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E604 Estrutura da Matéria INFORMACGES GERAIS SOBRE A ESTRUTURA DA MATERIA © You never know what is enough, unless you know what is more than enough ( WILLIAN BLAKE, 1715-1872 ) RESUMO Este capitulo tem por objetivo apresentar de maneira simplificada porém compativel com o conhecimento minimo requerido por estudante de graduacéo em engenharia, os Pprincipais conceitos associados a estrutura basica da matéria. Deste modo, os tipos de ligagdes entre étomos e moléculas sé0 abordados, de maneira complementar, s40 apresentadas nog6es sobre a estrutura cristalina, bem como, a classificagao das substancias em termos elétricos e magnéticos. 1- INTRODUCAO Discorrer sobre a Estrutura da Matéria pode se constituir em um tarefa ardua pois uma série de conceitos ligados a Fisica sAo necessérios para perfeita e corretamente atingir os objetivos correlatos com a tarefa acima nomeada. No entanto, felizmente, & possivel e, muitas vezes suficiente, assumir que a Nivel De Engenharia , os elementos basicos constituintes de todas as substancias existentes na natureza s4o os Protons, os Neutrons e os Elétrons. Os protons e os neutrons formam o nuicleo, carregado positivamente, dos atomos Por sua vez, os elétrons. carregados negativamente, preenchem os orbitais atdmicos de modo a compensar elé"icamente o sistema. A estrutura dos nuicleos dos étomos, bem como, a periodicidade com a qual os elétrons preenchem seus orbitais podem ser obtidas da Tabela eriédica dos Elementos de Mendeleiev. Os Gases, os Liquidos, bem como, os Sélidos podem ser compostos de dtomos, moléculas, ou fons. O tamanho dos atomos é da ordem de Angstroms, ou seja, 10°” mm, @ 0 seu tamanho diminui, quando perde elétrons e se torna um /on Positivo, bem como, aumenta quando ganha elétrons e, por sua vez se toma um /on Negalivo. Convém 1-4 Manuel Luis Barreira Martinez E-604 Estrutura da Matéria ressaltar que um ion também pode ser constituido por um grupo de dtomos, ou seja, uma molécula que apresente excesso ou deficiéncia de elétrons. As moléculas de varios gases diferem no numero de atomos que as constituem. Assim, 0 Hélio, 0 Ne6nio, e o Argénio so gases mono-atOmicas. o Hidrogénio, 0 Nitrogénio, 0 Oxigénio, e 0 Mondxido de Carbono s40 gases di-atémicos e Diéxido de Carbono e os Vapores de Agua sao gases tri-atémicas. Ja as moléculas de AmGnia S80, por sua vez, compostas por quatro dtomos e as de Metano por cinco atomos. lima ‘observagao acurada indica que, dentro deste contexto, os tipos de ligagdes entre os Atomos dependem do numero de elétrons dos orbitais atémicos externos e, deste modo, podem constituir quatro classes gerais, ou seja, Covalente, ldnica, Metélica e Molecular. 4-1 TIPOS DE LIGACOES # - Ligag6es Covalentes:- Quando um dtome, individualmente, compartitha seus elétrons com seus vizinhos, conforme mostrado ne Figura 1.1 ele estabelece a chamada Ligacdo Covalente. As ligagdes covalentes ocorrem em moléculas formadas por étomos de Metaldides como, por exemplo, na Molécula de Cloro. e, elétricamente, as moléculas podem ser consideradas como neutras quando os centros efetivos, ou seja, os centréides das cargas: positivas e negativas coincidem. No entanto, caso as moléculas, individualmente, apresentem centros de cargas afastados por uma determinada distancia, elas passam a constituir Moléculas Polares ou Dipolares que, por sua vez, apresentam, como caracteristica elétrica principal, um Momento Dipolar que é definido pelo produto da carga pela distancia entre os centros das cargas positiva e negativa. Figura 1.1 - Ligac6es Covalentes 1-2 Manuel Luls Barreira Martinez E604 Estrutura da Materia As ligagées covalentes sfo estabelecidas entre étomos formance, deste modo, a matriz de um cristal, tal como, nos diamantes, no silicio ¢ no germanio , por exemplo, ou entre moléculas, em qualquer dos trés estados de agregac4o da matéria. Convém ressaltar que este tipo de ligagdo nao s6 é possivel entre atomos idénticos, como por exemplo, entre outros, cloro (Gas Cloro - Material utilizado na industria quimica) ou carbone (Diamantes - Material para uso industrial como ferramenta de corte) mas também entre atomos nao idénticos como, por exemplo, entre outros, silicio e carbone (Carboneto de Silicio - Material utilizado na fabricacdo compostos abrasivos , ou quando dotado de gradagao eletrénica, na fabricagao de resisténcias para aquecimento, bem como, na dos Tesistores no lineares dos péra-raios convencionais) ou hidrogénio cloro, na forma de um radical, (Mefano - Gas combustivel). # Ligagées J6nicas:- De modo simplficado, as ligagdes iénicas so atribuidas as forgas de atracao elétrica existentes entre os fons positivos e negativos que formam o material. Via de regra, 08 sélidos com estrutura cristalina iénica apresentam rigidez mecanica e ponto de fusao elevados pois ao contrario do que se pode esperar, a primeira vista, os ions se atraem uns aos outros e no aos pares fato que permite formar uma rede dotada elevado orau de rigidez. Entre os cristais idnicos é possivel citar os metais halogénicos e alcalinos, Figura 1.2 - Cristais Formados por Ligag5es l6nicas A Figura 1.2 mostra as estruturas cristalinas dos cloretos de sédio e de césio e fica claramente evidenciado que o primeiro, devido ao diametro relativo dos ions, bem como, a Sua disposig&io espacial apresenta uma estrutura compacta fechada e o Ultimo uma estrutura compacta aberta. 1-3 Manuel Luis Barreira Martinez £604 # Ligacées Metalicas:- ‘Também as ligacdes metélicas permitem a formacao de corpos cristalinos sdlides, 08 chamados metais que podem ser visualizados como um sistema de ntcleos atémicos positivamente carregados, ou seja, um modelo similar ao i6nico, localizados fixos em pontos especificos da rede cristalina envolvides, por sua vez, por elétrons livres, conforme mostra @ Figura 1.3, Deste modo, dentro desta visdo simplista, a atragdo entre as cargas dos nuicleos positivamente carregados (a exempic dos ions positivos) e os elétrons iivres sdo responsaveis pela solidez e rigidez mecdnica apresentada pelos metais. A existéncia de elétrons livres 6, por sua vez, atribuida a responsabilidade pela elevada condutividade elétrica e térmica dos metais, bem como, pela seu brilho. J4 a sua maleabilidade 6 decorrente de deslocamentos e ou deslizamentos entre as camadas individuais formadas pelos nticleos atémicos. @*@oro f, eee eo eee "0D 0Ge O89 °D Atomic core Figura 1.3 - Estrutura de um condutor metélico #- Ligacées Moleculares ( Ligac6es de Van der Waals }:- As ligagdes moleculares ocorrem nas substdncias onde as moléculas mantidas unidas devido a coes&o covalente intermolecular. Neste caso a atragao intermolecular resulta do movimento coordenado dos elétrons de valéncia nas regides vizinhas as moléculas conforme mostra a Figura 1.4. Deste modo, dependendo do instante de tempo 0s elétrons esto afastados uns dos outros e proximos as cargas positivas, bem como, as forgas que atraem os elétrons de valencia para os niicleos positivamente carregados ‘so superiores as que mutuamente repelem os elétrons das érbitas exteriores. As ligagdes moelculares ou de Van der Waais ocorrem entre as moléculas de substancias como, por 1-4 Manuel Luis Barreira Martinez Estrutura da Matéria exemplo, parafina, que por sua vez apresenta um baixo ponto de fusao fato indicative da instabilidade de sua estrutura molecular cristalina Figura 1.4 - A Interag&o de duas moléculas segundo Van der Waals 4.2- ESTRUTURA DOS SOLIDOS E DEFEITOS CRISTALINOS ‘As propriedades dos materiais dependem do arranjo de seus étomos que podem ser classificados em Estruturas Moleculares, ou seja, formadas por agrupamentos de atomos, Estruturas Cristalinas, ou seja, formadas por arranjos repetitivos de atomos ¢ Estruturas Amorfas, ou seja, sem regularidade aparente. ‘As moléculas podem ser definidas como sendo sistemas compostos por um numero limitado de atomos fortemente ligados entre si mas que, no entanto, apresentam atrago em relag&o a sistemas semelhantes relativamente fraca. Deste modo, nas moléculas, as Atragdes Intramoleculares s&0 muito fortes por exemplo oriundas de Ligagoes Covalentes, se bem que Ligagdes Iénicas ndo sejam incomuns, ja as ligagbes intermoleculares sao originadas de for:as fracas, por exemplo, de Van der Waals. Logo, via de regra, os sdlidos moleculares so moles porque as suas moléculas, podem escoregar uma em rélagéo as outras mesmo quando submetidas @ pequenas tensdes extemas, no entanto, as moléculas permanecem intactas quer na forma liquide quer na gasosa. Ainda dentro deste contexto, as moléculas formadas por ligagdes covatentes apresentam uma reguiaridade estrutural, porque estas ligagSes determinam um numero ‘especifico de vizinhos para cada dtomo, bem como, @ sua orientaco no espago, portanto, uma repeticdo deve existir, por exemplo, 20 longo de um polimero linear formado por monémeros de etileno Cats 1-6 Manuel Luis Barreira Martinez E604 Estrutura da Matéria No entanto, boa parte dos materiais de intesse para a engenharia apresentam arranjos atémicos que também so reprodugées, nas trés direcdes espaciais de uma unidade basica, Tais estruturas so denéminadas de Cristais ou ainda de Estruturas Cristalinas. A repetigao estrutral no scristais ¢ devida a coordenacao atémica no interiro do material e, adicionalmente, esta repeticao condiciona a forma externa do cristal, como por exemplo no caso dos cristais de quartzo SjO2. As técnicas para a determinacao das estruturas cristalinas, ou seja, dos possiveis arranjos das particulas nos reticulados estruturais cristalinos, foram definidos anteriormente ao desenvolvimento da Andlise Cristalina por meio de Raios X. No entanto, por sua vez, somente a classifica¢o geométrica dos cristais 6 inadequada para distinguir estruturas cristalinas aparentemente idénticas pois as substéncias podem diferir em termos de bi-efringéncia, propriedades piezoelétricas e piroelétricas, formac4o dos centros de adsoroo, fungao de trabalho, entre outros. Isto 6 devido os diferentes tipos de simetria que podem cair entre as 32 classes de simetrias cristalinas que engloba em torno de 230 possiveis combinagdes dos elementos de simetria. As raz6es pelas quais os elementos ou a combinac&o dos elementos formam um atranjo espacial particular dependem do tamanho dos atomos e da configuracao das camadas de elétrons exteriores. Dentro deste contexto, as violagbes da simetria das estruturas cristalinas, bem como, as possibilidades de transformacao dos defeitos cristalinos devem ser considerados como uma propriedade inerente dos cristais como 0 so a regularidade de sua de sua estrutura cristalina. Alguns materiais utilizadas em engenharia, a exemplo do cobre empregado na manufatura de condutores elétricos s4o puros. Mas em muitos casos, elementos estranhos so adicionados, intencionalmente, a um determinado material de modo a melhorar suas propriedades, a exemplo do lato, uma liga de cobre e zinco, Caso a adigdo deste elemento venha a fazer parte integral da fase sdlida, a fase resultante recebe o nome de solugao sdlida, Dentro deste contexto, as solugdes sélidas so formadas mais faciimente quando os atomos do solvente e do soluto tem dimensdes e estruturas similares a exemplo das ligas cobre - zinco, ou seja, lato, Deste modo, quando se adiciona zinco ao cobre ocorre uma série de modificagdes estruturais ate que, neste caso, aproximadamente 40% dos dtommos de cobre sejam substituidos. Estas solugSes, bastante comuns no nos sistemas metalicos e nos sistemas iénicos, que constituem, por exemplo, as ceramicas, so chamadas substitucionais e, nestes casos, 0s arranjos cristalinos néo so alterados, conforme mostra a Figura1.5. As Solugées Sélidas Substitucionais sao, via de ragra, de natureza aleatéria, neste caso a probabilidade de um tomo de um determinado elemento ocupar determinada posig&o em uma estrutura cristalina é igual a sua porcentagem atdmica. No entanto, sob baixas temperaturas, onde a agitag&o térmica, que tende a destruir os arranjos ordenados, & mais reduzida, 6 possivel que ocorra uma ordenagao estrutural determinanuo as chamadas Solugdes Sdlidas Ordenadas. Complementarmente, quando dtomos de dimensdes reduzidas se localizam nos intersticios formados por atomos maiores so obtidas as chamadas Solugdes Sdlidas 1-6 Manuel Luis Barreira Martinez E604 Estruture da Matéria Intersticiais, como por exempio nas ligas ferro carbone. A mudanca da estrutura cristalina do ferro de alibica de corpo centrade para culbica de face centrada permite a acomodagao de um atomo de carbone no intersticio entre os atomos de ferro Figura 1.5 - Solueéo Sélida Substitucional Aleatéria onde um atomo pode ser substituido por umoutro étomo de dimensées equivalentes. Dentro deste contexto, 0 conceito de ordem no mundo atémico se encontra intimamente retacionado com a homogeneidade estrutural, no entanto, ao se considerar, intuitivamente, os processos de formagdo dos reticulados 6 possivel concluir que as imperfeigdes estruturais so encontradas na maior parte dos cristais. As imperfeigdes estruturais influenciam muitas das caracteristicas dos materiais como, por exemplo, as propriedades elétricas, mecdnicas e quimicas Nos casos em que, de modo individual, ocorrem descolamento, falta ou excesso de atomos tem-se os chamados Defeitos Puntuais, por sua vez, nos casos onde oncorrem discordancias devido a existéncia deum plane extra de atomos tem-se os chamados Defeitos em Linha envolvem a aresta de um plano de étomos. Finalmente, existem as Imperfeigbes de Fronteira que podem ocorrer entre cristais adjacentes ou na superficie externa deos cristais. Os Vazios s80 0s Defeltos Puntuais mais comuns pois envolvem somente a falta de um dtomo em um ponte especifico de uma estrutura cristalina, s&o resultado de um empacotamento imperfeito durante a etapa de cristalizacdo original ou ainda das vibragdes termicas dos 4tomos quando submetidos a temperatura elevadas. Quando os defeitos, ainda na forma de vazios, atuam no. sentide de manter o equilibrio de carga, ou seja, envolvem parer de fons de cargas opostas eles so conhecidos como Defeifos de Schottky, Tanto os azios quanto 0s Defeitos de Schottky facilitam os processos de bnF Manuel Luis Barreira Martinez E604 Estrutura da Matéria difus&o atémica. Adicionalmente, os Defeitos Puntuais, podem se manifestar na forma de Defeitos Intersticiais, nos quais um tomo se aloja nos intersticios_de uma estrutura cristalina distorcendo o reticulado estrutural, bem como, na forma de Defeitos de Frenkel, quando um fon é deslocado de sua posigao no reticulado estrutural para um intersticio. As Discordancias sao os Defeitos de Lina mais comuns no interior de uma estrutura cristalina e se encontram intimamente relacionadas com os processos de cristalizegao ou deformagées por exemplo por cisathamento, As imperfeigdes cristalinas podem se estender de modo bi-dimensional como em uma fronteira sendo que a mais évia delas 6 a Fronteira Superficial Externa. Embora a ‘superficie seja, sobre o aspecto genérico, o ponto terminal de uma estrutura cristalina as solicitagdes e 0 comportamento de seus dtomos nao so comparaveis com as impostas aos dtomos do interir do cristal pois, por exemplo, os atomos superficiais apresentam um *vizinho" a menos que os atomos interiores fato que atua no sentido de aumentar sua energia, bem como, sua instabilidade. Embora, por exemplo, um material como o cobre contenha somente uma fase, os cristais apresentam muittiplas orientagdes, estes cristals, sao chamados de Grdos e, por sua vez, suas fronteiras sao conhecidas como Contornos de Grdo. No interior dos graos os atomos se encontram arrenjados segundo uma unica orientacao caracteristica da célula unitaria, No entanto, nos contornos ocorrem zonas de transigdo, onde nao hé orientagdio preferencial e, deste modo, devido a orientagae distinta entre os gros adjacentes os fatores de empacotamento dos atomos dos contomos de gro so também diferentes logo, estes atomos sao dotados de maior energia. ) «) ooo e < ee ° x on Seay eee e Ss eee ° ea tee eee e ey eee ° tit Figura 1.6 Defeitos Estruturais nos Cristais a) Vazios e Intersticiais, b) Atomo intersticial Estranho, o) Discordancias 1-8 Manuel Lufs Barreira Martinez 604. Estrutura da Matéria Um dtomo, mesmo em uma sélida estrutra cristalina pode se mover nas trés direges do espago, bastando para tanto existir um gradiente de concentracdo, potencial ou presséo. Muitos dos movimentos atémicos no interior dos cristais envolvem os defeitos puntuais estes movimentos requerem pouca energia para ocorrerem, no entanto, podem ocorrer movimentos em cristais sem 2 presenca de defeitos puntuais, geralmente na forma de anel, Se os dtomos se movem uma série de barreiras de energia devem ser superadas, deste modo, a energia necessaria para superar estas barreiras mais a energia necessaria para a formagdo dos defeitos é chamada de Energia de Ativacdo de Difusdo que varia em fungo de uma série de fatores, por exemplo, como 0 tamanho dos atomos envolvidos no processo. A difusdo quando em materiais puros 6 conhecida como Autodifusdo, passivel de observagao somente com o auxilio de isotopos radicativos. Mecanismos similares aos que se verificam no processo de auto difusdo ocorrem quando da presenga de dtomos dissolvidos em uma solugdo sélida a exemplo da difusdo do niquel no cobre sob altas temperaturas. Os processos de difusdo so muitas vezes responsdveis pelos processos de envelhecimento e degradagao dos isolantes ceramicos Os principais defeitos cristalinos mostrados na Figura 1.6, brevemente abordados anteriormente, normalmente, so de origem térmica ou tecnolégica, ou seja, relacionados com os processos de manufaiura dos materiais, no entanto, dependendo do caso se constituem nos pontos preferenciais para que os processos de enevelhecimento dos materiais tenham inicio. 1.3- CLASSIFICACAO DOS MATERIAIS POR SUAS PROPRIEDADES ELETRICAS As substancias sao classificadas como dielétricas ou isolantes, condutoras semi-condutoras segundo suas propriedades elétricas. O que as faz diferir uma das outras pode ser melhor entendido através da Teoria das Bandas de Energia comumente adotada na Teoria das Bandas nos Sélidos. Estudos sobre 0 espectro de radiagao de varias substéncias no estado gasosos, quando os atomos esto bastantes separados uns dos outros, mostram a existéncia de linhas espectrais bastante distintas fato que significa que os atomos de diferentes substancias so dotados de “Niveis de Energia distintas, ou seja, “Estados ou Niveis de Energia" - Aiguns destes niveis s4o preenchidos com elétrons quando os 4tomos permanecem no estado normal, ndo excitado; os elétrons podem se deslocar para os niveis superiores somente quando 0s étomos so excitados pela agao de uma energia ‘extema. Tendo em mente que os dtomos sempre tendem a se encontrar em seu estado estavel, usualemente, os elétrons “excitados pela ago da energia externa” retornam a sua condi¢do inicial de energia, que é minimo, conforme mostra a Figura 1.7 e, nestes casos, ele. emitem 0 excesso de energia Quando uma substancia gasosa se transforma, primeiramente, em liquida e finalmente em sélida, ao se cristalizar, todos os niveis eletrénicos preenchidos de maneira semelhanie, ou seja, sob condicées espacificas de um determinado dtomo, s8o desiocades em funcdo das foreas exercidas pelos étomos vizinhos, Principio de Exclusdo {-9 Manuel Luis Barreira Martinez Estrutura da Matéria E604 de Pauling. Neste processo os niveis de energie dos tomas isolados de um corpo sélido formam bandas denominadas Bandas de Energia Energy Figura 1.7 - Diagrama de um &tomo isolado e de um corpo sélido no metélico 1- Nivel de Energia Normal; 2- Banda de Valéncia; 3- Niveis de Energia de um Atomo Excitado; e 4- Banda de Condugao; € 5- Banda Proibida. A Figura 1.8 mostra os diagramas de Bandas de Energia de materiais dieletricos, semi- condutores € condutores tipicos. Dentro deste contexto, 08 Dieiétricos so materiais nos quais as Bandas Proibidas so to largas que o material ndo exibe condugao eletrénica sob condiges normals. Os ‘Semi-condutores, por sua vez, possuem bandas proibidas mais estreitas e, que deste modo, podem ser vencidas pela acdo de um valor reduzido de energia externa, Ja os Conditores 40 materiais nos quais as bandas de condugso e de valéncia ou sao muli2 préximas ou se sobrepdem, deste modo, nos metais os elétrons so, praticamente, livres ©, por conseguinte, apresentam elevada mobilidade, fato que permite com que os mesmos. (ansitemn de mameira extremamente facil de posipdes ocupadas na Banda de Valencia 1-10 Manuel Luis Barreira Martinez E604 Estrutura da Matéria para posigées livres na Banda de Condugéo mesmo sob a agao dos fracos campos elétricos produzidos nos condutores. Figura 1.8 - Diagrama de Bandas de Energia de um Dielétrico >a), de um Semi-Condutor —>b) € de um Condutor —> c), Tipicos. 1- Banda de Valéncia ( Preenchidas); 2- Banda Proibidas; € 3- Banda de Condugéo, Uma tens4o aplicada em um Semi-condutor nao resulta em circulacao de corrente caso 0 mesmo ndo apresente elétrons livres fato que ocorre na temperatura ae Zerc ‘Absoluto. No entanto, sob condigées normais de temperatura, caso um material ‘Semi-condutor for colocado sob uma tensdo aplicada, ou seja, campo elétrico, suficientemente elevada para arrancar os elétrons de suas posigées na Banda de Valéncia @ transporté-los através da Banda Proibida eles passam a ocupar vazios na Banda de Condugo e se tornam livres, portanto, capazes de se movimentar sob a aco do campo alétrico, préviamente, estabelecido. Este, em tese, é 0 processo pelo qual o fenémeno da conduggo de corrente se estabelece nos materiais Semi-condutores. Um elétron removido de seu lugar na banda de valéncia, deixa um vazio, nomalimente, denominado Buraco. Este fato dispara uma espécie de corrida de revezamento na qual os Elétrons Livres se movem de maneira a preencher o Buraco fato que permite deixar atras um Buraco a set ocupado por outro Elétron Livre e assim por Giante. Assim sob o efeito de um campo elétrico, resultante da tenséo aplicada, os Buracos ‘se movem na diego do campo como se fossem particulas carregando cargas positivas. 