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D> vnwversipave vo vatevo novos sinos MPa Commutanede Evento Reitr Pe. Aloysio Bohnen, SJ. Vice-Reitor Pe, Pear Gilberto Gomes, SJ Pré-Reitor Comunitrioe de Extensto Vicente de Paulo Oliveira Sant’Anna «a JEoToRA UNISWOS Dinetor Carlos Alberto Gianott Conselo Editorial Attic Inacio Chassot (Presidente) Carlos Alberto Gianot Tone Maria Ghislene Bentz Paulo Henrique Dionisio Pe. Pedro Gilberto Gomes, SJ. Introdugdo as Ciéncias Cognitivas Organizagao Daniel Andler Tradugio Maria Suzana Mare Amoretti EDITORA UNISINOS 1998 ©Seeit Anonyme Edits Galland 192 1998 Drotesexclsivosdepubiagoom ing por sesapora Bia éEatora ‘mento destes atributos estio reagrupados em pequenas pegas de tecido cerebral que conservam uma relacio topogrficaestrita com 2 imagem ocular. Estes grupos de neurinios projetam-s, por sua ‘vez, na diregio de areas visuais assocativas. Fazendo isto, eles, ganham em seletividade, quer dizer, cles respondem a atributos ‘ais finos, perdendo progressivamentesua relagho topograficacom Amagem ocular. Esta descricio confortaa idéia de uma organizagio ‘modular dosistema visual Ver éuma tarefa complexa que necessita de numerosas operagies, que & sitil decompor em operacies mais 9 Moatahhin LG Macks “Cet sonar pai io two corte pathways clementares que operadores, microciecuitos neutonais, em certas asos bem identificados,executam isoladamente. ‘Mas reconhecer um abeto ¢ loealizivlo no espago s6 toma algumas centenas de milésimos de segundos. sta rapier incom: palivel com sim tratamenta seqiencial, Também somos levados }Propor tim funcionamento “em paralelo” de diferentes eperadores ‘ists, Este paralelismo ¢ duplo. Deuma parte diferentes operago- es so efetuadas ao mesmo tempo e na mesma regio do espago. E assim, por exemplo, que, ao nivel da retina, élulas ganglionares ‘izinhas vo extra sinultanennent tragas espaciais (pelas edulas 1X) e emporais (pela células Y),e medircontrastes positives (clulas, ‘entro-ON) e negatives (eélulas centto-OFF) no mesmo hugar do ‘espaco, De outro lado, o paralelismo ¢ espacial, ne sentido que as, rmesmas operagies vio ser executadas sinullaneaniote em diferentes lugares do sistema visual Esta abreviagio sofe, no entanto, simplificagSes importantes enio pode satistazer oneurdbislago engajado no estudo do sistema visual, Por exemplo, as diversas areas do c6rtex cerebral no S10 somente encadeadias entre elas segundo "estradas” separadas como, ‘resumo que nés acabamos de apresentar 0 deixaria supor. Nume- rosas conexdes religam, por exemplo, a estrada dorsal a estrada ventral; do mesmo modo, as conexdes “de retomo” permitem reen- viaro resultado de tratamentosefetuados a um certonivel para umn nivel inferior a percepcao nao se const unicamente de maneira Progressiva, de baixo para cima. Mecanismos centrais controlam Igualmente de uma esta maneiraasestagbes inferiores, segundo um funcionamento de cima para baixo. Assim, as diferentes areas vi- suais esti nas relagies de reciprocidade complexas, e diversos _métodos existem, anatmicos efsiolgicos, que permitem ordenar ‘estas relagbes, Os diversos atnbutos de um objeto, quenésacabamos de ver decompostos tratads em médulos separades, so integra= {os por um esforco de atengdo em sma aproensio unitira. Aquilo {quese vée aquilo que se reconhece resulta mais de uma construgto ativa do nosso cérebro do que de uma impressao que impoe um ‘objeto que bate em nossos olhos. Mal comecamos a identifiear os ‘mecanismos neurobioldgicos deste fenmeno de sintese percept, [Existe assim tm vai e vem constante do estudo dos mecanis- mos moleculares ecelulares do funcionamento do sistema nervoso Aquele dos processos psicoldgicos mais suits, vai e vem que nds procuramos ilustrar com o exemplo da vist. Estamos, no entanta, longe ainda de uma concepsdo tedrica global satisatéria na qual seriom articulados coordenados os resultados e as toorias das newrocigncias © aquels das ciéncins Cognitvas, Noentantoestainaceguacao (aparente)naowadue ima Verdadeira discordincia entre a natureza do sistema nervaso, dos Comportamentos e aguela da espinto, mas representa a conseqien- ‘Gade um elativ estancamento dos apatelhosconceitunis que, para ‘ada disciplina foram laborados atéo presente de maneita relat vvamente independente. Para s6 dar um exempla, 0 caneeita de tratamento” &tomadloem acepgoes muito diferentes em nearocién= cias e em citncas cognitivas. Nas neurociéncias, ele se reaciona a ‘mecanismos cu explicacao reside na elucidac8o das relagdes cau sais que ligamentresiobjetos materias,moléeulas,canais,sinapses, rewrBnios, areas cerebrais. Nas ciéncias cognitvas, “tatamento” designa os ciculos que operam para transformé+los em repre- sentagbessimbolicas, Estes cilculos obedecema regras,notadamen: te aquelas que dio ao pensamento seu valor logico. Esta simples ‘constatagio conforta a idéia ce uma relativa autonomia dos niveis ‘de explicagio, Nos} tinhames dito, nés emosnecessidade desaber loque'é perceber, decidir, agi, inferirantes de estarem condigies de identiticar os mecanismios neurais responsiveis por estas perior ‘ances cognitivas, Nao se tata de restabelecer tal fendmeno da inteligénciaa tal mecanismoneural, masdeartumar nossa descrigo do cognitive em uma teoria coerente que, por meiv de uma lingua {gem formal explicita, podera enti, e somente entio,reduzirse a ‘uma teoria neuronal. Hoe, sabe-se rogistrar a atividade dos neuro nis bem identifcads, em “experiéncias combinadas”. Estas permi- tem identifcar diretamenteo tipo de tatamento da informagao, no sentido decileulo obedecendo a regeas, que opera nos conjuntos de ‘eurtinios,eespecificar uaissao possiveis,necessitos e suficientes para dar conta das performances cognitivas. Enestas expetincias ue a distinciaentze o cognitive e o neural se desfaz,gragasa elas {ue uma teoria cognitiva redutivel a uma teria neural poders ser fificada. Comproonde-se desde entio que as neurociéncias oct ‘pam um lugar central nasciénciascognitivas. Capitulo 2 IA conexionista, IA simbélica e cérebro! Paul Smotensky ‘Uma nova abordagem da inteigéncia artificial (IA) «mil ao conexionista,suseta