleto, mas 0 antitipo escatolégico serd universal e completo em seus. resultados. ‘Sofonias: © duplo foco do juizo de Dous em Amés também 0 descrevem graficamente os ‘outros profetas. Em geral se considera que Sofonias & o profeta mais grandioso que fala do juizo de Deus. inclusive comega seu pequeno livro com uma admoastagao da destruigo universal vindoura: "De fato, consumirei todas as coisas sobre a face da terra, diz 0 Senhor. Consumirel os homens e os animais, consumirei as aves do céu, © os peixes do mar, e as afensas com os perversos; ¢ exterminarei os homens de sobre a face da terra, diz 0 Senhor" (Sof. 1:2, 3) ‘Assim como Amés, Sofontas contempla o futuro histbrico imediato contra o fundo do juizo final, porque ¢ o mesmo Deus que visita Israel e 0 mundo para juizo e salvagao. A mensagem principal 6 que Dous atua, nao a duragao do periodo de tenipo entre os juizos. Joel: © profeta Joel estruturou sua perspectiva profética de forma tal que uma praga histérica de lagostas (1:4-12) serve como um tipo profético do juizo escatolégico de todo o mundo, que & ‘seu antiipo (2:10, 11; 3:11-18). A historia local e a escatologia do tempo do fim estdo tao mescladas entre si que nao podem ser completamente separadas na descrigao profética. 0 presente corresponde ao futuro porque ¢ o mesmo Deus quem vem agora e no futuro. Este é a mensagem principal do Antigo Testamento. O propésito moral de cada antincio de um juizo de Deus é levar a seu povo a caminhar em harmonia com sua vontade redentora no presente. O objetivo final da profecia no a catéstrofe e a destruigéo, a néo ser uma nova criagdo ea restauragdo do paraiso perdido na terra. Isaias: Um exemplo de como 0 julzo de Deus sobre um arquiinimigo historico do Israel e seu juizo final do mundo esto intimamente misturas, como se ambos fossem um s6 dia do Senor, encontra-se no Isafas 13. Isaias anuncia a iminente queda do Império Neobabil6nico as mos dos medos: " Uivai, pois esté perto o Dia do SENHOR; ver do Todo-Poderoso... Eis que eu despertarei contra eles os medos' (Isa. 13:6, 17). Neste ordculo profético de guerra, Deus aluara logo como o guerreiro divino para liberar a seu pavo oprimido: "O Senhor das exércitos revista seu exército para o combate" (v. 4, NBE), O resultado sera a destruigao: "Babilénia, a jdia dos rainos, gléria © orgulho dos caldeus, sera como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtomou, Nunca jamais sera habitada, ninguém morara nela de geragao em geragao” (vs. 419, 20). Dopois,o profeta acroscenta a dimenséo césmica do dia apocaliptco do Senhor: "As estrelas dos céus € seus luzeiros nao dardo sua luz; ¢ 0 sol se obscureceré ao nascer, ¢ a lua nao dard Seu resplendor* (V. 70). Deus castigara "ao mundo por sua maldade, e 0s Impios por sua inighidade" (V. 11). Deus faré “estremecer os cus, @ a terra se moverd de seu lugar...no dia do ardor de sua ira" (V. 13). Esta 6 uma descriggo de um ju'zo universal. Por isso, a profecia de Isalas de condenagao sobre Babilénia contém a estrutura de uma perspectiva tipologica. & claro que o dia apocaliptico do Senhor, com seus sinais césmicos e seu terremoto universal, nao ocorreu durante a queda histérica de Babildnia ante os medo-persas no 539 a.C. Aquele julzo sobre Babildnia serve s6 como um tipa ou simbolo do juizo final da humanidade; por esta razao se descrevem os dois juizos como se fossem um sé dia de retribuigao diving. A natureza tipolégica da queda de Babilénia da antiguidade nao requer que cada rasgo da profecia se ‘cumpra no tipo. Antes, o cumprimento parcial das antigas profecias de condenacao e liberaro indica que ainda precisam encontrar sua consumagao defintva, O lvro do Apocalipse nos assegura que todas as profecias antigas de condena¢ao e liberagao ocorrerdo em escala mundial por ocasiso da segunda vinda de Cristo. Por definigao, 0 antitipo sempre é maior que 0 tipo. Porisso encontramos que a caracteristica da profecia classica 6 seu duplo foco, sobre 0 préximo e o longinquo, sem nenhuma diferenciagao de tempo. Ensina-nos que o Deus do Israel é o Dous da histéria. E 0 rei que vem na histéria © ao fim da historia da humanidade. Sua vinda traz o fim desta era maligna, para restaurar 0 reino de Deus sobre nosso planeta por meio do Jesus Cristo. Outra caracteristica vital da profecia classica so suas preocupagées éticas, sou chamado ao arrependimento e a uma vida santificada. Os profetas de Israel nao fizeram predigSes incondicionais mas sim desafiaram tanto ao Israel como aos gentios com a vontade imediata de Deus. De fato, as predicdes divinas satisfazem o propésito mais elevado de chamar 0 povo 0 arrependimento e a abedecer a vontade de Deus e dessa forma, evitar 0 juizo vindouro, 0 resultado significative desta preocupacao ética dos profetas do Israel é a seguranca de que s6 um remanescente do Israel, fil © purificado, entrar no reino escatolégico de Deus. 5 profetas anunciaram que s6 um fragmento ou remanescente da nagao como um tudo seria salva, assim como o "tronco que fica de uma arvore (Amés 3:12; 6:14, 15; Ouse. 5:15; 6:1-3; Isa. 4:2-4; 6:13; Jer. 23:3-6). A razao 6 que s6 o remanescente restaurado se vollara para ‘Senhor com arrependimento verdadeiro (Isa. 10:20-23; Zac. 12:10-13); s6 um Israel espiritual dentro do Israel nacional recebera um coragao "circuncidado" (Deut. 10:15, 16; 30:6; Jer. 4:4), ‘A distingao no Antigo Testamento entre um verdadeiro o Israel de Deus dentro da nacao do Israel nao se apéia na relacdo de raca ou de sangre com Abrado, ¢ sim na fé ena obediéncia a Deus. 0 fator decisivo & possuir a relagao espirital de pacto com Deus. De acordo com esta ;ologia do remanescente do Antigo Testamento, o apéstolo Paulo chegau a esta conclusdo: orque nem todos os que descendem de Israel so israelitas” (Rom. 9:6). Seu ensino ‘apostélica enfatizou que 6 quando israelitas reconhegam que Jesus @ Messias da profecia, ‘sao 08 portadores de luz das promessas do novo pacto de Deus. E enquanto que os gentios 40 chamados para serem os herdeiros das mesmas promessas, Paulo insistiu: "S6.0 remanescente sera salvo" (v. 27) Profecia Apocaliptica © livro do Daniel forma uma classe de profecia por si mesmo dentro do Antigo Testament Aqui nos encontramos com um fendmeno: Nao se prediz um s6 evento ou julzo, e sim uma ‘seqUéncia total de acontecimentos que comecam nos préprios dias do Daniel e se estendem adiante sem interrupco até o estabelecimento do reino de gléria de Deus. Um continuo histérico ininterrupto em profecia, como apresenta Daniel, ndo tem precedentes na profecia, classica. Alguns profetas, como Joel e Ezequiel, revelaram o principio de uma sucessao de dois periodos em seus esbogos proféticos (Joel 2:28; Ezeq, 36-39), mas nenhum havia predito uma histéria continua religiosa e politica do povo do pacto de Deus terminando com o juizo final do dia do Senhor. Um panorama to amplo da histéria da salvacao adiantado 6 a caractetistica especifica da profecia apocaliptica. Este continuo apocaliptico na historia esta ‘em um marcado contraste com a profecia clssica, com seu dobro foco e sua perspectiva tipolégica futura © segundo aspecto Gnico no livro apocaliptico do Daniel & que contém uma quantidade de ‘esbogos histéricos e cada um culmina no juizo universal do Deus de Israel. Podem distinguir-se 4 séries proféticas principais (Dan. 2; 7; 8; 11). Cada uma reitera a mesma ordem basica de acontecimentos, mas todas acrascentam detalhes com respeito a0 conflto do povo do pacto de Deus com as forgas que se opdem a Deus. Estas vis6es paralelas mostram um interesse crescente em enfocar a era do Messias e seu conflto com 0 antimessias ou o anticristo (especialmente em Dan. 8 e 9). A idéia chave de cada série profética é 0 triunfo do governo de Deus sobre o mal. Portanto, precisamos compreender que a meta da apocaliptica biblica nao 6 predizer acontecimentos especificos da histéria secular do mundo em si. A apocaliptica biblica nao & um exibicionismo da presciéncia de Deus. Antes, 0 seu interesse Inspirar esperanca entre o oprimido povo de Deus. Anima-os 2 perseverar até o fim, porque o Deus fiel do pacto estabeleceu ao anticristo mite de tempo e poder, Deus vindicard a seus figis na luta entre o bem @ o mal, O foco definitive da apocaliptica biblica nao é o primeira advento do Mesias e sua morte violenta (Dan. 9:26, 27), e sim seu segundo advento quando voltar como o vitorioso Miguel para resgatar o remanescente fil (Dan, 12:1, 2) (© que forma a culminagao de toda a profecia apocaliptica do Antigo Testamento 6 este evento final da histéria da humanidade. E este “im” o que esté em vista na singular frase do Daniel: “o tempo do fim" (5 vezes em Dan. 8-12). Este foco