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Mezzo genes, mezzo ambiente

Hlio Schwartsmann

Disponvel em
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2015/05/1635877-
mezzo-genes-mezzo-ambiente.shtml

Um dos mais polmicos subprodutos da biologia o debate sobre o


peso dos genes e o do ambiente nas caractersticas humanas. At
algumas dcadas atrs, o embate era essencialmente ideolgico.
Enquanto a esquerda apostava todas as suas fichas na
maleabilidade das pessoas, cuja ndole poderia ser melhorada
atravs de obras de engenharia social, a direita advogava por uma
espcie de natureza humana imutvel e, em geral, meio ruinzinha.

medida, porm, que dados empricos foram surgindo


principalmente atravs de estudos que comparam pares de gmeos
monozigticos (geneticamente idnticos) com dizigticos (que
partilham em mdia 50% do DNA) as posies mais extremadas
ficaram insustentveis. As pesquisas mostravam que tanto a
gentica como o ambiente importavam para quase todas as
caractersticas estudadas. Faltava apenas estabelecer com mais
preciso o peso de cada um.

No falta mais. Saiu h pouco na "Nature Genetics" uma grande


metanlise que avaliou 2.748 estudos com gmeos publicados nos
ltimos 50 anos, envolvendo nada menos do que 14.558.903 pares
de irmos e 17.804 caractersticas, e concluiu pelo empate.
Considerados todos os traos, o grau de hereditariedade verificado,
isto , a parte atribuvel aos genes, ficou em 49%.

Obviamente, isso significa que 51% de todas as caractersticas


humanas que cientistas j se interessaram em medir podem ser
tributadas ao ambiente. A m notcia para os fs da engenharia
social que o ambiente compartilhado, isto , fatores sobre os
quais teramos algum controle, como escola, atitudes dos pais etc.,
no parecem desempenhar um papel muito importante. Ao que tudo
indica, bem mais relevante o ambiente no compartilhado, que
uma grande nuvem de mistrio que inclui desde elementos da vida
intrauterina at as foras do acaso.

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