1-04 Manuel Luis Barreira Martinez © proceso de transferéncia de elétrons para a Banda de Condugdo & acompanhado por um processo reverso 70 qual elétrons retornam para seu estado normal ha Banda de Valéncia, Caso os o numero de elétrons o processo de transferéncia de elétrons para a Banda de Valéncia seja igual 2o numero de elétrons que retornam para a Banda de Condugdo se estabelece um processo dual de ‘equilibrio. O numero de elétrons livres em um Semi-condutor aumenta com o aumento da temperatura, no entanto, se reduz para zero sob a temperatura de Zero Absoluto, deste mado, soa ébvio que @ condulividade elétrica destes materiais € uma funco da temperatura a que os mesmos esto submetidos. Qualquer tipo de energia pode ser utiizada para excitar os os elétrons em um material Semi-condutor, fato que inicia © proceso de criagao de elétrons livres e de buracos, ou seja, térmica, solar, eletrOnica, huclear, elétrica, magnética, mecAnica, entre outras, este fato permite, a principio a construcdo de elementos sensores frente a estas grandezas. Finalmente, é conveniente ressaltar que as propriedades elétricas no sao caracteristicas inerentes aos atomos mas sim aos materiais, ou seja. dependem das condig6es os détomos de um determinado material interagem pois, por exemplo, o carbone $ 0 atomo consfituinte de um diamente, isolante e de uma grafite, condutora. De modo analogo as impurezas, bem como, os defeitos cristalinos impéem uma ampla série de efeitos nas propriedades elétricas dos materiais s6lidos. 14- CLASSIFICACAO DOS MATERIAIS POR SUAS PROPRIEDADES MAGNETICAS ‘As propriedades magnéticas dos materiais se encontram relacionadas com @ maneira com a qual os elétrons se distribuem nos orbitais de valéncia dos atomos, ou seja, é resultado direto da estrutura eletrnica dos ‘atomos. Considerando que cada orbital pode ser preenchido por dois elétrons de spins contrarios e que estes elétrons se comportam como imés naturais infinitesimais vem que 0 equllibrio ou no destes elétrons determinam a sensibilidade dos materiais frente aos campos magnéticos. Desta forma, um material cujos étomos apresentam os orbitais de valéncia nao preenchidos ou preenchidos de forma desequilibrada apresenta um momento magnético no nul. Caso complementarmente, os 4tomos que compéem este material se encontrem adequadamente préximos uns dos outros de modo que venha a acorrer uma espécie de ‘alinhamento espontaneo estabelicem-se as condigées para a existéncia que um material, que pode ser de natureza metélica ou cerdmica, venha @ possuir propriedades magnéticas, Considerando-se que nos materiais que apresentam propriedades magnéticas os Stomos adjacentes se alinham espontaneamente em uma mesma dire¢ao s&o gstabelecidos gréos conhecidos como Dominios Magnéticos. Em um material desmagnetizado 0s Dominios Magnéticos so orientados a0 acaso, no entanto, caso estes dominios forem alinhados pela influéncia de um campo magnético externoo material se toma magnetizado. De maneira a designar quando o alinhamento € permanente ou no 840 utilizados os termos "Material Magnéticamente Duro” ou “Material Magnéticamente Mole". 1-12 Manuel Luis Barreira Martinez Estrutura da Matéria E604 Em termos de propriedades magnéticas os materiais so clasificados em dois tipos, Materiais Levemente Magnetizéveis © Materiais Fortemente Magnetizaveis. Os primeiros podem ser dividides em Materiais Diamagnéticos e Materiais Paramagneticos, ja os Gltimos, os que apresentam maior aplicabilidade industrial so connecidos, ‘genericamente, como Materiais Magnéticos. Os Materiais Diamagnéticos apresentam uma permeabilidade inferior a unidade e independente da intensidade de campos magnéticos externos. Os materials ou substancias compreendidas nesta categoria so o Hidrogénio, os Gases Inertes, amaloria dos Compostos Organicos, Sais e Metais tais como Cobre, Zinco, Prata, Ouro, Mercurio, bem como, Bismuto, Galio © Antiménio. Os Materiais Paramagnéticos apresentam permeabilidade superior @ unidade porém, reduzida quando comparada com os materiais magnéticos, bem como, também independete da intensidade de campos magnéticos externos. Estes materiais incluem 0 Oxigénio, os Oxidos de Nitrogénio, 08 Sais de Ferro, o Cobaito, o Niquel, as Terras Raras, os Metais Alcalinos, o Aluminio e @ Platina. Tanto os Materiais Diamagnéticos, bem como, 0s Materiais Paramagnéticos, devido a sua baixa permeabilidade, apresentam aplicagdes industriais limitadas Ja os Materiais Magnéticos apresentam permeabilidade muito superior @ unidade, bem como, dependente da intensidade dos campos magnéticos extemos. Entre estes materiais se encontram as Ligas de Ferro, Niquel, Cobalto, Ligas com base no Magnésio e Cromo, Gadolinio e Ferrites de varias composigces. 2- BIBLIOGRAFIA 1- Bibliografia Basica;- # Van Viack, L. H.: "Principios de Ciéncias dos Materiais"; Editora Edgard Bluecher Ltda.; 4 Bogoroditsky. N.P. et ail;"Electrical, Engineering Materials"; Mir Publishers; HH Norton, FH. "“introdugao a Tecnologia Ceramica", Editora Edgard Bluecher Ltda, ##HHE Van Viack, i:4.; "Propriedade dos Materiais Ceramicos"; Editora Edgard Biuecher Ltda, HEHEHE PORST A.; “Semicondutores", Editora Edgard Bluecher Ltda. 4-43 Manuel Luis Barreira Martinez Estrutura da Matéria 2- Bibliografia Especifica:- # KITTEL, C.: “Introducién a La Fisica def Estado Sélido", Editorial Reverté S.A. 1-14 Manuel Luis Barreira Martinez E604 Materiais Condutores MATERIAIS CONDUTORES if man will begin with certainties, he shall end in doubts, but if he wil! be content to begin with doubts he shall end in certainties (FRANCIS BACON, 1561-1626 ) se RESUMO Este capitulo tem por objetivo apresentar e discutir os principais aspectos relacionados com os materiais condutores, sua classificaggo suas propriedades e aplicagées, 4- CLASSIFICACAO E PROPRIEDADES BASICAS DOS MATERIAIS CONDUTORES ‘Ambos sélidos ¢ fiquidos , bem coma, algumas vezes gases podem servir como condutores de corrente elétrica. Dentre os condutores solidos empregados na engenharia elétrica se encontram os mefais e e suas ligas. Entre os metais condutores se encontram os materiais altamente condutores cuja resistividade na temperatura ambiente n&o excede a 0.05 10m e materiais altamente resistivos, ou seja, materiais que sobre as mesmas condicdes de temperatura néo sao inferiores a 0.30 10m. Os primeiros so utilizados na manufatura de fios condutores, tentos para cabos elétricos e condutores para os enrolamentos de transformadores © méquinas rotativas, por sua vez, os ultimos s40 utlizados na manufatura de resistores, __filamentos incandescentes, resistores para aquecedores entre outros. Os condutores liquidos incluem os metais em estado de fusdo e varios eletrilitos. O ponto de fusdo da maioria dos metais elevado, conforme mostra a Tabela |, que fornece uma série de parametros fisicos de um numero importante de metais utilizados em engenharia elétrica. De todos os metais que se tornam condutores liquidos sob temperatures elevadas, somente o merctirio, com ponto de fusdo de em toro de -39°Celsius & praticamente © Unico metal que, sob temperature ambiente, apresenta utilidade pratica em engenharia ut Manuel L.B. Martinez ‘aunraso7HT 8A UI aD wRguINIoD souNTTOMIOS 5 wor eotipou Te wp SY gF00'0 §50°0 Bor Ble OBES. gay e000 10 1 ser veh S| ve EHO ¥¢ ays 088° Bg) wy 160°0 1st we ay us ‘oe00"0 veo ug ae, gpk shoo wo a €200°0 9gh'0 a} > = Ono = > ~ 12-0 > A 8h0 = Wo tee 860° o00'¢ ao 290'0 006° Eu O 006°% i Yoo 00g"é ail wun ait er00'0 | Z230°0 008% ng qaddory 8£00°0 200 “ ny plop 0400'0 940°0 096'1 ay ava Sta" sO 189° va WHE aro0"o 820°0 008" ty ting e000 900 fone BW wmsouseyy - — 660°0 106 ~ 0" 10 G@9"T oF eyon-o 920°0 191 yy yrOO'O ao one ~ a ~ ORz'T - LAND 60"0 to's G as0070 9ho"0 £88 8c00"0 6900 SUL — o 970 010% ay 80070 Teo 002, gt 60n0"0 886°0 28 Sy Amoi WoW quis, | Bagltaet ni me Kisuog | Suro | erie we Manuel LB. Martinez Tabela | -- Parémetros Fisicos Basicos de Alguns Metais a 20°C u Matenais Conduiores ‘A condugéo elétrica nos metais em estado sélido ou liquide, envolve o deslocamento de elétrons sob a agéio de campos elétricos, dentro deste contexto, os mefais S40 chamados condutores eletrénicos ou condutores de primeira espécie Os condutores eletrofiticos ou condutores de segunda espécie sao as solugdes, parlicularmente as aquosas, de dcidos, de alcalis © sais, O fluxo de corrents atraves destas Substancias @ associado com a transferéncia de portadores de cargas idnicos segundo as Leis de Faraday. Neste processo a composigao do eletrolito gradualmente sofre modificagdes ¢ os subprodutos da eletrélise se depositam na superficie dos eletrodos. Os cristais iénicos em estado de fusdo também sdo considerados condutores, eletroliticos, tais como os sais. Todos os gases e vapores, incluindo-se ai os melais, no apresentam capacidade de condugao de corrente sob campos elétricos de baixa intensidade. Noentanto, t&0 logo © campo elétrico venha a exceder um valor critico definido @ partir do qual tem inicio o precesso de colis6es € ionizagao fotoelétrica, os gases se tomam condutores que apresentam condugao eletrénica e iénica. Um gas fortemente ionizado, no qual onumero de elétrons iguala o ntimero de ions positivos por unidade de volume, se constitui um meio ‘especifico de condugo de corrente conhecide por plasma. 2- CONDUCAO ELETRICA NOS METAIS Os conceitos is relativos a estrutura dos metais condutores, bem como, sobre a Teoria das Bandas dos Sdlidos, jé foram discutidos e abordados anteriormente. Ateoria classica da condugao eletronica nos metais trata 0 condutor sdlide como um sistema que compreende os étomos ionizados, localizados em pontos fixos das redes cristalinas e elétrons livres’, que constituem 0 denominado, gas eletrénico, que preenche ‘0 espago interatémico. Notas:- 1)- Convém ressaitar que cada étomo de um metal pode fiberar um ou dois elétrons sob condigées normais de temperature. Segundo a teoria cldssica da condugao eletrdnica, os conceitos e leis da estatistica relacionadas com os gases podem ser aplicados aos gases eletronicos. Deste modo, tendo em mente o movimento térmico; aleatorio dos elétrons, bem como, 0 seu fluxo direcionado sob a agéo us campo elétrico 6 possivel descrever a lei basica formulada por GEORGE OHM, conhecida por Lef de Ohm. Logo, quando os elétrons colidem com os &tomos localizados nes pontos fixos das redes cristalinas eles transferem parte da energia, armazenada no processo de aceleragdo pelo campo elétrico, para a estrutura metélica fato que resulta no aquecimento do condutor, Consideragées gerais sobre estes H.3 Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores fenémenos resultam na lei relativa a0 processo de aquecimento elétrico, conhecida como Lei de Joule - Lenz. Dentro deste contexto, a teoria eletrénica dos metais oferece os meios analiticos para descrever e explicar os fenémenos basicos relacionados com a conducao elétrica € as perdas de energia nos metals, fatos previamente observados nas primeiras experiéncias com eletricidade em laboratério, Deste modo, baseado nos aspectos discutidos nesta teoria 6 possivel explicar e estabslecer as relagdes entre as condutividades elétricas e térmicas dos metais. Anivel de engenharia, um numero de experimentos suportam a hipotese de que uma nuvem eletronica se encontra presente nos metais: - Independentemente do tempo de circulagdo de corrente em um sistema metalico constituido, por exemplo, por dois condutores néo existem evidéncias que um metal venha a penetrar, ou seja, se difundir, no interior da estrutura cristalina do outro; = Quando a temperatura dos metais aumenta, 0 movimento térmico dos elétrons livre aumentae, deste modo, os mais répidos podem vira superar as barreiras de potencial e deixar a superticie do metal; - Quando um condutor em movimento répido sofre uma parada brusca 0 gés eletrénico que se encontra em movimento segundo as Leis da Inércia na diregéo do movimento néo sofre mudancas bruscas. O desiocamento do gés eletronicos nestas condigdes resulta em uma diferenca de potencial nos terminais do condutor € um equipamento de medida conectado ao condutor inicaré um valor de tenséo definido; & - Estudos sobre 0 comportamento dos condutores metalicos mostram que, em uma placa, um campo magnético transversal induz uma forca eletromotriz transversal metélica e reduz sua resisténcia elétrica devido ao fato de que 0 campo magnético atua no sentido de orientar a trajetéria dos elétrons na placa. No entanto, algumas conclusées obtidas segundo a teoria classica da condugao eletrénica tem, aparentemente, contrariado as evidéncias experimentals, Dentro deste contexto é conveniente destacar que as caracteristicas Resistividade Versus Temperatura obtidas nos experimentos nao condordam com as caracteristicas que resultam dos modelos tecricos: a discrepancia 6 observada entre os valores previstos e observados para © Calor Especifico dos metais. O Calor Especifico observado nos experimentos & inferior ao determinado teoricamente, e em um valor tal que ndo pode ser explicado a menos que no modelo teérico, fato que ndo se verifica, o gas eletronico néo venha @ absorver calor quando © condutor metélico 6 aquecido. E possivel contomnar estas dificuldades pela analise do ponto de vista da Mecénica Quéntica. Ao contrério da Teoria Cléssica da Conducdo Eletrénica, a Teoria Quantica assume que 0 gas eletrénico nos metais existe em um estado degenerado sob temperatura ambiente. Neste estado, a energia do gas eletrénico depende fortemente da Ha Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores temperatura, conforme mostrado na Figure 2.1, deste modo, por exemplo, o movimento térmico tem quase nenhum significado na energia dos elétrons. Isto explica porque, confogme as medidas de calor espacifica revelam o gas eletrénico nao absorve nenhum calor. Notas:- 2)- Os gases eletrénicos adquirem um estado similar ao de um gés comum sob temperaturas da ordem de milharesde graus Kelvin. Figura 2.1 - Energia dos Gases Eletrénicos versus Temperatura Absolute No entanto, tendo em mente o fato que a estrutura cristalina dos metais é similar um sistema no quai os fons positives s40 ligadas por elétrons livres é entéo facil entender a natureza de todos as propriedades basicas dos metais tais como, plasticidade, maleabilidade condutividade térmica e elétrica, entre outras. 3- PROPRIEDADES DOS CONDUTORES Os principais parametros que descrevem as propriedades dos materiais condutores incluem a condutividade o e seu reciproco resistividade p. ! 0 coeficiente de variago da resistividade com a temperatura TCp ou ap," condutividade térmica yh, my a diferenga de potencial de contacto e as forgas termo-eletromotivas, MY 9 fungéo de trabalho dos elétrons do metal, ou seja, a energia minima necesséria pare mover um WS Manuel LB. Martinez £604 Materiais Condutores elétron do seu orbital de valéncia, Nivel de Fermi, para o espaco livre, a tensao de ruptura at ea elongagao relativa ai 3.1- CONDUTIVIDADE E RESISTIVIDADE DOS CONDUTORES A densidade de corrente J [A/mm?] em um condutor é relacionada com @ intensidade do campo elétrico E [V/m], através da Equacao 3.1.1, conhecida como Lei de ‘Ohm na Forma Diferencial. J=cE (3.1.1) Onde o {S m7} é uma caracteristica dos materiais condutores denominada Condutividade. Segundo a Lei de Ohm a Condutividade o ' independente da Intensidade do Campo Elétrico E mesmo que este varie em uma faixa bastante grande. A Resistividade p €0 inverso da Condutividade e pode ser calculada, por exemplo para um condutor de Resisténcia R, Comprimento 1 e Area Transversal constante S pela Equacdo 3.7.2. p-F8 (3.1.2) Nas unidades do Sistema internacional - SI a resistividade 6 medida em [Q. m), no entanto, em alguns casos esta medida é expressa em termos de {© mm’/ m]. Deste modo, em um condutor com 7 metro de comprimento e 7 mm” de secgdo transversal a Resisténcia- R’é numéricamente igual a Resistividade -p expressa em [© mm*/m]. Nestes casos é preferivel utilizar a unidade { 7 1Q m }. Dentro deste contexto, as relacgdes entre as unidades acima so mostradas a seguir. 1.2 m= 10° pQm= 10° O.mm?/m A faixa de variagdo da resistividade dos metais, sob condigSes normais de temperatura, é relativamente pequena, ou seja, de 0.016 .Q m para a prata a aproximadamente 70 2© m para as ligas ferro - aluminio - cromo, algo em torno de 3 ordens de magnitude. A Tabela I mostra a resistividade de um razoavel numero de metais utilizados em engenharia. ‘Segundo a Teoria Classica dos Metais, a Condutividace o dos metais condutores pode ser expressa pela Equagdo 2 1.3. 2 e*noa o- 2mve 84-3) H.6 Manuel L.8. Martinez E604 Materiais Condutores Onde, e é a carga de um elétron, no 6 0 numero dos elétrons livres por unidade de volume. do metal, 4 6 caminho médio livre de umelétron, ou seja, a distancia média entre duas colisdes de um elétron com os pontos fixos da estrutura cristalina, m6 magsa de um elétron e vf é a velocidade de um elétron na Superficie de Fermi de ummeial. Notas:- 3) Caso a Equacéo (3.1.3) apresente um desenvolvimento um pouco mais detaihado como, por exempio, o sugerido por KITTEL, 0 fator 2 desaparece. No entanto, ambas equacdes so consideradas como corretas, conforme abordado por HALLIDAY, RESNICK Com 0 auxilio da formulagdes da Mecdnica Quéntica, a Equagdo 3.1.3 pode ser transformada na Equagdo 3.1.4. 2 _ Ke?no® ° fh (3.1.4) Onde, K é uma constante numérica, h € a Constante de Planck. A velocidade de um elétron livre na Superficie de Fermi vr dos eléirons quando de metais distintos, sob uma determinda temperatura, é praticamente a mesma. Omesmo se verifica com respeito a densidade, ou seja, a concentracdo dos elétrons livres no, nestes casos, por exemplo, o cobre e o niquel diferem com relagao a densidade de elétrons livres em menos de 10%. Deste modo, a Condutividade « e, por conseguinte, a Resistividade p dependem grandemente do caminho médio livre 2 dos elétrons que, por sua vez, éuma constante intimamente ligada com a estrutura cristalina do material Os metais puros, em teoria, dotados de uma estrutura cristalina perfeita apresentam os menores valores de resistividade. Por outro lado, as ligas por impor defeitos, ao reticulado, distorcem a estrutura cristalina terminam por aumentar a resistividade dos materiais. Concluséio semethante poderia ser obtida com o auxitio da Teoria Ondulatéria dos Elétrons. Considerando que, de maneira bem simplificada, esta teoria atribue um conjunto de fungdes conhecidas como Fungdes de Ondas aos elétrons de um atomo vem que dentro deste contexto, a energia das ondas associadas aos elétrons livres sofre forte dispersdo quando estas ondas encontram defeitos cristalinos de tamanho comparavel com a distancia de um quarto de seu comprimento. Deste modo, em um metal condutor once 0 comprimento de onda associado aos elétrons livres é da ordemde 5 Angstroms 78 defeitos cristalinos microscépicos resultam em uma aprecidvel dispersdo, ¢ subseqiiente dissipagdo, da energia das ondas associadas logo, a mobilidade destes elétrons & reduzida e, por conseguinte, a resistividade do material aumenta. Wz Manuel L.B. Martinez £604 Matenais Condutores 3.2- COEFICIENTE DE VARIACAQ DA RESISTIVIDADE COM A TEMPERATURA O numero de portadores de carga, ou seja, a densidade de elétrons livres, em um metal condutor permanece praticamente invaridvel com 0 aumento da temperatura, No entanto, haja vista que as vibracdes das redes cristalinas aumentam em intensidade com ‘aumento da temperatura, os elétrons livres encontram cada vez mais obstaculos quando gies sdo acolerados em uma determinada diregdo pela presenga de um campo extemo, deste modo, o caminho médio livre de um elétron 2 6 reduzido, fate que implica na redugo de sua mobilidade, o que finalmente implica na redugao de sua condutividade e, por conseguinte no aumento de sua resistividade, Em outres palavras, conforme mostra @ Figura 2.2, bem como, a Equacdo 3.2.1 0 coeficiente de variacdo da resistividade com @ temperatura para os metais € positivo. TCp=ap- ih (3.21) Ris ‘Segundo conclusdes oblidas com base na Teoria Eletronica Classica dos Metais © coeficiente de variacdo da resistencia com @ temperatura deve se aproximar do coeficiente de expansao linear dos gases ideais, ou seja, 0.0037 K*" . no entanto, conforme mostra a Tabela | € possivel obter valores superiores para alguns metais, inclusive para metais ferromagnéticos tais como o ferro, o nique! 0 cobalto Bm) 9 ait 0 408 840 «1200 1800 °C Figura 2.2 - Caracteristica Resistividade versus Temperatura para 0 Cobre Considerando variagdes ndo muito pronunciadas de temperatura € uma pratica razoével linearizar a fung&o p (8) e deste modo é usual representar a caracteristica resistividade versus temperatura pela Equagdo 3.2.2 HB Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores p2=ptilt+ap(@2~67)] (3.2.2) Onde p1 e p2 sdo as resistividades do material condutor sob as temperaturas 07 e 62, respectivamente, sendo 07 > 02 e ap 6 0 Coeficiente médio de variacZo da resistividade com a temperatura na faixa entre 01 € 62. 3.3- VARIAGOES DA RESISTIVIDADE DOS METAIS DURANTE A FUSAO Durante a conversao do estado sélido para o estado liquido, a maioria dos metais apresentam um aumento na resistividade, conforme mostra a Figura 2.1 embora possa ‘corer o contrario com alguns metais especificos. A resistividade aumenta naqueles metais que aumentam de volume durante @ fuso, ou seja, nos casos onde ocorre a reducao da densidade, em sintese nos casos onde ocorre uma reduce no caminho médio livre 2, por exemplo devido a agitacdo térmica, Nos demais casos, ou seja, os casos similares ao da agua, ocorre uma redugao na resistividade. De modo a ilustrar este proceso a Tabela II mostra a variagso da resistividade de alguns metais durante a ocorréncia de seu processo de fuséo. Tabela i - Variagdes da Resistividade dos Metais com a Fuséo 3.4- VARIACAO DA RESISTIVIDADE DOS METAIS COM A DEFORMACAO A variago da resistividade dos metais submetidos a um proceso de elengacao ou compressdo elastica pode ser expressa, aproximadamente, pela Equagao 3.4.7. p=po0(t* so) (3.4.1) Onde p é a resistividade do metal sob a acdo de uma solicitagdo o, po é 2 resistividade do metal sob solicitagdo nula @ s é o fator de solicitagao tipica do metal. sinal positive representa 0 efelto do esforgo de tragdn.