notavel do tempo do fim também 6 a razao de or que a profecia apocaliptica enfatiza mais o aspecto incondicional do plano determinado de Deus para a redengao da humanidado. Mas este aspecto distintivo de determinismo nao dove ver-se como um contraste fundamental com as profecias classicas do Israel com seu chamado 20 arrependimento. ‘As profecias apocalipticas de Daniel se centram ao redar da libertagao final do fiel remanescente do Israel, 0 povo espiritual do pacto de Deus, em quem se realizarao finalmente ‘as preacupagées étioas de todos os profetas (Dan. 11:32-35; 12:3; Ezeq. 11:17-20; 18:23, 30- 32; 33:11; Isa, 26:2, 3), Em Daniel, a preocupaco fundamental, tanto dos capitulos histéricos (caps. 1-6) como dos. proféticos (caps. 7-12), parece ser a vindicagao que Deus faz de seu santos acusados falsamente, Esta soberania de Deus como Rei e Juiz esta expressa pelo foco centralizado no Messias que se apresenta em muitos capitulos (Dan. 2; 7; 8; 9; 10-12), e em suas divisées predeterminadas de tempo da histéria da redengao (Dan. 7:25 [3 ¥4 tempos]; 8:14, 17 [2.300 dias}; 9:24-27 [70 semanas de anos]; 12:4, 7, 11, 12 ("9 tempo do fim’, 1.290 e 1.335 dias), Em todos os tempos, Deus proporciona um povo remanescente fie, coloca os limites sobre a histéria pecaminosa deste mundo, permite tempos especificamente atribuidos para a apostasia © perseguigao, determina "o tempo do fim’, ordena o mundo para a hora de seu juizo final e levara a cabo a libertacdo dos santos na segunda vinda. Estes caractetisticos tnicos pertencem a soberania de Deus e constituem a pedra angular da profecia do Daniel Pode fazer-se uma observagao adicional a respeito da parte histérica do livro de Daniel. Nos capitulos 3 (a liberagao do foro de fogo)e 6 (a liberac&o do fosso dos ledes), os relatos da intervengao divina e 0 resgate sobrenatural t8m a finalidade de ser mais que simplesmente um ouco de interesse histérico, O autor do livo chama a alengao a sua inerente perspectva tipolégica, em vista da libertacao futura do povo remanescente de Deus ao fim da historia da redengao. Isto chega a ser evidente a partir da repetioao enfatica do verbo chave “libertar” ou “resgatar" que se encontra no Daniel 3:15 e 17 (e 5 vezes no capitulo 6), @ que volta a aplicar- ‘se na segao apocaliptica do Danie! 12:1, quando Miguel “ibertara” o verdadeiro o Israel de Deus por meio de sua intervencao pessoal Além desta conexao literéria entre a sega histérica a apocaliptica de Daniel, também existe uma correspondéncia temética fundamental entre as duas sogdes do livro. As narragdes que Daniel faz da lealdade religiosa a sagrada lei de Deus por uns poucos fiéis, proporciona os tipos ou as prefiguragdes essenciais da natureza da crise final para o povo de Deus no tempo do fim, Estes acontecimentos hist6ricos no livro de Daniel servem como o pano de fundo para a crise vindoura do tempo do fim © seu resultado providencial, tal como se dascreve no livra de Apocalipse (caps, 13 © 14), Resumo © livro apocaliptico de Daniel revela ao menos quatro caracteristicas (nicas: (1) Uma repeticao dos esbogos apocalipticas que mostram um continuo da histéria da redengaio. Cada esboco culmina no estabelecimento do reino de gléria (Dan. 2:44, 45; 7:27; 8:25; 12:1, 2); (2) 0 foco centrado no Messias de todos seus esbogos (Dan. 2:44; 7:13, 14; 8:11, 25: 9:25-27; 1055, 6; 12:1); (2) As divisdes predeterminadas de tempo, que servem como o calendario sagrado da histéria progressiva da redencao de Deus (Dan. 7-12). Estas profecias de tempo dnicas determinam 0 ‘comeso do famoso "tempo do fim’, particularmente a terminagao do periodo de tempo profético dos 2,300 "dias" na visto selada de Daniel 8 (vs, 14, 17, 19); (4) O aspecto incondicional da histéria da redenpao, o qual recalca uma sesso predeterminada de julzo no céu e a vindicagao dos santos fis por um Filho do Homem. Isto também esta expresso pela imagem de um guerra santa final e o triunfo do Miguel como 0 guerteiro divino, @ a ressurreigao de todos os mortos para receber sua recompensa (Dan, 2:7- 12) Em resumo, o livro apocaliptico de Daniel contém o fundamental da profecia cléssica (0 duplo foco de uma perspectiva tipolégica na segao histérica do livro) e o esbogo profético de um continuo histérico em sua segao apocaliptica ‘A.unidade organica da profecia classica e da apocaliptica pode observar-se na harmoniosa ‘combinagao de sua perspectiva do tempo do fim: O julzo universal com a libertagao césmica de um povo remanescente fia! na ikima guerra entre o bem eo mal, e a restauraeao do reino de Deus om paz e justiga eternas. lll - A APLICAGAO QUE CRISTO FEZ DA BIBLIA HEBRAICA © propésito deste livro é triplo: (1) Descobrit como entendeu Cristo os livros de Moisés, os Profetas e os Salmos; (2) formular 0s principios hermenéuticos de Cristo para interpretar as profecias da Biblia; (3) aplicar esses principios as profecias nao cumpridas, especialmente as do Apocalipse. ‘Como cristaos que acreditam na verdade do evangstho, que Jesus é o Messias prometido, precisamos saber como entendeu Cristo os livros de Moisés, os Profetas e os Salmos. Jesus 6 © verdadeiro intérprete das Santas Escrituras, Sua mensagem é nossa chave para descobrir o significado correto do Antigo Testamento. Se queremos compreender 0 Antigo Testamento, devemas compreendé-lo do ponto de vista de Deus. Portanto, nosso ponto de partida é a forma ‘como Jesus explica 0 Antigo Testamento. A aplicago que Cristo fez das Escrituras de Israel & nosso modelo de interpretagao biblica. Nosso principio guiador esta apoiado sobre a convicg30 de que a atividade redentora de Deus na histéria do Israel alcangou seu cumprimento em Cristo. Portanto, trataremos de interpretar o Antigo Testamento a luz da vida e mensagem de Cristo como a Palavra encarnada de Deus, pois s6 dele se escreveu o sequinte: "No principio era o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no principio com Deus... E 0 Verbo foi feito carne, e habitou enlre nés" (Jodo 1:1, 2, 14). Jesus e a Palavra de Deus Deus enviou ao Jesus para revelar plenamente ao Deus do Israel em sua vida e ensino. Cristo afirmou que foi enviado com uma mensagem de Deus e que suas palavras procediam de Deus "Porque eu nao tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito 0 que dizer e © que anunciar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. As coisas, ois, que eu falo, como o Pai mo tem dito, assim falo" (Jodo 12:49, 50). "Nada fago por mim mesmo; mas falo como 0 Pai me ensinou (Jodo 8:28). 'S6 Cristo pode revelar o significado e o sentido algumas vezes oculto da Escrtura ¢ da historia do Israel. Tanto os judeus como os samaritanos esperavam que viesse o Mesias, pois ele “nos explicara isso tudo" (Joao 4:25, NBE), Sem vacilagdo, Jesus declarou: "Eu sou, 0 que fala contigo" (v. 26). “Jesus Ihes disse: De certo de certo Ines digo: Antes que Abraao existisse, eu sou (8:58). (© testemunho da autoridade de Jesus como o Mesias se repete varias vezes no Novo Testamento (ver Jodo 1; Col. 1¢ 2; Heb. 1), ¢ 6 de crucial importancia para compreender as vis6es simbélicas do Apocalipse de Jodo. No dltimo livro da Biblia, as imagens e os simbolos hepreus se aplicam consistentemente a Cristo @ a sua nova comunidade do pacto camo o novo Israel E evidente a necessidade que existe de ter um enfoque correto do Apocalipse. Primsiro sdevemos conhecer a verdade do evangelho de Cristo como fol ensinada por Jesus antes que possamos compreender o Apocalipse. Em interpretacao protétca, frequentemente se Gescuidou o método adequado. E indispensdvel reconhecer a nalureza progressiva @ desdobrada da revelardo divina dentro da Biblia. Deve permitir-se que 0s livros do Antigo Testamento nos contem sua prépria mensagem, mas nao como se fossem a titima palavra de Deus. As Escrituras Hebraicas nao sao um anon fechado da Escritura. Formam um registro incomplete da totalidade da revelagao divina. Em ‘sua major parte apresentam as promessas de Deus de um Mesias vindouro como 0 maior dos profetas, o Rei supremo e 0 tinico Supremo Sacerdote. O Antigo Testamento termina com a promessa do Ellas vindouro antes do dia de Jeova (Mal. 4:5, 6). Por outro lado, os eseritos inspirados do Novo Testamento registram 0 comego dos cumprimentos das promessas messidnicas na vinda de Cristo (0 Mesias) Jesus, e em sua criagio de uma nova comunidade messiénica: os eristaos (um nome que significa "povo do Mesias") ‘0 Apocalipse de Joao se concentra especialmente na gloriosa consumagao de todas as realizagées, Para receber uma compreensao mais profunda de Moisés, os Profetas e os, ‘Salmos, devemos aceitar o ensino de Cristo e seus apdstolos como a verdadeira