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6 | SETEMBRO 2007 ARTIGO PUC MINAS

Sorria, você está sendo vigiado!


s câ me ras de Mas de qual tenebrosa tos a infligir medo ao o go ver no vi gia as deria ser ele exercido

A vi gi lân cia ele -


trônica já se in-
tegraram de tal forma
ameaça nos defendem
as câmeras de vigilân-
cia? Ho mi cí di os são
povo para lhe tomar di-
reitos, em uma releitu-
ra da máxima capitalis-
ruas para evi tar pe -
quenos furtos e a po-
pu la ção se dei xa vi -
livremente, sem a pri-
vacidade de uma cabi-
ne eleitoral? De forma
às paisagens urbanas comuns nas ruas das ta “cri ar ne ces si da - giar. Pas se a tas, gre - aná lo ga, po de ria o
que, na mai o ria das grandes cidades? Es- des, para vender solu- ves, ma ni fes ta çõ es, povo ir às ruas reivin-
vezes, passam desa- tupros são freqüentes ções”. comícios, nada se es- dicar seus direitos sob
percebidas pelos tran- em pra ças pú bli cas? Em março de 2002, conde do olhar eletrô- a vigilância de quem
seuntes que circulam Ou o governo estaria os Estados Unidos da nico do governo, que comanda a força re-
pelas grandes metró- despendendo vultosas América adotaram um pressiva estatal?
po les. Eles não as somas de dinheiro pú- engenhoso sistema de Além do mais, res-
vêem, mas elas estão blico para evitar ape- con tro le dos me dos ta uma outra questão:
“PODERIA O
lá, vi gian do-os em nas pequenos furtos e populares. Trata-se de quem vi gia ria os vi -
ruas, ave ni das, pra - atos de vandalismo? um sistema de alertas gias? As câmeras ope-
ças, lojas, elevadores, A His tó ria mos tra contra, atentados ter- radas pela polícia, sob
POVO IR ÀS
estações de metrô e que grande parte da roristas que pode variar o comando do poder
até mesmo em alguns população está sem- desde o verde (baixo), executivo, também fil-
banheiros públicos. pre disposta a renunciar pas san do pelo azul RUAS REIVINDICAR mariam eventuais abu-
O pretexto, como a alguns de seus direi- (normal), amarelo (ele- sos de autoridade ou
sempre, é a segurança tos em troca de segu- vado), laranja (alto) e atos de corrupção dos
pública: “É para a sua rança. E mostra tam- ver me lho (gra ve). O SEUS DIREITOS governantes? Ou, nes-
pró pria se gu ran ça”, bém que muitos go- sis te ma fun ci o na de ses casos, as grava-
di zem os car ta zes. vernos estão dispos- for ma sim ples, mas çõ es per de r-se-i am
bem eficiente: caso a SOB A VIGILÂNCIA dos olhares populares,
mí dia di vul gue qual - seguindo a famigerada
quer notícia que amea- máxima de Ricúpero:
ce colocar a credibili- DE QUEM “O que é bom a gente
Valf
dade do governo em fatura, o que é ruim se
risco, eleva-se o nível esconde”?
COMANDA A
de alerta para laranja, Um povo vi gia do
desviando-se as aten- não é um povo livre e
ções do problema real FORÇA REPRESSIVA seu sorriso será sem-
para um te mor even - pre amarelo e subser-
tu al. A opinião pública viente a seu vigia. Um
converte-se em terror ESTATAL?” Es ta do De mo crá ti co
coletivo à espera de de Direito não pode
que o governo, como ser construído por um
guar di ão da pá tria, povo pusilânime, que
restaure a paz, o que vigia a todos e identifi- abdica de direitos fun-
pode ser fei to fa cil - ca, um a um, aqueles damentais em prol de
mente com uma sim- que ameaçam seu po- uma suposta seguran-
ples re du ção para a der com suas ações e ça pública. O exercício
cor azul. A voz das discursos sediciosos. da cidadania é um ato
mas sas é fa cil men te A democracia vende- de co ra gem que re -
silenciada pelo medo. se ao autoritarismo, à quer antes de tudo o
É também o medo tro ca de pri va ci da de reconhecimento da im-
que convence a todos por uma suposta segu- portância dos direitos
a terem seus passos rança. fun da men tais, den tre
vigiados por câmeras É preci so que se os quais a privacidade,
permanentemente. entenda que a privaci- não como mero direito
Para garantir a segu- dade não é um mero individual, mas como
rança do povo, mais direito de interesse in- garantia do exercício
uma vez o go ver no dividual, mas uma ga- de direitos políticos e
barganha: alguns direi- ran tia cons ti tu ci o nal da livre manifestação
tos fun da men tais a não só dos direitos po- de pensamento.
menos, um pouco de lí ti cos, mas da li vre
segurança a mais. E, manifestação de pen- Túlio Vianna
mais uma vez, muitos samento. Professor da
estão dispostos a pa- Tome-se, por PUC Minas
gar o preço. exemplo, o direito fun- Doutor em Direito
A troca é simples: damental do voto. Po- pela UFPR

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