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PARECER Nº 024/07 - CONJUR/DV

INTERESSADO: SD PM EPAMINONDAS CARDOSO MATTOS


ANEXOS: Requerimento do interessado, anexos e Of. n° 063-CPP.
EMENTA: Policial Militar sub judice – condição impeditiva para ingresso no Quadro de Acesso – Sentença
criminal absolutória por falta de provas – efeitos ex nunc na esfera Administrativa – Promoção a contar da data da
sentença absolutória.
SENHOR COMANDANTE GERAL,
Conforme requerimento do SD PM EPAMINONDAS CARDOSO MATTOS passamos a analisar o pedido do
policial militar, o qual versa sobre a possibilidade da sua promoção, em ressarcimento de preterição, a contar de
21 de abril de 2005.

DOS FATOS
O SD PM RG 24182 EPAMINONDAS CARDOSO MATTOS requer sua promoção à graduação de Cabo PM,
em ressarcimento de preterição, a contar de 21 de abril de 2005, por não mais estar sub-judice, em virtude de
sentença absolutória por insuficiência de provas para condenação, prolatada em 10 de maio de 2006.
DO DIREITO
A Lei n° 6.669, de 27 de julho de 2004, em seu art. 4º, inciso V, trata da matéria da seguinte forma:
“Art. 4ª –São condições básicas para o Soldado ser promovido à graduação de Cabo, na qualificação de
Combatente, que:
...
V - não esteja sub-judice ou preso preventivamente em virtude de Inquérito Policial, militar ou civil, a que
tenha sido indiciado” (destacamos)
Como vemos, a legislação que rege as carreiras de Cabos e Soldados da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará, dispõem em sentido único, no sentido de que a condição de sub judice constitui
impedimento para a promoção.
A fim de esclarecer o assunto vejamos o que nos ensina Maria Helena Diniz em sua obra Dicionário
Jurídico, editora Saraiva, São Paulo, 1988, pág. 434, quanto ao vocábulo ut supra:
"Sub judice. Sob julgamento. 2 Causa sobre a qual o magistrado ainda não julgou. 3 Questão pendente de
julgamento ou que ainda não foi decidida. 4 Em juízo."
Conforme observamos, a situação de sub judice, é aquela que o juiz ainda não se pronunciou a respeito,
estando pendente de julgamento. Ocorre que o juiz só passa a julgar efetivamente o fato, se acatar a denúncia do(s)
autor (es), a ser oferecida, pelo representante do Ministério Público. Com isso, temos no recebimento da denúncia o
instituto precursor da condição de sub judice.
No caso sub examine e analisando a Certidão expedida pela Justiça Militar do Estado, verificamos que o
requerente foi absolvido, em 10 de maio de 2006, no processo referente à Ação Penal n° 200220000654.
Além disso, a parte dispositiva do decisum criminal (Sentença) absolveu o acusado por insuficiência de
provas para condenação, incidindo, destarte no art. 386, inciso VI, do Diploma Processual Penal Brasileiro (CPP), ex
vi:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração penal;
IV - não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
V - existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena;
VI - não existir prova suficiente para a condenação.
Por outro flanco é uníssona na doutrina pátria, com referência à repercussão da sentença criminal
absolutória na esfera administrativa, caso esta negue a existência do fato ou da autoria. Acerca da comunicabilidade
de instâncias, em curtas, porém sólidas palavras, em laço de extrema felicidade aduz Maria Sylvia Zanella Di Pietro1:
“ . . . A regra fundamental sobre a matéria está contida no artigo 935 do Código Civil, em cujos termos não
se poderá questionar mais sobre “a existência do fato ou quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
decididas no juízo criminal”. A mesma norma se continha no artigo 1.525 do Código Civil de 1916. Em consonância
com esse dispositivo, o artigo 126 da Lei n° 8.112/90 determina que “a responsabilidade administrativa do servidor
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou da sua autoria”. (destacamos)
Exatamente em nome da legalidade e da segurança jurídica é que resolvemos discorrer sobre os efeitos da
decisão penal quando ela nega a autoria do fato, mas, no caso vertente, a sentença absolutória deixa registrado que
a respectiva absolvição foi decorrente da insuficiência de provas (Art. 386, VI do CPP).
Demais disto é da sabença correntia, que se a sentença absolver o réu por não existir prova suficiente para a
condenação, em sua parte dispositiva, na forma do Art. 386, VI do CPP, a instância administrativa não está obrigada a
acompanhar esta esteira, em razão da falta de prova não negar a autoria e nem o fato.
Quanto a isto não discrepa a jurisprudência dominante:
“Administrativo. Servidor Público. Absolvição. Criminal por falta de prova. Continuação do procedimento
administrativo. Demissão. Legalidade.
1. A absolvição baseada no art. 386, VI do CPP (por insuficiência probatória) independe da existência do fato
ou da sua autoria, não vinculando, destarte, a via administrativa.
• Sugerida a penalidade pelo Conselho Superior de Polícia, após regular
• procedimento administrativo, válido é o ato de demissão.