interpretagdo das profecias ¢ dos tipos hebraicos. O Novo Testamento funciona como a revelagaéo final da verdade de Deus tal como se ensina nestas palavras apostélicas: "Deus, tendo falado muitas vezes © de muitas maneiras em outro tempo aos pais pelos profetas, nestes tiltimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, e por ‘quem deste modo fez o universe” (Heb. 1:1, 2) ‘Assim como 0 Filho de Deus é imensamente maior que qualquer profeta de Israel, assim a palavra de Cristo a norma para interpretar os esoritos do Antigo Testamento. Jesus ensinou {que as Escrituras Hebraicas estavam centradas na promessa messianica. Sua especial preocupagao foi ensinar aos judeus que a Escritura nao é um fim em si mesma, que memorizar a palavras da Sagrada Escritura nao produz méritos. O propésito da Escritura é levar a Cristo! "V6s perscrutais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; ora, so elas que dao. testemunho de mim; vés, parém, ndo quereis vir a mim para terdes a vida” (Jodo 5:39, 40, BJ) ‘Segundo Jesus, a Biblia Hebraica esté centrada em Cristo. Portanto, 6 essencial para um cristao descobrir o novo método com o qual Cristo explicou o Antigo Testamento. Dois dos discipulos de Jesus foram privlegiados para ouvir o Cristo ressuscitado explicar-ihes todas as Escrituras que se referiam a ele (Luc. 24:25-27). Como resultado, seus coragdes comegaram a arder com um novo entusiasmo. Cristo “abriv-Ihes 0 entendimento para que compreendessem as Escrituras’. Mostrou-thes como "era necessario que se cumprisse tudo o que esta escrito de mim, na lel de Moisés, nos profetas @ nos salmos” (Luc. 24:44, 45). ‘A pergunta provocadora para nés &: Podemos chegar a saber como interpretou Jesus 0 Antigo ‘Testamento numa forma centrada em Cristo? Podemas descobrir a hermenéutica de seu enfoque cristocéntrico? Se podemos estabelecer os principios hermenéuticos de Jesus para a profecia cumprida, saberemos como entender a profecia nao cumprida, especificamente as profecias apocalipticas de Daniel e Apocalipse. ‘ANova Revelacao de Jesus o Mesias, Para Jesus, as profecias messianicas néo eram predigdes isoladas, sendo uma parte do ‘extenso plano de Deus para a redengao do homem. Inclusive viu a historia de Israel como uma série de eventos redentores que prefiguravam a grande salvago operada pelo Messias. Portanto, Cristo reconheceu que as promessas de Deus the foram dadas em dois nivels a Israet: tanto mediante predigbes verbais como mediante tipos historicos de libertagao e julzo. Na Biblia, um "tipo" é um acontecimento historico, ou uma pessoa ou uma instituigao, ordenado or Deus para prefigurar uma verdade redentora de Cristo. Jesus aplicou publicamente sua pessoa a missdo de Isaias de pregar as boas novas de Deus, de sarar as feridas de Israel e de Or em liberdade aos oprimidos (Luc. 4:17-21 e Isa. 61:1, 2). Entretanto, o que péde ter deixado ainda mais pasmados os judeus foi a surpreendente declaragao de Jesus de que ele era o Anttipo prometido ou a consumagao de todos os profetas, dos reis e da mediagao sacerdotal de Israel ‘eis aqui esta quem maior do que Jonas” (Mat. 12:41), ‘is aqui esta quem é maior do que Salomao" (Mat. 12:42), \qui esté quem & maior que o templo” (Mal. 12:6). Jesus incluso declarou que sua morte abnegada proveria o "sangue do novo pacto, que por muitos 6 derramado" (Mar. 14:24). Por todas estas afirmagSes, Jesus introduziu no judaismo a assombrosa idéia de que tinh chegado o tempo dos antitipos. Apresentou-se a si mesmo ‘como a realidade qual apontavam todos os simbolos das insttuigdes redentoras do Israel Por consequinte, anunciou solenemente na sinagoga que nele tinha comegado a idade mossidnica ou 0 ano do jubileu (ibertagao). Tendo citado a promessa mossidnica do Isalas 61:1, disse: "Hoje se cumpriu esta Escritura diante de vés" (Luc. 4:21). Apontou seu triunfo sobre os deménios como uma prova de que o governo de Deus agora estava presente em Israel: "Mas se eu pelo Espirito de Deus expulso os demdnios, certamente chegou o reino de Deus" (Mat. 12:28). ‘Onde se rechaga a Satanas, o reino de Deus se faz manifesto. Com Jesus entrou em operagao © principio salvifico soberano de Deus. Em outras palavras, com a primeira vinda de Cristo se inaugurou 0 tempo escatolégico. "O tempo esta cumprido", disse Jesus, “e 0 reino de Deus sla préximo; arrependei-vos e crede no evangelho" (Mar. 1:15). Tinha terminado o tempo de ‘espera para o reino de Deus, e tina comegado 0 tompo do reinado de Deus no ministério de Cristo, Jesus 0 iniciador do reino da graca de Deus. Como o RelMessias, representa o reino de Deus; como 0 doador da misericérdia divina, 6 o Mediador sacerdotal do reino de Deus. Em qualquer lugar que Cristo esté presente, o reino de Deus iradia seu poder. Jesus assegurou: “Eis que o reino de Deus esta entre vés" (Luc, 17:21). A graga de Deus esta dentro do alcance do homem onde quer que Jesus é prociamado como o Messias. Esta é a tesséncia do evangelho. A verdade de que o Cristo ressuscitado 6 Senhor ¢ esta sentado & mao direta do trono de Deus, foi respaldado no dia de Pentecostes pelo derramamento do Espirito. 0 apéstolo Pedro anunciou ento que os “iltimos dias" tinham chegado, que tinham ‘comegade os dias do reinado espiritual de Cristo (At. 2:17; of. Heb. 1:2) Cristo, o Representante do Novo Israel {Que Jesus afiremasse ser 0 Messias da profecia néo deve obscurecero fato de que o Messias também fi designado para sero pereito representante de Israel, © pacto de Deus com israel tem que reaizar-se om obediéncia perfelta ao Messias. Como a personificagao de lsrael, 0 profeia descreve a Crsto como "o servo do Senhor" assim come Israel tina sido designado o Servo do Senor (Isa. 42-53), Assim como Israel, Cristo também foi chamado "Filho" de Deus (Exo. 4:22; Isa. 42:1; Mat, 3:17). Josus fo envindo para suportar a mesma enxurrada de proves ‘que teve israel, para vencer onde Israel ina fracassado, Depois de seu batismo, esteve durante 40 dias no deserto para ser tentado pelo diabo e assim iqualar simbolicamente os 40 anos que Deus provou os israelitas no deserto (Deut. 8:2; Mat. 4:1). ‘A maloria dos eruditos do Novo Testamento reconhecem que Jesus se viu a si mesmo, em um ‘sentido tipolégico, como o novo Israel. Este tinha falhado, mas Jesus cumpriu o pacto de Deus ‘em favor de Israel e da humanidade. Desta forma, a historia de Israel alcanga um cumprimento foliz em Cristo. Portanto, de decisiva importancia para o corrato entendimento da profecia de Israel e do livro do Apocalipse & a verdade do Novo Testamento de que Jesus Cristo incorpora Israel e dessa maneira leva a missdo de Israel a um fim em sua propria vida. 0 rechago pela nagao judaica dos sofrimentos, morte @ ressurreigao de Cristo nao foram tragédias inesperadas que frustrassem o plano de salvagao de Deus para a humanidade. Deus nao depende dos judeus para o cumprimento de suas promessas. Depende do Mesias. O profeta tinha assegurado: "A vontade do Senhor sera em sua mao prosperada’ (Isa. 53:10) Pedro disse que o que aconteceu com Jesus na cruz @ em sua ressurreigao, ocorreu "por conselho e antecipado conhecimento de Deus" (At. 2:23). Dois exemplos do livro de Saimos, ilustram como Jesus soube o que tinha que esperar na providéncia de Deus. Cristo percebeu nas experiéncias do rei Davi uma prefiguragao de suas proprias provas & rechago por parte de Israel. Jesus recorreu especificamente a Salmos 41:9 para revelar sua intuigao de que a traigao de Davi por seu amigo em quem confiava era um tipo dos sofrimentos do Messias, que era maior que Davi (ver Joao 13:18-27).No momento de sua agonia mais profunda na cruz, Cristo clamou a grande voz: "Meu Deus, Meu deus, por que me desamparaste?” (Mat. 27:46; Mar. 15:34). Estava citando Salmos 22:1, que Davi tinha clamado ‘em seu proprio desespero enquanto estava rodeado por seus inimigas sedentos de sangue, ‘Como o salmo 6 uma unidade que consiste de uma lamentagao prolongada sabre o sofrimento intenso (vs. 1-21), Cristo viu na experiéncia do Davi um tipo de sua propria agonia, Muitos ‘comentadores nao consideram a lamentag&o histbrica de Davi no Salmo 22 como uma profecia diretamente messidnica, néo obstante, Cristo @ os escritores do Novo Testamento aplicam muitos aspectos do Salmo 22 a cruz e gléria que soguiu, Este modelo surpreendente de tipologia no livro de Salmos, que foi trazido a luz por Jesus Cristo, justfica que salmos como este se classifiquem como profecias messianicas. © propésito de tais entrevistas do Novo Testamento no é simplesmente para mostrar de que maneira se cumpriram com toda exatidao na vida de Jesus as predigdes messianicas ocultas, mas sim para proclamar a Jesus