depois de alguns anos um interesse eres ‘ente nos laboratorios de pesquisa e de desenvolvimento. Os sste ‘mas conexionistas so grandes redes de processadoresextremamen te simples, que estao macigamente interconectados e operam em pparalelo. Cada processador tem um tulor de atawo numérica que le comunica aos outros processadores em fungio de conexses de forga variavel. valor deativacae de cada processador &constante ‘mente modificado sob o efeito da atividade des processadores a0 {uais ele est ligado, O valor de certos processadores constitu a entrada do sistema, valor de alguns outros constita asta saida, Ascanexdesentteos processadaresdeterminam a maneira pela qual ‘entrada é transformada em saida. Nos sistemas conexionistas, 0 conhecimento est codificado nao nas estruturassimbolicas mas Na configuracio dos coeficientes numéricos caracterizando a eficiia das conexdes entre processadores (© cobjetive da pesquisa conexionista & modelizar ao mesmo tempo os processos perceptivos de baixonivel cos processos de alto Rive, tais como o reconhecimento de ebjeto, a resolugio de proble tna, a planificagaoea compreensto da ligguagem. Existem modelos Conexionistas dos fendmenos cognitivos soguintes: 1 Tradozso do ans 4 ers erga encore gu ngs Afi Inctgnce(Mspcl eave cassie Bae a percepsto da fala 2 Feconecimento vista de objets em dobradura de papel Clasenveltimento de detectores de wages espeializades ‘anise gromatical ea prods de fases yramaticais Salsia a codicagao om mumeragio binds 2 programacao dintca de redes mackamenteparaelas A hgusicio da morfo-fonologia do pretérito dos verbos in flees a par de exempos 7 jogo de titac-toc[o orpion francés)? ae deduges pausiveis sobre um universo familar (por cremplovsebre a fangoe a mobilia das pegs de uma cas) partir de indices ‘fecolugtoqualitativade problemassobeecireuitosetrios simples Una das quests centrais gue se colocam ¢ a de saber sea nc computctonal dos ssteiasconesonsas permite cone osrsitomas verdaderamenteintligentes. A maior pate dost Tntosconeatnisas tat sobre esta quest: enconttarse mito nas ‘Atas do IJCAL, dos Congressos do AAAL e da Sociedade de Ciéncia Congutiva, Or sistemas conexonsieevocadosno poigraf prec dnt esti desaites nos ensaios de Hinton e Anderson (1981): Gentine Seance (1985), Ramelhar, MeCielland eo Grupo de Pes- Suen POP (198) ea iblogrfin de Feldman et (1988), Deda ar iado este argo a questi das cspacidades computaconls, {fuera no entant,subinhar que a pesgsaconesionista 1 orte- setandencorajada peo sucesso dosttodelos formaisdecetosaspec- {oe precsos Go comportamento cogiive human, efortemente tmotada pea conietodequea pesquisa dos prinepis docsteulo urna] nabers por conduct »argitetas de grande poder Computaconal ‘Uma questto€ saber sea abordager conenonsta da 1A pie funciona, uma eta & saber qui sigan ao certo sla funcionasse Ape daca importnes cemesquestes fundamen Armobucio Agcrsensercn tais tratando sobre 9 abordagem conesionista ndo sio ainda bem compreendiddas. Qual a relagao entre os sistemas conexionistase 0 térebro? Coma abordagem conexioninta da modelizacho dos pr cessos cognitivos de alto nivel articulase com a aborcagem sist Tica que Wadicionalmente defiie a 1A e a Ciencia Cognitiva? Os ‘modelos conevionistas padem ajudar:nos compreendera nature o tratamento simbslico que caracteizaa mente, esta relagio com #0 tratamento neuronal que caracterizao cérebra? Tais Sioa ques toes que tratoneste artigo. Ficaré claronamedidaem queeucologue queasrespostas so importantes ni somente porelasmesmas, mas também porque elas esclarecem a questia de saber se a abordagem ‘onexionista fem um poder suficiente. Niveis de anise: estruturas neuronaise estruturas mentais Melhor & pani das seguintes questoes: quais sto as elagses centre as torias da inteligénciae as estruturas neuronaise mentais? ‘Qual o papel dos niveis de analise neuronal esimbstica? [Nosexaminaremes, para comesar,as espostas omecidas pela abordagem simblica tradicional da LA, depots por outro camino, ‘odo conexionismo. © puraigna sinbtico CComecemos pelas estruturas mentais da “psicologia ording- ria": objetivos,crengas, concetos e assim por diante (ver Figura 1. Na abordagem simbslica, estes conceitos mentalistas esto formli- zadosem termosde'"linguagemlo pensamento”segundoaexpres- Slo de Fodor (1575); esta linguagem ¢ reputada por fornecer uma formalizacio literal da psicologia ordinivia. As regras permitindo ‘operar sobre esta linguagem sao para oessencial "3 leis do pens -ento” de Boole (1854). O vetor destasestruturassimbslicas sm Sistem sinbilien fiseo~ ur dispositiv fsico de caleulo permitindo ‘anipular simbolos ~ sustentado, por sua vez, por niveis de imple -entagto inferioresem um dispositive de clculo. A idéia que, se Se descese suicientemente baino no sistersa sible isco ma no, encontrarse-ia alguma coisa analoga aos neuro. Em otas Palavras, trata-se, no quiadro, de fazer a ponte entre as estrturas neuronais ¢ 05 iveis de implementasao inferiores do sistema sim bolic fisio, o que deveria permitir eompreender a relacio entre a8 ‘estruturas neuconais € as estruturas mentais, Se fosse verdad que {quanto mais se desce nos niveiselementares dos computadores mais les se poem a parecer a0s sistemas neuronais, haveria af uma abordagem promissorainfelizmente, a compreensioda construgio eda implementagie dos sistemas simbolicos fsios parece nio ter mais ogado luz até presente sobre funcionamento do cézebro, amas amas = sek foe nae | | gece cree, fy neuronios — sinapses | [conhecimentos iniorencls| ASS ulin) [ae ME] | Came] Tapa a Sa as ons me SSRIS aaa ae Lo clamative Para melhor compreender a via de troca conexienista,& itil analisar um certontimero de propriedades da abordagem simbelica, ‘Allen Newell (1980) formulou este paradigm mais claramente na sua hip6tese do sistema simbélico fisico: "A condigéo necesita € suficente para que um sistema fsico sea capaz de aeio inteligente eral € que ele seja um sistema simbdlico fisico” (p.170). "Acio ____wmopucso as crtvcusconvarvns inteligente geral” quer dizer comportamento racional(p.171) “ra conalidade” quer dizer que, se um agente tem um certo