3. Recurso não provido. STJ, Rel. Min. Edson Vidigal, ROMS nº 8229/RS, 5ª T., DJ de 19/10/98, p. 116”.
(destacamos)
Dessa forma percebemos que a sentença absolutória prolatada nos autos do processo n° 200220000654
tem, na esfera administrativa e com relação à promoção do requerente, efeito ex nunc, ou seja, com referencia a este
processo o requerente deixou de estar na condição de sub judice na data de 10 maio de 2006, estando apto a partir
desta data à promoção se não houver outro impedimento, mas, em absoluta, não há que se falar em promoção por
ressarcimento de preterição, vez que seus efeitos no âmbito administrativo são para frente e não para trás.

1 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 522 e 523.
Considerando que o fato do interessado ter estado na condição de sub judice, não foi gerado pela
Administração, mas sim por circunstâncias criadas pelo próprio militar, deve este arcar com o ônus que essa
condição produz dentro do âmbito administrativo da Corporação, observada a legislação pertinente.
O ato administrativo da promoção trata-se de ato administrativo complexo, ou seja, depende de outros atos
administrativos para ter sua eficácia assegurada, cumprindo, assim, seu papel dentro da administração militar.
Conforme o Art. 4º da Lei n° 6.669, de 27 de julho de 2004:
“Art. 4º - São condições básicas para o Soldado ser promovido à graduação de Cabo, na qualificação de
combatente, que:
I - tenha, no mínimo, dez anos de efetivo serviço na respectiva Corporação;
II - esteja classificado, no mínimo, no comportamento BOM;
III - tenha sido julgado apto em inspeção de saúde;
IV - tenha sido aprovado no teste de aptidão física;
V - não esteja sub-judice ou preso preventivamente em virtude de Inquérito Policial, militar ou civil, a que
tenha sido indiciado;
VI - não esteja respondendo a Conselho de Disciplina;
VII - não tenha sofrido pena restritiva de liberdade, por sentença transitada em julgado, durante o período
correspondente à pena, mesmo quando beneficiado por livramento condicional;
VIII - não esteja em gozo de licença para tratar de assuntos de interesse particular;
IX - não seja considerado desertor;
Não tenha sido julgado incapaz definitivamente para o serviço policial ou bombeiro-militar;
XI - não seja considerado desaparecido ou extraviado;"
Isso posto, destacamos que a não realização de uma dessas etapas inviabiliza a conclusão do ato
administrativo da promoção, uma vez que cada uma delas depende da anterior para ser efetivada.
DO PARECER
Ex Positis, esta Consultoria Jurídica entende que o SD PM EPAMINONDAS CARDOSO MATTOS pode
ser promovido à graduação de Cabo PM, com efeito, ex nunc, a contar de 10 de maio de 2006 por ter cessado a
situação sub judice que o militar estadual se encontrava, em virtude de prolação de sentença absolutória por
insuficiência de provas para condenação, prolatada em 10 de maio de 2006, desde que, preencha os demais
requisitos legais e não haja outro motivo impeditivo.
É o Parecer,
Ad referendum
Belém, 02 de abril de 2007.
JOSÉ MESSIAS GOMES DE MELO – TEN CEL QOPM RG 11898
Consultor-Chefe
DESPACHO:
1. HOMOLOGO O PARECER.
2. Ao Presidente da CPP, para providências.
3. Ao Ajudante Geral, publicar.