como a meta da historia de Israel e como a realizagao do acto que Deus tinha feito com eles. s escritores dos Evangelhos declaram com frequéncia que os eventos do passado de Israel se “cumpriram* na vida de Cristo, Mateus cita 0 profeta Oséias, "do Egito chamel a meu filho’ (Ouse. 11:1), 0 que recordava a Israel seu éxodo historico do Egito. Mateus aplica estas palavras a fuga do José e Maria para o Egito até a morte de Herodes: "Para que se cumprisse ‘0 que disse 0 Senhor por meio do profeta, quando disse: Do Egito chamei o meu Filho" (Mat. 2:18). O aspecto da entrevista de Mateus é que a Esritura de Ostias se "cumpriu” no menino ‘Jesus. Entretanto, as palavras de Oséias nao foram uma profecia, a nao ser um recordativo significative da experiéncia histérica de Israel como “filho" de Deus (cf. Exo. 4:22). Entéo, como péde declarar Mateus que Oséias 11:1 se "cumpriu” em Jesus? Pela mesma razao fundamental com que jusiificou a interpretagao messisnica das experiéncias do Davi (ver Sal. 41:96 22:1) Come 0 Filho de Deus, Cristo néo 6 representa o Israel ante Deus, mas também representa 0 destino de Israel em sua propria vida. Mateus ensina que o significado da historia de Israel se revela completamente na vida de Jesus Cristo. Desta maneira, 0 Novo Testamento insinua com forga que 08 acontecimentos na vida de Jesus - como seu nascimento em Belém, sua morte humithante, sua ressurreigao ¢ exaltagao a direita de Deus — ndo foram eventos imprevistos ou acidentais. Todos formaram parte do determinado conselho de Deus (ver At. 2:23; 4:28). IV - COMO CRISTO EMPREGOU OS SiMBOLOS APOCALIPTICOS ‘Como observamos no primeiro capitulo, Jesus viveu em um tempo quando a esperanca judia do uma pronta vinda de um Mesias politico se intensificou grandemente. Uma quantidade de escritos apocalipticos, sob nomes falsos ou pseudénimos, circulavam com grande profusdo, € mantinham a esperanga messianica candente aplicando a mensagem do juizo de Daniel e de outras passagens proféticas a sou proprio tempo e situagao. Os titulos de algumas destas obras pseudoepigraficas sto: 4 Esdras, 1 Enoc, Apocalipse de Baruque, Livro dos Jubileus. 0s termos "apocaliptico" ¢ “apocalipticismo" foram usados mais tarde pelos eruditos para indicar as escatologias especulativas e contraditérias contidas nesses escritos do judalsmo tardio. As tr8s caracteristicas dominantes desse apocalipticismo judeu foram as seguintes: (1) (0 julzo césmico-universal em torne do Israel nacional ou a um fiel remanescente judeu; (2) a substituigdo sdbita da presente era pecaminosa pela criagao de um mundo sem pecado um novo cosmos; e (3) 0 fim predeterminado deste mundo pecaminoso e a vinda iminente do Messias. Esta urgéncia frequentemente estava apoiada por calculos contraditérios de periodos de tempo na histéria mundial ‘A maloria dos escritores apocalipticos acreditavam que o fim desta era pecaminosa estava perto, © que ocorreria em sua geragao. Também acreditavam que eles eram os verdadeiros intérpretes dos profetas candnicos de Israel com respeito a sua propria crise. Um exemplo notével foi a comunidade de Qumran, cujo fundador e professor ensinou que a predicéo de Habacuque de um remanescente do povo de Deus que sobraviveria (Hab. 2:4) estava ‘cumprindo-se em sua prépria e Gnica seita nas cavernas do Mar Morto. Contra 0 fundo desta esperanga iminente comum do judaismo do século Ide nossa era, 0 emprego que Jesus fez de alguns simbolos apocalipticos bem conhecidos chega a ser mais signifieativo. Mostra 0 enfoque inovador da mensagem do evangelho que proclamou Jesus. Cristo deu novo significado a termos apocalipticos tao populares como: “Filho do Homem’ 'vida eterna e ressurreigao","reino de Deus", "esta era e a era por vir. Todas estas, exprass6es eram mais ou menos termos técnicos nos esquemas apocalipticos do judalsmo tardio. A mensagem de Jesus surpreendeu os judeus de seu tempo porque deu a cada simbolo apocaliptico um novo significado messianico ou cristocéntrico que despedagou seus sistemas escatolégicos. Os odres velhos nao podiam conter o espumoso vinho novo de sua mensagem de um cumprimento presente em si mesmo (ver Luc. 5:37, 38). ‘A conexdio mais dramética do Jesus com 0 livra do Daniel e os escritos judeus tardios foi sua aulodesignago explicita como "o Filho do Homem” (65 vezes nos Evangelhos sindticos @ 12 vvezes no quarto Evangelho). Ele se aplicou este titulo om forma consistente. Era a forma prépria como Jesus se referia a si mesmo. O emprego extraordinario que Jesus fez deste simbolo convenceu em forma goral a erudigao bilica de nosso tempo de que Cristo adotou 0 tetmo apocaliptico "um como o filho de homem’, da viséo do Daniel 7:13 e 14, @ 0 elevou a um titulo messianico. As similtudes do livro 1 Enoc 37-71 @ a sexta visdo om 4 Esdras 13 (ambos ‘08 documentos pés-cristaos) refletem como alguns circulos apocalipticos judeus interpretavam © personagem daniélico “filho de homem": um Messias preexistente e celestial que vria a terra ‘como 0 Juiz de toda a humanidade e governaria sobre um novo reino terrestre. A questo 6: Como empregou Jesus 0 titulo e © que contido colocou nesta expresso ‘apocaliptica, o "Filho do Homem"? Jesus explicou que seus milagres de cura ele os fez com um propésito mais elevado: "Para que saibam que o Filho do Homem tem potestade na terra para perdoar pecados” (Mar. 2:10). Mas, como péde ser Jesus ao mesmo tempo o humide Filho do Homem e o glorioso ser preexistente da viso de Danie!” O mistério se intensificou ‘quando Jesus comegou a dizer que 0 Filho do Homem celestial “devia” sofrer e ser morto, € que ressuscitaria depois de trés dias (Mar. 8:31; 9:31; 10:33, 34). Entretanto, sua declaragdo mais profunda fol: "Porque o Filho do Homem nao velo para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate por muitos" (Mar. 10:45). Aqui Jesus se identifcou com o servo sofredor de Isaias 53, que morreria para o beneficio de todos. Ao faz6-lo, Jesus fundiu o servo sofredor da profecia de Isaias com o Filho do Homem da visao do Daniel, Por assim dizé-1o, esvaziou 0 contetido do servo sofredor no personagem apocaliptico do Filho do Homem, Tal combinago de dois personagens messianicos em profecia era desconhecido, Aos judeus parecia algo completamente paradoxal. Fol a idéia criadora de Jesus introduzir esta reinterpretagdo radical do Filho do Homem daniético. Cristo viu sua misao como Messias em forma completamente diferente a todas as expectativas messinicas no judaismo. Colocou sua misao de um Messias sofredor e moribundo dentro da estrutura apocaliptica de Daniel. Entretanto, a maior surpresa dos judeus foi o escutar que este humilde {iho de um carpinteiro afirmava ser o apocaliptico Filho de Homem, nao s6 em seus dias, mas, também no juizo final. Considere estas afirmagSes de Jesus (as énfases so minhas) "Porque o que se envergonhar de mim e de minhas palavras nesta geracao adiltera 6 pecadora, o Filho do Homem se envergonhard também dele, quando vier na gloria de seu Pai ‘com os santos anjos” (Mar. 6:38). ntao verde o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens com grande poder e gléria" (13:26). ‘omou a interrogé-lo 0 sumo sacerdote e Ihe disse: Es tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito? ‘Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado a diteita do Tado-Poderoso vindo com as nuvens do céu’ (14:61, 62) Nestas dectaragSes dramaticas, Jesus afirmou que a profecia do Daniel 7 até esperava seu ‘cumprimento futuro e apocaliptico quando Deus julgue a todos os homens, mas que o Filho do Homem daniéiico ja tinha aparecido com outro propésito: trazer salvagao da escravidao do pecado. Cristo declarou claramente que ele, como o Filho do Homem, tinha descido "do céu" (Jodo 3:13), e que "os anjos de Deus... sabem e descem sobre o Filho do Homem" (1:51). Desa maneira Cristo ensinou que tinha estabelecido em Israel uma nova comunicagao entre 0 ccéu e a totra por sua autoridade divina (3:31; 6:62). Isto também envolve sua missao para julgar ao Israel em nome de Deus: "E [Deus] também Ihe deu autoridade de fazer juizo, porquanto é 0 Filho do Homem" (5:27), embora o propésito da primeira vinda do Jesus foi explicitamente salvagao e nao julzo no sentido de condenagao (3:17; 12:47). ldo obstante, Joao péde também informar que Jesus veio ao mundo para um juizo presente: ara ulzo vim eu a este mundo; para que os que nao vee, vejam, © os que vem, sejam cegados" (Jodo 9:39). Esta classe de ju'zo ou proceso de sacudidura era inerente 20 ‘oferecimento da salvagao de Cristo, oferecimento que implica necessariamente juizo. Os que rechagam o dom de Deus de Jesus 0 Messias, pronunciaram indevidamente seu