¢ 0 negativo o esforco de Segundo a Mecénica Quantica, as variacdes d resistividade dos metais sob a agao de deformagées eldsticas so resultado das variacSes da amplitude das vibracbes da estrutura cristalina que aumentam sob os esforga: de tragdo e se reduzem sob os ug Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores E604 esforcos de compresséo, Dentro deste contexto, conforme anteriormente discutido, quando a mobilidade dos portadores de carga é reduzida, pela ago dos esforcos mecanicos extemos, a resistividade aumenta, bem como, quando a mobilidade dos portadores de carga é aumentada a resistividade se reduz, Convém ressaltar que as deformagées plasticas geralmente tendem a aumentar a resistividade dos metais pois resultam em deformagdes na estrutura cristalina, no entanto, apds um processo de recristalizacao relacionado com aplicagéo de um tratamento térmico € possivel que a resistividade retorne a0 seu valor inicial. ‘Areduco da resistividade que 6 observada algumas vezes nos metais sob a ag40 de esforgos de compresséio pode também ser atribuida a fenémenos secundarios tais como, compactacao do metal, rupiura de filmes dxidos, normalmente isolantes, entre outros. 3.5- RESISTIVIDADE DAS LIGAS Conforme.mencionado, misturas e violagdes da estrutura ordenada dos metais tendem a aumentar sua resistividade. Dentro deste contexto, a resistividade aumenta substancialmente quando dois metais so fundidos e misturados e formam uma Solugéo ‘Sdlida na qual os étomos de um dos metais durante os processo de cristalizagao termina por permear a estrutura cristalina do outro metal. A resistividade de uma solugéo sélida Composta por dois metais € fungSo da composigao da mesma, conforme mostrado na Figura2.3. Conforme mostra a Figura 2.3.a caracteristica resistividade-p versus composigao de uma liga, 0s metais puros apresentam os menores valores de resistividade-p, no entanto, conforme a composigéo muda a resistividade-p passa por um valor maximo tipico de uma determinada composigao e, dentro deste contexto, é possivel ainda observar uma regularidade bem definida nas variagdes do coeficiente de variacdo da resistividade com atemperatura-cap. Conforme é possivel observar neste caso, os metals puros apresentam valores de coeficiente de variagao da resistividade com a temperatura-cp relativamente superiores ao apresentado pelas ligas que passam @ apresentar valores de coeficiente de variag&o da resistividade com a temperatura-ap, inclusive negatives. As variagdes nos valores da resistividade-p e no coeficiente de variagéo da resistividade com a temperatura-cp com a composig&o das ligas, conforme mostrado na Figura 2.3 podem ser explicadas pelo fato da estrutura cristalina das ligas metélioas apresentar um grau de complexidade superior a dos metals puros, fato que dificulla a aplicagao direta das teorias cléssicas utlizadas para a andlise do comportamento dos metais. Em outras palavras, as variacdes na resistividade das ligas resultam nao s6 das mudangas na mobilidade dos elétrons livres, mas também, em alguns casos do crescimento que ocorre na densidade dos portadores de carga com a temperatura. Deste modo, uma liga na qual o decréscimo da mobilidade dos elétrons ¢ plenamente compensado por acréscimo correspondente na densidade dos portadores de carga apresenta um coeficiente de variagao da resistencia com a temperatura igual a zero. u.10 Manuel LB. Martinez Materiais Condutores o Mn ins for a5) et St “ a 2 as] a 2 a 2 ‘ 0 ® @ 7 ne ant] al “at si set aes 2a p wt COT aro ae 80 TEM oF a0 OH ROTOTAME tinea eo wa Olu aa BT HT Oca Figura 2.3 - Mudangas nas propriedades das ligas cobre - niquel a - Resistividade; b- Coeficiente de Variag&o da Resistividade com a Temperatura; c- Forga Eletromotriz Térmica em Relagdo a0 Ferro 815 °C; € ¢- Condutividade Térmica £m alguns casos a caracteristica resistividade-p versus composicao das ligas compostas por dois metais apresentam varia¢6es muito bruscas quando comparadas com a caracteristica mostrada na Figura 2.3. Deste modo, quando os metais que compéem as ligas, a0 se fundirem, resultam em compostos conhecidos como intermetais a caracteristica resistividade-p, conforme mostra a Figura 2.4, bem como, a caracteristica variagéo da resistividade-ap versus composi¢ao da liga passam a presentar variagbes extremamente bruscas. Convém ressaltar que nos casos em que as ligas metdlicas de dois metais resultam na cristaliagao separada dos elementos e, deste modo, a estrutura solidificada da liga ndo 6 resuitado de dissolugao, a nivel estrutural, de um metal ao outro, ou seja, em outras palavras n&o é formada uma Solugdo Sédlida e, por conseguinte 2 estrutura cristalina dos metais ndo é distorcida, a resistividade-p varia de um modo quase linear, ou seja, varia segundo a regras aritméticas utilizadas no processo, conforme é mostrado na Figura 25 “edt Manuel L.B. Martinez £604 Materiais Condutores Lt ao 26 49 6) Be Katubsd Sh oe BT waka Figura 2.4 - Resistividade versus composi¢ao das ligas Zinco-Magnésio 4- Magnésio puro; 2 MgZn; & Mg2Zns; 4- MgZna; 5- MgZne;e 6- Zinco puro. Investigagdes complementares nos compostos intermetalicos tem revelado que revelado que muitas destas ligas devem ser tratadas como semi-condutores eletronicos a0 invéz de materiais dotado de caracteristica condutora similar a dos metais. 3.6- CONDUCAO TERMICA NOS METAIS Os processos de condugo térmica através dos corpos sélidos dos metais sao relacionados os mesmos elétrons livres que determinam e controlam a sua condugdo elétrica, O numero de elétrons livres nos metais por unidade de volume é muito elevado, portanto, a condutividade térmica-yth apresentada pelos metais é muito superior aquela apresentada pelos dielétricos. Deste modo, também € Obvio que quanto maior for @ condutividade elétrica-c de um metal, maior deve ser sua condutividade térmica-yth, principalmente, nos casos onde todas as outras demais condigSes sdo as mesmas. Ht, 42 Manuel LB. Martinez £604 Materiais Condutores MSY 5a 40 30 4 209-35 406080 *1000t%W Ce 100806040 20 Oat. %lv Figura 2.5- Resistividade versus composio&o em porcentagem de massa das ligas de cobre - fungsténio Dentro deste contexto, quando a mobilidade dos elétrons nos metais é reduzida com 0 aumenio da temperatura fato que, subseqientemente, impde uma reducdo na condutividade elétrica-c, a razéo th/o deve crescer. Este fendmeno é retratado, mateméticamente, através da Lei de Wiedermann-Franz-Lorentez conforme mostra a Equacéo 3.6.1. Loe- 7" (3.6.1) o Onde 6 6 a temperatura absoluta e Lo é 0 como Numero de Lorentz definido pela Equagéo 3.6.2 2,2 toe 2S (3.6.2) 3e Substituindo na Equagdo 3.6.2 0s valores da Constante de Boltzmann- k, ou seja, 1.38 x 1073 JPK @ a Carga do Elétron- @, ou seja, 1.6.x 107°C, vem Lo = 2.45% 108 7 72K? W413 Manuel iB. Martinez £604, Materiais Condutores 1 wo 100 «©1000 ~+K Figura 2.6 - Niimero de Lorentz versus temperatura absoluta para 0 cobre A Lei de Wiedermann-Franz-Lorentz 6 adequada para representar 0 comportamento dos metais sob condicées. de temperatura normal ou figeiramente elevadas, exceto nos casos do manganés e do belirio. Deste modo, seja a verificagao da validade desta lei para 0 cobre sob condigées normais de temperatura logo, substituindo-se na Equacdo 3.6.1 os parametros representativos do cobre, ou seja: = 57x 10° Sm": yth = 390 W/mK ; 6 6 = 293°K. E possivel obter Lo = 2.54 x 10° v/°K?, que é bastante proximo do valor teérico real Sob condigdes normais de temperatura o aluminio apresenta um Numero de Lorentz igual a 2.1 x 10°, a prata 2.35 x 10%, 0 zinco 2.45 x 10, o chumbo € o estanho 2.5x 10°, aplatina 2.6x 108 eo ferro 2.9.x 10° V7 /K?. No entonto, na regia de baixa temperatura, 0 Numero de Lorentz, calculado segundo a Equa¢éo 3.6.7 ndo é constante conforme mostra a Figura 2.6 que mostra que © Numero de Lorentz, para 0 cobre, diminui com a reducdo da temperatura até atingir um valor minimo, por volta de 75 °K e volta a aumentar quando a temperatura se aproxima do zero absoluto se aproximando do valor teérico mostrado pela linha tracejada. 14 Manuel! L.B. Martinez E604 Materiais Condutores A Figura 2.7 mostra a condutividade térmica para uma série de metais puros © figas, 0 grau de pureza, bem como, os tratamentos aplicados ao material podem afetar apreciavelmente @ condutividade térmica principalmente sob baixas temperaturas. 7 1 16 100 1000K ar Figura 2.7- Condutividade térmica de metais e figas versus temperatura absoluta 4- Bronze Beritio ( 98% Cobre e 2% de Berilio ); e 2- Ago Inox. 3.7 - FORCA TERMOELETROMOTIVA Quando dois metais condutores distintos sao colocades em contacto, uma Diferenga de Potencial de Contacto se desenvolve entre estes dois metais. Este fendmeno pode ser atribuido a diferenca de Fungdo de Trabalho apresentada por estes metais, conforme mostra a Tabela |, bem como, & diferenca de densidade eletrénica e, por esta razo na diferenga de presso do gas eletronico entre os metais e ligas. Deste modo, a Equacéo 3.7.1 mostra a diferenga de potencial entre dois metais Ae B seyundo a Teoria Classica da Condugdo Eletranica dos metais = Ve- ke, nA Vas = VB-Vat-e lne (3.7.1) H.15 Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores Onde Va e Vg sao 0 potencial dos dois metais mantidos em contacto, na ene & densidade de elétrons nos metais A e B, k a Cons tante de Boltzmann e e a carga dos elétrons. Caso a diferenga de temperatura entre as duas jungdes seja nula a diferemnga de potencial no circuito fechado assim formado € também nula. Este estado de equiliprio 6 suplantado caso uma das jungdes esteja sob uma temperatura 07 e @ outra sob uma temperatura 42. Nestes casos uma forca termoeletromottiz € desenvolvida entre as duas jungdes conforme mostra a Equagdo 3.7.2 e a Equacao 3.7.3 a seguir. V = VaB+VBA (3.7.2) Deste modo, aplicando a Equagao 3.7.1 vem: . 04 DA, van Vga 82 2B Va Ve-VAtog Ba + ¥A Ver, in, Finalmente vem: Ke gy- BA, Vv et ot 92)LnTe (3.7.3) A Equagéo 3.7.3 pode ser escrita conforme a seguir, ou seja, Equacdo 3.7.4: V = c( 674-62) (3.7.4) Onde c € conhecido como Coeficiente da Forea Termosletromoiriz que ¢ uma constante para um determinado par de condutores: fato que permite concluir como mostra a Equacdo 3.7.4 que a Forca Termoeletromotriz € diretamente proporcional a diferenca de temperatura entre as duas jungées. Em alguns casos a relagao mostrada na Equagao 3.7.4 nao é mantida, conforms mostrado pela Curva 1 da Figura 2.8 que apresenta um pequeno desvio em relagao a uma reta, Esta propriedade permite construir um equipamento de medi&o de temperatura conhecido como fermopar composto por dois fios de metais diferentes isolados um do outro, utilizado com freqdéncia na medig&o de temperaturas elevadas como as existentes nos fornos, por exempio. Dentro deste contexto, os termopares necessitam ser construidos com materiais que apresentem um Coeficiente da Forca Termoeletromouiz alm de estavel, elevado, de maneira a permitir a execugao de medidas de forma segura ‘sem incorporar erros devidos a influéncias extemas. U.16 Manuel L.B, Martinez E604 Materiais Condutores De maneira andloga, as espiras dos equipamentos de medida, bers como, dos resistores padréo so construidas por materiais condutores ¢ ligas que a presentam um Coeficiente da Forga Termoeletromotniz 0 mais préximo possivel do cobre de modo a evitar 0 aparecimento de forgas termoeletromotrizes parasitas capazes de impor erros de medida. anes ania ans naan ap28|~ ang) th ong a 4) AOD«z00 «Dk Figura 2.8 - Forga termoeletromotriz versus diferenca de temperatura entre as jungdes fria e quente de um termopar 1- Platina - Rédio Platina, 2 Cromel - Alumet, 3- Cobre - Constantan, 4- Ferro Constantan; 5- Cobre - Copel, 6- Ferro - Copel; € 7- Crome! - Copel 2.8- COEFICIENTE DE EXPANSAO LINEAR TERMICO DOS CONDUTORES O coeficiente de expansao linear térmico dos condutores definido conforme a Equacao 3.8.1 apresenta interesse n&o sé pelo fato de permitir 2 avaliagéo do desempenho dos materiais utilizado na construgao de sistemas condutores - isolantes, HW. 17 Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores como, por exemplo, na previséio da deteriorizacéo dos sistemas de vedapdo, mas como também é til na avaliagdo do coeficiente de variacdo da resistencia com a temperatura dos condutores. TCr= ay t (3.8.1) Deste modo, segundo a Equagao 3.8.2 vem que TCR=aR=@p- @! (3.8.2) Conforme mostra a Tabela | nas metais puros o valor do coeficiente de variacao da resistividade com a temperatura ap 6 bastante superior ao coeficiente de expanséo linear térmico - a, logo este Ultimo pade ser eliminado na Equacdo 3.8.2 fato que permite obter a Equacdo 3.8.3 usulamente utilizada para a avaliac&o da variacdo da resistencia com a temperatura. TCR=aR= ap (3.8.3) K lec, 10% 30 t og 6200400 600 20 Figura 2.9 - Coeficiente de expanséo linear termico versus temperatura para 0 aluminio No entanto, nas ligas que apresentam valor do coeficiente de variagéo da resistividade - ap reduzido esta aproximago nao apresenta sentido pratico ©, nastes casos, a Equagdo 3.8.2 necessita ser considerada. H.18 Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores E605 ee Conforme & mostrado pela Figura 2.9 0 vator do coeficiente de expansdo linear térmico - af para os sélidos metalicos aumenta quando a temperatura do material se aproxima do seu ponto de uso, isto explica porque os metais com baixo ponto de fusdo, conforme a Tabela / apresentam coeficientes de expansao linear - a! superiores 3.9- PROPRIEDADES MECANICAS DOS CONDUTORES As propriedades mecénicas dos condutores, so descritas por caracteristicas tais como tensao de ruptura ct , elongagéo telativa AM, brilho, dureza entre outros que dependem grandemente dos tratamentos mecanicos e térmicos, bem como, das porcentagens das ligas. Os tratamentos térmicos, normalmente, reduzem a tensao de ruplura of e aumentam elongagao relativ: AM. Os parametros fisicos dos condutores, tais como, pontos de fus4o e ebuli¢do calor especifico, capacidade calorifica e outros, via de regra, nao necessitam maiores consideragées. 4- MATERIAIS ALTAMENTE CONDUTIVOS Os materiais de alta condutividade mais utilizados no campo da engenharia sao © cobre eo aluminio. 4.1- 0 COBRE 4.1.1- AS VANTAGENS APRESENTADAS PELO COBRE As vantagens que fizeram do cobre um dos materiais condutores mais utilizados ‘em engenharia 40 as seguintes: 4- Baixa resistividade, em termos praticos somente suplantada pela da prata; 2. Suportabilidade mecanica relativamente alta; 3- levarla resisténcia frente a corrosdo que permite cobrir requisitos de muitas aplicagbes, pois mesmo sobre elevadas condigdes de umidade o cobre se oxida mais: Jentamente que, por exemplo, 0 ferro. No entanto, o cobre se oxida sobre taxas muito elevadas sob altas temperaturas, conforme mostra a Figura 2.10; 19 Manuel L.B. Martinez E-604 Materiais Condutores 4-Boa manuseabilidade permitindo, entre outro, a laminagao de chapas, a trefila de fios, inclusive, com diametro da ordem de milésimos de milimetros; € 5- Capacidade de soldagem relativamente elevada. 4.1.2. O PROCESSO DE PRODUCAO DO COBRE O cobre, materiat raro no Brasi/ 6 comumente obtido de minerais, como por exemplo, 0 éxido cuproso Cuz0 conhecide como cuprita ou minério vermelho, os carbonetos basicos CuCOsCu(OH)2 conhecido como malaquita e 2CuCO3Cu(OH)2 conhecido come azurita, comumente encontrados, no Chile, nos Montes Urais - Russia, no norte da Rodésia e na Repiiblica do Congo, o sulfeto cuproso CuzS conhecide como calcosita @ 0 suifeto dupio de ferro e cobre CuFeS2 conhecido como calcopirite ou pirita cuprosa comumente encontrada nos Estados Unidos, Canadé e México. a 7 1 ote mene 1 0 Lj t rt A LI 40h + /_| i w! | | 30h AY} 7 | 4 za [ 40 + | r I 7 I [ve > a al £ ‘0 700~—«C0S«900 HORE Figura 2,10 - Taxa de oxidagdo dos metais versus temperatura sob atmosfera ambiente O processo de retirada e purificagao do cobre envolve uma série de refinagdes a quente e estagios de sinterizac4o com intensa utilizag&o de oxigénio. A seguir, 0 cobre para fins eletrotécnicos é moldado na forma de eletrodos anédicos para refino eletralitico. Os eletrodos catédicos obtidos apés a eletrélise s40 moidados em jingotes com 80a 90kg em massa para posterior utilizacéo na forma, por exemplo, de laminagéo, trefila nas dimensdes requeridas. No caso de fabricagéo de fios condutores os lingotes sao primeiramente laminados a quente de modo a formar barras com 6.52 7.2mm de diémetro, que entéo séio submetidas a um tratamento em uma fraca solugao de écido sulfurico de modo a remover da superficie das barras 0 éxido de cobre - CuO formado durante 0 4.20 Manuel LB. Martinez E604 Materiais Condutores processo de tratamento térmico apés 0 qual é trefilade a frio quantas vezes for necessario para a abtengo de fios com diametro desejado. Na manufature de fios condutores so utilizados duas gradagdes de cobre, uma delas com grau de pureza da ordem de 99.9% em cobre - Cue o restante em impurezas entre as quais 0 oxigénio - O que no deve ultrapassar 0.08% e @ outra com grau de impurezas da ordem de 0.05% entre as quais 0 oxigénio - O que, neste caso, nc utrapassar 0.02% e que apresenta melhores propriedades mecénicas, portanto aptas para os processes de manufatura de fios condutores de diametros reduzidos. O processo de manufatura a frio resulta em condutores de cobre denominados genericamente de Condutores de Cobre Duro que, por sua vez, apresentam elevada tensdo de ruptura e pequena elongac4o relativa antes da ocorréncia de ruptura, bem como, boa dureza, e elasticidade frente a flexAo fato que implica na existéncia de um grau bem dafinido de efeito mola frente a esta solicitagéo, © recozimento, por exempio, sob algumas dezenas de Graus Celsius © subsequente resfriamento resulta nos Condutores de Cobre Mole ou Recozidos que apresentam boa ductibilidade, reduzida dureza e tensa de ruptura, bem como, conforme esperado, maior elongaeao relativa antes da ocorréncia da ruptura e, subsequentemente, maior condutividade. O cobre deve ser recazido em foros especiais sob atmosfera nao coxidante de modo a evitar os processos de oxidag&o, Asem? aos - 00178 0.0165 Lo 0 200 400 600 800 C Figura 2.11 - Caracteristica resistividade versus temperatura de recozimento para o cobre [ Tempo de recozimento de 1 hora ] Os efeitos do recozimento na resistividade oferecida pelo cobre ¢ mosirado na Figura 2.11, conforme mostra a Figura 2. 120s correspondentes efeitos nas, propriedades: mecanicas do cobre que, no caso, sofrem variagdes mais pronunciadas. Wo 2t Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores MPalie oy, ae C a. [4 Z 400} 40 FFF 200+ 20) t 0 an 200 400 600 800°C Figura 2.12 - Caracteristica tensdo de ruptura e elongacéo relative antes da rupture versus temperatura de recozimento para o cobre [ Tempo de recozimento de 1 hora J 0 Cobre Padrao na forma recozida apresenta uma condutividade de 58 MS" & uma resistividade de 0.017241 u0m a 20°C. Estes valores so aigumas vezes tomados como referéncia e, deste modo, é usual exp*sssar a condutividade e a resistividade dos demais metais ¢ ligas como um muitiplo destes valores. Tabela lil - Propriedades dos Fios de Cobre 6 Aluminio Conforme mostra a Figura 2.12 e anteriormente discutide @ condutividade do cobre 6 bastante sensivel aos elementos compéem suas ligas. A Tabela ili mostra as W. 22 Manuel LB. Martinez E-604 Materiais Condutores 0 EEE principais propriedades dos fios de cabre duro © recozido, bem como, para efeito de comparagéo os equivalentes em aluminio. De modo complementar, a Figura 2.13 mostra as caracteristicas calor especifico condutividade térmica versus temperatura para o cobre. 