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Concreto com Agregados Reciclados de Borracha de Pneu - Resisténcia 4 Compressao a Altas Temperaturas Santos, Cristina Calmeiro', Rodrigues, Joio Paulo C.? I: Instituto Politéenico de Castelo Branco, ISISE ccalmeiro@ipcb pt 2:Universidade de Coimbra, ISISE Jpaulocr@dec.ue.pt RESUMO A sustentabilidade ¢ uma preocupagio para a indistria da construgdo civil, uma vez que € responsivel pelo consumo de uma grande quantidade de recursos naturais ¢ por impactos ambientais. Assim, a utilizagio de agrogados recicladas em substituigo dos agregadas naturais mostra-se benéfica ao minimizar os impactos ambientais, o consumo de recursos naturais © na redugdo de alguns problemas urbenos associados & acumulago de Lixo. Neste contexto, 0 trabalho de investigagdo desenvolvido teve como objetivo o estudo da utilizagao de agregados reciclados de borracha de pneu na composigao do concreto, contribuindo com uma alternativa sustentavel para o problema do depésito de pneus apés a sua vida itil. O trabalho laboratorial realizado compreendeu ensaios de resisténcia & compressio do eonereto, Estudaram-se trés composigdes de eonereto, uma composigao de referéncia, uma composido com uma taxa de substituigdo de 15% e outra com taxa de substituigdo de 30% de agregados naturais por agregados reciclados de borracha de pneu usados. Os diferentes provetes de conereto foram submetidos a virios niveis de earregamento (0,15t; 0,3fa € 0,7ha) € a diferentes niveis de temperatura (20, 300, $00 e 700°C). Os resultados obtidos permitiram verificar que 0 aumento da Percentage de agregados de borracha reciclados de pneu inseride no concreto conduz a um aumento do controlo de fendilhagio e minimiza o surgimento de fissuragio de origem térmica Palavras chave: concreto, agregados reciclados de borracha de pneu, temperatura resisténcia & compressio, ABSTRACT Sustainability is a concern for the civil construction, since this industry is responsible for consuming a large amount of natural resources and for environmental impacts. Thus, the use of recycled aggregates to replace the natural ones prove beneficial to minimize environmental impacts, the consumption of natural resources and in the reduction of some urban problems associated with the accumulation of waste. In this context, the research performed had the target of study the use of recycled aggregates of tire rubber in the composition of the concrete, and in this way contribute to a sustainable alternative regarding to the problem of tire deposit after its life time. ‘The experimental work performed includes tests of concrete compressive strength, It was considered three concrete compositions, a reference composition, a composition with a replacement rate of 15% and other with a replacement rate of 30% of natural aggregates by recycled tire rubber aggregates. The different concrete specimens were subjected to different loading levels (0.15f; 0.3fes and 0.7f) and different temperature levels, (20, 300, 500 and 700°C). The results achieved allow verify that increasing the percentage of recycled tire rubber aggregates in concrete leads to an increase of the cracking control and minimizes the occurrence of thermal cracking, Keywords: concrete, tyre rubber recycled aggregates, temperature, compressive strength, Conereto com Agregados Reciclados de Borracha de Pneu - Resisténcia 4 Compressio a ‘Altas Temperaturas Pagina 1-14 1. INTRODUCAO Os agregados reciclados de borracha de pneu sdo um material com uma utilizagdo cada vez maior na indistria da construgio civil devido as caracteristicas inerentes ao mesmo: mais eve, maior elasticidade, grande absorgdo de energia, propriedades térmicas aciisticas melhoradas Os primeiros trabalhos realizados para estudar as propriedades do concreto com agregados de borracha mostraram uma menor trabalhabilidade, menor resisténcia 4 compressdo e a tragdo menor tenacidade do conereto, atribuindo o decréscimo das propriedades mecdnicas & falta de aderéncia entre a superficie da borracha e a matriz de cimento (Eldin e Senouci, 1993). Com o intuito de methorar a aderéncia entre a borracha e a matriz de cimento e, consequentemente, aumentar a resisténcia compresstio de concreto com agregados de borracha, foram feitos diversos tratamentos superficiais, aplicados nas particulas de