préprio |ulzo. Escolheram ser condenados. evangelho de Cristo separa aos que aceitam o oferecimento da ‘graga daqueles que o rechagam (ver Jodo 3:18-21; 5:24). A presenca de Cristo produz um tempo escatoldgico de decisao, ¢ esse tempo é agora. Cada pessoa esta compelida a rechaca- lo ova reconhecé-lo, ¢ assim determina de antemao 0 veredicto do julzo final sobre si mesmo. Cristo considera como de importancia decisiva o que o confessemos como o Filho do Homem. Por isso, ao cago a quem tinha sarado perguntou: °Cr8s lu no Filho do Homem?" (Joao 9:35). Desse modo Jesus deu a tal pessoa uma revelacao mais elevada de si mesmo. Jesus revelou gue era o Mesias celestial de que se falava no liv de Daniel, que viria nas nuvens do céu a0 "Ancido de dias" para receber a gléria e 0 dominio ¢ o reino sobre todos os povos (Dan, 7:14). Este conhecimento conduz a uma fé mais amadurecida em Jesus, © ponto importante nos quatro Evangelhos é a mensagem em que Cristo se referiu a missa0, do Filho do Homem em uma forma dupla: com respeito a um cumprimento presente e terreno, também a uma consumagéo césmica futura, Em outras palavras, Cristo explicou que o apocaliptico Filho do Homem de Daniel teve um cumprimento histérico em salvagao e juizo desde seu humilde primero advento, enquanto que também olhou para o futuro, & consumagao ‘em salvagaio e julzo em seu segundo advento, Em resumo, 0 julzo de Deus, a vida eterna e a ressurraigao por meio do Filho do Homom so tanto presente como futuras. Esta dupla aplicagdo esta expressa no Evangelho de Joao por melo desta frase peculiar: "Vem a hora, @ agora , quando os morlos ouvirdo a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverdo. Porque camo o Pai tom vida em si mesmo, assim também dou ao Filho o ter vida om si mesmo" (Joao 5:25, 26; ver também 4:23 e 16:32). Quao surpreendente 6 que Jesus ensinasse que nao é suficiente crer que havera uma ressurreigdo no titimo dia, como se promete em Daniel 12:2, Sua nova mensagem foi: "Eu sou a ressurreigao @ a vida; quem cré em mim, ainda que esteja morto, vivera. E todo 0 que vive (oré em mim, néo morrerd eternamente” (Joao 11:25, 26). Em outras palavras, a vida futura no glorioso reino de Deus esta a nossa disposigao pela fé em Cristo agora como uma qualidade spiritual de vida, Um emprego duplo similar da terminologia apocaliptica pode ver-se na forma em que Jesus aplica 08 conceitos do reino de Deus e sua "era" (aion) corraspondente. Ambas idéias esto ‘combinadas na proclamagao de Jesus: "O tempo esta cumprido, e o reino de Deus esta préximo; arrependei-vos e crede no evangelho" (Mar. 1:15; cf. Mat. 3:2; 4:17; 5:17). O chamado de Cristo parece estar motivado por uma urgéncia apocaliptica da vinda do reino de Deus, © muito bem pode estar inspirado na profecia de tempo messianico das 70 semanas do Daniel 9 (Particularmente Daniel 2 e 7 prometem a vinda do reino de Deus; Dan. 2:44, 45; 7:27.) (© conceito de Jesus do reino universal de Deus também era parte das Escrituras. Estas ensinavam que Jeova, o Deus de Israel, é agora Rei e chegara a Ser Rei no futuro "sobre toda terra” (Nim, 23:21; Deut. 33:5; Sal. 103:19; Isa. 6:5; Dan, 2:44; 4:3; Isa. 24:23; Zac. 14:9) Além disso, 08 profetas haviam predito que um fino de Davi chegaria a ser o Rei de Israel ¢ gue, como 0 Messias do mundo, representaria o governo régio de Jeova para sempre (2 Sam. TAZAG; Sal. 2:7-9; 132°11-18; Isa. 9:7; 11 :1-5; Mig. 5:2; Dan. 7:14, 27). ‘Como [é indicamos no capitulo |, 0 judaismo farisaico tinha desenvolvido a esperanga de que nos iltimos dias o Messias viria no tempo indicado por Deus, subiria ao trono de Israel e por ‘seu poder quebrantaria aos principes inustos, purificaria a Jerusalém de gentios, quebrantaria toda sua solidez com vara de ferro e, por ditimo, submeteria todas as nagdes da terra a seu sgoverno. Na pregagao de Cristo, o reino de Deus foi o conceito principal, Seu ensino do reino de Deus, ‘sua proximidade, tal como esta representada por sua prépria vida, seu ministério de cura e seu dominio sobre 08 deménios, revolucionaram o apocalipticismo judeu que tinha perdido toda ‘esperanca de que Deus reinasse no presente histérico, O primairo advento de Cristo nao foi o fim do tempo a nao ser o poder régio de Deus que pode “atar* a Satands e Iberar os homens do poder do mal (ver Mat. 12:28). Jesus insistiu em afirmar que nele o reine dos céus se aproximou como uma soberania espiritual de Deus que agora estava ativa em seu ‘oferecimento messianica de graca @ seu dominio sobre os deménios; uma realidade totalmente diferente do que esperavam os rabinos judeus e os escritores apocalipticos, pois seu reino no cera deste mundo (Jodo 18:36). Em resumo, a mensagem de Jesus 6 que em sua propria pessoa Deus invadiu a historia humana ¢ triunfou sobre o mal. Ao mesmo tempo, Cristo ensinou que a liberacao final viria no fim do tempo, em sua segunda vinda (Mat. 6:10; 13:41-43; 16:27; 19:28; 25:31). ‘Anova idéla que Jesus apresentou foi que tanto no presente como no futuro reino de Deus ele intervém como Fitho do Homem, e em conextio com isto aplicou a terminologia apocaliptica de "as duas eras" a sua nova estrutura escatolégica. Enquanto que os apocaliptcistas conceberam um dualismo claro de duas eras ou perlodos nos quals a futura era isenta de pecado substituiria por completo a esta era pecaminosa, Cristo ensinou que com seu ministério tinha comegado a era messianica e a salvago. Ao mesmo tempo reconheceu que "a era vindoura" comegaria s6 com a ressurreigao dos mortos (Luc. 20:34-36) ‘A identificagao por parte do Jesus da era messianica com "esta era” (Mar. 10:29, 30) destrulu a ideia basica da doutrina das duas eras dos apocalipticistas. A énfase de Cristo em sua mensagem foi chamar o arrependimento (melanoia) e aceité-lo como Senhar e Messias (Mat. 4:17; 19:21), condicéo basica para entrar no reino de Deus no momento presente, Desta forma, ‘a paz © 0 gozo mossianicos serdo experimentados ja agora na alma (Jodo 15:11; 16:33). Esta tensdo entre a escatologia inaugurada e a escatologia apocaliptica, entre o reino da graca © 0 reino da gloria, entre 0 "ja" e o “ainda nao’, 6 caracteristica da mensagem do evangelho do Novo Testamento em sua totalidade. (© evangelho nao é simplesmente as boas novas a respeito da obra de Cristo no passado ou no futuro. Os poderes da era vindoura jé invadiram esta era em forma dramética desde 0 Pentecostes, © agora 0s verdadeiros crentes "provam” dos poderes do século vindouro mediante Cristo (Heb. 6:5). Esta verdade do evangelho dissipa o desespero do apocaliptcismo judeu. Os apéstolos afirmaram que a historia da salvagao entrou agora na era messianica, ou {05 "ultimos dias", no qual o poder libertador do Espirito de Deus esté totalmente a disposi¢ao de todos os que se encontram em Cristo Jesus (Heb. 1:1, 2; At. 2:17-39). V - AINTERPRETACAO QUE OS APOSTOLOS FIZERAM DO CUMPRIMENTO DA PROFECIA A aplicagao que faz Pedro da profecia do Joel 6 altamente instrutiva, O apéstolo aplica a promessa do Espirito de Deus profetizada pelo Joel ao derramamento pentecostal do Espirito ‘Santo sobre os judeus cristéos reunidos em Jerusalem. Pedro cita a predigao do Joel de um. futuro derramamento do Espirito (Joel 2:28) e ato seguido assinala a experiéncia presente ‘como o cumprimento "nos titimos dias", declarando: "Isto é 0 dito pelo profeta Joel" (At, 2:16). Um olhar mais detalhado aos assuntos mencionados no esbogo profético do Joel expae 0 problema seguinte: por que anunciou Pedro © cumprimento histérico dos “ultimos dias" no dia de Pentecostes? Pedro citou Joel 2:28-32 embora algumas dos sinais preditos ainda nao se ‘cumpriam visivelmente, incluindo as seguintes: (1) "Toda carne” incluso no tinha recebido 0 derramamento milagroso do Espirito, porque s6 12 apéstolos, ou no maximo 120 crentes, tinham-no recebido (At. 1:15); (2) 08 sinais milagrosos de "sangre, fogo e colunas de fumaga” arecem incluir mais que as "linguas de fogo" assentadas sobre cada um dos discipulos, ssacudidos por um vento robusto; @ (3) 0s sinais césmicos do sol e da lua, no melhor dos casos ‘86 se cumpriram parcialmente, até se se aceita o obscurecimento do sol por trés horas durante a crucificagdo como um dos sinals (Mat. 27:45). Isto nos leva a um principio basico de interpretagao apocaliptica na mensagem apostélica: O ‘cumprimento em Pentecostes constitui s6 uma escatologia parcialmente realizada. Do ponto de Vista apostélico, o cumprimento dos “titimos dias” ndo requer um cumprimento imediato de cada detalne. O cumprimento se enfoca na realizagao messianica da promessa de Deus na histéria da salvagao, O derramamento do Espirito demonstrou ser a indicagao nesta