s câ me ras de Mas de qual tenebrosa tos a infligir medo ao o go ver no vi gia as deria ser ele exercido
A vi gi lân cia ele -
trônica já se in- tegraram de tal forma ameaça nos defendem as câmeras de vigilân- cia? Ho mi cí di os são povo para lhe tomar di- reitos, em uma releitu- ra da máxima capitalis- ruas para evi tar pe - quenos furtos e a po- pu la ção se dei xa vi - livremente, sem a pri- vacidade de uma cabi- ne eleitoral? De forma às paisagens urbanas comuns nas ruas das ta “cri ar ne ces si da - giar. Pas se a tas, gre - aná lo ga, po de ria o que, na mai o ria das grandes cidades? Es- des, para vender solu- ves, ma ni fes ta çõ es, povo ir às ruas reivin- vezes, passam desa- tupros são freqüentes ções”. comícios, nada se es- dicar seus direitos sob percebidas pelos tran- em pra ças pú bli cas? Em março de 2002, conde do olhar eletrô- a vigilância de quem seuntes que circulam Ou o governo estaria os Estados Unidos da nico do governo, que comanda a força re- pelas grandes metró- despendendo vultosas América adotaram um pressiva estatal? po les. Eles não as somas de dinheiro pú- engenhoso sistema de Além do mais, res- vêem, mas elas estão blico para evitar ape- con tro le dos me dos ta uma outra questão: “PODERIA O lá, vi gian do-os em nas pequenos furtos e populares. Trata-se de quem vi gia ria os vi - ruas, ave ni das, pra - atos de vandalismo? um sistema de alertas gias? As câmeras ope- ças, lojas, elevadores, A His tó ria mos tra contra, atentados ter- radas pela polícia, sob POVO IR ÀS estações de metrô e que grande parte da roristas que pode variar o comando do poder até mesmo em alguns população está sem- desde o verde (baixo), executivo, também fil- banheiros públicos. pre disposta a renunciar pas san do pelo azul RUAS REIVINDICAR mariam eventuais abu- O pretexto, como a alguns de seus direi- (normal), amarelo (ele- sos de autoridade ou sempre, é a segurança tos em troca de segu- vado), laranja (alto) e atos de corrupção dos pública: “É para a sua rança. E mostra tam- ver me lho (gra ve). O SEUS DIREITOS governantes? Ou, nes- pró pria se gu ran ça”, bém que muitos go- sis te ma fun ci o na de ses casos, as grava- di zem os car ta zes. vernos estão dispos- for ma sim ples, mas çõ es per de r-se-i am bem eficiente: caso a SOB A VIGILÂNCIA dos olhares populares, mí dia di vul gue qual - seguindo a famigerada quer notícia que amea- máxima de Ricúpero: ce colocar a credibili- DE QUEM “O que é bom a gente Valf dade do governo em fatura, o que é ruim se risco, eleva-se o nível esconde”? COMANDA A de alerta para laranja, Um povo vi gia do desviando-se as aten- não é um povo livre e ções do problema real FORÇA REPRESSIVA seu sorriso será sem- para um te mor even - pre amarelo e subser- tu al. A opinião pública viente a seu vigia. Um converte-se em terror ESTATAL?” Es ta do De mo crá ti co coletivo à espera de de Direito não pode que o governo, como ser construído por um guar di ão da pá tria, povo pusilânime, que restaure a paz, o que vigia a todos e identifi- abdica de direitos fun- pode ser fei to fa cil - ca, um a um, aqueles damentais em prol de mente com uma sim- que ameaçam seu po- uma suposta seguran- ples re du ção para a der com suas ações e ça pública. O exercício cor azul. A voz das discursos sediciosos. da cidadania é um ato mas sas é fa cil men te A democracia vende- de co ra gem que re - silenciada pelo medo. se ao autoritarismo, à quer antes de tudo o É também o medo tro ca de pri va ci da de reconhecimento da im- que convence a todos por uma suposta segu- portância dos direitos a terem seus passos rança. fun da men tais, den tre vigiados por câmeras É preci so que se os quais a privacidade, permanentemente. entenda que a privaci- não como mero direito Para garantir a segu- dade não é um mero individual, mas como rança do povo, mais direito de interesse in- garantia do exercício uma vez o go ver no dividual, mas uma ga- de direitos políticos e barganha: alguns direi- ran tia cons ti tu ci o nal da livre manifestação tos fun da men tais a não só dos direitos po- de pensamento. menos, um pouco de lí ti cos, mas da li vre segurança a mais. E, manifestação de pen- Túlio Vianna mais uma vez, muitos samento. Professor da estão dispostos a pa- Tome-se, por PUC Minas gar o preço. exemplo, o direito fun- Doutor em Direito A troca é simples: damental do voto. Po- pela UFPR