objetivo e sabe que uma certa agio condizira a este objetivo, o agente escolhe cesta agio (Newell, 1982). (E 0s sistemas simbélicos iscos so com putadores universais fsicamente realizados) 'Na pritica da IA, sto tudo significa que os objetivos, as eren= «85, 08 conhecimentos, ete, so todos formalizados sob forma de ‘struturas simbdlieas, por exemplo, listas de Lisp, a8 quais sto formadas de simbolos, os atomas de Lisp, onde cada um ésuscetvel de ser interpretado semanticamente por conceitos erdinérios que ‘nés utilizamos para conceitualizar 0 daminio. Assim, esperase encontrar em um sistema médico especializado estruturas como: _fbreentioprocurarinfecgio Sobre estasestruturassimbélicas operam jrocedimentos de manipwlagio simbilica compostas de operagives Primtivas tais que concatenat lstas ¢ extrair de uma lista certos, elementos. Segundo o paradigma simbélico, 6a partir de operagios deste genero que é preciso compreender os processos cognitivos. importante notar que, no paradigma simbdlic, os niveis de ‘cognigio estio concebidos como anslogos dos niveis dos sistemas informéticos, O nivel simbélico que implementa as estruturas de conhecimento € considerado exato e completo Ist significa que os isinferiores nd so necessris para fornecer uma descri¢ioexata da cognicio em termos de elementos interpretiveis semanticamen- te, A questao neuronal retoma entio aquela de saber simplesmente ‘ome osistema nervosa implementa fisicamente um sistema simbo- lico fisico. A resposta a esta questio € sem importancia para os sistemas de nivel simbolico da lA. [Este paradigma, que Hofstadter (1985) chama “o sonho boo- leano”, sofre um certo miimero de defeitos. Hi diferentes maneiras de tomar consciénciadeles, queme imitareia exbogarsumariamen- te, ‘Do ponta de vista dasnevrocigncias,acoisa ésimples:odefeito doparadigma simbolicoéque ele nao permitiucompreender grande coisa de itil na organizacio computacional do cérebro. ‘Do ponto de vista da modelizagio do comportamento huma- ‘no, os modelos simbelicos, como 0 General Problem Solver, de Newell, Simon (1972), satisfazem a um nivel grossiro, massto os modelos. no simbolicos que parecer descrovero mais naturalmentea estn- ‘ura fina da cogniglo, No reconhecimento das palavras, por exem- plo, énatural pensar emniveis deativagio dasuunidades perceptivas. Enfim, do ponto de vista da 1A, 0 incoveniente do “sonho bbooleano” & que as regras simbolicas ea logica que permite mani- ppul-las tendem a produzir sistemas rigidos efrigeis © paradigma subsinbotico Existe uma outra abordagem, que eu chamo de 0 paradigm subsimbic (vera Figura 2). Este modelo possui um nivel interme diario de estrutura entre o nivel neuronal eo nivel simbélico. Este nivel susimbdlico, que est, em prineipio, mais proximo, ao mesmo tempo do nivel neuronal edenivel simbolico, que eles noo 80 um, «do outro. Quando desereveseacognigo ao nice subsimiio aes Enquelade um sistema conesoista ay sia Scores ents fexas nes —- “a Sins Sen aes reuition Sats | |code, Sera rai waiters | [Pema ees annie 7 iormaiea 7 <_< spronmagio de Po LJ eamne por ‘incite aproumada | ‘descrigoes lac nivel superior \ L_[ ean —\ —Laproximadamente | | decane catanen] 1 ~ i > Fomporamene > tivo Figura 2, Asestratnas newonase tipi subse ‘© nivel subsimblico tenta formalizar, em um certo nivel de astracio,o tipo de tratamento que se produz.no sistema nervosa, Matos detalhes da estrutura e da fungio neuronal estio ausentes do nivel subsimbolic e nivel cle descr € mais elevado do que Squele do nivel neuronal. Alids, a relagho exata entre 08 niveis ‘neuronal esubsimblico esta uma questao aberta;mas parece clara {que ossistemasconenionistasestio bemmaisprOximos dossistemas feuronais de que os sistemas simbelicos, ‘A relagio entee as descrigdes subsimbslicas e simbélicas da cognigio est ilustrada na Figuta 2, Se se escolhe dar uma deserigio dealto nivel do quese passa nos sistemas subsimbvlicos (o que nao acontece Sem uma séra aproximagio), obtém-se descrigaes que sto faproximadamente compariveis as explicagbes simblicas, 38 cons- trugbes tradiionais da A. Mas se 0 paradigma subsimbdlico esta disposto a dar uma explicagio aproximada dos objetivos e das, frengas, ele nlo est pronto.a ter compromisso sobre 0 proprio ‘Comportament. Por rss das explicagdes da psicologia ordinaria © {da IA simbolica, esto os verdadeiros dados da performance intl gente humana, © nosca hipdtese € que os sistemas subsimbslicos testo em medida de dar conta fielmente destes dados. E preaso notar que 0 paradigma subsimbslico dé um papel inteiramente diferente ao aspecto neuronal das coisas as estruturas ‘neuronais constituem a base (em um certo sentido suficientemente abstrato do temo) do formalismo que di a descricao precisa da Inteligéncia, enquanto que as estruturas mentalss0 intervém nas descrghes aproximativas. ‘O restante deste artigo explora a natureza do nivel subsimbo~ lico eas deseriches de alto nivel dos sistemas subsimbélicos que sto aproximadamente equivalentes is explicagessimbslicas. Eu gosta- via de indicar de que maneira a formalizacio da cognigio que ‘procede por absiragso a partir das estruturas neuronais ~ mais do {que aquela que opera formalizando simbolicamente as estruturas menfais ~concliz a concepcies novas e iteressantes do conheci- mento, da meméria, des conceitos e da aprendizagem, ‘A Figura 2 ustra1um aspeco essencial do paradigma subsim- bélica:naase deve conceber 0s nveis da cognicdo por analogia com niveisdesistemasinformaticos,empilhados soba parte“ mental” do dingrama, Da mesma forma que oscanceites newtonianos fornecem luma descricio aproximadamente exata dos fendmenosFiscos que So desentos de maneira mais precisa pelos conceites quanticos, 0s conceitos simbélicos da psicologia ordindriafornecem uma descri- ‘pho aproximadamente exata das fendmenos cognitivos que sto des- {rites de maneira mais precisa pelas concepgdes subsimbolicas. As estruturas mentais assemelham-se mais 4 descricio de ato nivel de tum sistema fisico do que & descricio de alto nivel de um sistema informatio, A interyrtopansemintin A oposigo mais profunda entre os dois paradigmas reside talvez