terra da coroagao do Jesus ressuscitado como o Rei-Sacerdote no céu (At. 2:33, 36). Em outras palavras, o cumprimento ndo requer a verticagao de cada detalhe da profecia na histéria presente. O cumprimento esta determinado pelo progresso da historia da salvago no ministério de Cristo e seus apéstolos, ‘Agora se tinh aberto um novo caminho de salvagao para todo aquele que invocar 0 nome do ‘Senhor Jesus (At. 2:21; ver também Rom. 10:9-13; 1 Cor. 1:2). Era-a escatolégica do Joel tinha Sido inaugurada pelo reinado do Jesus Cristo. que podemos dizer das caracteristicas universais ("toda came") e césmicas ("sol @ "lua") da perspectiva do futuro que anuncia Joel? Estas assinalam & consumagao e ao fim da era cristé, quando Cristo volte pela segunda vez. Estes aspectos apocalipticos nao se cumpriram nos dias do Pedro. Ao aplicar Joe! 2, Pedro ressaltou que o Cristo ressuscitado era a fonte do derramamento do Espirit, Além disso assinalou que o Espirito 6 dado baixo a condigao de ter fé no Jesus como 0 Messias: jespondeu-thes Pedro: Arrependet-vos, e cada um de vés seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissao dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espirito Santo. Pois para vos, outros & a promessa, para vossos filhos @ para todos os que ainda esto longe, isto 6, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (At. 2:38, 39). A distriuigao do Espirito sobre o Israel crente em Cristo pelo Senhor ressuscitado esta no préprio coragio da mensagem apostdlica do evangelho. Isto ensina que o primeiro principio de interpretapao profética dos apéstolos esta determinado por um cumprimento em Cristo (0 ‘cumprimento cristol6gico), @ por extensao, na igreja de Cristo (0 cumprimento eclesiolbgico). Isto nos leva a uma caracteristica final da aplicagao que Pedro fez da profecia do Joel: © derramamento do Espfrito de Cristo sobre a terra iniciou os "titimos dias” (At. 2:16). © conceito de "os iiltimos (ou iltimos) dias” & usado frequentemente pelos profetas do Antigo Testamento, mas no Novo Testamento recebe uma qualidade messianica ou cristolégica, porque agora Cristo velo na plenitude do tempo (Gal. 4:4), Seu Espirito doador de vida ‘comesou a ser derramado sobre toda carne (ver Jodo 7:37-38). A idéia dos “ultimas dias” nao se refere a uma quantidade de tempo, a néo ser a uma qualidade no tempo, ao comeco da era mossidnica em contraste com o tempo dos profetas do Israel (cf Heb. [:1, 2) A verdade aposislica da chegada dos "witimos dias” implicava que tinha chegado "a ‘consumagao dos séculas" da era do velho pacto (Heb. 9:26; 1 Ped. 1:20; 1 Cor. 10:11). Este antincio do fim da velha dispensa e do comeco dos “tiltimos dias” messiénicos envolve um rechago das divis6es de tempo do apocalipticismo judau e uma volta ao conceito protético que insignia que Deus domina o tempo e a historia, "Anjos, principados ¢ autoridades", inclusive "todas as cotsas", esto submetidas a Cristo (F 1:20-22; 1 Ped. 3:22). Até as autoridades politicas as designa como servos de Deus para governar & humanidade (Rom. 13:4; diakonos; 13:6, letourgés; ver também Jodo 19:11). Com ‘rages de petigdo, intercessao e agradecimento, a igreja esta chamada a submeter-se ‘causa do Senhor" aos protetores politicos da lei e a ordem na sociedade humana (Rom. 13:1; 1 Ped, 2:13-17; 1 Tim. 2:1-3). Esta alitude posiiva para a histéria por parte da igreja apostélica ‘esta bem compendiada pelo R. Bauckham: “0 significado da historia presente foi garantido pelos escritores do Novo Testamento por meio de sua crenga de que na morte e a ressurreicao do Jesus, Deus jé tinha atuado em uma forma ‘escatolégica; a nova era tinha invadido a velha; a nava eriagdo estava em marcha, e o periodo intermedio da superposi¢ao das foi estava ocupado com a missao escatolégica da igreja” [1] AUnidade Or ica dos Cumprimentos Cristolégicos e Eclesiolégicos sentido de missao dos apéstolos estava enraizado na conviceao incomovivel de que Cristo 0 tinha designado como os lideres de um novo o Israel para cumprir a vocagao da nacao judia: ser a luz da salvagao divina para todo mundo (Mat. 21:43; Luc. 12:32; 1 Ped. 2:9, 10) Para sua comissdo de pregar o evangelho, Paulo e Bamabé apelaram a profecia do Isalas, a qual comissionava ao Servo do Jeova: "Também te dava por luz das nagSes, para quo soja minha salvagao até o titimo da terra” (Isa. 49:6). Paulo citou esta chamada divina e sua misao ‘0s judaus em seu sermao na sinagoga do Pisidia da Antioquia, e 0 aplicou diretamente a sua miso apostélica: "Porque assim nos mandou o Senhor" (At, 18:47; ef, 26:23). Isto significa que o cumprimento cristologico das profecias messianicas se estende a igreja de Cristo e inclui o cumprimento eclesiol6gico. Isto é o que podemos chamar “a hermenéutica do evangelho”. A igreja crista é essencialmente 0 povo do Messias, os que se retinem em seu nome e quem o segue como o Pastor messianico (Mat. 18:30; Jodo 10:14-16; 11:51, 52). Neste novo o Israel ficam eliminadas as antigas restriedes étnicas e geogréficas do Israel. Se retine pelo evangelho do Cristo crucificado e ressuscitado. Cristo j4 o tinha anunciado: "E eu, se for levantado da terra, a todos atrairei para mim mesmo" (Jodo 12:32). O livto de Atos descreve com mais detalhe a aplicagao histérica desta hermenéutica do ‘evangelho a igreja apostélica, Um exemplo reveladar se encontra em Feitos 4, onde se aplica 0 ‘Salmo 2 (com seu centro messianico e sua perspectiva de uizo) & conspiragao dos gentis e judeus contra Jesus e seus apéstolos (At. 4:18, 23-30). A interpretacao evangélica do Salmo 2 nao é uma reinterpretagao que introduza elementos estranhos ao texto. Antes bem, 0 ‘evangelho de Cristo expe o significado intencional da profecia a respeito do Israel a luz de seu ‘cumprimento em Cristo @ em sua igreja, Por conseguinte, o Novo Testamento reconhece esse ‘cumprimento na era da igreja como uma atividade atual do Espirito, que um dia chegara a sua cconsumagao universal (ver Apoc. 18:1). (© Apocalipse de Jodo é uma contraparte complementar dos quatro Evangelhos, porque so ‘concentra principalmente nos gozos e a heranga dos que sao figis alé o fim e vencem ao mau pelo sangue do Cordeiro e a palavra de seu testemunho (Apoc. 12:11). © livro do Apocalipse ‘std categoricamente centrado em Cristo e destinado para a igreja de todas as idades, ‘especialmente para proparé-la para a crise do tempo do fim. Toda a escatologia do Novo Testament esta regulada pela verdade do evangelho. Este é 0 principio apostélico de interpretagdio profetica © Principio de Universalizacao das Promessas Territoriais Feltas a Israel 5 intérpretes cristaos da profecia algumas vezes estiveram confundidos em sua aplicagao das promessas {erritorias feitas ao antigo o Israel. Isto 6 especialmente verdade com as aplicagoes das profecias nao cumpridas do Daniel, Ezequiel, Joel, Zacarias e o Apocalipse. Alguns supem que o tertério do Oriente Médio chegara a ser 0 ponto focal dos cumprimentos das profecias do tempo do fim, o que requer um esforgo sério para determinar o principio basico que segue 0 Novo Testamento em sua aplicagao das promessas teritorais feltas a0 Israel. Neste assunto, Cristo também estabeleceu a norma para nés. Proclamou o principio da ampliagao mundial das promessas territoriais locals; f8-lo assim quando disse que a promessa do pacto com respeito a terra se cumpririana terra feita nova. Isto pode ver-se ao observar como aplicou Jesus esta antiga promessa territorial Davi Jesus SALMOS 57-11, 73 Mateus 55 "Was os mansos herdarao a terrae s6 deleTarao na abundancia de paz" (v.11), "Bom-aventurados os mansos, porque Os justos hordardo a torra 6 nola habiardo para herdardo a terra" sempre" (v.28) Cristo aplicou claramente o Salmo 37 em uma forma inovadora: (1) Esta “terra” seria maior do {que pensou Davi; o cumprimento incluira toda a terra em sua formosura criada de novo (ver também Isa. 11:6-9 e Apoc. 21 @ 22); (2) a terra renovada seré a heranca de todos os mansos de todas as nagSes que aceitem a Cristo como Salvador. Cristo nao esta espiritualizando a promessa territorial feta a Israel. Pelo contrario, amplia 0 alcance de seu territério futuro para inclu toda a terra De igual modo, o apéstolo Paulo entendeu a promessa territorial do pacto assim como 0 centendeu Jesus, incluindo toda a terra: "Porque no pela lei foi dada a Abrado ou a sua descendéncia a promessa de que seria herdeiro do mundo, mas sim pela justica da fé" (Rom, 4:18). Paulo declara que esta promessa territorial mundial era a substncia do pacto abraamico, a qual estaria garantida sé pela justiga pela fé. A sugestéo de Deus a Abraéo de que olhasse ao "norte @ aa sul, a0 oriente e ao