200 — 100 Z -200 0 200 400 600 C Figura 2.13 - Caracteristicas calor especifico, condutividade térmica versus temperatura para 0 Cobre. O cobre duro é utilizado em sistemas onde s&o necassarios resisténcia mecanica, dureza e resisténcia frente abrasdo, ou seja, nos pontos de contacto entre sistemas, nas barras de distribuigdo, nas tecias dos comutadores de maquinas rotativas, entre outros. Jao cobre recozido normalmente 6 utilizado na manufatura de fios condutores de ogo circular ou tetangular para tentos de cabos, enrolamentos de maquinas rotativas € transformadores, ou seja, nos casos, onde flexibilidade e plasticidade sao mais importantes que resisténcia mecanica No entanto, apesar de todas as vantagens oferecidas, o cobre nao € um material de facil obtengo, portanto, via de regra apresenta custo elevado e, deste modo, sua utilizagdo necessita ser, primeiramente, justificada. Dentro deste contexto, é usual armazenar de modo cuidadoso e classificado as sobras de cobre que ocorrem durante a construgo das instalages elétricas para posterior re-utilizag&0. Logo é atual pratica na industria elétrica trabalhar com materiais altemativos para substituir o cobre, em especifico, o aluminio. W238 Manvel L.B. Martinez E-604. Materiais Condutores E606 Eee’ 4.1.3 LIGAS DE COBRE ‘Aiém do cobre as ligas de cobre com estanho, silico, fosforo, bertlio, cromo, magneésio ¢ cadmio sao. frequentemente utilizadas como: materiais condutores. Estas ligas 8&0 conhecidas genéricamente pelo nome de Bronzes e apresentam propriedades mecénicas superiores as oferecidas pelo cobre puro desde que obviamente formuladas e, dentro deste contexto a tenso de ruptura dos bronzes pode ser to elevadas quanto 800 a 1200 MPa e em alguns casos superiores. Bronze - Cédmio (0.9% Cd) Bronze (0.8%Cd, 0.6%Sn) Bronze (2.5%Al, 2%Sn) Bronze - Fésforo (7%8n, 0.1%P) Latéo (30% Zn) Tabela IV - Caracteristicas das Ligas Eletrotécnicas de Cobre Os bronzes so utilizados entre outros na manufatura de molas condutoras de corrente, A adigo de caédmio ao cobre, formando a liga conhecida como Bronze - Cadmio resulta em uma liga de elevada resisténcia mec&nica e dureza as custas de uma pequena redugéo na condutividade conforme pode ser observado na Figura 2.14. Esta caracteristica permite que esta liga seja utllizada na manufatura de contactos, tecias anéis para comutadores em maquinas criticas. Em termos de propriedades mecanicas Bronze - Berilio excede o Bronze - Cadimio e, nestes casos, @ tens&o de ruptura pode vir aatingir 1350 MPa. Os lates, ou seja, as ligas de cobre e zinco em vérias porcentagens apresentam uma elongagao superior antes da ruptura, bem como uma tensdo de ruptura proxima a do cobre puro logo, estas liga’ oferecem grandes vantagens tecnoldgicas sobre o cobre nos processos de estampagem, por exemplo, de centelhadoes de para-raios convencionais. Dentro deste contexio, os latdes so amplamente utllizados na manufatura de uma série de partes condutoras de corrente em varios equipamentos elétricos. N24 Manuel L.B. Martinez £604 Matenais Condutores A Tabela 1V apresenta e composigo e as propriedades de uma série de ligas de cabre utilizadas em engenharia. Figura 2.14 - Resistividade versus porcentagem de impureza em massa para ligas de cobre - Bronzes, com base na resistividade do cobre puro. 4.2- ALUMINIO 4.2.1- AS CARACTERISTICAS APRESENTAS PELO ALUMINIO © aluminio 6 0 mais importante material condutor apés 0 cobre e o maior representante dos chamados metais leves, ou seja, os que apresentam densidade inferior 2.5 Mg/ m®, haja vista que, a densidade do aluminio moldado 6 em toro de 2.6 g/m”, @.ado aluminio faminado 2.7 Mg/ m®. Dentro deste contexto, 0 aluminio € 3.5 vezes mais leve, no entanto, possui coeficiente de expansdo térmico linear, conforme mostrado na Figura 2.9, calor especifico calor especifico de fuséo superior ao do cobre. Deste modo, embora 0 ponto de fusdo do cobre seja superior, como © aluminio apresenta condutividade térmica e calor ‘especifico de fusao superior 6 necessério uma ior quantidade de calor ao se fundir uma mesma quantidade de aluminio. O aluminio 6 inferior ao cobre em termos mecénicos e, uma vez considerado um condutor de mesma segao @ comprimento, o de aluminio apresenta uma resistencia 1.63 superior a do cobre, conforme mostrado na Equagdo 4.2.1.1 Ht. 25 Manuel L.B. Martinez £604 Materiais Condutores Deste modo, sejam as Equagdes A-1e A - 2: L Raj = PR (a-1) Ls Roy = OS (A-2) Ral _ pat ee 2.4.1, Rev pcu 42.41) Por conseguinte, de maneira a apresentar a mesma resisténcia um condutor de aluminio deve possuir um diémetro 1.3 superior ao de um condutor de cobre equivalente, conforme 6 mostrado pela Equacdo 4.2.1.2. oa _ pa (4.2.1.2) ®cu pcu Deste modo, caso existam limitagdes fisicas impostas pelas dimensdes de uma pega de um determinado equipamento torna-se dificil substituir as partes condutoras em cobre por aluminio. No entanto, um condutor em aluminio de mesmo comprimento & resisténcia de um em cobre possui, conforme mostra a Equaco 4.2.1.3, somente a metade do peso. Isto implica que na manutatura de condutores dotados de mesma resisténcia por unidade de comprimento é mais econémico utilizar aluminio em vez de cobre, desde que 0 primeiro no venha a apresentar um custo de produgdo por tonelada superior @ duas vezes 0 custo de produco do tltimo, fato que, por sua vez é usual pois, apesar dos custos em termos de energia agregados ao aluminio durante o seu proceso de produgdo, sua disponibilidade 6 muito superior a do cobre. Deste mado, o aluminio vem encontrando cada vez maior aplicagéo na engenheria Pou _ yeupCu = (4.2.1.3 Pal yalpaAl ¢ ! 4.2.2- 0 PROCESSO DE PRODUCAO DO ALUMINIO CO aluminio, material bastante abundante no Brasi! que ¢ inclusive um dos grandes produtores mundiais é comumente obtido de minerais na forma, por exemplo, de dxidos, ou seja, 0 corindén, de silicatos, ou seja, argila e feldspato, de slicatos, ou seja, aldmen e, principalmente na forma de hidratos de aluminio, ou seja, a bauxite mineral muito comum no Brasil e Venezuela. We. 26 Manuel L.B. Martinez E-604 Materiais Condutores E604 ——E—EeEeeeee* © processo de retirada e purificagdo do aluminio, a exemplo do cobre envoive uma série de refinagdes a quente. No entanto, 0 processo associado a produgéo de aluminio permite a obtengdo de um material dotado de grau de pureza bastante elevado, entre 99.5%, utilizado de modo no especifico na industria elétrica, e 99.996%. Amaneira pela qual as impurezas do aluminio influenciam a sua condutividade 6 func direta de seu tipo. Deste modo, a adiga0 de niquel, silicio, zinco e ferro em porcentagem da ordem de 0.05% implica em um decréscimo na condutividade do aluminio. da ordem de 2% a 3%, No entanto, quando é adicionado cobre, prata e magnésio, na proporgo anteriormente discutida, ocorre uma reducéo na condutividade do aluminio da ordem de 5% a 10%. Fato amplamente amplificade quando da adico de titénio e manganés. aluminio pode ser iaminado, na forma de chapas e folhas, trefilado, na forma de fios, ¢ recozido de maneira semelhante a do cobre. Deste modo, é possivel produzir folhas com espessura da ordem de 6 @ 7 um, utilizadas, por exemplo, na manufatura de placas de capacitores. A camada superficial do aluminio 6 rapidamente oxidavel e, deste modo, & formado um fino filme 6xido de alta resisténcia. Este filme protege o aluminio contra 0 estabelecimento de um processo posterior de corrosdo que termina por resultar na elevagao da resisténcia de contacto fato que toma os métodos comuns de soldagem indteis para aplicagao ao aluminio. Esta dificuldade 6 passive! de ser contomada pela utilizagdo de pastas fundentes especiais, bem como, alravés de soldagem ultrasénica Nos locais onde o alum’o entra em contacto com o cobre 6 possivel que venha a ocorrer corrosao galvanica. Deste modo, nas regides de contacto expostas a umidade um par galvanico com forga eletromotrz ligeiramente elevada pode se desenvoiver, com polaridade tal que a corrente flui sobre a superficie extema do contacto entre o aluminio e o.cobre, fato que, determina a ocorréncia de um forte processo de corrasdo do aluminio logo, as jungdes bimetdlicas entre aluminio e cobre necessitam ser protegidas contra a influéncia da umidade por revestimento ou por vernizes, alternativamente 6 possivel utilizar conectores em Bronze Estanhado. Ultimamente, tem-se tornado comum utilizar 0 aluminio na manufatura da capa protetora dos cabos contra penetracéo de umidade, ¢ substituigao ao chumbo. Neste caso, © aluminio utlizado para esta funcdo deve apresentar grau de impureza inferior a 0.01%, ou seja, bastante inferior a grau de pureza do aluminio convencionalmente utilizado na manufatura de condutores, fato que Ihe confere maior flexibilidade, elasticidade e, principalmente, resisténcia a corrosao. 4.2.3- LIGAS DE ALUMINIO As ligas de aluminio, via de regra, apresentam propriedades mecénicas superiores ao aluminio puro. Um exemplo deste tipo de liga é o Aldrey que contém entre 0.3% a 0.5% de Magnésio, 0.4% a 0.7% de Silicio © 0.2% a 0.3% de Ferro. u.27 Manue! L.B. Martinez E-604 Materiais Condutores ‘As elevadas propriedades mecAnicas fornecidas pelo Aldrey so obtidas através de um tratamento especial que envolve um ciclo composto de um processo de terpera, resfriamento em agua entre 510 @ 550°Celsius, tréfila e subsegiiente envelhecimento a 150°Celsius. A presenca de silicato de magnésio Mg2Si é que confere ao Aldrey as propriedadees mecénicas superiores; durante as etapas de tratamento térmico o Mg2St penetra na estrutura cristalina do aluminio, formando uma solugao sélida de disperséo altamente elevada. ‘A densidade dos fios condutores manufaturados com Aldrey é de 2.7Mg/ m?, a tensdo de ruptura -o 6 de 350 MPa, a elongag&o relativa antes da ruptura - Ai/I 6 de 6.5% © coeficiente de expansdo linear térmico - ai € de 23 x 10° °K, a resistividade - p 6 de 0.0317 0m e © coeficiente de variacdo da resistividade com a temperatura - ap é de 0.0036 °K? Deste modo, o Aldrey @ praticamente téo leve quanto o aluminio apresenta praticamente a mesma resistividade, bem como, propriedades macanicas similares as do cobre. Recentemente, tem sido desenvolvidas ligas do tipo Aldrey que nao necessitam de tratamento térmico. 4.2.4- OS CONDUTORES EM ALUMINIO - ACO Os condutores em aluminio ago, normalmente conhecidos como Cabos ACSR, 80 amplamente utilizados na construg&o de linhas de transmissao, Estes cabos séo construidos com um nucleo intemo em fios de ago, usualmente conhecidos como tentos, agrupados, ou seja, encordoados na forma helicoidal, sobre © qual é encordoado uma série de coroas em fies, ou seja, tenfos de aluminio, conforme mostra a Figura 2.15. Ondimero de tentos - Mt por camada de encordoamento - Noide um cabo de seg circular, com tentos de mesmo diametro em cobre, aluminio ou aluminio - aco eo némero total de tentos de um cabo - Nit sao determinados, respectivamente, pela Equagéo 4.2.4.1 e pela Equacao 4.2.4.2 Ne= 6No (4.2.4.1) Ni = 1+3[Nc(No+1)] (4.2.4.2) Neste tipo de construgo, via de regra, todo 0 esforgo mecdinico 6 suportado pelo nuicleo em ago €, finaimente, dentro deste contexto, a corrente circula virtualmente pelas coroas em aluminio que determinam as caracteristicas de condugao do cabo. it. 26 Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores 24 30 36 42 Number of wires per layer Figura 2.15 - Seco transversal de um cabo nti, em cobre, aluminio ou alumino ago 0 didmetro extemo dos condutores em aluminio que, para umamesmaresisténcia por unidade de comprimento, € superior ao condutor em cobre equivalente, se constitui ‘em uma vantagem adicional quando de aplicagdes em sistemas de alta tenso pois nestes casos, conforme mostra a Equacdo 4.2.1.3 ocorre uma redugo do gradiente superficial sob a superficie do condutor - E [Volts/m], fato que potencialmente reduz os riscos de ‘ocorréncia de corona. Vv E=——3p (4.2.1.3) rin2h Onde foi considerado um condutor de raio - r fm] situado @ uma altura - h [mj do plano condutor. A Figura 2.16, mostra algumas das principais caracteristicas dos condutores aluminio - ago. 4.3- FERRO - ACO 4.3.1- GARACTERISTICAS E UTILIZAGAQ DO FERRO - ACO ferro é um material comercial de elevada resistencia mecanica extremamente comum e barato e, por esta caracteristica, apresenta de grande interesse como material condutor. Ht. 29 Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores 2 19 15 BO 25min Figura 2.16 - Caracteristicas dos condutores aluminio - ago em fungéio do didmetro 4- Sago total do condutor; 2- Segdo do nucleo em aga, & 3- Resisténcia por unidade de comprimento a 50 Hz. No entanto, mesmo o ferro puro apresenta uma resistvidade consideraveimerte mais elevada que © cobre eo aluminio, algo em tomo de 0.1 udm, conforme mostra a Figura 2.17 e, ainda dentro deste contexto, o ago que é uma lige entre ferro, carbono & cigros elementos apresenta uma resistividade ainda mais elevada. endo um material ferromagnético, 0 ferro - ago, complementarmente, apreser's umEfeito Pelicular, moderamente, pronunciade quando da presencl de campos fitemados. Deste modo, os condutores em ferro - ago oferecem wma impedancia frente altem aces itemada superior oferecida frente @ corrente continua. Além disto os Gondutores em ferro -aco apresentam perdas extras devido a historese ‘magnéticaquando cpetgidos a corrente ateriada, Um apo mole, ou seja, de baixo carbon, algo entre sro © 0.15% é geralmente utlizado como material condutor que apresenta ainda uma tenedo de ruptura -af entre 700 e 750 MPa, elongacdo relativa antes da rupture Aifertre 5% e 8% © condutividade elétrica - © entre um sexto.e um sétimo da condutividade apresentada palo cobre. Este tipo de ago ¢ uillzado como cabos condutores em linhas cevietribuiego ou subtransmissao de baixa poténcia nas quais ele se toma Ym material in nestes casos, ou seja, Sob baixa densidade de corrente, ao invés da aoe te ce crterios mecénicos determinam a escolna da segao condutora dos cabos. 30 Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores £-604, © ago & também utilizado na produgao de barras condutoras de corrente, trihos condutores para locomotivas elétricas e no terceiro trtho dos frens metropolitanos, na co stura dos nucieos dos cabos de aluminio - ago atingindo tenses de ruptura da rate do 1200 a 1500 MPa, bem como, elongacdo relativa antes de rupture da ordem de 4% 2 5%. Aaa |p aa lt 2006 «279 «4e0 G08 Bae 1000°C Figura 2.17 - Resistividade versus temperatura 4- Ferro - puro; 2+ Ago inox eletrotécnico com 4% de Silicio; € 3- Liga Ferro - Nique! - Cromo. © ago comum & susceptivel a corroséio o, neste contexto, mesmo sob condiges normais de temperatura ele enferruja de modo razoavelemente rapido, fato potencialmente incrementado quando de temperaturas elevadas. Deste modo, os corejutores em aco necessitam de uma protege superficial, fornecida por A material cae esatente a corrosdo logo, € comum que os conduteres em ago Sei galvanizados, ou seja, banhados em zinco. A continuidade da camada de zineo é verficada por um ensaio oe cide como Ensaio de Priceno qual o material sob analise & imerso em U7 solugdo Ge 20% de sulfato de cobre e submetido @ urna inspegao visual. Nesie ease Oe pontos de descontinuidade sob o ataque da solucdo mudam de coloracao ‘assumindo uma tonalidade vermeina, facimente destacavel frente ao fundo acinzentado Uma vez que o ferro apresenta um elevado coeficiente de variagdo da resisténcia com temperatura -ap, uma vez protegidos contra os efeitos da corroséo, Per exemplo, pola imersdo em um container preenchido por hidrogénio ou Por Um outro gas ineste, os H.34 Manuel LB. Martinez Materiais Condutores: fios de ferro podem ser utlizados na construgao de resistores fimitadores, equipamentos nos quais os aumentos progressives da asistencia com a temperatura atuam no sentido re cia g corrente apesar das variagdes que venham a ocorrer na tensao 0 sistema, cgavam rassaltar que, em alguns cascs, Ou seja, dentro de certos fatores limitantes, esta fungéo pode ser desempeniada pelos para-raios a Gxido metélico sem centelhadores. 4.4- SODIO METALICO © sédio 6 um elemento metélico que apresenta bastante potencialidade cone inaterie! conduter. Na forma metalica este material pode ser obtida em quantidades praticamente ilmitadas pela eletrdlise do sal comum NaCl. A comparago entre o sédio a ee dutor 608 demais materiais pode ser obtida com oauxilio da Tabela ' que. mostra gue a resistividade do sédio é de 28 a 1,7 vezes @ do cobre @ do aluminio, respectivamente, mas como 0 sédio ¢ um material de baixa densidade, sendo menos cee eocmelusiva que a agua, e aproximadamente nove vezes inferior @ do cobra, 08 Condufores manufaturados em sédio deve ser muito mais leves que 0S equivaientes manufaturados com qualquer outro material. ‘A principal desvantagem do sédio 6 a sua elevada reatividade, oF seja, 0 sédio se oxida viblentamente na presenca do ar, bem como, interage violentamente cor aagua, isto implica na necessidade de protege dos condutores de sédio por Af? conjunto de involueros selados que também deve ser responsavel pelo incremedio da rigidez mecanica do sistema pois 0 sédio metélico apresenta baixa suportabilidade mecanica Dentor deste contexto, os condutores de sédio metélico conforme usuaimente manufaturados sao construidos com um revestimento protetor em polietileno capaz de prover isolamento, selagem, € tigidez mecamica adequadas. 4.5- METAIS COMPOSTOS- Em uma arande variedade de casos, é vantajoso sobre varios aspectos, recur auliizagao de metais nao ferrosos pela ulizagao de sistemas metélicas composos Estes a aie constituem, de fato, um sistema bimetdlico condufor e, deste modo, no devem tein podem ser confundides com os usualmente conhecidos sistemas bimetélicos ® stesrce na construgao de termostatos © relés bimetdlicos , que S80 utllzados em ume fungdo totaimente distita da desempennada neste caso especifi Um exempio de metal composto pode ser dado pelo sistema copper-weld avs pode ocorrer na forma de chapas, tubos, fios ou hastes, estas duas titimas utilizadas na vonstrugsiode sistemas de aterramento, ou seja, mainas © contrapesos de linhas, Neste 32 Manuel L.B, Martinez 04 Materiais Condutores caso, em especifico a aderéncia entre os metals pode ser considerada, viriualmente, perfelta pois se processa a0 longo de toda a superficie metalica. io sistema copper-weld o cobre pode ser depositado por metodos a queri® Oe frio, No método a quente, por exemplo, olingote, ou mesmo uma barr3, 6 imerso em um Te eae pobre fundido e em seguida leminado, até ating, na forma 40 chapas as can» bes desejadas, ou ainda, posteriormente, treflado. Ja no métode 2 fio, o cobre & depositado eletroiticamente em um banho de sulfato de cobre © processo a frio resulta cerca camada de cobre mais uniforme porém, implica ern um maior corso deenergia, cram aisto, no é obtida uma aderéncia to boa quanto @ que @ oblida no processo & quente. 0 sistema copper-weld, conforme mostra a Figura 2.18, combine 2% qualidades mecanicas do ago, que consttul o nicleo intemo do sistema e as eletricas do cobre, que Constitui sua camada extema. No entanto, o principal mérito deste sistema é0 relacionado cote Tato ce que o mesmo apresenta elevada copacidade de conducic de corrente, determinada pela camada externa de cobre que, em contra partida, também atua no sentido de proteger 0 nucleo de ago dos efeitos da corraséo, fato que também ocorrem em sistemas aluminio - ago, conhecide como alumon-weld. hol F x 5ah+ (YZ 46 36 Figura 2.18 - Resisténcia de 1.km de um sistema copper-weld versus diametro externo. Via de recra, os sistemas: copper-weld $40 construidos com diametro entre 1mm a 4mm, tendo 50% 6m massa de cobre. A suportabllidade mecanica medida 6m termos oo terugo de ruptura-at é relacionada com toda a seco transversal do sistema, porém nea é inferior a 500 - 750 MPa, a elongagéo anterior a rupture - Ait nBo 6 superior 2 Ooh A Figura 2.18 mostra a caracteristica resisténcia versus diémetro de um sistema conforme anteriormente descrite. Ht. 33 ‘Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores 0 sistema copper-weld possui boa aplicabilidade em sistemas de comunicacéo, bem como, em linhas de transmiss&o, Como por exempio em fios contrapesos. Outros sos para este sistema sao a manufatura de Darras de distribuigéo, nas laminas de chaves faca, bem como, em partes condutoras de corrente dos ‘equipamentos elétricos. 5- OUTROS METAIS UTILIZADOS EM ENGENHARIA 5.1- TUNGSTENIO CO tungsténio 6 um metal pesado de coloragao cinza e, dentre todos os metais é que apresenta o ponto de fusdo mais elevado, conforme mostra a Tabela | CO tungsténio pode ser obtidos de uma série de minerais © no procese 6 possivel obter um produto intermedidrio conhecido como acide tungsténico H2WO4, a partir do quat b tungstério metalico 6 produzido, na forma de um pé de baixa granulometria por redusao do hivrogenio a 900°Celsius. O pé assim obtido & prensado sob alla pressdo em barras, que a seguir so enviadas para um tratamento térmico compiexo sob almosfera em fldrogénio de modo a excluir a possibildade de oxidacao Subseqientemente, estas aera ao laminadas, forjadas ou Yefiadas em condutores com diametro inferior a 0.01mm, entre outros. Uma das caracterfsticas do tungsténio € a fraca ligagéo entre O8 cristais individuals. deste modo, corpos de grande dimenséo de estrulits granular 8&0 indvicimonte frageis @ quebradicos. As operacdes de forla e trefle modificam a Oroanizacéo estrutural do tungsténio que passa de granular a fibrosa e, isto confere, por example flexibifidade aos filamentos manufaturados em tungsténio utilizados nas jampadas incandescentes. Quando a espessura dos fios de tungsténio diminui a suportabilidads mecénica aumenta, por exemplo de 500-600 MPa para condutores de & mm de diametro para 3000-4000 MPa para flamentos de baixa espessura que apresenta elongagdo relativa antes da ruptura - Ail em trono de 4%. Devido a0 ponte de fusdo, bem como, rigidez mecanica elevada otungsténio pode operar sob temperaturas acima de 2000°Celsius, mas somerte sob vacuo ou Sob opeafera inerte, ou Séja, nitrogénio ou argénio, visto que ele fortemenis S8 oxida na iga de oxigénio sob a temperatura de algumas centenas de graus Celsius, conforme mostrado na Figura 2.10. ‘Atguns dos parémetros dependentes da temperature do tungsténio so mostrados na Figura 2.19 e Figura 2.20. Devido suas caracteristicas como, Pot exemplo elevado ra ficvonte de variagao da resistivdade com a temperatura ~ap, bem como, Ponte defuse, O tungstenio é algumas vezes utiizado na manufatura de resistores limitadores. ue 34 Manuel L.B. Martinez Matenais Condutores E604 Figura 2.19 - Coeficiente de expanséo linear, calor ‘especifico, condutividade térmica versus temperatura para o tungsténio. © tungsténio também é um material adequado para a manuTat de contactos pois apresenta a seu favor os seguintes pontos, o- seja, operagdo estavel, elevada Capacidade de suportar os efeitos dos arcos eletricos © ricochetes fatos relacionados com care vado ponto ce fusdo e, consequent, baixa susceptibildade frente a erosdo elétrica, Ca soja, desgaste que termina por resultar defeitos crescentct devido a existéncia de aquecimento local e fuséo do metal. Os pontos fracos dos contactos em tungsténio so atiecidade de usinagem, {-~magao de filmes 6xidos mesmo sob atmosfera ambiente, bem Shmo. necessidade de manutengao de presto de contacto elevada para reduzir a resisténcia de contacto. Contactos de alta capacidade de rupture séo manutaturados SOM tungsténio na forma de pé prnesado ‘sob alta pressao © subsequentemente sinterizados em atmostera inerte, por exemplo, ‘sob hidrogénio de modo @ obter um corpo: suficientemente robusto: porém poroso que posteriormente deve ser impregnado com prata ou cobre de manelra aelevar a condutividade. 5.2- PRATA Material branco brithante, dotado de boa resisténica frente > oxidagao sob condigées normais de temperatura, bem como, © que denive todos os metais comerciais apresenta a menor resistividade, conforme mostra 8 Tabela |. A prata pode ser produzida a orromra bruta de lingotes ou na forma trabainada de fios condutore® °°, usualmente, aprasentam uma tens&o de ruptura -o da order de 200 MPa e uma elongagao antes da ruptura - AV da ordem de 50%. ‘Manuel L.B. Martinez W358 E604 Materiais Condutores ‘As ligas entre platina e rédio formam em conjunto com & platina um termopar projetado para medir temperaturas da ordem de 1600°Celsius, conforme mostrado na Figura 2.8. E possivel obter, por melo de operagdes de tréfila sucessivas, filamentos de platina com diémetro da ordem de tum. Neste caso 6 utilizado no processo um fio composto de uma liga de platina - prata que, ‘subsequentemente, 6 dissolvida em uma solugéo de Acido nitrico, pois a platina é resistente 2 este Acido, A platina 6 muito fragil para ser utilizada, em estado puro, na manufatura de contatos @, deste modo, sua utilizag&io nesta area implica em ligas com metais mais robustos. As ligas de platina - iridio so resistentes ao desgaste por atrito e por carrosao, bem como, apresentam dureza adequada, logo sao capazes de resistir a numerosas operagées de manobra quando uflizadas na manufatura de contatos, no entanto, apresentam custo elevado, deste modo, 2 utilizagao da platina é limitada 4 aplicacdes consideradas criticas. §4-COBALTO © cobato 6 um metal de coloragdo branca cujo processamento para atingit elevado oat de pureza necessila ser submetido auma série de operagoes metalirgicas cio de refino ou Tedugao de éxidos de cobalto. No estado recozido © cobalto fapresenta uma tenséio de ruptura - o em tomo de 500 MPa, bem cone, uma elongacao felativa - A em tome de 50%. E um material que apresenta baba atividade quimica e, ‘elete modo, @ utiizado como parte constituinte de, uma série de figas magnéticas € cee arias, bem como, ligas que necessitam apresentar baixo Coeficiente de dilatacéo linear. 