borracha (Rostami et al, 1993; Liet al, 1998; Segre, 1999; Albuquerque et al, 2004; Albano et al, 2005). Outros estudos foram efetuados com o intuito de encontrar método ideal de aplicago da borracha. As experiéneias realizadas permitiram observar uma redugdo da resisténcia & compressio de cerca de 50% para um volume de agregados de borracha reciclada de 15%. Além disso, a utilizagao de borracha de menor dimensao esta associada a uma menor redugao da resisténcia, verificando-se também que 0 processo de produgdo de borracha (mecinico ou criogénico) nao influencia a resisténcia 4 compressdo (Freitas et al, 2009; Valadares, 2009), Vieira et al (2010) realizaram um estudo sobre a influéncia do tipo ¢ da percentagem de agregados reciclados de borracha inseridos no concreto, tendo analisado tés tipos de agregados de borracha e trés volumes de substituigdo (2,5%, 5% e 7,5%). Os autores verificaram uma melhor resisténeia & compressio no concreto com 2,5% de agregados reciclados de borracha com dimensao de 2,4 mm. Marques et al (2013) avaliaram o efeito da incorporagio de taxas varidveis (até 15%) de agregados de borracha como um substituto do agregado natural, no desempenho mecénico do concreto apés submissio a altas temperaturas. Os provetes ensaiados neste estudo foram sujeitos a diferentes niveis de temperatura (400, 600 ¢ 800°C), segundo a curva ISO 834, sendo depois mantidos a essa temperatura durante uma hora e posteriormente arrefecidos até & temperatura ambiente, Seguidamente foram realizados ensaios de resisténcia 4 compresso para as diferentes composigdes. Os autores coneluiram que embora as propriedades mecdnicas do concreto com agregados de borracha sejam visivelmente mais afetadas do que as do concreto com agregados naturais, especialmente para as temperaturas mais elevadas, a redugdo relativa no impede que o conereto com agregados de borracha seja utilizado em aplicagdes estruturais (Marques et al, 2013). Santos, C. & Rodrigues, J.P. C. Pagina 2-14 Marques (2010) desenvolveu trabalhos experimentais para estudar o comportamento ao fogo de concreto com agregados reciclados de borracha proveniente de pneu. Neste estudo o autor utilizou provetes cibicos (150x150x150mm) e diferentes composigdes de conereto (BR, BSAB, BIOAB e BISAB) produzidos com diferentes taxas de substituigo de agregados grossos ¢ finos (0, 5, 10, 15%), testando diferentes niveis de temperatura maxima (20, 400, 600 © 800°C). © autor verificou, relativamente & resisténcia 4 compressio sem exposigdo térmica, uma tendéncia de decréscimo linear nas misturas com adigao de borracha, registando a variagdo maxima de 55% em comparago com 0 conereto com maior taxa de adigdo de granulados de borracha. Esta tendéncia foi verificada para todas as temperaturas ensaiadas, observando-se uma diferenga pouco significativa para as temperaturas de 400°C e 600°C. No entanto, para a exposigdo de 800°C, ocorreu uma redugdo de resisténcia residual mais acentuada (Marques, 2010). Gesojlu e Giineyisi (2011) produziram coneretos auto-adensiveis, substituindo os agregados finos por agregados de borracha (0, 5, 15 e 25% em volume) ¢ substituindo cimento por cinzas volantes. © principal objetivo desta investigagdo foi estudar a permeabilidade deste tipo de concreto ¢ a sua resistencia, Relativamente 4 resisténcia, verificou-se uma redugdo acentuada nas composigées com maior taxa Conereto com Agregados Reciclados de Borracha de Pneu - Resisténcia 4 Compressio a ‘Altas Temperaturas Pagina 3-14 temperaturas, no Laboratério de Ensaio de Materiais ¢ Estruturas do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra. © conereto € um dos materiais responsaveis pelo aumento do consumo de cimento ¢ agregados naturais na construgdo civil, levantando questdes de sustentabilidade dos recursos naturais, Este facto, entre outros, confirma a necessidade de desenvolver tecnologia Santos, C. C. & Rodrigues, J. P.C. Pagina 4-14 reciclados de borracha de pneu usados. As diferentes composigdes de conereto sao apresentadas na Tabela2. Figura 1: Tipos de agregado. a) Areia fina. b) Brita caledria. c) Agregado reciclado de borracha de pneu, Tabela 2: Composigiio do conereto por m’ CEM AF BC A AB Ukg/m?] [kg/m] [kg/m?] [Vim*] [kg/m*] BR 400 567.