BG 074/07

DOS FATOS
O 3° SGT PM RG 17448 ALCINO CIPRIANO RIBEIRO requer sua promoção à graduação de 2° Sargento
PM, em ressarcimento de preterição, fundamentando seu pedido em Certidão Negativa expedida pela Justiça Militar
do Estado e em cópia de Sentença prolatada nos autos do processo n° 1996/018, no qual figurava como réu na JME,
datada de 07 de junho de 2005.
DO DIREITO
A Lei n° 5.250, de 29 de julho de 1985 (Lei de Promoção de Praças) trata da matéria da seguinte forma:
“Art. 18 – Não será incluído em Quadro de Acesso, o graduado que:
1 – omissis . . .
2 – Esteja sub judice ou preso preventivamente em virtude de inquérito Policial, militar ou civil, instaurado;
[ . . . ]” (grifamos)
O Decreto n° 4.242, de 22 de janeiro de 1986 ( Regulamento da Lei de Promoção de Praças), refletindo o
que dispõe a Lei 5.250/85, dispõe em seu artigo 31, item 2 que:
“Art. 31 – Não será incluído em Quadro de Acesso, o graduado que:
1 – omissis . . .
2 – Esteja sub judice ou preso preventivamente em virtude de inquérito Policial, militar ou civil, instaurado;
[ . . . ]” (grifamos)
Como vemos, a legislação que rege a matéria das promoções de praças na Corporação, dispõem em
sentido único, no sentido de que a condição de sub judice constitui impedimento para a promoção.
A fim de esclarecer o assunto vejamos o que nos ensina Maria Helena Diniz em sua obra Dicionário
Jurídico, editora Saraiva, São Paulo, 1988, pág. 434, quanto ao vocábulo sub judice:
"Sub judice. Sob julgamento. 2 Causa sobre a qual o magistrado ainda não julgou. 3 Questão pendente de
julgamento ou que ainda não foi decidida. 4 Em juízo."
Conforme observamos, a situação de sub judice, é aquela que o juiz ainda não se pronunciou a respeito,
estando pendente de julgamento. Ocorre que o juiz só passa a julgar efetivamente o fato, se acatar a denúncia do(s)
autor(es), a ser oferecida, pelo representante do Ministério Público. Com isso, temos no recebimento da denúncia o
instituto precursor da condição de sub judice.
No caso sub examine e analisando a cópia de sentença prolatada nos autos de processo n° 1996/018 que o
interessado respondia na JME pelo crime previsto no art. n° 308 do CPM (Corrupção passiva), verificamos que o
militar esteve na condição de sub judice até a data da sentença, ou seja, 07 de junho de 2005.
Verificamos também que a sentença acima referenciada decreta a extinção da punibilidade do interessado
em razão de ter ocorrido a Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP) retroativa, a qual é aplicada após o transito em
julgado de sentença sem que tenha havido recurso por parte da acusação, nos termos do art. 125, § 1° do CPM.
No caso em tela houve a condenação do interessado no processo em que respondia na JME, condenação
esta que repercute na esfera administrativa enquanto mantenedora da condição de sub judice no período entre o
recebimento da denúncia até a data da sentença que decretou a extinção da pretensão punitiva do Estado.
O entendimento da doutrina pátria é pacífico, com referência à repercussão da sentença criminal absolutória
na esfera administrativa, caso esta negue a existência do fato ou da autoria. Acerca da comunicabilidade de
instâncias, Maria Sylvia Zanella Di Pietro2 se manifesta da seguinte forma:
“ . . . A regra fundamental sobre a matéria está contida no artigo 935 do Código Civil, em cujos termos não
se poderá questionar mais sobre “a existência do fato ou quem seja o seu autor, quando estas questões se
acharem decididas no juízo criminal”. A mesma norma se continha do artigo 1.525 do Código Civil de 1916. Em
consonância com esse dispositivo, o artigo 126 da Lei n° 8.112/90 determina que “a responsabilidade administrativa
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou da sua autoria”. (grifamos)
Considerando que o fato do interessado ter estado na condição de sub judice, não foi gerado pela