5.5- CHUMBO © chumbo 6 um metal de tonalidade azul acinzentado, no qual um corte superficial resulta emuma regiao dotada brilhante ‘metdlica que rapidamente desvanece devido a oxidacao. O chumbo apresenta uma estrutura cristalina formada por eristais de grande porte que, por sua vez, se tornam visiveis, mesmo a oho nd, quando o chumbo 6 atacado por deide nitrico, Em termes macdinicos, este metal apresenta tensao de rupture “< reduzida, ae tomo de 16 MPa com uma elongagdo antes da ruptura - A/# em torno de 55%. Conforme mostra a Tabela /, a resistividade - p do chumbo & slovada e, derire deste contexto é conveniente ressaltar que o chumbo e seus composts sao toxicos e@, Seniro deste contexto, no é recomendavel a construgao de tubulagées em ‘chumbo para - a. 37 Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores qua, A principal vantagem oferecida pelo chumbo © 3 542 elevada resisténcia a corroséo, tam como, sua estabilidade frente a agua, acidos sulfurico @ hidrocloridrico diluides sob rama temperatura, no entanto, 0 chumbo susceptivel ao Alagus dos cidos nitrice € oaitioe ou soja, vinagre, bem como de algumas substancias organicas CO chumbo é utlizado em grande quantidade na manufatura da blindagem externa dos cabos elétrices de poténcia de modo a prever uma protegdo contra a penetracao de oer dade, na marufatura de placas das bateriais chumbo acidas, 2 manufatura defusives entre outros. Chapas de chumbo s40 fargamente utiizadas na confeceao de blindagem oontra radiagao pois apreserta elevado poder de absoredo oe Raios -X . Segundo as regras de seguranca os equipamentos de Raios - X, projetados com fontes intemas de tendo entre 200 € 300 kV devern ser provides de biindagem consturidas com placas de Chumbo com espessura de 4 a 9 mm, Sob estas condigoes ura blindagem com 4mm de espessura apresenta 0 efeito equivalente @ uma parede de 17.5 mm de espessura em fago e a uma parede de 110 mm de espessura em tiolo Cone ‘A Figura 2.21 mostra a cepacidade de absor¢ao dos quantas produzidos por uma fonte radiante, mm ‘uy a2 4ngaet 2 # BMY Figura 2.21 - Espessura para Atenuacdo de 90% da Energia radiante As ligas de chumbo com pequenas porcentagens de antiménio, tellirio, cAdmio, cobre, calcio e estanho ‘constituem uma estrutura cristalina que apresenta como principal caerereristica 0 pequeno tamanho dos gros que a formam. desie modo, estas ligas apresentam boa suportabiidade mecanica ¢ elevada resisténcia frente a fadiga imposta por vibragdes, no entanto, , Dentro deste contexto, quando exposto a um sibto resfiamento gob a ago de terperaturas inferiores a Zero Graus Celsius o estariho branco desenvolve Superficialmente uma série de pontos cinze, indicativos da quebra & modificagao da catratura cristalina fato que permite a formago de estanho cinza, fenémeno conhecido como "peste do estanho". Complementarmente, quando aquecido a aproximadamente seo°Celsuis 0 estanho passa por uma outa transformagao cristalina @ se fora quebradigo. © estanho é resistente a corrosdo almosférica sob condigdes normais de temperatura, estével sob a agdéo da agua © moderadamente resistente frente a acidos diluidos. Deste modo, estanho é utilizado como camada protetora de uma série de metais, como elemento complementar em ligas ‘de lato e bronzes, bem como, em soldas. Dentro deste contexto, as chapas de estanho de 6 8m de espessura utlizadas namanufature de capacitores geralmente contém em torno de 157% de chumbo ® algo em Tomo de 1% de antiménio que é adicionado de modo a faciltar © processo de laminagéo tone osrar as propriedades mecanicas, Complementarments, chapas de estanho de 20 40 um so ullizadas na manufatura das piacas de capacitores de mica, 5.7-ZINCO © zinco 6 um metal branco azulado obtido por meio de processos metalurgicos © refinado por meio de eletrdlise em um grau de pureza que pode ating. om Csee Sepecificos, 99.0%, ou seja, contendo néo mais que 0.07% de impurezas na forme de ferro, c&dmio © cobre. © zinco metélico 6 quebradico sob temperatura ambiente, no entanto, se tora maleévele pléstico sob a temperatura de 100° Celsius e, novamente, quebradico quando aquecido sob temperatura superior 2 200°Celsius. Ht. 39 Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores E604 Em geral, 0 Zinco & ullizado namanufatura de latdo, na formagso de camadas protetoras e nos eletrodos para protegéo galvénica, bom como, em fotocélulas ¢ no rrcobrimento de papel ullizado na manufatura de pequenos capacitores por deposi¢ao evaporagéo a vacuo sob temperaturas da ordem de 600°Celsius 5.8-CADMIO © cadmio é um metal de coloracéo prateada clara, geraimente associado 20s minerais que contém zinco, deste modo, € um subproduto desta industria 446, posteriormente, é refinado por meio de eletralise até atingir grau de Pureza de em tomo cog O56 0 caldmi é ulilizado na manufatura de fotocélulas, como elemento de liga o” ce nooo, soldas e bronzes, bem Como, apresenta aplicagao espacifica como elemento moderador, ou seja, capaz de absorver neutrons, na industria nuclear. 5.9- MERCURIO O merctrio, conforme mostra a Tabela /, 6 0 unico metal liquido sob temperatura ambiente. E obtido do HgS por dissociag&o térmica sob temperatura em tomo de 500°Celsisus, seguida de refino miiltiplo que cuimina em uma distilag&o sob vacuo sob temperatura em torno de 200°Celsius. © mercirio rapidamente se evapora e seus vapores apreseriam presséo substancial sob condigdes de temperatura ambiente fato que associado ao reduzido potencial de ionizagao quando comparado com os gases comuns Ou ineries permite a ee rufatura de dispositivos que trabalham com descargas luminosas em gases, Ou Sia, fem especifica, as conhecidas lampadas de vapor de mercurio, Alguns metais a exemplo do magnésio, do aluminio, do zinco, do estanho, do chumbo, do cadmio, da piatina, do ouro e da prata so soldvels em merctio formando ligas chamadas amalgamas, Deste mado, 08 dispositives, por exemplo, interruptores ou ore tantendo mercurio devem incoporar partes metélicas manufaturadas em ferro, tungsténio ¢ tantalo visto que os mesmos so insoliveis em mercirio, Conforme mencionado, basicamente, 0 mercurio 6 utilizado na manufatura de valvulas para sistemas retificadores ‘onde serve como catodo, de lampadas de vapor de mercuric, e de contatos de interruptores € relés. Como um metal pesado, os compostos de merciirio , em especifice, seus vapores 880 t6xicos e, portanto seu manuseio @, principalmente a inutilizagdo dos tequipamentos que apresentam partes constituintes manfaturadas com Seu auxilio ou de 4. 40 Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores alguns de seus compostos requer uma série de cuidados especificos, ja que @ ae aminago por mercirio é aamente prejudicial, inclusive, a nivel genético 6- VARIAS LIGAS, SOLDAS E CONDUTORES NAO METALICOS 6:4 - LIGAS DE ALTA RESISTIVIDADE PARA RESISTORES E AQUECIMENTO 6.1.1 - COMENTARIOS GERAIS ‘As ligas do alta resistividade, conforme anteriormente abordado, apresentam resistividade superior 2 0.30 10m, Além dos requisites dé alta resistvidade esto% ligas, quando utiizadas em equipamentos de medida @ resistores 0 referéncia, necessitam soon requisites relacionados com a establidade da caracteristica resistividade versus tempo, baixo coeficiente de variaco da resistividade com a temperatura - ap, bem como, deere coefciente de forga termoeletromotriz, quando esta liga @ colocada om contacto aa ondutores de cobre. As igas uilizadasne manufatura de elementos de aguecimento Cotreo devem ser aptas para uso continuo em ambientes com temperairas, algumas Gezes, om tomo de 1000°Celsius ou superiores. Adicionalmente, estas ligas necessitam apresentar boas caracteristicas manufatureiras, OU Sei@, POF ‘exemplo, apresentar capacidade de tréfila na forma de fios flexiveis, algumas vezes, 90%) diametro de até C2hfeemos de milmetros, bem como, a exempio do caso das ligas utilizadas na cae fatura de elementos em escala industrial, ou seja, por exemplo, reastatos, resistores para calefaggo © aquecimento eiétrico e soldes apresentar baixo custo e, na medida do possivel, ndo conter elementos raros. 6.1.2- MANGANINA ‘Amanganina 0 material mais tipico © amplamente utilizado na manufatura de resistores de referéncia @ outros elementos, € uma liga contém de 6096 a 85% de cobre, re io% a 15% de manganés e 2% a 5% de niquel. Neste caso, a grande porcentagem de cobre é responsavel pela coloragao amarelada desta liga. Dentro deste contexto, 2 manganina apresenta resistividade da ordem de 0.42 a 0.48 vOm, coeficiente de variacZo Ga resistividade com a temperatura-ap @ da ordem de 62 50 x 10°°K' e coeficiente de forga termoeletromotriz. quando em contato com o cobre, bastante reduzida, da ordem de 1 a2 nik? A manganina pode ser treflada em fos de diamatro de até 0.02 mm que, aaaantemente recoberta com verniz. De modo a prover um coeficiente de variagao da resistividade com a temperatura ap reduzido, bem come, Uma caracteristica vecistviade versus tempo estavel, 0s fios de maganina so submetidos a Ur) tratamento térmico especial, ou seja, um recozimento a vacuo sob 550 a 600°Celsius com subsequente resfriamento tento. O fio ‘erolado em bobinas 6 algumas vezes novamente submatido a um cicio de recozimento @ 200°Calsius e, dentro deste contexto as ligas u.4t Manuel L.B. Martinez Matenais Condutores 604 paseadas na menganina apresentam temperatura limite de operagao da ordem de 200°Celsius. ‘A manganina apresenta uma tenséo de rupture - of entre 450 @ 600 Mpa, ~ glongag&e relativa AMM entre 15% a 30% e densidade da ordem de 8.4 Mg/m?. 6.1.3- CONSTANTAN © constantan 6 uma liga contendo em tomo de 60% de cobre @ 40% de nique! ©, conforme mosita a Figura 2.3, esta composic&o vai de encontro aos requisitos minimos de coeficiente de variagdo da resistividade com a temperatura - ap sob resistividade - p oe coer imonte elevade’ A esta liga foi dado o nome de constantan devide a caracteris\ica specifica, constante, que sua resistividade apresenta em relacdo @ temperatura. Sob temperatura normal, 0 Coeficiente de variagao da resistividade com @ temperatura - ap para as ligas de constantan varia entre -5 x 10° -25 x 10-6 °K", e resistividade entre 0 48.4 0.52u0m. AS ligas em constantan apresentam propriedades mecanicas superiores as apresentadas pelas ligas em magnanina e, deste modo, a tenso de ruplurs = ot fica entre 400,¢ 500 MPa, elongagao relativa ‘Aiflentro 20% a 40% e densidade da ordem de 8.9 Mg/n? CO constantan 6 superior a magnanina em termos de durabliidade térmica e, deste modo pode ser utlizado na manufatura de reostatos @ olementos de aquecimento projetados para trabathar sob temperaturas continuas de operagéo da ordem de 450°Celsisus. No entanto, existe uma substancial diferenga entre o constantan @ a magnanina em termos de coeficiente de forga termosletromotriz, principalmente, em felagao ao cobre e ao ferro, deste modo, os termopares formados por consianiat € cobre Stensiantan e ferro apresertam Coeficiente de forga termoeletromotriz entre 45 55, V°K Este fato se constituiem uma desvantagem quando os resistores de constantan cea tlizados em cireultos de medicSo, pois a diferenga de temperatura que pode existir hos pontos onde fios de constantan entram em contato com Flos ‘cobre induz uma fora termoeletromotriz que pode se tomar uma fonte de erro, fato comum onde se utilizar Gireuitos de medicéio em ponte ou métodos de medigio via potenciometros, No entanto, devide a esta caracteristica o constantan 6 utilizado com vantagem na manufatura de termopares para medicso de temperaturana faixa de elgumas centenas oe Graus Celsius, conforme mostra a Figura 2.8 caracteristicas 3e 4.0 uso do constartan Creator .amente pelo fato de que ele contém uma grande porcentagem de niquel, material raro e, consequentemente, caro. 6.1.4 - LIGAS BASEADAS NO FERRO As ligas baseadas no ferro sa0 utilizadas, principalmente, como elementos de aquecimento. A elevada durabilidade destas ligas pode ser atribuida ao fato de que elas contém grandes quantidades de metais que tem por caracteristica elevado coeficiente de u.42 Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores oxidagao voluméirico - k. Quando aquecidos na presenga ds estes metais permitem a fomacao de uma camada superficial, na forma de um filme éxido, praticamente continua, que atua no sentido de prover uma protegao extra do material contra processos posteriores qeenidagao. Estas ligas contém niquel, cromo e aluminio. Como anteriormente mostrado we Figura 2 10 0 ferro apresenta um coeficiente de oxidase volumétrico - k inferior a a pod e, deste modo, rapidamente se oxida quando aquecide, [090 quanto maior for a quantidade de ferro em uma liga como, por exemplo, as gas de niquel - cromo, menor asua = tenmica. = em % | massa” Tabela V - Propriedades das ligas Niquel - Cromo [ Nichrome. L +. Balanceamento em ferro As ligas de ferro - nique! - cromo tem seus nomes derivados de seus elementos constituintes, deste modo, elas S40 conhecidas come nichromes, ou. ferronichromes caso elas apresentem elevadas porcentagens de ferro, conforme mostrado na Tabela V. Jaas ligas ferro - cromo - aluminio sao usuaimente referenciadas como fechrals ou chromals, conforme mostrado na Tabela Vi. Tabela VI - Propriedades das ligas Gromo - Aluminio [ Chromals ]. *_ Balanceamento em ferro ‘A vida util de um elemento de aquecimento projetado para uso continue £m atmosfera em ar depende grandemente das propriedades dos Oxidos a8 s&0 formados ai tamta de oxidagao dos metais Componentes da liga, Casoo éxko sele volatil ele escapa Ga superficie do metal ¢ deste modo nao pode atuar no sentido de prover protecdo do u. 43 Manuel L.B. Martinez metal remanescente contra oxidag&o posterior, deste modo, 0 oxides de tungsténio & nolibdénio rapidamente se oxidam logo, estes materiais ndo deve SS utilizados para Sperar emestado incandescente caso complementarmente exPostos 2° oxigénio. resistencia das ligas de cromo - nique! frente a oxidago sob ar ambiente © alta temperatura pode ser atribulda 20 fato de que estes ligas © 08 Oxidos protetores que elas fomperapresentam aproximadamente o mesmo coeficiente de dilalacdo ineet deste modo, o filme 6xido entra em processos de fratura e subseqlento descolamento somente Sob a ago de variagSes bruscas de temperatura, No caso das fraturas © oxigénio ganha see fga o a oxida durante os processos subsequentes de aquecimerto Portanto, aeelementos de nichrome suibmetidos a miitiplos cicios de aquecimento pode se danificar oes mais rapido do que quando opera em um ciclo continuo sob temperatura constante. 1A vida das ligas de niquel - cromo © de outros elementos de aquecimerte, é grandemente reduzida caso eles venham a apresenta’ variagbes em sua secdo save rmal pole, nestas regides, algumas vezes conhecidas como pescogos, 0S ‘Slemontos entram em sobreaquecimento e rapidamente se danificam ‘A vida ativa dos elementos de aquecimento manufaturados de nique! - F20t® & liges similares pode ser aumentada varias vezes pela exclusdo do acesso do oxigénio @ superficie do fio condutor. Deste modo, nos elementos de ‘aquecimento tubular as figas aorta resistividade 80 construldas no interior de tubos metslicos resisionies a corrosao hos quis 0 espaco interior & preenchido com um composto cleléiricg usualmente, na Par eGo pe, dotado de elevada condutividade térmica, normalmente, Oxido de magnésia IMgO. De modo complementar estes tubos podem ser trabalhados de maneira a resuttar a a tabo de diametro reduzidofato que permite compacta’ 0 pone forma de wm sistema Galante. principalmente, mecanicamente mais robusto. Estes elementos de aquecimento we uliizedos em aquecedores de gua elétricos onde eles podem operar por um fongo tempo sem entrar em mod de falha. [Algumas das propriedades das ligas do grupo niquel - cromo que apresertert a grau de manuseabilidade bastante pronunciade fato que permic com SI estes ligas Fossa ser utlizadas na manufatura de fios © chapas de diametro ou espessura reeduzida, S40 mostradas na Tabela V. Dentro deste contexto, estas ligas apresentam: fensdo de ruptura - cf entre 660 e 750 MPa sob uma elongagao relative ‘Alf da ordem de 25% a 30%. - Conforme mostra a Tabela Vas ligas de niquel - cromo apresentam temporalre limite de operagao superior a paresentada pela megnanina e pelo constartan, Ne entanto, vido ao ato teor de niquel estas ligas tem seus limites de aplicagdo reletivamente reduzidos {As ligas cromo - aluminio, ou seja, 08 fechrals e os chromals $80 muito mais barates que os nichromas, haja vista, que 0 cromo ¢ 0 aluminio so mais baraios, bem carers mais cisponivels. No entanto, estas ligas 60 menos susceptiveis 20 Marko, mais quebradigas @ ao contrério das ligas niquel ~ cromo elas $6 poder"ser utiizadas na rai ttstura de fios © chapas de grande diametro e espessura, respectivamente 4d Manuel L.B. Martinez Mateniais Condutores E-604 este modo, estas ligas S40 uttizadas principalmente na indistia de aquecimento eléttico em aplicagées que demandam alta poiéncia, bem como, nos fomos elétricos aerials, Algumes das propriedades das ligas de cromo - aluminio $80 mostradas na Tepela Vi 9, dentro deste contexto estas ligas apresentam tenso de rupture - of entre 700 @ 800 MPa sob elongagko relativa AlN daordem de 10% a 20% e densidade entre 6.9 e 7.5 Mom’, 6.2- LIGAS TERMOPARES ‘As seguinies ligas para termopares so adequadas para uso comercial na manufatura de termopares: 4- Copel - [ 56% de Cobre & 44% de Niquel J; 2- Alumel - [95% de Niquel, e balanco em Aluminio, Silicio e Magnésio J}; 3- Chromel - [90% de Niquel e 10% de Cromo j; € 4- Platina - Rédio - [ 90% de Platina e 10% de Rédio ]. As caracteristicas forga termoeletromotriz versus diferenga de temperatura entre as jungdes quente e fria para os termopares mais comuns $80 mostradas na Figura 2.8. ‘As combinagées entre os materiais utilizados na manufatura dos termopares © 25 temperaturas maximas sob as quais eles podem operar S80 as seguintes: 4- Platina - Rédio versus Platina > 1600°Celsius; 2- Cobre versus Constantan e Cobre versus Copel — 350°Celsius; 3- Ferro versus Constantan, Ferro versus Copel e Chromel versus Copel > 600° Celsius; 4- Chrome! versus Alumel — 900 a 1000" Celsius. © par Chrome! versus Cope! é 0 que pode desenvolver a maior forga termoeletromotriz.0 sinal da forga termoeletromotriz desenvolvida pelos elementos termopares 6 tal que a corrante na jungdo fria vai do primeiro para © segundo material, ou seja, por exemplo do Chrome! para o Alumel, do Ferro para 0 Constantan e assim por diante, fato oposto ocorre na jungo quente. H. 45 Manuel L.B. Martinez Matenais Condutores Convém ressaltar que alguns materiais semi-condutores exibem um coeficiente de forga termoeletromotriz mais elevado @ nestes casos S40 usualmente utilizados na Tanufatura de disposistivos conhecidas como geradores termosletricos 6.3- FIOS CONDUTORES STRAIN-GAGE 0s fios condulores strein-gage séo ullizados em varios projetos dle dispostives conhecidos como strain-gage devices, convertendo, deste modo, deformagées que ortitam de eeforces mecanicos, geraimente tensdo, em sinals elétricos © principio. reiiuado estes transdutores € baseado no fato de que sob o efeito de solicitages mnecénicas ocorrem mudangas na resistencia dos condutores. O gage factor indicativo da Tensitividade do dispositivo € definido pela Equacao 6.3.1. ARAR AIA (6.3.1) Onde Are Al s8o as variagées na resistencia R eno comprimento / do condutor, respectivamente. ‘A amplitude do gage factor também pode ser calculada pela Equagdo 6.3.2, ou seja. dat APES ou (6.3.2) Onde Ap - 6 a variagSo na resistividade - p do condutar sob F- esforco mecanico, ‘5-a seg transversal do condutor, E-0 Madulo de Young ¢ i 0 Coeficiente de Poisson $y matonal. Os condutores utiizados nos dispositivos strain-gage operanco sob baixe temperatura so, usualmente, manufaturados em constantan, 6.4-MATERIAIS PARA CONTATOS 0s contatos que séo chamados @ periédicamente mangbrar circuits elericas operam sob sdlictagdes, normaimente, muito elevada. Deste moo, 0 material utilizado coerarnufatura de contatos, por exemplo de contactores ou disjuntores, ou sei projetados para abrir altas correntes, em circuitos, normaimente, em alta tens&o necessitam Spreseniar confiabilidade suficiente para excluit a queima ou desgaste via perfuracdo Guando sob a ago do arco elétrico ou seja, durante processo de interrupedode corrente, HB Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores em como, apresentar baixa resisténcia quando o8 contatos se encontram fechados, conduzindo corrente Dentro deste contexto, os contatos dos disjuntores S40 manufaturados com © auxilio de varias ligas, de metais composios pbtidos com & tecnologia metalurgica do 96. também conhecida como Cerémica Meiélica 4 ou com metais de alta pureza. Dentre estes, ‘9 material mais popular 6 o constituido pelo sistema Prata - Oxido de Cadmio ( Ag-Cd0 ) Som de 12% a 20% de Oxido de Cadmio em masse, obtida pelo ‘aquecimento de uma liga prata - cddmio em uma almosfera oxidants. Os contatos de disjuntores projetados para & pe robra de altas correntes S40 manufaturados com compostos ceramicos metalicos na Toma de Prata - Cobre, Ag-Cu, Niquel - Cromo - Tungsténio - Molibdénio - Tantalo, NLCEW-Mo-Ta, Cobre - Tungsténio - Molibdénio, Cu-W-Mo © ‘Ouro - Tungsténio - ‘Molibaénio, Au-W-Mo. Notas:- 4)- Chama-se "Ceramica Metélica” aos materiais obtidos pela moldagem em prensage™m or moldes de pos metdlicos e aglutinados sob elevadas temperatures, algo entre 1000 ol 400" Celsius . A mistura de pd inicial consta de dois ou mais pos de metais diferentes » ajos quais possul foiperatura de fusdo mais elevada que 0s oun. Durante 0 processo de aglutinagdo sob alta temperatura ovorre & fusdo das particulas de menor femperature de Tusdo que passam pols a preencher 08 Vazios 20 redor das particulas de te ejor ponto de fus40, genericamente denomindas de metal retratério obtendo-se em careesueneia disto uma pace infeira como uma ceramica metéica Adicionalmente, os materials utitizados na manufatura de contatos desiizantes necessitam apresentar eleveda resisténcia frente a abrasao dentro deste contexto, estes contatos, geralmente, so manufaturados de cobre duro, bronze - beritio, bem como, de materiais do grupo prata - 6xido de cédmio. 