na interpretacio semantica dos modelos formas. Naaborda~ _gem simbslica, 0s simbolos (&tomos) servem para denotar as enti- ddades semanticamente interpretavels (conceit). Estes mesmos simbolos s40 abjetos governadas pelas manipulacées de simbolos fem vietude das regras que definem o sistema, No paradigna simb>- lico isto deixa de ser verdade- As entidades suscetiveis de receber ‘uma interpretagao seméntice s80 configuragesdeatvidae sobre um sgrande numero de unidades do sistema, enquanto que as entidades ‘manipuladas pelas regras formais si0 0 conjunto das ativasces individuais daselulas da rede. As egras ratam sobrea propagasio da ativagio,e sto entio de natureza profundamente diferentes das regras de manipulagso simbdlica, Isto caracteriza 0 tipo particular de sistema conexionista no (qual sio as configuracdes de atividade que representam conceites, leno a aividade de elementos individuais. (Neste itso caso, o niveiscoincidiriam, comono paradigma simbélico.) Em conseqién- «a, 0 paradigma subsimbslico coloca em jogo sistemas conexionis- tas que utlizam 0 que se denomina representagiesdistibuidas, por ‘oposigao as representagdes locais. (Os dois volumes de Rumelhart, McClelland eo Grupo de Pesquisa PDP, analisam sistemas conexio- nistas dstribuides; sistemas conexionistas locas Sio estudados em Feldman e Ballard, 1982 e Feldman eal, 1985.) Assim, no paradigma subsimblico, a descrigio do sistema formal situa-se a um nivel inferior aquele do nivel da interpretacio semantica; 0 nivel da denotagio é mais elevado do que o nivel da ‘manipulagao. Diferentemente da abordagem simbslica, 0 paradig. :ma subsimbolico tem fundamentalmente uma estrutura em das ‘amadas, O nivel semantico superior nao é necessariamente suse tivel de eceber uma formalizacdo precisa conivelinferiornaod uma 7 eropugAo Asexescus cous os “simples implementacio" ce um formalismo completode altonivel. (Os dois niveis sio essenciais o nivel inferior para definir 0 que é 0 sistema (em tezmos de propagacio de ativagto) €0 nivel superior para compreender 0 que o sistema sgn (90s termos do dominio {e problema). CO nivel subsimbslico Vou agora caracterizar de maneira mais detathada o nivel subsimbdico. A cognigdo toma, a este nivel, um aspecto bem fe. rente daquele que ela fem quando situamo-nos no nivel simbslico. Examninaremos, na iltima parte deste artigo, descrigdes de nivel “superior de sistemas conexionistas nas quais se poder’ ver emergir algumas das caracteristias do nivel simbalic. (0 fermalsnosubsimblion Nonivelfundamenal dossistemassbsimbulicosencontase uma colegio devardvels dintmicas Existem doistipoc um ave de Sieg para cada tne e uma for Ge conesso para ca Tigao, Os dis pos de vrives so pie continues. As repos que define ete seas sto reas de raat de age eas cde moan dn orga dos conerSe Sh e9.950- ts diferencasembor sj simsladas porequagies com afer fasfinta) Tptament, as equagies derendas dosh ecatel6- fens met vende elope fart uma breve apangs0 ms Sane Fl alec ‘papel computacona deste das tpos de equages ¢ 0 seguini Asregas ce tanamscto Ge ativagio so defato reas de inferno eas de ners age, ras ropras de ner Gintsca, As repos de modiicagio da forge das cones 80 Procedimentosdememorzagioe eaprendizagem, Volare acstas gusts Como o sistema fundamental é um sistema dinmico cus vorisveisevcluem continuamente,oparadigma susimibco mar Cuma pra acl com ean pasa simbien Noo psu com feito qu coi sees onic feo Isto decorre naturalmente da escolha de um formalismo mais inspirado pelo neutonal do que pelo mental ‘A relacao entre 0 formalisme subsimbéico eo tratamento pricoldgico é em parte determinada pelas constants de tempo que inervém nas equacdes diferencais que governam a ativagao e rmodificagio da forgs das conexdes. O tempo requeride para wma, modificagao significativa denivel de aivacio € da ordem de 100s; ‘ tempo necessirio para uma forga de conexio mudar de maneita apreciavel é muito mais longo, digamos da ordem de um minuto, ‘Assim, para tempos inferiores a uns 100 ms, tem-se somente wma equilibragio ou “estabilizagio" da rede todo o conhecimento conti rnuo nas conexoes € utilizado em paralelo, Nesta esala de tempo, 0 cileulo 6 paralolo. Em eseala superior, aquela dos process0s cogni= tivos que duram varios segundos, como a resolugio de problema & © raciocinio nao imediato,trata-se de miltiplas estabilizagoes da rede ede um cilculo seqiencial. Eo dominioda cognigiopara equal as descrigdes simbélicas sequenciais, como 0 Genera Problem Soler, simbélico, compreender como a informacao estruturada pode ser ropresentada,tratada eaprendida no paradigma subsimbdlico. Um. primeito esforgoneste sentido foi feito por Smolensky (1987)),onde se mostra como construirrepresentagdes conexionistas distibuidas por estruturas que permitem aproximar (mas nao implementa) © tratamento simbélico do estnsturas. A idéia central é aquela de representagio por um produto tensorial, na qual um esquema de atividade para uma dada estrutura € construldo superpando-se as, configuragbes de atividades de seus constituintes. Constréise a configurasao representando cada constituinte pegando 0 produto tensorial ou vetorial (ou 0 produto das matrizes) de duas outras configuragées: (1) uma representando @ papel do constituinte na ‘estrufura tomada como um todo e @) a outra representando 0 elemento que preenche este papel. A teoria das representacbes pelo produto tensorial foi desenvolvida em Smolensky (1987 b, 1988 b, 1990 a, 1990 b), Smolensky & Mozer (em preparacio). Resultados preliminares da aprendizagem conexionista da estrutura composi- “Um animal, mas eu no sei mais qual ao certo." agulha + “Esqueci, cartaz + *Nenhuma ida, lua + “Naosei, ‘Todasestas palavzas-estimalo designam objetos fisieos cancre- tos. Pediu-se também aa paciente para definirpalavrasabstratas Eis aqui algumas das suas respostas: spl + “Pedi ajuta com forgo.” vocagio + “Aguilo que se tem a fazer” [It one's jobs} Srbitto > “E1um homem que tentaarbitrar Chegae a uma solugio paeifica.” pact > “Acordo amigivel.” (© paciente conseguiu definir 85% das palavras abstratas que Ihe foram apresentadas contra somente 24% das