Administração, mas sim por circunstâncias criadas pelo próprio militar, deve este deve arcar com o ônus que essa
condição produz dentro do âmbito administrativo da Corporação, observada a legislação pertinente.
O ato administrativo da promoção trata-se de ato administrativo complexo, ou seja, depende de outros atos
administrativos para ter sua eficácia assegurada, cumprindo assim seu papel dentro da administração militar.
Conforme o Art. 33 da Lei n° 5.250, de 29 de julho de 1985, vejamos as etapas a serem seguidas para a
efetivação das promoções de praças na Corporação, in verbis:
“Art. 33 - O processamento das promoções obedecerá, normalmente, a seguinte seqüência:
1 - Fixação de limites para remessa de documentação das praças, a ser apreciada para posterior ingresso
nos Quadros de Acesso;
2 - Fixação dos limites quantitativos de antigüidade, para ingresso das praças nos Quadros de Acesso por
antigüidade e por merecimento;
3 - Inspeção de saúde e Teste de Aptidão Física e Aptidão Profissional das praças incluídas nos limites
referidos no item anterior;
4 - Organização dos Quadros de Acesso;
5 - Remessa dos Quadros de Acesso ao Comandante Geral;
6 - Publicação dos Quadros de Acesso;
7 - Apuração das vagas a preencher;
8 - Remessa ao Comandante Geral, das propostas para promoções;
9 - Promoções.
Parágrafo Único - O processamento das promoções obedecerá aoCalendário constante do Anexo 1 desta
Lei, no qual também se especificam atribuições e responsabilidades.”
Isto posto, destacamos que a não realização de uma dessas etapas inviabiliza a conclusão do ato
administrativo da promoção, uma vez que cada uma delas depende da anterior para ser efetivada.
Caso não tenha havido prejuízo para os atos preparatórios da aludida promoção, deve a CPP, no
caso em tela, observar o que dispõe o Decreto n° 4.242, de 22 de janeiro de 1986, que regulamenta a Lei n° 5.250 de
29 de julho de 1985 (Lei de Promoção de Praças da PMPA), no seu Art. 4º, § 2º e Art. 10, referente à promoção em
ressarcimento de preterição, se não houver outro motivo de impedimento:
"Art. 4º - [...]
§ 2º - existindo justa causa, poderá haver promoção em ressarcimento de preterição.
Art. 10 - Promoção em ressarcimento de preterição é aquela feita após ser reconhecido, ao praça preterido,
o direito a promoção que lhe caberia." (Grifamos)
Da leitura do disposto acima aferimos que a promoção em ressarcimento de preterição é devida quando
ocorre o reconhecimento, por parte da administração, do direito de promoção, que caberia ao Policial Militar
preterido.
Caso a condição impeditiva (estar sub judice) tenha cessado em data posterior aos atos predecessores do
ato de promoção em 25 de setembro de 2005, ou seja, tenha cessado em data em que os trabalhos atinentes às
promoções já tenham iniciado, havendo prejuízo para os atos preparatórios da promoção, deve a CPP efetuar a
promoção do interessado na próxima data de promoção, caso não haja outro motivo impeditivo.
DO PARECER
Assim, pelos fundamentos acima, e com referência aos fatos ora analisados, entendemos que a Comissão
de Promoção de Praças deve verificar se a condição de sub judice do militar em epígrafe, cessada em 07 de junho
de 2005, trouxe algum prejuízo para os atos referentes à promoção de 25 de setembro de 2005. Caso positivo
persiste o impedimento produzido pela condição de sub judice. Caso negativo, pode o interessado ser promovido, em
ressarcimento de preterição a contar da data de 21 de abril de 2006, desde que não haja outro impedimento.
É o Parecer,
Ad referendum
Belém, 02 de abril 2007.
JOSÉ MESSIAS GOMES DE MELO – TEN CEL QOPM RG 11898
Consultor-Chefe

2 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 17.ed.São Paulo: Atlas, 2004. p. 522 e 523.

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