6.5- SOLDAS |As soldas s&o ligas especiais utilizadas na obtenoao ce uma juneso mecanica rigida ou @ manutengéo de um contato elétrice permanente. © de baixa resisténcia Toteriormante a0 processo de soidagem as partes a serem unidas, bem como, a solda aiel pacessitam ser aquecidas. Devido ap fato da soldas apresentarer baixo ponto de fuego quando comparado com o ponto de fusao das partes a sere unidas nos pontos te aisolda fundida entra em contacto com o metal na forma sélida ocore me série de Foagaes fisico-quimicas complexas relacionadas com 0 Tato da solda prover 0 Zquecimento do metal, se espalhar e preencher os Vazios existentes entre as partes a aoe poldades, Durarye este processo_ soida se difunde através da estrs das partes sorvsligas que, por sua vez, se dissolve na solda formando uma camada intermediéria que apés © esiriamento © endurecimento & responsavel pela manutencao do sistema rigido na forma de uma peca unica, Ua? Manuel LB. Martinez E-604 Materiais Condutores As soldas sao tradicionalmente divididas em dois grupos, uM denominade Soldas Moles e 0 outro denominado Soldas Duras. As soldas moles. também conhecidas como ligas de solda, apresentam ponto de fuséo de até 400° Celsius, jas soldas duras, tambem conhecidas como, soldas bronze, apresentam ponto de fusdo superior a 500°Ceisius. Propriedades Densidade| Tenséo de Mg/m? | Ruptura Mpa | Fusdo °C Unidos ‘Cobre e Ligas, Prata, Ago Galvanizado Cobre e Ligas Prata depos. em Ceramica 32% -36% Pb, & 17%-18% Cd. em Ceramica materiais soldados b.temperatura 200-250 Aluminio e Ligas 7.7-8.3 220 25-860 | Cobre e Ligas Ago Cobre é Ligas 299.8 | 260-350 | 720-765 | Prata, Platina, Tungsténio. Tabela Vil - Composi¢ao & Propriedades de Varias Soldas 2 25%-70% Ag, & 4%-35% Zn. ‘Alem das diferencas em termos de ponto de fuséo @s soldas diferem substancialmente em termos de propriedades mecAnicas, as soldas moles apresentam uma tensao de ruptura - ot entre: 50 e 70 MPa, ja as soldas duras apresentam uma tensao de ruptura - af até 600 MPa. 48 Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores £-604 Aescolha do tipo de solda depende da natureza dos metais ou das ligas a serem unidas, dos requisitos de suportabilidade mecanica, da resisténcia frente a corrosao, dos custos envolvides, bem como, da condutividade elétrica da solda quando de partes condutoras de corrente. ‘As soldas moles so geralmente constituidas de ligas estan - chumbo com Wh conteide de estanho variando entre 18% a 90%, A condutvidade destas sokias fica etre Sorte ga da oferecida pelo cobre padrdo, a o coeficiente de expanséo linear varie enire 26 x 10° a 27 x 10-6°K'. Adigionalmente, € conveniente ressaltar que existem soldas renee contendo aluminio e prata. As soldas com adigao de bismuto @ cadmio também apresentam baixo ponto de fuséo © so utlizadas onde séo requeridas baixes Pamperaturas de fuséio, no entanto, as propriedades mecaricas destas soldas s&o insigniicantes pois as soldas em bismuto $40 muito quebradigas Entre as soldes duras as mais utiizadas séo as compostas por ligas entre cobre e zinco e as com base em prata A Tabela Vii mostra as principais caracteristicas das soldas e suas principals faixas de aplicabilidade. 6.6 - FLUXOS Os fluxos s&0 materiais auxiliares utiizados nas soldas para dissolver @ removel éxidos © contaminantes das supericies dos metals a serem soldados, proteger © superficie do metal ¢ a solda em fusdo da possibldade de oxidacso, reduzir a tenso cuberficial na solda em fuséo e melhorar a capacidade da solda se espalner sobre a superficie @ ser soldada, Segundo @ 2o0 que os fluxos exercem sobre @ oS metais a serom soldados eles $80 divididos em varios grupos, ou seja: Fluxas Ativos ou Acidos: - Os fluxos ativos ‘so aqueles preparados com base em subetdncias ativas, tals como, cido hidrocioridrico, cloretos e fluoretos de metais, entre suhos, Estos fluxes dissoivem intensivamente 9s filmes Gxidos na superficie do metal, possbblitando uma melhor adesdo da solda ao metal base, Ou Seie, aumentando a rigidez fa juno, Desde que estes fluxos s&0 muito corrasivos para a jungao ‘quanto para o metal pase. 0s residuos necessitam ser completamente removidos apés @ soldagem idos:- Os fluxos livres de acidos $80 constituidos por resinas ‘ou baseados em resinas com a adicao de substancias inativas, tais como, alcool & glicerina. Fluxos Ativados:- Os fluxos ativados sao baseados em resinas e contém pequenas quantidades de agentes ativos, tals como, hidroclorstos e fosfatos de aneling, Acido salicilico, hidrocloretos de diethylamina, A alta atividade de alguns destes fluxos HW. 49 Manuel L.B. Martinez E-604 Materiais Condutores toma desencessario a remocdo preliminar dos éxidos apés 0 processo Ge remogao de graxas e gorduras. Fluxos Resistentes a Corroséo:- Os fluxos resistentes a corrosdo sao fluxos paseados em acidos fosféricos com a adigao de varios compostos organicos, os residuos destes fiuxos ndo causam corroséo. 7 = CONDUTORES NAO METALICOS 7.1 -ELEMENTOS DE CARBONO DE GRAU ELETROTECNICO Entre os condutores solides no metdlices, uma grande importancia deve. Se atribuida aos materiais baseados em carbone, utilzado na manuatura de escovss Pare rdquinas rotativas, eletrodos para fomos elétricos e banhos eletroliicos; anodos para células galvanicas; entre outros . ‘A matéria prima utlizada para @ manufatura de elementos em carbone sao 0 Carbon Brack ou Negro de Fumo, a grate e 0 Carvéo Primétio ou Antracita. Os eletrodos ra forma de barra sao manufaturados via escoamento forgado através de uma ferramenta, Com forma specifica, de ura mistura constitufda por um material base 1 usualmente cor ma de pode baixa granulometia, e um agiomerante que pode ser alcstro de carvao ou vidro liquido. Tabela Vill - Parametros dos Eletrodos de Carbono Posteriormente, as pegas pré-formadas séo transferidas para fornos especiais para sofferem um proceso de queima que resulta no produto final. Nestes casos, 2 ‘ago do processo de queima determina a forma fisica que © material deve aeenimir, Sob altas temperaturas 0 carbono pode ser convertide em uma, forma cristalina ceevoduzida dureza denominada Grafite. Dentro deste contexto, este processo é 1, 50 Manuel L.B. Martinez £604 Materiais Condutores usuaimente denominado grafizagéo. Deste modo, o process de de manufaivr de casas de carbono para aplicagao comum em maquinas rotativas envolve uum provee=e de queima realizado sob temperatura de 800°Celsius. No entanto, case soja necessério imprimir um provesso de grafiizagao as escovas a temperatura de queima deve ser elevada para 2200 Celsius. 7.2- ELETRODOS DE CARBONO- Os eletrodos de carbono, confome mosirado na Tabela Vill, quando 80 solicitados @ operar sob altas temperatures necessitam, igualmente, ser queimados sob altas temperaturas, normaimente em torno de 3000°Celsius. ‘Aexemplo de outros elementos de carvéo, conforme colocado na Figura 2.22, estes elementos apresentam coeficiente de variagao da resistividade com a temperature-cp negativo. 7s M00 =~ 1500S Figura 2.22 - Caracteristica resistividade versus temperatura pare eletrodos de carbono u.5t ‘Manuel L.8. Martinez E604 Materiais Condutores 7.3 - ESCOVAS DE CARBONO As escovas s&o dispositivos utilizados na manufatura de contatos deslizantes entre elementos estacionérios erotativos de maquinas elétricas e assim fornecer Ou! retirar corrente das teclas dos comutadores ou nos anéis dos comutadores. As escovas sao manufaturadas com diversos tipos ou gradagdes de carbono, que diferem umas das outras com respeito as ‘cnicas utilizadas na sua obtengdo, em diversos tamanhos, no entanto, normalmente, as escovas sao manufaturadas de modo a apresentar uma altura entre 12 mme 70 mm e uma 4rea de contato com as teclas do comutador entre 4x 4 mm au 36 x 35 mm. ‘As escovas de carbono so classificadas em escovas de carbono-grafite, graft, eletrografite e cobre grafite que apresenta em sua constiuigdo uma certa poroeriagem Ge cobre matélico na forma de po, responsavel entre outros pela manutengéo de ume Deine resistencia e pequena queda de tenséo entre a escova 6 0 comutador. Dentro deste vehtaxto, cada gradagao 6 adequada para cobrir os requisitos especificos de densidace Se corente, velocidarle superficial do anel ou tecla do comutador, Coeficiente de fricg0, durabilidade, entre outros. A Tabela IX mostra as principals caracteristicas das escovas manufaturadas com Tabela IX - Principais caracteristicas oferecidas pelas escovas de carbono. 7.4 MATERIAIS A BASE DE CARBONO Os pés de carbono so manufaturados de carvao primario, ou seja, antracita, & apresentam uma resistividade fungdo do tamanho médio das particulas, da sua H.52 Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Condutores compactagio @ do processo de tratamento térmico, em tese, um prooesso ce sinterizagao responsavel pela sua forma final Quando & objetivo obler elevada resisténcia os pés de carvao so submetides 4 uma sinterizagdo sob temperatura entre 600°Celsius e 800° Celsius @ a resistividede final do p6 deve ser da ordem de 0.4 Om Coeficiente Variagao da Resistividade ap 108K Resistividade| ° Densidade yom Mg/ri? 8 2.26 04 2.24 100 224 10-50 24 Tabela X - Propriedades da grafite e dos carbonos pirolificos Os resistores a base de carbono diferem dos resistores manufaturados com fios resistivos por apresentarem menor tamanho, maior faixa de valores nominais, bem O79, apresentam utilizagao extremamente difundida, No entanto, estes resistores, 4H. 53 Manuel L.B. Martinez Materiais Condutores E604 complementarmente, dever apresentar baixa sensibilidade frente a variagdes de tensdo, @ serem altamente estaveis frente a0 calor e a umidade. Os materiais utilizados na manufatura deste tipo de resistor so 0 grafite natural, uma das modificagdes do carbone puro na forma foliar, conforme mostra a Figura 2.23, a outra seria o diamante, um dielétrico; 0 carbon black, ou seja, uma mistura dispers@ de carbo e outras misturas foliares, que como pigmento de vernizes, ound forma de dopante Ge materiais plasticos, que passam a apresentar baixe Tesistividade pode ser usado como Siemento de equalizagao em equipamentos elétricos de alta ‘tens&o; 0 carbono piralitico, obtido pela pirdlise, ou seja dissociagdo térmica sem a presenca de oxigénio, de hidrocarbonetos gasosos ( metano, gasolina, hepfanc ) em uma camara carregada com ceramica ou vidro na forma de resistores; © 0S filmes de carbono - boro, obtides da pirdlise de composts organicos de boro e que apresentam, como caracteristica principal, baixo coeficiente de variagdo da resistividade com a temperatura ap. a. 1200 1400 1600 1800 2000 K Figura 2.24 - Caracteristica resistividade versus temperatura de uma cerémica a base de carboneto de silicio com 5% de cromo 1A Tabota X mostra as principais propriedades da grafite e do carbono piroiitico. 7.5-MATERIAIS (CONDUTORES DE ELEVADA DURABILIDADE Em uma sétie de casos 6 requeride que os materiais usados por exemplo na manufatera de elementos de aquecimento em fomos elétricos para ata temperature apresentem elevada confiablidade sob temperaturas da ordem de 1500 a 2000° Celsius aoe momo supenores. Este é um problema em parte ainda sem uma sols tecnolégica 54 Manuel LB. Martinez E604 Materiais Condutores definida e, aparentemente, a solugdo para este problema seja encontrada com 2 utilizagao Je matonais cerémicos especiais. Entre os materials condutores adequados pare aplicagéo na manufatura de elementos aptos a operar sob alta temperatura os mais promissores 680 as ligas entre o carboneto de silico - SiC © 08 metas de alto ponto de fisdo, em especifico, o cromo - Cr, 0 ffanio - Ti @ o molibaénio - Mo. ‘As cerdmicas baseadas no carboneto de silicio apresentam uma composigao muito complexa contendo entre outros componentes silico - Si @ carbone = C livres. A Figura 2.24 mostra a caracteristica resistividade versus temperaura para ure ceramica a hase de carboneto de silicio SIC dopada com 5% de cromo - Cri A resistividade Teje. vamente baixa sob temperaturas superiores a 1400°Celsius evidentemente resulta da fusac do silicio-Silivre, haja vista, que seu ponto de fuséo é em tome de 1418° Celsius, ‘0 cromo € outros metais adicionados a este ‘compasto sao responsaveis pelo aumento na suportabilidade mecanica do material e sob 1500” Celsius a tensao de ruptura destas liges fev em tomo de 20MPa, Complementarmente, a densidade desias ligas € proxima a 3.1Mg/m? e um cosficiente de expansao linear térmico - of ¢ de aproximadamente de 57x10 °K" 8- BIBLIOGRAFIA 1- Bibliografia Basica~ # White, H.A.; “Engineering Materials"; McGraw Hill Book Company; #4 Van Vleck, L. H.; "Prineipio de Ciéncias dos Materiais", Editora Edgard Bluecher Lida.; dHH#- Ashby, ME_& Jones, D.RH. “Engineering Materials", Pergamon Press; +H Nikulin, N.: "Materiais de Montagem Eiétrica’, Mir Publishers. 2. Bibliografia Especifica:- #.Graneau. B; "UnderGround Power Cables"; Wiley interscience; € ##- Bogoroditsky. N.P. et alli; “Electrical Matenals", Mir Publishers. u.5S Manuel L.B. Martinez E604 Materiais Isolantes MATERIAIS ISOLANTES Protection, therefore, against the tyranny of the magistrate is not enough; there needs protection also against the tyranny of the prevailing opinion. (J.S.MILL, 1806-1873 ) i RESUMO Os materiais isolantes ou dielétricos e os materiais condutores constituem o principal sistema responsavel pelo transporte de energia elétrica, Pelos materiais condutores sob determinado valor de tensao circula a corrente neoessaria a alimentagao das cargas, no entanto, cabe aos materiais dielétricos prover os meios adequados para 0 isolamento das partes energizadas com relacdo a terra. Este capitulo tem por objetivo apresentar as principais caracteristicas dos materiais isolantes, ou seja, dielétricos, sua classificacao, sua élicabilidade, bem como, aspectos tecnolégicos gerais relacionados corn seu processo de manufatura. 1- POLARIZACAO DOS DIELETRICOS 4.4- COMPORTAMENTO DE UM DIELETRICO SOB CAMPO ELETRICO Em primeira instancia, 0 equecimento de um dielétrico pode ser atribuido a presenga, em pequenas quantidades, de cargas livres no interior do material, que sob um campo elétrico implica no estabelecimento de um fluxo de corrente, na forma de condugao, usualmente, denominado Corrente de Fuga. Logo, dentro deste contexto, a presenga de uma corrente no interior do corpo do dielétrico, berm como, inclusive sobre sua superficie comprova a existéncia de condus4o elétrica nos materiais dielétricos que, de modo quantitativo 6, usualmente, avaliada pelas Condutividade Volumétrica e Superficial, respectivamente, ou reciprocamente pela Resistividade Volumétrica © Superiicial. Met Manuel Luis Barreira Martinez Materiais |solantes E-604 No entanto, o principal processo que acorre em qualquer dielétrico sob a influéncia de um campo elétrico & a Polaizacéo, ou seja, 0 destocamento das cargas limitadas perféricas ou a orientagao das moiéculas dipolares Os fenémenos bésicos associados com a polarizagao de um dielétrico também implictamente, relacionados com os processes de dissipacao da energia elétrica gerada om seu interior que, compiementarmente, s2o responsdveis, entre outros, pelo aquecimento do material podem ser avaliados em termos da Permissividade, ou sea. 8 Constante Dielétrica e do Fator de Dissipacdio, ou seja, Angulo de Perda ou Tangente de Perda. Deste modo, os cielétricos devem ser utilizados sob limites de tensao que no execedem valores tipicos que, por sua vez, so associados a um conjunto de situagées espectficas. Caso estes limites sejam excedidos o material entre em Processo de Ruptura, ou seja, perde todas as suas propriedades isolantes. ‘(A tens4o sob a qual os materiais dielétricos entram em processo de rupture é denominada Tensdo de Ruptura e a correspondente solicita¢ao imposta pelo campo plétrico uniforme € denominada Suportabilidade Dielétrica, também conhecida, Rigidez Elétrica ou ainda Rigidez Dielétrica. 4.2- POLARIZAGAO E PERMISSIVIDADE DIELETRICA ‘As cargas confinadas presentes em um dielétrico podem ser deslocadas sob o feito dos campos elétricos na direcdo das forgas alivas no material de modo proporcional § intensidade do campo externo. Dentro deste contexto, de modo complementar quando da romogo da solicitaggo elétrica extema as cargas retornam ao seu estado inicial Nos dielétricos polares. ou soja, os que contém moléculas dipolares, 0 campo elétrico tende a orientar os dipolos na diregao do campo, no entanto, a exemplo de anteriormente discutido, quando da remogo da solicitagao externa, imposta pelo campo, €98 dipolos terminam por perder a sua orientacéo devido as flutuagées termicas. ‘A maioria dos dielétricos apresentam uma caracteristica linear entre o deslocamento dielétrico e a solicitagso produzida pelo campo elétrico no material. J os dielétricos nos quails as mudangas na solicitagao impostas pelo campo elétrico so nao fineares e atingem, sob um determinado valor de solicitagao, um ponto @ partir do qual pequenas variagdes na solicitagao aplicada implicam em grandes variagdes do Geslocamento dielétricos S80 conhecides como Ferroeléitricos, fenémeno verificado em primeira instancia quandc. de medigSes nos Sais Rochelle ou Sal de Seignette NaKCahi40o.4H20. Qualquer dielétrico com eletrodos depositados em seu corpo e conectados 2 um Circuito externo pode ser tratado como um capacitor dotado de uma determinada capacitancia - C, conforme mostra & Figura 3.1. m-2 Manuel Luis Barreira Martinez £604 Materiais !solantes Figura 3.1 - Dielétrico composto exibindo varios mecanismos de poiarizacao sob a presenca de um campo elétrico + a e seu circuito equivalente —> b. V-» Tenséo da fonte; Coe Qo Capacitnoia e Carga Elétrica Acumulada no vacuo, respectivamente; outros valores de C @ Qe subscritos apropriados -> Capacitancia e Carga Elétrica Acumulada, devido ao ‘deslocamento de efétrons, fons, relaxamento dipolar, relaxamento ibnico, refaxamento ‘eletrénico, mecanismos de migragao e mecanismos esponténeos de polarizarSo; R e subscritos apropriados —Resistencias Equivalentes as perdas de energia relacionadas com os processos de polarizacao anteriormente mencionados; Rins > Resisténcia oferecida pelo dielétrico frente a circulagdo da Corrente de Fuga. Como é de conhecimente geral, a Carga Eletnca. Acumulada - Qem um Capacitor dotado de Capacitancia - C é fomecida pela Equacdo 1.2.1, ou seja. Q=CV (1.2.1) Onde V 6 a tens&o aplicada aos eletrodos do capacitor. Deste modo, 6 possivel afirmar que sob um valor definido de tens&o aplicada - V, a carga acumulada - Q em um capacitor é resultado da soma de duas componentes: Qo, ou sda, a carga que seria armazenada casos os dois eletrodos esiivessem, idealmente, Separados por vacuo. € Qu a carga relacionada com a polarizagao do dielétrico utiizado entre os eletrodos do capacitor real. Q= Qo+Qa (1.2.2) M-3 ‘Manuel Luis Barreira Martinez Materiais Isolantes E604 Uma das caracteristicas mais importantes dos dielétricos largamente utilizadas ‘em engenharia elétrica é a Constante Dielétrica Relativa ou Permissividade Relativa ~ e, definida, conforme Equacdo 1.2.3, como quociente entre a carga - Q armazenada, sob uma tens&o aplicada - V, por um capacitor construido com um determinado dielétrico © carge - Qo que seria armazenada, sob a mesma tensdo, por um capacitor equivalente, ou seja, com a mesma configuragdo de eletrodos e com vacuo como dielétrico. Q Q0+Qag_ ,, Qa Oo Qo =14Q9 (1.2.3) Conforme mostra a Equacdo 1.2.3 a Permissividade Relativa — & de um material dielétrico é superior a unidade, bem como, incz:zende da escolha do sistema de unidades. Deste modo é possivel transformar a Equagao 7.2.1 na Equagéio 1.2.4 conforme a seguir: Q=CV (A-l) Qo=Cov (A-ll) Deste modo vem:- C=6«Co (1.2.4) Conforme mostra a Equacao 1.2.4 € evidente que a Permissividade Relativa - & de um material dielétrico pode ser definida como o quociente entre a Capacitancia - Cde um capacitor construido utilizando este material como dielétrico e a Capacitancia - Code um capacitor equivalente construido com o mesmo arranjo de eletrodas e vacuo como dielétrico, Caso 0 capacitor seja um capacitor de placas planas com area - S In’} e espessura do dielétrico - d [m), é possivel utilizar nestes caiculos a Equagdo 1.2.5. e0eS Cd (1.2.5) 1.3 - MECANISMOS BASICOS DA POLARIZACAO DE UM DIELETRICO A polarizagéo de um dielétrico apresenta duas caracteristicas principais relacionadas com 0 estado de agregagdo e a estrutura dos dielétricos. Dentro deste Wed Manuel Luis Barreira Martinez E604 Materiais Isolantes contexto, 0 primeiro tipo de polarizagao se verifica de modo praticamente instantaneo, ou seja, de uma maneira quase elastica, sem dissipago de energia, ou seja, sema evolugao dos processos relacionados com a transmissao de calor, 6 relacionado com os mecanismos de polariza¢do eletrénico e iénico. J 0 segundo tipo de polarizagao nao se Verifica de maneira instantanea, ao contrario, ele aumenta e decai lentamente com a energia dissigada na forma de calor no dielétrico, fato conhecido como Relaxamento da Polarizagao, Notas:- 1)- Um mecanismo de polarizagao que se situa a parte dos demais é a polarizac&o por ressonancia que ocorre sob as frequéncias de luz visivel, portanto, de pouca valia para os estudos de engenharia elétrica de poténcia, exceto nos casos de sensores. Conforme brevemente discutido, a Capaciténcia - C de um capacitor e a Carga Armazenada - Q depende da soma dos varios mecanismos de polarizagéo que se processam simultaneamente no dielétrico e, segundo mostra a Figura 3.1, 0 circuito equivalente ao modelo de um dielétrico deve contempler um numero de capacitancias em paralelo com a fonte de tenso. Deste modo, a capacitancia - Co e a carga eletrice prmazenada - Qo se encontram relacionadas com o campo elétrico entre os eletrodos sob vacuo e as capacitancias - Ce e as cargas armazenadas - Qe 840 resultado dos processos de polarizagdo eletrénica Assim soja # Polarizacdo Eletronica:- A polarizag&o eletrdnica advem do deslocamento eléstico @ da deformagao dos obitais eletrénicos, ou seja, das nuvens eletrénicas, e dos ions e, devido aos processos envolvides, os mecansimos de polarizacdo eletrénica padem atuar em todos os tipos de dislétricos, bem como, ndo resultam em perdas de energia, O tempo de estabelecimento dos mecanismos de polarizagao 6 extremamente pequeno, da ordem de 710°? segundos @, nestes casos, a Permissividade -¢ de um dielétrico que apresente somente polarizagao eletrénica é numericamente igual ao quadrado do seu indice de Refragao- n, algo er: tomo de 1.0 a 2.2, 0 deslocamento e a deformagao dos orbitals eletronicos nos atomos e nos fons so independentes da temperatura, embora a polarizagao eletrénica seja reduzida com © aumento da temperatura devido a expansao térmica do dielétrico e, por conseguinte, a’ ecréscimo do niimero de particulas por unidade de volume. Deste modo, quando os mecanismos de polarizagao eletrénica se estabelece em um dielétrico as Variagbes na sua permissividade com a temperatura resulta unicamente da variagao da densidade do dielétrico. ##t Polarizacdo lénica:- A polarizago iénica resuta do fato que 0 deslocamento eléstico dos fons confinados 6 urna proptiedade inerente dos corpos com estrutura iénica sélida, ou sei. micas ou ceréimicas eletrotécnicas. Este fenémeno aumenta com a temperatura devido @ fexpansdo termica dos dielétricos pois, com 0 aumento da distancia entre os fons as forgas W-5 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais Isolantes E604 elasticas so reduzidas, deste modo, 0 coeficiente de variagao da permissividade com @ temperatura para 0s dieletricos iénicos, na maioria dos casos, é positivo. Noses casoe © tempo de estabelecimento dos mecanismos de polarizagae ‘édaordem de 10°? segundos @ a permissividade - « pode atingir valores entre 3.