ocidente” (Gén. 13:14) na terra do Canaa nao espectficava limites: “Porque toda essa terra que vés, eu ta darei, a tie a tua descendéncia, para sempre. Farei a tua descendéncia como o pé da terra; de maneira que, se alguém puder contar 0 pé da terra, entéo se contaré também a tua descendéncia" (Gén, 18:16,16), Para compreender o principio do evangelho, deve-se contemplar a terra da Palestina como uma antecipagao ou uma garantia que assegurou ao Israel um territério muito mais extenso, necessdrio para acomodar as inumeraveis multidées da descendéncia de Abraao. O pacto abraamico continha a promessa de uma descendéncia incontével e de uma terra sem limites para dita descendéncia, Entretanto, Paulo considera Abrado como o pai de todos os crentes, de todos 0s que sao justificados por meio da {6 em Cristo entre as nagdes do mundo (Rom. 4:13, 16-24). Abraao "6 ‘ial de todos nds" (0 crentes judeus como crentes gentis). O apéstolo declara: "Como diz a Escritura: Constitute pai de muitas nagées; nosso pai diante Daquele a quem acreditou" (Rom, 4:17, Bu). Isso nao esté de acordo com a hermenéutica do literalismo. E a exegese cristacéntrica do Paulo, A “terra” chega a ser o mundo; as "nagSes" chegam a ser quao crentes confiam no Deus do Israel e som justficados pela fé em Cristo. Abrado chegaria a ser o pai spiritual de uma multidéo de gentis por meio de Cristo. © Inadequado da Hermenéutica do Literalismo A hermenéutica do literalismo étnico e geografico em profecia se apsia na hiptese de que a profecia nao é mais que historia antes dos acontecimentos. Por conseguinte, atribui as descrigbes proféticas a exatidao de um quadro fotografico feito com antecipagdo. Esta hipétese nao deixa lugar para as coisas maiores e melhores que virdo, coisas que "nem homem algum imaginou" a nao ser Deus sozinho (1 Cor. 2:9, NBE; Isa, 64:4), 0 lteralismo nega a estrutura biblica inerente de uma tipologia intensificada. Cristo veio em humilhagao; contudo, foi mais, {que Jonas, mais que Salomao, maior que o templo (Mat. 12:40, 42, 6). Levantou a esperanga judia muito por cima de quem esperava um Messias que fora idéntico com um rei, um profeta ‘ou um sacerdote no Israel, Como 0 Messias divino, elevou-se imensamente por cima desses protatipos antigos, tanto am sua humilde encamagao como em sua futura glarficagao. Nao devia esperar uma reproducao exata dos reis teocraticos do Israel. portanto, a gente também pode ver a terra prometida (Palestina) como "um mundo em miniatura no qual Deus ilustrou ‘seu reino e sua forma de tratar com 0 pecado. A terra que Deus prometeu a Abrado e a sua descendéncia... era um tipo do mundo (Rom. 4:13),[2] 0 aleance total do panorama profético do Israel nao era nacionalista a néo ser universal, com uma dimensao acrescentada que inclula tanto 0 céu como a terra (Isa. 65:17; 24:21-23), © principio decisive para a aplicagao no tempo do fim da promessa territorial felta ao Israel é a forma como Cristo e © Novo Testamento como um tudo aplicam esta promessa do pacto. A passagem cléssica que insignia a amplagdo universal do terrtériorestringido do Israel ‘encontra-se na conversagao do Jesus com a mulher da Samaria. Quando a mulher Ine perguntou que monte era o sagrado, se o monte Gerizim ou 0 monte do Sido, Cristo respondeu: "Mulher, me acredite, que a hora vem quando nem neste monte nem em Jerusalém adorarao ao Pai (Joao 4:21) Desde que velo o Messias, ele é 0 "lugar" santo em quem devem reunir-se o Israel e todos os gentis (Mat. 11:28; 23:37). "Porque onde esto dois ou trés congregados em meu nome, all estou eu em meio deles" (Mat. 18:20). um pouco mais tarde, acrescentou: "E eu, se for levantado da terra, a todos atrairei para mim mesmo" (Jodo 12:32). Cristo nao faz diferenca centre a esperanca para o futuro de um judeu cristao ¢ de um gentil cristo. Os descendentes espirituais de Abraao entre todas as nagdes serao reunidos ou unidos em “um rebanho" baixo "um Pastor" (Jodo 10:6; Mat. 8:11) © principio implicto é claro. Cristo suprime todas as restrigdes étnicas no povo do novo pacto , portanto, também suprime 0 centro geografico do Oriente Médio para sua igreja, Onde quer ‘estoja Cristo, ali esté o lugar santo! Esta é uma parte essencial da hermenéutica do evangelho. ‘© Novo Testamento subsiitui a santidade da presenga de Deus do templo antigo (a shekinah) pela santidade do Senhor Jesus Cristo. A continuidade basica da esperanga do Antigo Testamento © do Novo Testamento so representa na epistola aos Hebreus. Assegura aos cristéos de origem judia que, pela (6 em Cristo, “aproximaste-Ines do monte do Sido, a cidade do Deus vivo, Jerusalém a celestial... ccongregagao [ekklesia] dos primogénitos que estao inscritos nos céus, a Deus... a0 Jesus 0 Mediador do novo pacto” (Heb. 12:22-24). Por meio da fé no sangue expiatério da morte de Cristo, aigreja entra agora em forma constante no templo celestial e se aproxima do trono da {raga para receber ajuda de Cristo (Heb. 4:16; 10:19-22). Esta linguagem simbélica da adoracao crista nao tem o propésito de ser uma adoragio paralela ao lado da do Israel, mas sim o verdadeiro cumprimento dos tipos do Israel. uso continuo de nomes hebreus expressa a continuidade essencial da verdadeira adoragao na revelagdo progressiva de Deus em Cristo (ver Heb. 12:1-3). As promessas do Israel agora se ‘experimentam em Cristo como "os poderes do século vindouro" (Heb. 6:5), e serdo cumpridas ‘em uma maneira mais perfeita em sua consumagao apocaliptica: "Porque nao temos aqui cidade permanente, mas sim procuramos a por vir" (Heb, 13:14) "Porque esperava [Abrago] a cidade que tem fundamentos, cujo arquiteto e construtor ¢ Deus™ (Heb. 11:10) Roferéncias 41. R. J. Bauckham, "The Rise of Apocalyptic” [O Surgimento do Apocaliptico, Themelios, {Fundamento] 3:2 (1978), p. 22 2. Louis F. Were, The Certainty of the Third Angel's Message [A Certeza da Mensagem do ‘Terceito Anjo] (Berrien Springs, Michigan: First Impressions, 1979), p. 86 VI- A COMPREENSAO DE CRISTO DAS PROFECIAS DE DANIEL ‘A aplicagao que Jesus fez dos termos simbélicos titados do livro do Daniel -tais como "reino", "Filho de Homem" e “abominagao desoladora’ — indicam que manifestou um profundo interesse nas profecias apocalipticas de Daniel. Aplicou as expresses daniélicas a sua propria misao messidnica. Por esse melo Cristo ensinou que a descrigao das visées de Daniel eram de importancia fundamental para sua igreja. Sua propria perspectiva segue o esbogo da historia da salvagao de Daniel. E conhecido como Discurso do Monte das Oliveiras ou discurso escatologico de Jesus, porque o pronunciou enquanto estava sentado no monte das Oliveiras, a0 oriente de Jerusalém (Mat. 24; Mar, 13; Luc. 21), ‘© quadro que Cristo pintou dos acontecimentos futuros para Jerusalém e para seus seguidores ‘em todo mundo é similar ao que foi esborado primeiramente pelo profeta Daniel. O discurso do monte das Oliveiras foi chamado por alguns como. 3s comentarios ou Midrash” de Jesus sobre o livro do Daniel”. E amplamente reconhecido que as profecias de longo alcance de Daniel — ‘com sua predicao da apostasia, a persequigao, 0 juizo e a vindicagao final dos figis — deram forma ao discurso escatolégica de Cristo, Esta conexao pode ver-se sem dificuldades da sequinte lista comparatva: Daniel Jesus, “Quando se cumprirdo estas maraviihas?™ (Dan. 12:6) O anjo respondeu que quando acabe a dispersdo do poder do povo santo, “estas coisas todas se cumpriréo" [na LXX: suntelesthénai panta tauta] (Dan. 12:7 *Dize-nos quando sucederdo estas, coisas, e que sinal haveré quando todas elas estiverem para cumprit-se?" [méle tuta sunteleisthai pénta] (Mar. 13:4). ‘0 que ha de ser nos limos das" [ra DOC T dar genésthal meta tauta: O que deve suceder no futuro] (Dan. 2:28). E necessario assim aconlecer” [del genésthal] (Mar. 13:7). "Mas 0 povo dos que conhecem o seu Deus se tomard forte e ativo ... Alguns dos sabios cairdo até ao tempo do fim, porque se dara ainda no tempo determinado, .. mas, naquele tempo, serd salvo 0 teu povo" (Dan. 11:32, 35; 12:1) “Sores odiados de todos por causa do ‘meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse sera salvo" (Mar, 13:13; Mat. 24:13), "ATS quando durard a visio do sactificio diario e da transgressao assoladora, viséo na qual é entregue 0 ssantuario e 0 exército, a fim de serem pisados?” (Dan, 8:13) ‘Quando virdes @ abominagao da desolagdo instalada onde nao deve estar” (Mar. 13:14, BJ) “Sobre a asa das abominagoes va 0 assolador™ (Dan. 9:27), “Quando, portanto, vides a abominagao da desolagao ... instalada no lugar santo" (Mat, 24°15, BJ}, Tirardo 0 sacriicio diario, estabelecanda bominagéio desoladora” (Dan. 11:31; cf, 