palavras coneretas ‘Outros pacientes (por exemplo, Patterson e Shewel, 1987) apresen- tam o efit inverso: as palavras concretas sto melhor compreendl- das que as palavras abstratas, Esta dupla dissaciagao indica que o ‘isl sernintico compreende sistemas separades para a repre: sentagio dos conceitos concretos e abstratos. Se quis mesmo tirar subdivisdes mais detalhadas de certos rabalhos de neuropsicologia Cognitiva, Humphreys e Riddoch (1987) relatam em um artigo de balango o caso de pacientes tendo dificulales sem nticas seletivas, relativas a categorias muito especitica, como as frutase os legumes, ‘au as objetos da casa, ox as partes do corpo. Siber se se trata aqui de uma distingio entre palzoas para ‘oncetos abstratose palms para conceitos coneretos, ou se a dis tingio se aplica ao dominio conceitual, ele mesmo, antes que para a linguagem, é uma questio que no foi ainda examinada. Mas uma coisa € clara: estes deficits semanticos seletivos podem ser inde ppendentes da modalidade ~ dito de outra forma, o paciente pode manifestar exatamente a mesma configuracio deficitiria para as palavras que Ihe pediram para ler e para as palavras que s80 pro- ‘unciadas diante dele (6) Sintose. Estudos como o de Berndt (1987) e Parisi (1987) mostram que, quando se constata que a lesio cerebral alevou a una pperturbacio especifica do tratamento sintixico, os aspectos do tra tamentosintixico que esto perturbados variam segundo os pacien= tes (0 que signiic, evidentemente, que os aspectos do tratamento sintaxico que estan preserves variam segundo os pacientes). A ‘apacidade de utilizar o tratamentosintéxico para compreener fa S65, a capacidade de produzir de maneita apropriada palavras de ‘lasses fechados (como 08 artigos, os conectives, os demenstati- vos... nosensaies de conversa ca capacidade deconstruiresquemas de frases formam trés exemplos de aspectes do tralamento sintaxico {que podem ser seletivamente preservades ou perturbados. Se se ‘observa pacientes nos quais um destes aspectos do tralamento per ‘manece intacto enquanto que outros esto perturbades e pacientes ros quais um aspecto esta perturbado enguanto gue outros est30 intact, conclui-se que o tratamentosinténico passa porummédulo sintéxico composto de subméilos independents, {c) Morfologn.O italiano ¢ uma lingua morfologicamente rica fo que explica que se terha muito estudado 0s pacientes afiscos italianos tendo perturbacies especificas do tratamento morfalogica, Miceli e Caramazza (1987) estudaram uum paciente manifestando ‘uma perturbagio morfoligiea na tarefa consistindo em repetir pa- Javras isoladas que se enunciava diante dele. Quase todos os eros dl ropeticio consistiam na produgio de um bom morfema radical dla palavra estimulo com um sufixo ineoreto, Alem disto, quase todas os erros de sufixo eram inflexionaise nao derivacionais -em ‘otras palavras,o sufixoincorreto podia mudaro numero, 0 genero 0 tempo da palavra estimulo, mas 0s erros nos quais 0 sufxo corroto era substituida por um sufixa derivacional (por exemplo, substituirum nome por sua forma djetiva, ow um advézbio por um, verbo do qual ele derivou) eram raros. Este resultado demonstra 3 realidade psicoldgica da distingso entre morfologiainflexional © morfologia derivacional: em outros termos, isto mastra que nao ha tum sé sistema de tratamento morfol6gico que se ocupa de todas as formas de sufixos. O médulo morfol6gico contém, ao cantrtio, urn submédulo inflexional e um submodulo derivacional (ao menos para 0s locutores do italiano; a situagio poderia ser diferente para (os locutores de uma lingua apresentando menos inflexdo como o inglés). (a) Fonologia. Uma forma disseminada de perturbasso fonolé= ‘ca na afasia é a exomin- 0 paciente nso pode reencontar a forma {onoldgica de uma palavra quando ele busca dizé-la em conversa 0 quand ele quer nomear uma imagem ou um objeto. Esta desordem, como a perturbacio semantica analisada mais acima, pode estar ‘specificamente ligada a uma lasse particular de palavras:Semenza © Zeltin (1988) descrevem tum pacente que sé era andmico para certos names proprios. Sua conpreensio dos names proprios estava intacta. Ele s6 apresentava uma perturbagio quando The pediam Para pnduz-los(espontaneamente ouem umatarefade designacio) le produzia sem dificuldade as palavras que no eram nomes roprios. Consequentemente, os mecanismos que 6s utilizamos ara produzir palavras nao podem ser idénticos para os nomes Proprios e para os outros tipos de palavras: deve haver ao menos ‘um constituinte do tratamento especializado na produgao denomes _ropries = um constituinte de tratamento que & um submédalo 1ucdo As cues coon fonoligico. Poderia parecer artifical adotar aqui @ ponto de vista Segundo oqualexistem sistemas inteitamentescperatosde produgio {denomes priprios e de producao de outras palavras; mas que isto fej ou nao artifical nao esta em questio aqui. O que conta 20s rossosalhos é qi os resultados obtidossobreeste pacienteandmico vvenham apoiarahipétese de que o méculo fonoldgico éele mesmo Composto de submadulos menores, Uma questao mais importante Gaauséncia de dupla dissociagSo: enquanto ndo se iver observado lum pacientecapaz de produzir nomes proprios,mas perturbado na produgio de outras palavras, toma-se possivel rejitar a conclusio Ge submodularidade dizenco que, por uma razio ainda desconhe- ida, 0s nomes proprios sio dificeis a tratar, e quando © médulo fonoldgico éatingido, os lementos que sofrem maissdoaqueles que sho intrinsecamente os mais dificeis. A dupla dissociagio, se a ab- servarmos, permitiia nectar esta objecao. (6) Orlografi. Os dados neuropsicoligicos mostram muito laramente que tratamento ortogrsficodepende de um sistema que tontém um grande nmero de submis bastante especalizados (er, por exemplo, Coltheart 1985; Patterson, Marshal e Coltheart, 1885). Por exemplo, todos 0s modelos detalhades do tratamento cortogrético publicados até agora contém um subsistema de trata mento que liza regras especificando as elacbes entre segmentos lortogréficos e segmentos fonologicos. Um tal sistema seria © que permite ler em voz alta uma seguéncia de letras mesmo quando ‘nunca se viu esta sequneia antes, quer dizer sem ter um conheci- mento anterior do estilo particular permitindo léla em voz alta, “Mostrou-se - por exemplo, Coltheart (1985) que este submédulo dosistema de tatamento ortogrifico pode, por sua vez, serdividido fem trés constituintes menores: um sistema que analisaa seqiéncia as letras em segmientos ortogrificos apropriades, um sistema que reencontr a forma fonoldgica apropriada para cada segmentoe um sistema que forma uma totalidade fonolégica a partir da sequéncia resultante de formas fonol6gicas. Coltheart (1985) fomece alguns elementos de prova em apoio desta subdivisso tripartite do subm dulo. Se estudos suficientemente sistemticos viessem confirmar estas hipéteses,nés teriamos a prova de uma modulatizagao entre ‘mamente fina no caso do domino ortografico. Se se adota um ponto de vista histrico sobre a andlise da ‘concepsao modular da eognicio tal qual ela aparece nos resultados ‘dapesquisaem neuropsicologia cogmitiva, a tendéncinevidente que se destaca & aquela de um grau crescente de modularizagio (o que significa que os médulos toenam-se sempre menores, e cada vez mais especializades). Nés comesamos por distinguit 0 médulo da linguagem do médulo do reconhecimenta cos objtos (que sugeria, 1 dupla dissociagio entre afasiae agnosia visual, Os dois modulo precisaram em seuida ser subdivididos ao menos em dois. Depois, texaminamos 05 tltimos tabalhos de neuropsicolagia cognitiva da Tinguagem, e constatamos que eles va claramente no sentido de médulossemintico, sintéxice, morfologicefenoldgicoe ortogrifico existindo separadamente. Enfim, es trabathos em curso parecer indicar que mesmo estes trés submédulos lingusticos suficiente mente especiaizados tém cles mesmos uma estrutura interna; em jutros termos, cada submédulo tem sua propria organtzacio mod has Bibliogeafia BERNDT. 5.1967) Sympton co-ccurene an dhs inthe interpretation ‘ol arammats" Coldest Mi Satan soy, (eb) The Coe earaprtsy of Lngne Lond, Lawrence Eta Asses i [CHONSRY. N86 Krone Language Ie Naar Oni ond New York Prager CCOLTHEART, M198) “Cognitive newopesholgy andthe study of edn espe Mie Marin O.§ M (ed) Aton ond Perse XL File [COLTHEART,M, SARTOR .& J00, 8 (1987) The Cotte Nearpahdyof LL, A.W., & YOUNG, A. (1988) Humor Cote Newapsychaagy, Londres, {ec rh Avot Lid ODOR JA (980) The Marit of ind AIT Pro, Came, MI Pres trad FFODOR J.A.(1985}-Precisof the Modulinty of Mind”, Boviura and Bi Since, HINTON, G.£ MECLELLAND, JL. & RUMELHART,D.E (566) Disteuts represents Ramehar.D Efe McClane seit Cain i Pe HOWARD. 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Seu modo de funcionamento & entao “ego” a certasinformagses suce- liveis de serem utilizadas por outros processos cognitivos. Esta nocio de impermeabilidade de um sistema de tratamento ‘em relagio as informagdes exteriores a0 seu proprio dominio de aplicagio ests presente em numerosos fenimenas psicolgicos. AS- sim, por exemplo, é claro que, mesmo se nds estamos prevenidos que 0 comprimento do segmento horizontal da esquema A ¢ idn- {ico aquele do esquema B, esta informacio nao modifica er nada 0 fato que nds percebemos o primeira segmento como sendo mais Jango do que’ segundo. O resultado dos cieulos efetuados pelo ‘Rosso sistema visual no é controlivel cognitivamente, A ilUSi0 ‘aun se impoe a nds de uma mane imeprensve. Em outs palavras, nionos serve de nada “saber” que os dois segmentos 0 ‘objetivamente iguais, Exquema A Some ExquemaB A tee a malar conde ia ites ito sevens do stoma estado peso nota que acaracterizngh dag Sue consi © cantetoesdgeno sth neceariamenie gaa Also precisa dla ise de dads assocnda ao mul No dn iodo ratamentodalinguagem,enquantoFodorfaladeummedulo lngistco complexe nage procsing moti), Forster e Garett ‘em ros submnidulos ditinos. Cada un destes médolec & dtinido com relenla um nivel particular de representago et (eer amb Liberman e Maing 1985, que concern un Inodule de pore dos sors da fala ou modulo foi) Teta dingo ente diferente submoduls do sistema deta tament da ingsagem pemitecaracerza as bases de dados cre respondents e condia a fisar os limites etitos sobre as toss presi entresous componente, Asi, por exemple, eto aul res Forse, 1978 Swinney 197, Tanenhats Laima Setdenber 1973) casideram que-0 sistema Idnico constitu um ado teatamento de tl mai gues proedimentosd aceso a lec renal fe dcteninados exchisivamente peas informages pret entes do sina e ela rganizagi int do lenin Segundo et Iipitese as informagien deriva doe nies Lngustcos supe ‘lores de traament, nivel sinxco ou seman, ado poder afearo proceso de aces propriamente dio. Has poder, pot cutze Indo, moxiicr a laps mai adie ou posto da inte facto das infomagies Isis coms aguela sides de outros ives de tatamento (para ina dscusato soe este pont, ver Seg Beatin, 1988). Neste capil, més abordatenos certos aspects da tese da sodularidodecom reach, de um lao, snares da base de das dssoiados 2s submdles ngulticos ede outro la, inet Ces evens cnr estos submddon Par fare isto examina dros alguns uaa eens eftuados sobre a percept da ‘guagem falada. i. 7 exctha do dominio do percep dos sons da fala para iat ets aapetos da tee da odulrdade esa yada ala dle ques perntnca da hipoese a modolvidde pode dependee no que cone ‘em wma larga mesdida, da. nature onsiderado e, em particular, de sua precocidade no sistema de teatamento. Assim, enguanto a nogto de modularidade parece ap tatse ds primeiras etapas do tratamento, os processos mais tars {mplicados na interpretacie da mensagem recebida si poressencia “abertos” © nao modulares porque permedveis as informagoes de natureza muito diversas, linguistica contextualmente, Esta distin- {ho entre processes de tratamento da linguagem mais ou menos modulates conduza admitie que os prineipios explicatives adianta {dos para explici-los vio ser bastante radicalmente diferentes con forme endetesarem-sea uns ot a outros. Equant que os processos rmodilares parecer interpretveis por referencia a uma s6 arquite fura funcional do sistema de tatamento, os processos mais comple. x08 implicndos na compreensio da linguagem exigem wm nivel semintico-pragmtico