@ & Os mecanismos de polarizacgo e relaxamento dipolar também conhecidos como mecanismos de orienta¢ao dipolar diferem dos mecanismos de polarizacao eletranico & idnico pelo fato de estarem associados com o movimento térmico das moléculas. ‘Considerando que as moléculas dipolares se movem aleatériemente sob @ ago do calor, os campos elétricos aluam no sertido de prover uma orientagao de carécter parcial © assim resultam na polarizag&o do dielétrico. Dentro deste contexto, os mecanismos de polarizagaio dipolar podem ocorrer, unicamente. nos casos onde as forga: de coesdo molecular ndo atuam no sentido de impedir a livre orientac&o dos dipolos na diregao do campo. Quando a temperatura aumenta, as forgas que mantém a coesao molecular $40 enfraquecidas ea viscosidade do materia é reduzida, Estes fatores deveriam estabolecer scimesanismos de polarizagdo mas, haja vista, que a energia térmica de movimento cas oe jeeulas também aumenta proporcionalmente os efeitos do campo sao reduzidos, Este @ 0 motivo pelo qual a polarizacéo dipolar, primeiramente, aumenta com a temperatura, isto tao logo a redugao das forgas que mantém a coesao molecular passa a apresentr maior impacto que © aumento do movimento térmico aleatério das moléculas Subsequentemente, partir do ponto que o movimento térmico cadtico das moléculas Simona com a temperatura a polarizagao dos dipolos entra em um processo de relaxamento. De maneira que os dipolos existentes na auséncia de um campo elétrico em um meio viseoso sejam orientados na diregdo de um campo elétrico extero aplicado é Nooessario que estes dipolos venham a suplantar uma certa resisténcia oferecida pelo melo. razo pela qual a polarizaco dipolar implica em perda de energia, representada na Figura 9-1 pelaresisténcia Rar, em série com a correspondente capacitancia. Nos liuidos viceosos, a resisténcia frente a rotacdo das moiéculas to grande que sob cam: ts ditomados de alta frequéncia os dipolos néo possuem tempo para se alinhar de mado paralelo ao campo. Deste modo, o8 mecanismos de polarizag&o dipolar podem nao Se estabelecer, ou melhor, apresentar importancia suficiente sob campos elétricos de alta frequiéncia. © tempo necesséirio para reduzir a ordenago dos dipoles orientados pelo campo elétrico externo aplicado, devido a movimentago térmica das moléculas, para 1/6, ou feja, 0.368 de seu valor inicial, aps a remoc&o do campo @ chamado Tempo de Relaxamento. (Os mecanismos de polarizagéo dipolar & uma caracteristica dos gases ¢ liquidos polares. Estes mecanismos também podem ser observados em sdlidos polares orgsnicos, reas nestes casos a polarizagao é, comumente, resultado da rotagao de radicais com w-6 Manuel Lufs Barreira tartinez Materiais Isolantes E604 relagdo as suas moléculas, ao invés da rotagao das préprias moléculas, tais mecanismos de polarizagao s4o também chamados de Polarizecdo Dipolar Radical. Um exempio de material que apresenta este tipo de comportamento 6 a celulose cujo grau de polarizacao depende dos grupos de hidroxy! que ela contém. Convém ressaltar que mesmo nas redes cristalinas moleculares resultantes das fracas ligagdes de Van der Walls, mesmo aquelas compostas por grandes moiéculas $20 passiveis de orientacdo. (Os mecanismos de polarizacdo e relaxamento idnico so passiveis de ocorrernos vidros ¢ em alguns compostos inorganicos com estrutura cristalina iénica aberta, conforme mostrado na Figura 1.2- (b). Nestes casos, os efeitos dos campos elétricos extemos s&0 adicionados aos efeitos relativos 20 movimento térmico aleatério dos ions fracamente ligados na direg2o do campo e, dentro deste contexto, os processos de polarizagao & relaxamento idnico s20 ativados com os aumentos da temperatura. Com a remogo do campo extemio 0 deslocamento dos ions €reduzido segundo comportamento exponencial, Finalmente, nestes casos 2 permissividade - « pode atingir valores entre 6 e 20. Os mecanismos de polarizagao e relaxamento eletrénicos diferem dos fendémenos de polarizagao eletronico e inico pelo fato de ser originario do excesso de elétrons ¢ buracos ativados termicamente. Os processos de polarizagao e relaxamento eletrénico existem, principalmente, nos dielétricos que apresentam elevado indice de refragao, elevado campo intrinseco e elavada conducdo eletronica. Entre estes dielétricos se encontram os diéxidos de titanio contendo impurezas, tais como, nidbio - Nb*®, céicio - Ca‘®, bani - Ba**, alguns oxidos metalicos de titénio, nidbio - Nb e bismuto - Bi que apresentam valéncia instavel. E interessante observar que nestes casos a permissividade - « pode ser elevado e, usualmente, a caracteristica permissividade - e versus temperatura - @ apresenta um pico. Com relagdo aos mecanismos de polarizagdo das cerémicas contendo tianio a relagdo permissividade - ¢ versus frequéncia - festa em acordo com as teorias, ou sea, decresce com o aumento da frequéncia. Macani elaiteaesin* ‘(Os mecanismos migratérios de polarizag&io sdo entendidos como os processos adicionais de polarizacéo que existem nos sélidos de estrutura néo uniforme que apresentam heterogeneidades macroscépicas € impurezas, tals como, camadas ou inclusdes de materiais condutores e semi-condutores. Este tipo de polarizagao ocorre sob baixa frequéncia e resulta em elevada perda de energia. Quando os materiais heterogéneos so exposios aos efeitos dos campos elétricas os elétrons confinados @ os m-7 Manuel Lufs Barreira Martinez E-604 Materiais |solantes ions das incluses condutoras e semi-condutoras comegam a se mover nas vizinhanas de cada impureza formando portanto grandes regiées polarizadas. Nos dielétricos laminados as cargas dos ions de baixo movimento podem se acumular nas regiées limitrofes entre as camadas laminares e nas camadas préximas aos eletrodos ‘Todas as capacitancias mostradas no modelo equivalente conforme apresentado na Figura 3.1 se encontram em paralelo com a resistencia que representa as perdas devido a corrente de condugdo através do dielétrico. ‘A Figura 3.1 apresenta de modo complementar na forma de linhas tracejadas os valores de Capaciténcia - Csp, Carga Armazenada - Qsp € Resisténcia - rsp relativas aos mecanismos de polarizagéo espontaneo, fendmeno observado nos Materials Ferroelétricos. Nestes casos, a permissividade -« pode atingir valores entre 1500 e 4500 ou ainda superiores. Os dielétricos que apresentam este tipo de mecanismo de polarizagao possuem regides, ou seja, Dominios, que apresentam um momento elétrico mesmo na auséncia de um campo elétrico extemo que, no entanto, apresentam orientagao diferente, no preferencial. Sob a agéo de um campo elétrico externo os momentos elétricos dos dominios s4o submetidos a uma forga, que resulta em um torque, que atua no sentido de prover a orientagdo na diregZo do campo produzindo uma polarizacéo elevada. De maneira distinta aos outros mecanismos de polarizacdo este mecanismo aumenta até a saturagdo, sob um determinado valor de campo ‘extemo aplicado e, a partir deste ponto, novos aumentos no campo no resultam em aumentos apreciaveis na intensidade da polarizagao. Conforme discutido, quando submetidos a um campo extemo alternado, os dielétricos que apresentam mecanismos de polarizag&o espontaneo perdem muita energia. 4.4 CLASSIFICAGAO DOS DIELETRICOS PELOS MECANSIMOS DE POLARIZACAO De modo a melhor pré-definir as caracteristicas elétricas, os materials dielétricos podem ser divididos em quatro grupos segundo as varias caracteristicas de polarizacéo que eles exibem. © primeiro grupo compreende os dielétricos que apresentam principalmente polarizagao eletrénica. Dentre estes se encontram os die/étricos sélidos ndo-polares ¢ os sdlidos fracamente polares encontrados nos estados amorfo @ cristalino como parafina, enxéfre © poliestieno, bem como, os dielétricos liquidos ndo-polares, os liquidos fracamente polares e 0s gases, tais como, o benzeno, 0 hidrogénio entre outros. © segundo grupo engloba os dielétricos que apresentam, simultaneamente, os mecanismos de polarizagéo eletronica ¢ os mecanismos de polarizacao e relaxamento dipolar. Os materiais que compdem este grupo sao 0s dielétricos alpolares orgénicos, os dielétricos semi-liquidos e os materiais sdlidos, tais como, os compostos dleo-resina, as resinas epoxy, a celulose e alguns hidrocarbonetos clorados, entre outros. m-8 Manuel Luis Barreira Martinez E-604, Materiais Isolantes E606 EEE O terceiro grupo, usualmente, abrange os dielétricos sélidos inorgénicos que apresentam mecanismos de polarizagao eletrOnico, iénico, bem como, mecanismos de polarizacaio e relaxamento eletronico e iénico. No entanto, considerando as substanciais diferencas entre as caracter,isticas elétricas destes dieléiricos é conveniente dividir este grupo em dois novos subgrupos, ou seja: 1)- Materiais passiveis de apresentar mecanismos de polarizacao eletrénico e iénico; € 2)- Materiais passiveis de apresentar mecanismas de polarizagéo @ relaxamento eletronico e ibnico. ‘Ao primeiro subgrupo pertencem, principaimente, os dielétricos que possuemuma estrutura cristalina ionica fechada, conforme mostrado na Figura 1.2 - (a), tais como, o quartzo, a mica, o sal, entre outros, Os dielétricos que se encontram no segundo subgrupo 8&0 08 vidros, 0S materiais que contém uma fase vitrea como, por exemplo, a porcelana @ os dielétricos cristalinos com estrutura i6nica aberta, ou seja, conforme mostrado na Figura 1.2 - (b) Raio Indice de Permissividade Gas Molecular A | Refracdo- 1 6 Hélio 1.000072 Hidrogénio ‘Oxigénio Argonio ‘Nitrogénio Di6xido de Carbone Etileno Tabela | - Permissividade, indice de Refragéo ¢ Raio Molecular de Aiguns Gases Finalmente, o quarto grupo compreende os dielétricos que apresentam feroeletricidade, como 0s Sais Rochelle, o Titanato de Bario, entre outros, que padem apresentar mecanismos de polarizagao esponténeos, eletrénicos, iénicos, bem como, mecanismos eletranicos e idnicos de polarizagdo e relaxamento. 1.8 - PERMISSIVIDADE DOS GASES Os dielétricos gasosos apresentam densidade muito baixa, fato atribuide a: grande distancia entre as moléculas. Portanto, a permissividade de todos os gases € insignificante e proxima a unidade. W-9 Manuel Luis Barreira Martinez £-604 Materiais isolantes E804 eee A polarizagdo nos gases pode ser puramente eletronica, ou dipolar, no caso de moléculas polares, embora mesmo nestes casos a polarizago eletrénica seja dominante. A Tabela | mostra os valores de permissvidade - ¢, raio molecular - re indice de refracéo - 11 de alguns gases. ‘As mudancas na permissividade - s com a temperatura e @ pressdo S40 determinadas pelas mudangas do numero de moléculas - no por unidade de volume do gs, Este numero varia diretamente com a presséo e inversamente com a temperatura ‘A Tabela I! mostra a permissividade - s do air, do diéxido de carbono e do nitragénio sob diversas presses a temperatura ambiente. Jaa Tabela If mostra mostra as variacdes da permissividade - e do ar com a temperatura na condigao de 0.1 MPa, ou seja, presséo atmosférica Didxido de Carbono Presséo | Permissividade | Presséo Ar sob Temperatura Ambiente Umidade Relativa [%] Permissividade - € 1.00058 Tabela IV - Permissividade - € versus umidade do ar M-10 Manuel Luis Barreira Martinez E-604 Materiais Isofantes Os dados listados na Tabela !! e na Tabela Il! so relativos aos gases secos, No entanto, 0 efeito do contetido de umidade na permissividade - ¢ do ar pode ser availado através da Tabela IV, sob temperatura ambiente. Conforme mostrado este efeito é negligivel sob temperatura ambiente, no entanto, aumenta sensivelmente sob temperaturas elevadas, A variagdo na permissividede - ¢, ou seja, TC; ou as com a temperatura & comumente expressa pela Equacdo 1.5.1. 5 Tess ae= 198 (1.5.1) > A Equacéo 1.5.1 é, usualmente, utilizada para calcular as variacOes relativas na permissividade quando a temperatura aumenta ou diminue de um grau, logo € normaimente denominada coeficiente de variag&o da permissividade - © com 2 temperatura, ou Seja, a. No entanto, para gases ndo polares o coeficiente de variacao da permissividade com a temperatura - az pode ser calculado segundo a Equacao 1.5.2. TCs=ae-- aot (1.5.2) Deste modo, no caso do ar seco, para uma temperatura de 20°Celsius vem: ___ (4.00058-1) __ 6 yt TC eg = @e= (293+20) ~ 2x10 °K Ja variag&o entre a permissividade - ¢ de um g&s © a pressao - p, ou soja, TCep ou asp é definida pela Equagdo 1.5.3. TC cp = dep - 192-0) (1.5.3) No caso especifico do ar sob presso atmosférica, p = 101.325 Pa vem que: (1.00058 - 1) . TC ep = wep = (190088-1) . 0.0058 MPa ‘numero de molécula de gas presentes em uma unidade de volume de gas no, 6 determinado com 0 auxilio da formula basica dos gases, ou seja, conforme mostrado: na Equagao 7.5.4. mn 14 Manuel Luis Barreira Martinez E-604 Materiais isolantes no- 2 (1.5.4) 1.6- PERMISSIVIDADE DOS LiQUIDOS Os dielétricos liquides podem ser compostos por moléculas polares, dipoleres, ou néo polares. A permissividade dos liquidos no polares é usualmente pequena e aproximadamente igual a0 quadrado do indice de refragao. ‘A permissividade dos liquidos nao polares varia com o aumento da temperatura devido 20 decréscimo do numero de moléculas por unidade de volume como anteriormente explicado. A exempio do seu valor absoluto, 0 coeficiente de variagéo da pemmissividade - ¢, ou seja, TG: ou az dos liquidos nao polares se aproxima @ seu Coeficiente de expansdo volumétrico com a temperatura, ou seja, B. No entanto, convém ressaltar que estes coeficientes diferem em termos de sinal. A permissividade - ¢ dos liquides nao polares, normalmente, ndo excede a 2.5, Dentro deste contexto, a Tabela V, fomece a a permissividade -2, bem como, o oveficiente de variagdo da permissividade - ax para alguns liquidos néo polarees ou fracamente polares. Ja 0s efeitos da temperatura e da frequéncia nos liquidos nao polares é mostrado na Figura 3.2. as x 10 px 10 Kt xt 2.25 124 1.10 1.227 Tuloeno Tetracioreto de Carbono Tabela V - Valores de permissividade e variacdo de permissividade para liquidos ndo polares e fracamente polares. A polatizag&o dos liquidos contendo moléculas dipolares resulta da agao simuitnea dos mecansimos de excitagéo eletronica e dipolar e, quanto maior for for 0 momento dipolar das moléculas e maior o numero de moléculas por unidade de volume, maior 6 a permissividade destes liquidos Os liquidos forterente polares , ou seja, que apresentam elevada permissividade, tais como a agua e 0 etanal, ndo podem ser utilizados como dielétricos porque eles s20 usualmente altamente condutores. W492 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais Isolantes E-604 Notas.- 4)-A agua tratada, ou seja, deionizada pode ser utilizada em trabalhos que impliquem na utilizagdo de um liquide de baixa condutividade, por exemplo lavagem de instalagdes energizadas. (@) f Figura 3.2 - Permissividade de um iquido no poler versus temperatura > a) © versus frequéncia — b) Th —> Temperatura de ebuli¢éo do liquido. No caso de liquidos polares os mecanismos que controlam a caracteristica permissividede -e versus temperatura -0 so mais comploxos que nos liquidos néo polares dentro deste contexto a Figura 3.3 mostra a caracteristica permissividade - e versus temperatura - 0 de um liquido polar denominado bifenil - lorado - PCB conhecido pelo nome comercial de Ascarél, produto toxico bioacumulativo de efeito lento. Os mecanismos que controlam a polarizagao deste liquide podem ser explicados pelos processos de polarizagdo anteriormente descritos. O coeficiente de variag4o da permissividade - s, ou seja, TC; ou ae 6 usualmente determinado graficamente como a derivada, considerando-se a temperatura constante, da caracteristica permissividade - e versus temperatura - 0, ou seja, « = f{®), conforme mostrado na Figura 3.3. Deste modo, o coeficiente de variagdo da permissividade -, ou seja, TC: pade ser obtido com o auxilio da Equagao 1.6.1. 1de yA Tess 4, K (1.6.1) M13 Manuel Luis Barreira Martinez E604 Materiais isolantes No caso especifice do ascarél, conforme mostra a Figura 3.3 para © ponto A, ou seja, para a frequéncia de 50 Hz e a temperatura de 5°Celsius vem: Devido a flexibilidade apresentada este método € amplamente utilizado na determinag&o do coeficiente de variagdo da permissividade - ¢ com @ temperatura -8, Ou seja, TC: ou ae dotado de qualquer mecanismo de polarizagao e para qualquer form: da caracteristica permissividade - = versus temperatura - 0. -re = f(0). ©, “2000 0 t, 20 «40°C Figura 3.3 - Permissividade versus temperatura para 0 ascaréf para f1=80Hz, f2=100Hz @ f7=1000H2. © parameiro que exerce a maior influéncia na permissividade -« de um dielétrico liquido polar é a frequéncia, conforme mostra a Figura 3.4 relativa a caracteristica permissividade - ¢ versus freqUéncia - f para 0 ascarél. A forma desta caracteristica comprova as regras mencionadas anteriormente, ou seja, quando de baixas frequéncias 08 dipolos podem se alinhar na diregao do campo aplicado, deste modo, @ permissividade @elevada e se aproxima do valor determinado para corrente continua, no entanto, quando de altas frequéncias os dipolos ndo tem tempo de se alinhar em retagdo ao campo, logo a pemmissividade é reduzida até atingir um valor compativel somente com a polarizaga0 eletronica, ou seja, 6. determinado segundo a Equagdo 1.6.2. soon? (1.6.2) M14 Manuel Luis Barreira Martinez E-604 Materiais Isolantes 02 40% Ff «10° = Hz Figura 3.4 - Caracteristica Permissividade - e versus freqiiéncia - f para o ascaré! A freqdéncia - fo a partir da qual a permissividade - « passa @ declinar 6 calculada com 0 auxilio da Equagdo 7.6.3. ke fo=— 33 (1.6.3) 8x? ar Onde, n @ viscosidade dindmica do liquide, r 6 © raio da molécula e 6 a temperatura absoluta 0 tempo de relaxamento - 10 das moléculas é relacionado com a frequiénoie - fe através da Equagdo 1.6.4. __i fo= Bata (1.6.4) Finalmente, dentro deste contexto, a penmissividade - ¢ dos liquidos polares utilizados como dielétricos comerciais fica na faixa entre 3. 