12:11), havera tempo de angustia, qual nunea howve, desde que houve nagao até aquele tempo" (Dan. 42:1) Porque aqueles dias serao de tamanna tributagao como nunca houve desde o principlo do mundo” (Mar. 13:19; Mat. 24:21), "E ais que vinha com as nuvens do G6u um como o Filho do Homem ...Foi-Ihe dado dominio, ¢ gloria, © ‘oreino” (Dan, 7:13.14). “Enlgo, verdo 0 Filho do Homem virnas nuvens, com grande poder e gléria® (Mar, 13:26; f, Mat, 24:30). Dos paralelos citados, chega a ser evidente que Jesus segulu a seqUéncia dos eventos futuros de Daniel em seu préprio discurso. Cristo aplicou o esbogo de Daniel ao futuro imediato de Israel e de seus discipulos. Portanto, cada uma das declaragSes de Cristo deve entender-se contra o transfundo da profeca de Daniel da histéria da salvagao, Daniel apresentou o drama de um confito religioso que se concentra em um que invade a terra santa, profana o templo de Israel estabelecendo sua propria “abominacao" ou objeto de adoragao falsa, em lugar da verdade de Deus, © persegue os santos, cuja "angiistia® duraré por “trés tempos e meio". A reagdo de Deus chega na forma de “um semelhante a um filho de homem”, a quem & ordenado no c&u que execute 0 juizo de Deus sobre esse intruso maligno. Restaura a verdadeira adoragao no templo de Deus e vindica os adoradores tratados injustamente. (© tema de Daniel é descrito em 2 vis6es que foram um paralelismo progressivo © ‘complementar (caps. 7 e 8). Os capitulos finais de Daniel (9 ¢ 10-12) consistem em notas cexplicativas do anjo quanto s duas vis6es. Entretanto, o tema principal do lio de Daniel é a ‘seguranga da restauragao da verdade do santuario de Deus e a libertacao de seu povo fel do acto por meio do Filho do Homem, que vem nas nuvens do céu. Ele execula 0 juizo sobre 0 “chifre pequeno", o desolador que esta na terra. Do mesmo modo, Jesus conecta o templo e sua profanagae futura com uma “abominagao da desolacao" ou sacrilégio. Depois assegura a seus seguidores que voltaré no poder e a gléria do Celestial Filho do Homem (de Dan. 7) para resgatar a seus fis e reuni-los na reino messianico de Deus. Dessa forma, Cristo anula a sentenga de morte t20 injustamente imposta aos fidis pelo anticrsto. ‘Segundo os Evangelhos sinéticos, Jesus adotou algumas frases-chave apocalipticas de Daniel a8 aplicou a si mesmo como Messias, ¢ outras frases aplicou a Jerusalém e a seus seguidores: Dan. 7:13 (Um fiho de homem que ver nas nuvens do céu para vindicar os santos acusados) 6 aplicada a Cristo em Marcos 13:26. Dan. 8:13 (O santuario seria pisoteado) aplica-se a Jerusalém em Lucas 21:24. Dan, 9:27 (0 desolador pord seu sacrilégio dentro do templo) aplica-se & area do templo de Jerusalém no Mateus 24:15, Dan, 11:31 (O sacriégio profanara o templo) aplica-se a Roma imperial em Marcos 13:14. Dan. 11:45 (O monte glorioso e santo sera assediado) aplica.se a Jerusalém no Matous 24:15 (Co lugar santo” ). Dan. 12:1 (Seguira um tempo de tribulagao sem comparagao) aplica-se aos seguidores de Jesus em Marcos 13:19. Jesus mencionou que a fonte literéria de seu discurso era o livro de Daniel: “Quando, porém, virem a abominagao da desolagao, de que fala o profeta Daniel, instalada no lugar santo — que oleitor entendal” (Mat. 24:15, BJ). Isto indica que o esboro apocaliptico de Daniel dos 4 impérios mundiais sucessivos (Babil6nia, Medo-pérsia, Grécia e Roma) devem colocar-se ‘como 0 marco histérico atrés da perspectiva do futuro apresentada por Cristo. Isto exige interpretar que o Império Romano que no tempo do Jesus governava Israel, cumpriu a profecia de Daniel. O general romano Pompeu sujeitou os judeus a Roma no ano 63 a.C. Os expositores judeus anteriores a Cristo, especificamente os macabeus, acreditaram que sua vitria militar sobre o opressor sirio Antioco IV Epifanio, no ano 164 a.C., era a vitéria de Deus sobre o profanador do templa descrita em Daniel 8-12 (ver 1 Macabeus 1:54-59: 6:7), Os. fariseus viram na morte de Pompeu (48 a.C.) 0 triunfo de Deus sobre o profanador da cidade santa.t Logo depois de Cristo, Josefo, o historiadorjudeu do século I, expressou sua conviceao de que «a profanagao do tempio levada a cabo pelos zelotes e a desolagao de Jerusalém pelos ‘exércitos romanos (no 70 d.C.) eram um cumprimento da predigao de Daniol2 Entretanto, poucos judeus pareceram ter entendido a razao real para a destruigao de Jerusalém que se levou a cabo 40 anos depois da cruciicagao de Cristo. s profetas anteriores, incluindo Jeramias (cap. 7) e Ezequiel (cap. 24), tinham anunciado a destruicdo iminente do templo e da cidade como a maldi¢ao divina do pacto sobre um povo rebelde ao pact. Mas isto ja ocorrera no préprio tempo de Daniel, quando Nabucodonosor, rei de Babildnia, destruiu Jerusalém em 586 a.C. (ver Dan. 9:17). Entretanto, a nova predicao de Daniel foi a espantosa verdade de que o templo futuro que seria reeaificado apés 0 catveiro babilénico também seria destruido, tudo como resultado do assassinato que Jerusalém faria do Messias (Dan. 9:26, 27)! Esta profecia é um novo desenvolvimento na tradigae profética de Israel. Daniel 9 chegou a ser mais especifico com respeito ao tempo do Messias que a predigéo anterior do servo sofredor de Isaias 53. Jesus aplica a predigao de Daniel da destruipao futura da “cidade e o santuario® (Dan. 9.26) a0 tempo da gerapao de seus contemporéneos, quando declarou com toda solenidade: "De certo vvos digo que tudo isto vira sobre esta gerapao" (Mat. 23:36; ver também o v. 35 @ 24:34). A, adverténcia adicional, “que Ié, entenda” (Mar. 13:14), & o conselho de Cristo aos que podiam ler as Escrituras hebraicas para que estudassem cuidadosamente o livro de Daniel como 0 contexto de seu proprio discurso profético. O vocabulo "entendam jé era uma palavra-chave no livro de Daniel (Dan. 9:23; ver também 8:27; 8:2; 10:1; 12:8-10). Por esta razao, o conselho de Jesus aponta inequivocamente ao livro de Daniel para entender sua propria predi¢ao profética © a aplicagao histérica da profecia de Danial Por muito tempo se deu por sentado que 0 Evangelho de Marcos foi escrito primeiro e que Mateus e Lucas 0 tomaram como sua pauta basica, produzindo cada um sua prépria versdo modificada de uma perspectiva teolégica lgeiramente diferente. Entretanto, estudos recentes sugerem que os trés esctitores dos Evangelhos sinéticos extrairam de um documento comum anterior aos sinéticos que continha todos os elementos essenciais da tradigao oral do discurso de Jesus no monte dos Olveiras.3 ( discurso de Jesus no monte dos Oliveiras também constitulu uma fonte vital para o conselho pastoral de Paulo com respeito ao futuro e para seu método ao aplicar o esbo¢o apocaliptico a ‘SeU préprio tempo e ao futuro. Isto sera tratado no capitulo seguinte Tanto 0 discurso profético de Jesus como 0 esboco profético de Paulo constituem as cabeceiras de ponte mais importantes que conectam os livios de Daniel e Apocalipse. 0 discurso escatolégico de Jesus nos Evangelhos sinotioos @ o esbogo profético de Paulo em 2 Tessalonicenses 2 nos ensinam autoritativamente como se devam aplicar as protecias de Daniel & era cristé, Sao a preparagao necessétia para entender o livro do Apocalipse. AEstrutura Cronolégica do Discurso Profético de Jesus em Marcos 13 Alguns observaram um estilo Iiterario em Marcos 13 que demarca os versiculos 5-23 como uma unidade lteraria. sto se insinua pela adverténcia contra a profecia falsa tanto ao comeso como 20 final: *Olhem [blépete].." (vs. 5, 23). Esta secao descreve os acontecimentos que devem preceder ao fim, especificamente os dias de tribulagao (vs. 19, 20). Assim forma também uma Unidad temética. A segao seguinte, do 24 ao 27, apresenta a segunda vinda de Cristo como 0 préprio fim. Sugere uma progressao definida no tempo: "Mas naqueles dias, depois daquela tribulagao..." (V. 24). Voltando para a primeira segao (vs. 5-23), pode notar-se um progresso cronolégico dentro desia pare. A predigao de guerras, fomes e terremotos nao tem 0 propésito de anunciar sinais dos acontecimentos fina porque se diz que nao devem ser causa de alarme: "E necessério {que acontega assim; mas ainda nao & 0 fim... Estes sao principios de dores (literalmente, Gores de parto; Mar. 13:7, 8; cf Mat. 248). Depois se mencionam os sofrimentos dos Aiscipulos de Cristo e sua pregagao mundial do evangelho: "E & necessério que o evangelho seja pregado antes a todas as nagbes" (Mar. 13:10, cf Mat. 24:14). Esta porgio da Escriura conclu com o conselho de Jesus: “Mas o que perseveraralé o fim, este sera salvo" (v. 13; Mat 24:13), A demora da parousia (0 advento) esta claramente presente neste contexto, Quando

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