——«959~—=—«122,5 ~ BABI 400 567,560. (122,5 165 BAB2 400 S67_—161__—*122,5 330 Para cada composigao de conereto foram realizados ensaios de resisténcia & compressdo em provetes ciibicos (150x150x150mm), determinando a resisténcia a compressio do concreto & temperatura ambiente, aos 28 dias. Estes ensaios foram realizados seguindo a NP EN 206-1 (2007) ¢ os seus resultados so apresentados na Tabela 3. Os provetes foram curados, durante 28 dias, numa sala com um ambiente de vapor saturado (humidade relativa > 98%) ¢ temperatura de 20°C. Apés o perfodo de cura, foram removidos e colocados em ambiente de laboratério (temperatura entre 18 ¢ 20°C) ¢ humidade (entre 40 e 50%). Os provetes foram ensaiados com pelo menos trés meses de idade. ‘Tabela 3: Resultados dos ensaios de compressio do concreto. Tipo deconereto fen (MPa) Classe de resisténc BR 63,68 €50/60 BABI 24,63 16/20 BAB2 10,60 cao 2.2 Provetes Os ensaios foram realizados em provetes cilindricos com 75mm de didmetro e 225mm de altura, com uma relagdo de altura/didmetro de 3:1. Os provetes foram providos com cinco Conereto com Agregados Reciclados de Borracha de Pneu - Resisténcia 4 Compressio a ‘Altas Temperaturas Pagina 5-14 termopares tipo K com a finalidade de controlar a evolugdo da temperatura no seu interior. A localizagao dos termopares nos provetes foi definida tendo por base as recomendagées do RILEM TC - 200 HTC (2005) (Figura 2). Figura 2: Provetes e localizagao dos termopares. 2.3 Plano de ensaios © trabalho experimental realizou-se em trés fases: na primeira fase procedeu-se & preparagdo de todo o material necessério para a realizagdo dos ensaios, obtengdo de agregados a serem incorporados, bem como areia e cimento. A segunda fase experimental teve por objetivo avaliar os diferentes tipos de concretos fabricados sob 0 ponto de vista do desempenho mecinico ¢ da deformabilidade A temperatura ambiente. Altima fase do trabalho experimental foi reservada & avaliago do comportamento do concreto quando exposto a diferentes niveis de temperatura maxima (20, 300, 500, 700°C) e a varios niveis de 10 do carregamento (0,15; 0,3 e 0,5f¢ sendo fg 0 valor de célculo da resisténcia 4 compres conereto a temperatura ambiente). Para cada combinago de parametros foram realizados trés ensaios. Na Tabela 4 apresenta-se resumidamente o plano de ensaios para cada composigdo de conereto, abela 4: Plano de ensaios. ‘Composigao do conereto Temperatura (°C) Nivel de carregamento BR 20, 300, 500, 700 05a BABI 20, 300, 500 01595 O,3 fess 0,5. BAB2 20, 300, 500 01595 0,3 fess 0,5. 2.4 Sistema e metodologia de ensaio Do sistema de ensaio fizeram parte uma maquina universal de tragdo/compressfio Servosis com capacidade de carga até 600KN (a), um controlador da maquina de ensaios tragdo/compresséo (d), um foro eilindrico com uma eémara de aquecimento de 90mm de etro ¢ 300mm de altura (temperatura maxima de 1200°C) (b) ¢ um sistema de aquisigai Santos, C. C. & Rodrigues, J. P. Pagina 6-14 de dados TML TDS-601 (c). Nos ensaios foram registadas as forgas, os deslocamentos ¢ as temperaturas nos provetes e no forno (Figura 3). Figura 3: Sistema de ensaio, © procedimento de ensaio adotado respeitou as recomendagdes do RILEM TC ~ 200 HTC (2005). © provete foi submetido a diferentes niveis de carregamento 0,15; 0,3 ¢ 0,5fea, 0 qual foi mantido constante durante o proceso de aquecimento. Apés se ter atingido o nivel de carregamento, o provete foi aquecido a uma taxa de 3°C/min, até ao nivel de temperatura desejado. Varios niveis de temperatura maxima foram testados (300, 500 ¢ 700°C). Para controlo do concreto foram também ensaiados provetes & temperatura ambiente. © nivel de temperatura era considerado atingido quando a temperatura média nos trés termopares superficiais do provete em estudo igualava a temperatura ambiente interna do forno. A maxima diferenga da temperatura axial entre cada uma das trés leituras da temperatura superficial ndo podia exceder 1°C a 20°C, 5°C a 100°C e 20°C a 700°C. O provete era mantido a esta temperatura durante uma hora para estabilizagdo. Apés a estabilizagao da temperatura era realizado o ensaio de compressdo, A carga foi incrementada a uma taxa de 0,25KN/s até se atingir a rotura do provete. 3. RESULTADOS. 