5 e 5 excedendo, por exempio, largamente a permissividade dos liquidos ndo polares, conforme mostra a Tabela V. Convém ressaltar que 0 impacto da freqiiéncia na relagdo permissividade - ¢ versus temperatura - 0 para um dielétrico liquido polar, em especifico, para o ascaré! € mostrada na Figura 3.3 M- 15 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais isolantes 4.7 - PERMISSIVIDADE DOS DIELETRICOS SOLIDOS Amplitude da permissividade - ¢ dos sdlidos 6 grandemente influenciada por suas propriedades estruturais. De modo geral, quaisquer dos mecanismos de polarizaco podem se manifestar nos corpos sdlidos e, dentro deste contexto, os mecanismos de polarizagéo nos dielétricos no polares sdlidos obedecem os mesmos prinoipios que orientam os mecanismos equivalentes nos dielétricos ndo polares liquidos e gasos. Fato que pode ser evidenciado pelos dados mostrados na Tabela VI ena Figura 3.5 que mostra a caracteristica permissividade - « versus temperatura - @ —>e = 1(8). Taco Ream Td 2.06 Parafina 1.43 “G20 40 by °C Figura 3.5 - Caracteristica permissividade -« versus temperatura -® pare um sélido ndo polar - Paratina m-16 Manuel Luis Barreira Martinez E-604 Materiais isolantes Os dielétricos s6lidos represéntados pelos cristais inicos com estrutura fechada, conforme mostrado na Figura 1.2 - (a), apresentam polarizagao eletrénica e iénica. Nestes casos a polarizagao pode variar amplamente em termos de amplitude, Na maioria dos casos, 0 Coeficiente de variagdo da permissividade -c, ou seja, TC: ou as é positiva, exceto nos cristais contendo fons de titanio ¢ alguns titanatos . Valores negativos de TC; resultam do fato da polarizagdo eletrénica que prevalece nestes cristais cresce em intensidade no curso dos deslocamentos iénicos devido a presenga de campos. adicionais intrinsecos. ‘A Tabela Vil mostra os valores de permissividade - ¢ e do coeficiente de variag&o da permissividade -2,7C; ou ae para alguns cristas iénicos sob temperatura de 20° Celsius ea Figura 3.6 mostra a caracteristica permissividade - & versus temperatura ~ 0 2 = f(8) para TC: > 0. ee 6 150 10 100 110 -750 150 -1500 Sal Comum - NaCi Corundum - Al203 Diéxido de Titanio - TIO2 CaO TIO2 Tabela VII - Permissividade - ¢ e variagao da permissividade versus temperatura para alguns cnistais i6nicos Figura 3.6 - Caracteristica permissividade - e versus temperatura - 8 para um s6lido i6nico - Cloreto de Potassio - KCI W497 Manuel Luis Barreira Martinez E604 Materiais !solantes E606 ee Os slides dielétricos com estrutura aberta, conforme mostra a Figura 1.2 - (b) que possuem, aiém dos mecanismos de polarizagao eletrénica e iénica, mecanismos de polarizacdo e relaxamento apresentam, na maioria dos casos, uma permissividade comparativamente baixa e elevado coeficiente de variacéo da permissividade com @ temperatura, como exemplo destes mecanismos pode ser tomada a porcelana para fins eletrotécnicos cuja caracteristica permissividade -« versus temperatura - 6 é mostrada na Figura 3.7. Figura 3.7 - Caracteristica permissividade-¢ versus temperatura - © para a porcelana eletrotécnica No casos dos vidros, ou seja, dielétricos quase amorfos, os valores da permissividade se situam em uma faixa entre 4 © 20 e, nestes casos, o coeficiente de vVariagao da permissividade com a temperatura apresenta sempre sinal positive. Caso os vidros contenham ions moveis de metais alcalinos 0 valor do coeficiente de variagao da permissividade com a temperatura - TC;, pode atingir valores muito elevados, da ordem, por exemplo, de + ( 500» 1000) x 1°° °K" , Dentro deste contexto, convém ressaltar Que 6 possivel obter dielétricos sélidos, na forma de vidro, que venham a apresentar coeficiente de variacdo da permissividade com a temperatura negativa, bastando para tanto introduzir na estrutura cristalina, componentes com TC: , a exemplo do didxido de titanio - TiQ2. Conforme é passivel de se depreender dos comentarios anteriores, quando em estado sélido, os dieiétricos polares organicos so susceptivels aos mecanismos de polarizagao dipolar. Entre estes se encontram a celulose, seus derivados @ outros polimeros polares. A permissidade destes dielétricos depende em grande parte da temperatura e da freqUéncia da tensdo aplicada e geralmente obedece as mesmas leis aplicdveis aos liquidos polares. Complementarmente, 6 conveniente ressaltar que 0s fendmenos de polarizacdo dipolar também podem ser observados no gelo. No entanto, MWi-18 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais Isolantes conforme mostra a Figura 3.8 a permissividade do gelo rapidamente varia com @ temperatura e a frequéncia. Deste modo, sob baixa frequéncia e sob temperaturas de ordem de 0° Celsius a permissividade do gelo e, por conseguinte, a da agua fica em torno de 80, mas quando sob baixa temperatura este valor 6 rapidamente reduzido até o limite de 2.85. 6-60-30 -49-30 20-10. 0 Figura 3.8 - Permissividade do gelo em fungo da temperatura sob varias frequiéncias A Tabela Vill, mostra a permissividade - ¢ de alguns dos materiais sdlidos utllizados em engenharia. Quartzo Fundido Vidro Alcalino Vidro - Bério 45 6.5 10.0 Dincos Opa 40 Vidro Organico Res. Fenol-Formaideina Celulose 45 65 Tabela Vill - Valores de permissividade de aiguns vidros e dielétricos polares organicos solidos Conforme mencionado anteriormente a permissividade dos materiais ferroelétricos é, usi\almente, elevada e grandemente dependent da solicitagao imposta pelos campos eletricos extemos © pela temperatura. Uma caracteristica importante cos materiais ferroeiétricos é a Histerese Dielétrica que aparece nestes materiais quando as vatiagdes na Densidade de Fiuxo Elétrico, também denominada de Densidade de Desiocamento Elétrico ou Inducéo Ekétrica se atrasam em relago as variagSes no campo elétrico extemo aplicado. Os fendmenos relacionados com @ ferroeletricidade so tipicos W-19 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais isolantes E604 de materiais como 0 Sal Rochelle NakC4H406 x 4H20, 0 Titanato de Bario BaTiO3, © Fosfato Di-hidrogenado de Potéssio KH2POs, entre outros, ‘A Figura 3.9 mostra a caracteristica permissividade -« versus temperatura - 6 de uma ceramica a base de titanato de bario, na qual é possivel notar um pico extremamente pronunciado para a temperatura de aproximadamente 125°Celsius 8008) ~— 6000 4000,— }-—}-— 2000) 0 t! ~80 40 0 40 BO 120 160 Figura 3.9 - Permissividade do Titanato de Bério em fungéio da temperatura sob campos elétricos de baixa intensidade ‘A temperatura na qual a permissividade atinge seu valor maximo é denominada Temperature Curie, ou ainda, Ponto Curie. Notadamente, na regio acima do Ponto Curie, co material percie suas propriedades ferroelétricas, ou seja, em particular, a permissividade ndo mais depende da intensidade do campo elétrico externo aplicado. ‘A Tabela IX, mostra a permissividade -¢ de alguns materiais ferroelétricos sob @ ago de campos elétricos de baixa intensidade para uma temperatura de 20°Caisius. 500 - 600 1800 - 2000 7000 - 9000 ‘Sal Rochelle “Titanato de Bario Titanato de Bério e Dopantes Tabela IX - Permissividade - ¢ de alguns materiais ferroelétncos Hil -20 Manuel Lufs Barreira Martinez Materiais isolantes A Figura 3.10 ilustra o fendmeno do laco de histerese elétrica em uma ceramica dielétrica e as caracteristicas Densidade de Fluxo Eiétrico- De Permissividade -« versus Intensidade de Campo Eiétnco - E aplicada, para uma temperatura - © proxima ao Ponto de Curie tipica para este material. a My! - hod 6000) + + 4000} ~ 20004 am Ie a at my a a4 ag 32% Figura 3.10 - Lago de histerese & caracteristica densidade de fluxo elétrico & permissividade versus intensidade de campo elétrico aplicado para uma ceramica a base de Titanato de Bario. Os materiais ferroelétricos sao passiveis de envelhecimento elétrico e, nestes casos, @ observado um decréscimo da permissividade com © decorrer do tempo, principalmente, em regides proximas a Temperatura de Curie. Uma das possiveis causas deste fendmeno é o reagrupamento dos dominios. Conforme mostra a Figura 3.11, obtida para o Titanato de Bério - BaTiO, quando submetidos a temperaturas superiores a do Ponto de Curie e subsequentemente resfriado os materiais ferroelétricos readiquirem sua permissividade, normal, Complementarmente, a permissividade também pode ser restaurada expondo o material a um campo elétrico extemo de intensidade mais elevada. A permissividade dos sélidos dielétricos compostos manufaturadas com uma mistura de uma série de componentes cor permissividade ligeiramente diferente pode ser, em uma primeira aproximacdo, determinado com o auxilio das leis logaritmicas que controlam as misturas que, namaioria dos casos, so adequadas para o célculo da maioria das propriedades dos materiais, tais como, como condutividade de calor, indice de refrago entre outros. Deste modo seja a Equacdo 1.7.1 x eX = weer + wren” (1.7.1) in-24 Manuel Luts Barreira Martinez E604 Materiais isolantes Onde; e, 1 ¢ 62 so as permissividades da mistura e de seus dois componentes, respectivamente, v7 y2.as concentragdes em volume dos componentes, que obedecern a relagdo v1 + y2 = 76, xa consiante que descreve a distribuigdo dos componentes, ou seja, uma constante que assum> valores entre + 1.@- 1. After heating, 2 4 6 8 W 12 14 th 18 20 22 months Figura 3.11 - Caracteristica permissividade versus tempo de um material ferroelétrico No caso especifico, considerando os componentes conectados em paraisio, a constante x assume o valor 1. Logo, a Equacdo 1.7.1 é transformada na Equagao 1.7.2. e=wiet + y2e2 (1.7.2) No entanto, considerando os componentes conectados em série, a constante x assume o valor - 1. Logo, @ Equagéo 1.7. é transformada na Equagao 1.7.3. 1 vi, v2 (1.7.3) Finalmente, quando ambos componentes sao distribuidos de maneira cadtica, 0 que 6 0 caso de uma série de dielétricos comerciais de interesse, como no caso de ceramicas dielétricas x assume o valor 0. Deniro deste contexte, a Equagdo 1.7.1 apés derivada com respeito a x so transforma na Equagdo 1.7.5. M22 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais isolantes E604 eXine = e1* yilner + e2*yalne2 (1.7.4) Substituindo x, por seu valor, ou seja, x =0 vem: ine = wilner + w2abne2 (1.7.5) ‘Ao se derivar a Equagéo 1.7.5, com respeito a temperatura - 0, 6 obtide © coeficente de variagdo da permissividade -ccom a temperatura -8, ou seja, TCe conforms mostrado na Equacao 1.7.6. nD | 22 (1.7.6) als a e_ Order 8 er dt * a s % nN Finalmente, a0 se considerar a Equagao 1.5.1 6 obtida a Equagdo 1.7.7 que representa o cosficiente de variagdo de permissividade - com a temperature -@ de um dielétrico composto por dois componentes, TC = 01TC ay + 02TCR (1.7.7) 2: 0 FENOMENO DE CONDUCAO NOS DIELETRICOS 2.1- CONCEITOS BASICOS Os processos de desiocamento das cargas limitadas que se manifestam nos dielétricos submetides a um campo elétrico sao responsaveis pelo surgimento das Sarrentes de polarizacéio, também conhecidas como correntes de deslocamento, Quando estes processos se encontram relacionados com os mecanismos de polarizac&o Sletronico ou idnico 2s correntes de deslocamento associadas com as cargas clesticamente limitadas apresentam um tempo de durac&o extremamente reduzido deste frodo, os instrumientos de medida néo possuem capacidade suficiente para registrar estes fenomenos Logo, as correntes de desiocamento, denominadas correntes de absorgo, que aparecem na maioria dos dielétricos comerciais s&0 atribuidas aos mecanismos de polarizac&o e relaxamento. Quando 0 dielétrico € submetido a um campo elétrico extemo continuo as correntes de absore&o fluem somente nos momentos quando 0 circuito 6 chaveado. No Shtanto, seb a ago de um campo elétrico externo altemado estas correntes perduram enquanto o campo permanecer aplicado. W-23 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais isolantes E-604 Nos dielétricos comerciais, @ presenca de um pequeno numero de cargas livres resulta em uma corrente de fuga ou de condugdo de pequena intensidade. Deste modo a densidade de corrente total - J em um dielétrico é a soma da densidade de corrente de fuga - JF @ da densidade de corrente de desiocamento - Jp, conforme mostrado na Equacéo 2.1.7 J=Jet+Jdo (2.1.1) A densidade de corrente de deslocamento - Jp depende da taxa de variaco do vetor de densidade de fluxo elétrico, também denominado, como vetor de desiocamento dielétrico - D. conforme mostra a Equacdo 2.1.2. Por sua vez, esta taxa de variagao € governada pelos mecanismos de deslocamento de cargas, ou seja, pelos mecanismos de polarizagao que podem ser eletrénicos, iénicos ou ainda na forma de polarizacdo relaxamento 6D St (2.1.2) Jp= A maneira pela qual a corrente através de um dielétrico submetido @ um campo elétrico elétrico externa continuo varia com 0 tempo é mostrada na Figura 3.12, onde & facil notar que a corrente de fuga em um dielétrico sé se estabelece plenamente, ap6s 0 término dos processos de polarizagao wun Figura 3.12 - Correntes através de um dieiétrico versus tempo, Ip->Corrente de deslocamento; [r-»Corrente de fuga. Mit 24 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais Isolantes E-604, Conforme mostra a Figura 3.12, os fenémenos da polarizagao quando da aplicagéio de campos elétricos constantes, oriundos de sistemas em corrente continua, Gover ser Ievados em conta nas medig6es de condutividade ou resistividade nos meios ou sistemas dielétricos haja vista que cs instrumentos de medida registrar ambas parcelas da corrente, ou seja, as parcelas relativas a corrente de fuga ¢ a corrente de deslocamento fato que pode induzir a erros na interpretagao dos fenémenos relacionados com a conduc&o nos dielétricos Notas: 2). Estes fatos exempiiicam porque alguns sistemas para medioéo de resistencia de igolamento exigem que a tenséo seja aplicada, por exempio, por 7 minuto. Nestes casos @ conveniente que a medida sO seja considerade como correta apés duas leituras aparentemente constantes. Dentro deste contexto, a condutividade de um dielétrico sob um campo elétrico em corrente continua deve ser estabelecida somente quando a corrente de fuga que flui por este dielétrico se encontra diretamente relacionada com a liberagao e a neutralizacso Gos portadores de carga nos eleirodos. Finalmente, um ponto a ser ressattado © que distingue os mecanismos de condugdo na maioria dos dielétricos € 0 seu cardcter ionico ao invés de eletr6nico. No entanto, quando um dielétrico é submetido a um campo elétrico aiternado a sua conduténcia, ov seja, a parte real de sua admitancia, 6 devida em parte a corrente de fuga e em parte as partes reais das correntes de polarizagao, ou seja, aos mecanismos de perdas associados a estes fendmenos. Aresisténcia - Risor, ou seja, a parte real da impedancia, oferecida por um dieiétrico submetido a um campo elétrico altemado, que determina a amplitude da corrente de fuga, pode ser calculada através da Equagdo 2.1.3. Riso. = —“- = 7% (2.1.3) Onde, / corresponde a corrente lida, Va tenséo aplicada, "i pa soma de todas as correntes de polarizacao devido a fenémenos de baixa velocidads, ir a corrente de Considerando que a medig&o das correntes de polarizacdo, mesmo aquelas associadas com os mecanismos de baixa velocidade, ou seja, polarizacao - relaxamento, apresenta uma certa dificuldade, prética usual nas medigbes de resistencia de isolamento, expressar este valor como 0 quociente entre a tensao aplicada e a corrente ‘em fase com a tenséo sendo que, usualmente, esta titima, considerada a corrente de fuga, é tomada apés 1 minuto de energizago do circuito. M25 Manuel Luis Barreira Martinez Materiais Isolantes E-604 ‘Ainda com relagdo aos dielétricos solids é necessério fazer uma distingao entre condutividade volumétrica e superficial e, neste processo de avaliagdo é comum utilizar as quantidades, resistividade volumétrica - p e resistividade superiicial - ps, respectivamente. Em termos genéricos a resistividade volumétrica - p € igual a resisténcia entre as faces opostas de um cubo de 1 metro de aresta construido com o material sob estudo, No entanto, para uma amostra plana submetida a um campo elétrico uniforme a resistividade volumétrica - p, em Qm é determinada segundo a Equagao 2.1.4. p- FS (2.1.4) Onde, R 6 a resisténcia do dielétrico em volume em/QJ, S a area dos eletrodos em [m2] e ha espessura da amostra em [m). Dentro deste contexto, conforme anteriormente discutido, a unidade de condutividade volumétrica - « @ [S m™"]. Ja aresistividade superficial - ps determinada através da obtencdo da resisténcia superficial - Rs entre dois eletrodos linerares, de comprimento d, separados por uma distancia |, localizados nas arestas opostas da amosira sob estudo, usualmente, na forma de um quadrado, suposta mentalmente isolada, ‘conforme mostrado na Equagao 2.7.5. ps = Fed (2.15) Finalmente, é conveniente, ressaltar que a condutividade superficial-osé medida ‘em Siemens - [ S ], Deste modo, a conduténcia, ou seja, 0 reciproco da resisténcia, apresentada por um dielétrico sélido representa a soma das condutividades volumétrica e superficial ‘A condugéo nos materiais dielétrioos depende do estado de agregayao da matéria, ou seja, $2.0 dielétrico 6 gasoso, liquid ou gasoso, da umidade e da temperatura do meio circunvizinno, bem como, softe a influéncia em maior ou menor escala da intensidade do campo elétrico aplicado, sob 0 qual as medidas de condutividade s&o realizadas. A exposic&c prolongada a um campo elétrico pode resultar em um aumento ou em uma redugéo na corrente através de um dielétrico sdlide ou liquide. Um decréscimo a corrente com o tempo indica que a condugdo elétrica no material é oriunda da presenca de ions, em especifico de impurezas, que sao expulsos do dielétrico sob a influéncia dos campos elétricos a ele aplicados. Ja um aumento na corrente com o tempo, sugerem que as cargas presentes no material so devidas as imperfeigdes estruturais. Isto também & indicativo de que uma série de processos irreversiveis relacionados com oenvelhecimento MW 26 Manuel! Luis Barreira Martinez Materiais isolantes do material tom lugar sob @ presenga dos campos elétricos aplicados que, por sua vez podem resultar na deterioragao e subsequente ruptura do dielétrico. O produto da resisténcia do dielétrico de um capacitor por sua capacitancia 6 costumeiramente denominado Constante de Tempo de Descarga da Tensdo Armazenada no Capacitor-to., conforme mostra a Equacao 2.1. 6. 70 = Riso. C (2.1.6) Deste modo, o valor de to pode ser determinado segundo a Equagdo (2.1.7). t V(t) = Voe ro (2.1.7) t Vro = Voe ro = Voe = 0632Vo0 (2.1.8) Onde, V(t) éa tens&o entre os eletrodos do capacitor no instante de tempo - tapos, sua desconex4o da fonte de tens4o 8 Voé a tensao de carga do capacitor no instante de sua desconexéo to., Risol, resisténcia do isolamento, ou seja, a resisténcia ao fluxo da corrente de fuga e C a capacitancia do capacitor. Finalmente, através de algumas manipulagSes mateméticas, é possivel obter a Equagao 2.1.9. to = Riso, C = peor (2.1.9) 20 [OF], [MO pF Joufs]. Deste modo, segunde mostra a Equagdo 2.1.9, caso a constante de tempo de descarga de um capacitor, ou seja, o tempo em que a diferenca de potencial nos terminals de um capacitor leva pare atingir 0.632 de seu valor inicial, bem como, a permissividade do material forem conhecidas, 6 possivel estimar a resistividade volumétrica deste material, bastando para tanto assumir que em um dielétrico circula somente corrente de fuga. 2.2- CONDUCAO NOS GASES Sob campos elétricos de baixa intensidade os gases apresentam uma capacidade de conduc&o de corrente excepcionalmente baixa pois, os gases s6 podem conduzir corrente caso venham a apresentar ions ou elétrons livres. As moléculas de um gas se M27 Manuel Luis Barreira Martinez E-604 Materiais [sofantes tomam ionizadas ou sob a ago de fatores externos ou quando colidem com particulas carragadas, Os fatores externos que podem resultar na ionizag&o dos gases s&o os Raios x, ‘ou seja, Roentgen, os Raios Ultravioletas e os Raios Césmicos, as Fontes Radioativas, bem como, os Efeitos Térmicos associados a0 aquecimento brusco e violento, Nestes. casos a condugdo dos gases 6 denominada de Extrinseca. No entanto, alguns gases, particularmente rarefeitos, podem se tomar: condutivos devido a presenga de ions gerados no decorrer das colisées de particulas carregadas tom as moléculas de gas. As colis6es devido a ionizagao se originam quando a energia cinética adquirida pelas particules carregadas de gés sob a influéncia de um campo Slétrico se toma razoavelmente elevada. Deste modo, a condur4o nos gases causadas por colisées devido a ionizagao so denominadas de Intrinsece. Sob campos elétricos de baixa intansidade os fenémenos de ionizagao devido a colisses nao devem ocorrer @, consequentemente, nao ocome Conducdo Intrinsece Por sua vez, quando fatores extemos entram em jogo as moiéculas dos gases sdo divididas em ions positives @ negatives, ao mesmo tempo, parte destes ions se Fecombinam para formar moléculas neutras e este processo € conhecide como Recombinagéo. Figura 3.13 - Corrente em gas como fungdo da tensdo Os processos de recombinagae atuam no sentido de inibir a gerag&o ilimitada de ‘ons nos gases, deste modo, to logo as fontes extemas de ionizagao entram em ago, @ estabelecida um valor definido para a concentrag&o de fons M-2& Manuel Lufs Barreira Martinez E-604, Materiais Isolantes Assumindo que um gas jonizado se encontra presente entre dois eletrodos paralelos é facil concluir que caso uma tensdo seja aplicada entre estes eletrodos € astabelecida uma corrente que circula através do circuito. Deste modo, uma parte dos jone 6 neutralizada nos eletrodos e parte eliminada devido aos processo de recombinagao @, dentro deste contexto, as variagdes na amplitude da corrente com a tensao aplicada so mostradas na Figura 3.13. Enquanto a tensao aplicada nao excede Vin, a parcela inicial da caracteristica mostrada na Figura 3 13obedece a Lei de Ohm e, deste modo, a corrente através do meio dielétrico é proporcional a tensdo aplicada, Logo, nesta etapa, o8 processos de geracao fe recombinagao dos ions positives ¢ negatives s4o de tal magnitude que podem ser considerados como invariaveis. Quando de aumentos subseqdentes de tensdo os ions passam @ nao possuir tempo suficiente para se recombinarem e, portanto, sao acelerados na diregao do eletrodo conveniente e, dentro deste contexto, sob um valor definido de tensa todos os ions produzidos no interior do espagamento entre os eletrodos sao descarregados na diregao fos eletrodos. Toma-se pois, evidente, neste caso, que futuros aumentos na tenséo aplicada entre 0s eletrodos nd implica em aumentos correspondentes de corrente. Este estagio corresponds a porgao plana da caracteristica, mostrada na Figura 3.13, entre Vin, e Ver, onde a corrente entra em um processo de saturagao. ‘Acorrente de saturagao através de um espagamento em ar entre dois eletrodos afastados 10 mm ocorrer sob um campo elétrico com intensidade de 0. V/m. A densidade de corrente de saturacaio no ar é muito baixa, em tomo de 10-15 ‘Aim’, deste modo, o ar pode ser considerado como um dielétrico moderadamente perfeito até que as condigées Venham a mudar devido a ocorréncia dos fenémenos de ionizagao excitados por colisses. Com © aumento da tenséo a corrente permanece constante isto enquanto & jonizagao se processa pela ago das fontes de excitarao externa. To logo 0s processos de ionizagao excitados por colis6es se iniclam s&o estabelecidos as condigbes para © inicio dos fenémenos de condugdo nos dielétricos gasosos, ou seja, os pontos acima de Vor na caracteristica mostradana Figura 3.13. Logo. acorrente através do dielétrico passa a crescer novamente com a tensao. 2. CONDUCAO NOS LIQUIDOS Os mecanismos de condugao de corrente nos dielétricos liquidos se encontram fortemente relacionados com a estrutura molecular por eles apresentada. Nos dielétricos liquidos nao polares a conducéo depende do fato deles apresentarem ot: ndo impurezas dissociadas. J4 nos liquidos dielétricos polares a condusao nac é devida somente 2 presenca de impurezas mas também a existéncia de mecanismos de dissociag4o das moléculas do préprio liquide. Deste modo, a corrente nos dielétricos liquidos resulta de movimentagao dos ions e do arrasto das particulas coloidais, relativamente grandes, que so as portadoras de carga. M29 Manuel Luts Barreira Martinez

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