de interpretacie, 'Na primeira parte deste capitulo, examinaremos os processos de segmentasao perceptiva a partir da tomada em consideraco das propriedades do stim da fala assim como das caacterstcas do Fistema perceptive, O objetivo dos trabalhos apresentados nesta parle & de desiacar os principios que guiiam os procedimentos de Eegmentagto do sina eestabelecer em que medida estas operagoes so universis(e presentes eventualmente desde o nascimento) ou, ‘0 contrarig,sensiveis as propriedades fonologicas das linguas con= sideradas e entio igadas 9 sua aquiscio. "Na segunda parte, examinaremos a problemtia do grau de autonomin dos subsistemas de tratamento a parti da analise da interface entze 0 nivel actitic-fonstico e o nivel lexical za do processo psicolingtistico Algumas propriedades do input de fala ‘Aonda acisticacorrespondente ao sinal de falatem um carter cessencialmente continu que contrasta com a natureza discreta de nossa percepsio, Esta continvade da onda sonora resulta da fato ue, quando da produto, nosso sistema articulatéro esté em mo- vimento constante e a passagem de um som a0 som seguinte fz parte de um mesmo "gesto” articulator. Com a finalidade de dar canta desta propriedade da onda sonora de fala, apelasse geralmente para a nado de coaticulagio, sta nosio faz referincia ao acavalamento temporal dos indices actsticos correspondentes a diferentes formas no sinal, Como pode-se constatar na Figura 3 os indices acusticos que subjazem 3 percepgio clos trés fonemas ce uni silabafechadla CVC (eonseante \ogal-consoante)estio largamente distibuidos no interior dest, que toma possivel uma transmissio paralela dos segmentos fore cos. A silaba aparece assim como senclo 0 “rastro” de um articulator intogrado iiéncia Freq Fagus Uma consequéncia importante desta estruturagio particular dont da falaé que ¢ praticamenteimpossivel isolararificialmen: te no sinal os indicios acisticos correspondendo a um segmento fonétco particular da silaba, Estes segmentos si eno fortemente coditicados, ou sj, seu modo de realizagio.na onda actstica esta testreitamente ligado ao contexto fonetico no qual eles sobrevéer, Isto explica, alias, a dticuldade de estabelecer 0s indicios acisticos invariantes correspondndo a cada fonema da lingua. A identiticn {gio do segment incial das silabas /di/e /da/ pode serefetuada a patir de informacdes actisticas muito diferentes. No momento tual, ndo estamos aptos a caracterizar de uma maneira precisa os indicios acisticos ublzados pelos ouvintes para identiiear a men. sagem fonctica, ‘Uma demonstracio bastante impressionante da natureza for: tementecodificads do sinal da fala ¢ iustrada pelos trabalhos de Blumsteine Stevens (1980). Estes trabalhos mestram que 0 sujeito€ capaz de identifica consoante ea vogal de una silaba aberta CV somente a partir dos 20 primeitos milissegundos do sina. \ apee sentagio de fragmentos de sinal de duragoes mais curtas impede a Identiticagio do primeiro ¢ do segundo segmento. Segundo estes autores estes resultados sugerem que ha uma percepszounitaria da silaba 'Na mesma ordem de idéias, as pesquisas conduridas com crlangase adultos iletrados mostraram que estes sueitossa0incapa, 22s de efetuar vina analise fonética explcita cla palavra falada. Fles rmosteam’se incapazes, por exemplo, de retrar o primeiro fonema, sdeuma palavra paratransformar tale” em “able”, "Tune" emt “une”, etc A possbilidade de acessar de uma maneira conscente a organi. 2agio fonética da palavta depende de uma maneira estreita da aptendizagem privia da leitura (Morais, 1987). Por outeo lado, 3 anilise silabica da palavra parece desenvolver-se de uma maneita largamente “natural”, Estucos recentes mostram que esta andlise silabiea 6 qualitativamente comparavel nos sujitos tendo aprendi- doa ler ea escrever e nosiletrados, mesma'se a performance global dos primeiros € superior a dos segundos (Morais, Content, Cary, Mehler e Segui, 198), (© papel da silaba na anslise da cadeia de fala Considerando e que precede assim como os resultados tic ddos em uma série de expentineas psiolingisties, adantamos Gesde alguns anos com Jacques Mehlcea hipatese de que a silaa constitu uma unidade “natural de trataments” que seri elaborada muito precocemente ao longo da aalise pereeptiva do sna da fla (Mehler, 1981; Mobler, Segue Frauerfeer, 1981; Segu, 1984) ‘Aim de colocarem evidéncia a pertnénca da sisba sobre 0 plano perceptvo, exploramos o foto que em frais uma mesma feajnca nical de fonemas pode ter Valores slsbios distintos Segundo seu cantexto de relizagto. Assim, a seqnca BAL cons tala nial da pala BALCON, macro aqela da palara BALANCE. Eo inven pata asoquincia BA, A utizagio deste tipo cde material permite esabelecer em que medida a detecgao de uma mesma seqiéncia de fonemas depende de ext valor sabi na palavra. Pedimosentao para nossos sjeitos detetarem as seq: Ciasde ipo BA-BAL (altos CV e CVC) em pares de palavras come BALANCE © BALCON (palavras CV e CVG). tela do sujet & dle responder o mats rapidamente possivelapertanda um botaa de respesta logo que entenida uma palavra comecando pela seqancia previamente especiicada favo} ‘A Figutad mastra.os estado obtidos nesta pesquis. Como pode'se constatar,o tempo de resposta para a detecao do alva dlepence doseu valorslsbicona palavramaisd que do nimero de fonemas que a constituem (Mehler, Dommergue, rauenfeler © Segui 1981) 7 x alas palseae Figura 4 To fg E preciso notar que as silabas inicinis das palavras francesas| sii geralmente bem mareadas no sina scistic ce maneira tal que las podem ser destacatas faiimente quando da anise perceptiva, Por outeo lado, a analisesiabica dos sementosfonsticasiniiaisdas palavas inglesas ¢freqdentemente complesa. Se tomarmos come ‘exemplo a palavia inglesa BALANCE, a frontera silica inicial 6 mbigua porgue ela pode eneontrarse “antes” ow “depois” do forwma /1/-Certosfonloges dao conta deste fatoconsideranco que este fonema pertence a primeiza ¢ a segunda silaba, ¢ tatarse-ia tenlaode um segmento ambissilabico (BA/L/ ANCE/). Considerar ddoesta propriedade de inglés, nds decidimos conduzirnesta lingua Juma experiéncia andloga aquela efetuada em francés wtilizando duplas de palaveas “proximas” daquelas empregadas er frances tais como BALANCE-BALCONY (palnvras CVIC}e CVC), ‘A Figura 5 mostra que o padi geral dos tempos de resposta muito diforente daquele observado com um material francs Palavras gun. TR fg do ig de aed tp cde aor ns). ABiguraS indica que nto existe nenhum tragodesegmentaci silabicne sto mesmo para aspalavras CVC cujaonganizaciosilabica 6 no ambigua, Depois destes resultados, pareecu-nos essencial ddoterminar sea natute7a silica onda silabica dos pracedimen Ublizados depende da lingua do ouvinte ots bem se ela &"imposta pelns propriedades acisiens do material experimental wilizad. 