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A CRfTICA VIVA

Se procurarmos uma crtica viva, empenhando a personalidade do autor e revelando


preocupao literria mais exigente, s a encontraremos em a lguns poucos ensaios,
prefcios, artigos, polmicas, na maioria incurses ocasionais de escritores orientados
para outros gneros: Outra e Melo, Junqueira Freire, lvares de Azevedo, Jos de
Alencar, Franklin Tvora, Francisco Otaviano, Bernardo Guimares, Gonalves Dias; n~
fim do perodo, alguns artigos excelentes de Machado de Assis. Mas parece que a nica
vocao predominantemente crtica seria a de Macedo Soares, logo desviada para o
Direito. Os seus artigos nas revistas acadmicas so muito bons, como forma e
pensamento. Embora apaixonado pelo nacionalismo literrio, no lhe faltou compreen
so de outros rumos da poesia, como se pode ver nos estudos que dedicou a Bernardo
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Guimares e Junqueira Freire.
Outra e Melo deixou apenas dois trabalhos, um dos quais Slvio Romero tinha na
melhor conta, chegando a reproduzi-lo na maior parte em sua Histria da literatura:
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o ensaio sobre A Moreninha, de Macedo. com efeito u ma pea de boa qualidade,
manifestando senso do romance como gnero, informao sobre as suas tendncias
contemporneas, ponto de vista claro sobre o que deveria ser entre ns. Rejeita os
exageros devidos popularizao do folhetim, bem como a tendncia para o fantstico,
repelindo o Louis Lambert, de Balzac, e o romance filosfico." A sua simpatia vai para
o romance histrico, que lamenta no ver cultivado aqui, e para o a meno realismo de
Macedo, cuja obra analisa com mincia e senso de valores da fico: estrutura, enredo,
dilogo, linguagem.
Vemos que estava perfeitamente cnscio da importncia desse gnero essencialmente
moderno (cujo triunfo assinala. sobre as runas da epopia) e, mais ainda, dos rumos
que deveria tomar no Brasil. Ao repelir o folhetinesco, repelia implicitamente O Filho
do Pescador, de Teixeira e Sousa, aparecido um ano antes, mas que no lhe merece

37. Muitos artigos de Macedo Soares andam em nmeros do Correo Paulistano, que no pude obter.
38. No encontrei a revista Nova Minerva, em cujo nmero 1 se encontra, segundo L F. da Veiga, "um
artigo intitulado Bibliografia. Algumas reflexes a propsito da nova edicfo da Marlia de Dirceu"," Antnio
Francisco Outra e Melo", RIHCB. XLI, 2. pg. 178.

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