8 fim de responder esta questo, concuzimes dias navas expen clas nas quais “cruzames” a lingua dos sujitos com aquela do ‘material experimental — = Peles consatarna Figura? que as performances dossieios sngleses com um material francés sto muito compariver alas otervadas por estes suits em ingles A Figura & most que sono leno pr on aces Epc dae no entanto, que, par Os sujitosfranceses a segmertagao abn so bservada de maneira ida para as palavras cay estutuca iba nto ambigua, quer dizer as palavras CVC (Culler, Mehler, Norris Segui; 1983, 1986) : Pet fa Panes 7 foray ey Paaeas ae ae are te Seng Fig 6. TR ofan do tip de aoe d tipo de paler ns. [= «| ——as* x09 rate ora Figure 7.7 om fg do tw de aoe ide para fn foascit Estesresultadasmostram ques procedimentosdetratamento do sinal da Tala sto fortemente determinados pela organizacio fonoldgica da lingua dos ssjeitos, No quadeo da hipotese da mod laridade, so significa quea base de dados do sistema detratamento responsive da segimentagao da fala éa0 menos parcalmente elabo rada eestabilizada quando daaquisicioda linguagem. Isto pode dar Conta do fato que os sujeitos que podem ser considerados, segundo fos critérios habituais, como binges perfeitos podem bem ter urna lingua dominanteno que conceme estas etapas precoces da anise pperceptiva (Cutler, Mehler, Norts e Segui, 1989) Percepgio fonética e acesso a0 léxico. ‘Autonoma ou interagao? [Nesta segunda part, examinaremosa problematica da encap: sulagio informacional dos ubsistemasde tratamentoda inguagem. Esta problematica remete em psicologia 3 oposiio entte as teorias interas eas teorias autSnorans da percepcio. [As teorias interativas da percepcio postulam que as informa- «bes derivadas dos niveis uperiores de tatamento podem afetaras Secisses tomadas nos niveis inferiores. Por outr lado, segundo as teorias da attonomia cada nivel de representagio é elaborado de ‘maneira autonoma, Os primeiros admitem entio que 0 fluxo da informagto soja bidirecional, ascendente e descendente, enquanto ue, para os segundos, este fluxo s6 pode ser ascendente. INés abordaremos esta oposicao entre as torias autdnomas € interativas a partir da analise da interface entre o nivel actistico-fo- ético © onivel lexi. Estes dots niveis estio estreitamenteligados porque a perspectiva dos procedimentos de andlise do sinal & de permitir a identificgso das palavras. Todavia, se ¢ correntemente ‘dmitido que nossa identificagao das palavras esta baseada na ana Tise dos sons que aconstituem, a afirmacio inversa, segundo a qual nossa percepsio dos sons da fala depende das palavras das quais, ‘les fazem parte, ext no centro do debate que examinaremas nesta sogunla parte ‘A fim de abordlar oestudo da interface fonético-1éico,usliza -mosainda uma vez 0 procedimento de detecgio de fonemas porque este parece particularmente adaptado para refletiro ratamento da informagio ao nivel acisticofonético. A questao precisa levantada estas pesquisas é a de saber “quando” © “como” as informacives drivadas do nivel léxico (do nosso conhecimenta das palaras da lingua) poclem afetar os procedimentas de identificacio dos sep -manitos fonéticos (Segui, 1986; Segui e Frauenfelder, 1986). Segundo ashipotesesinterativas,asinformagbesléxicaseacis- tico-foneticas interagem na determinacio dos procedimentos de Pereepsao. Assim, segundo Stemberger, Elman e Haden (1985), 3 Fesposta de deteegioa um alvo fonético procede de uma unidade do nivel de representagiofonética cujo estado de atvagao é determina ddo de maneita conjunta pelasinformagoes provenientes da andlise do sinal acistico edo nivel léxco de tratamento, Exsteentio neste nivel uma interacio entre as informagdesinfralexicas e [éicas. Eo “resultado” destas interagdes que determina, a eada momento, © «estado deativacio das unidacles de representagao do nivel fonetico Uma tal hipotese € largamente inspirada pelo modelo TRACE ela: bboraco por McClelland v Elman (1586). Neste modelo, nivel lxico contribu dietamente” nocstad deativagio dasnidades donivel fonetica, Segundo as teorias autOnomas,nio existe verdadeitainteragio entre os diferentes niveis de tatamento, As informagées léxicas nko podem afetar as decisies tomadas no nivel acistico-fonstico. Toda Via, a fim de dar conta do fato que em certascondigtes o tempo de dletecgio do fonema varia em fungao de parimettoslexicos confor~ ‘me o fonema fara parte de uma palavra ou de uma sequéncia de fonemas que nao constitu’ uma palavra, por exemple), asteoras da ‘utonomia propdem quea identiieagio do fonema-alvo possa estat baseada, eja em um abdigo acistico-foneticoelaborad a partir da andlise do sina, sejaem um codigo Iéxio correspondend 8 repre~ sentacio fonoldgica da palavra no léxicointemo, Segundo a versio. do “RACE model”, de Cutler e Norris (1979),a resposta de etecgio sera formulada a partir da representasio do estimulo que € a mais rapidamente acessvel a sujeito, Segundo esta hipStese, em cerias circunstincias o cédigo acisticofenético pode estar disponivel ane tes do cbdigo léxico, enquanto que em outros 0 cSdigo Leica est dlisponivel antes que o procedimento baseado na analise do sinal fenha permitide a identificagio do alvo. Segundo 0 ipo desituaga0 ‘onsiderada, deveria observarse ou nao um efeito lexico sab Aeteegao do fonema Conforme os resultados obtidos nas pesquisas precedente, formalamosa hipotese que ainformacio Veiculada pelasilaba inicial

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