3.1 Evolugao da temperatura ‘As Figuras 4, 5, 6 e 7 apresentam, a titulo de exemplo, a evolugdo da temperatura no interior do fomno ¢ na secgdo transversal do provete de concreto de referéncia, do provete de concreto BABI ¢ do provete de concreto BAB2 para o nivel de temperatura de 500°C. Conereto com Agregados Reciclados de Borracha de Pneu - Resisténcia 4 Compressio a ‘Altas Temperaturas Pigina 7-14 200 5 OT. inferior 2 100 ferio —- superior| 4 352 am 190 Tempo (minutos) 600 Temperatura (°C) CRRBESERZES ‘Tempo (minutos) Figura 4: Evolugdo da temperatura no forno = série de Figura 5: Evolugdo da temperatura na secg#o 500°C. transversal do provete BR - série de 500°C. 600 600 F500 | P500 © ‘© 400 “© 400 g —a} |§ —a 300 —s | | #300 — 3 200 —c | | E200 —c # 100 =? | | 2100 — ° — ° et Tempo (minutos) ‘Tempo (minutos) Figura 6: Evolugo da temperatura na secgao transversal do provete BABI - série de 500°C. Figura 7: Evolugo da temperatura na secgi0 transversal do provete BAB2 - série de 500°C. A andlise da Figura 4 permite verificar que a temperatura no interior do forno se manteve uniforme durante os ensaios, pois as curvas de temperatura inferior ¢ superior foram praticamente coincidentes ao longo do ensaio. Este facto traduziu-se numa boa exposigdo térmica a que 0 provete esteve sujeito no forno cilindrico, Nas curvas de temperatura registadas através dos termopares (Figuras 5, 6 ¢ 7), pode observar-se igualmente uma boa uniformidade da temperatura no interior do provete durante © aquecimento ¢ na fase de estabilizagdo da temperatura, A Figura 5 mostra a evolugdo da temperatura nos termopares, localizados nos provetes, durante os ensaios do concreto de referéneia da série de 500°C, Da andlise das curvas de Santos, C. C. & Rodrigues, J. Pagina 814 temperatura registadas através dos termopares pode observar-se que a temperatura pretendida nos provetes foi atingida ao fim de 180-200 minutos, cerca de 20 minutos depois do forno ter atingido a mesma, Verifica-se ainda que ndo houve gradientes significativos de temperatura, tendo-se verificado uma boa uniformidade da temperatura no interior do pro pode dever-se & boa exposi¢do térmica a que o provete esteve sujeito no forno cilindrico ¢ ao facto da taxa de aquecimento ser somente de 3°C/minuto. Este facto Na Figura 6 apresentam-se os resultados da evolugdo da temperatura nos termopares, localizados nos provetes, durante os ensaios do conereto com 15% de agregados de borracha (BABI) da série de 500°C. Constata-se que a temperatura pretendida nos provetes foi atingida ao fim de 170-180 minutos, cerca de 10 minutos depois do forno ter atingido a mesma. A Figura 7 apresenta a evolugdo da temperatura nos provetes ao longo da secgao vertical, durante os ensaios do conereto com 30% de agregados de borracha (BAB2) para a série de ensaios de 500°C. Verifica-se que o provete em termos de altura nao apresenta grandes variagdes térmicas e a temperatura pretendida nos provetes foi atingida ao fim de 160 minutos, sensivelmente o tempo que 0 foro demorou a atingir a mesma. Este facto pode dever-se & porosidade do provete em virtude da maior percentagem de borracha na composigdo do concreto ¢ ao facto da taxa de aquecimento ser somente 3°C/minuto. A comparagio dos resultados obtidos, mostra que o concreto BR (Figura 5) apresenta uma evolugdo da temperatura mais homogénea que os coneretos BABI ¢ BAB2 (Figuras 6 e 7), tal facto explica-se pela carbonizagdo dos agregados de borracha ao atingirem os 300°C, tornando 0 concreto menos homogéneo. 3.2 Resisténcia & compressio Os resultados obtidos nos ensaios experimentais para a resisténcia 4 compressdo sdo visiveis nas Figuras 8, 9 e 10. A Figura 8 apresenta a variagdo da resisténcia 4 compressio em fungao da temperatura méxima de exposigdo na série de ensaios com carregamento de 0,155 do conereto com 15% (BAB1) e do concreto com 30% (BAB2) de agregados de borracha. A andlise da Figura 8 permite constatar que a resisténcia 4 compressio diminui 4 medida que a temperatura aumenta. Aos 500°C, houve um decréscimo da resisténcia & compressdo de cerca de 78% para 0 concreto BAB1, obtendo uma resisténcia 4 compresstio de cerca de 22% da resisténcia & temperatura ambiente, Para o nivel de temperatura de 500°C ¢ para 0 conereto BAB2 no sdo apresentados resultados, uma vez que todos os provetes sofreram rotura antes de atingir este nivel de temperatura, impossibilitando que os mesmos fossem ensaiados & compressio. Conereto com Agregados Reciclados de Borracha de Pneu - Resisténcia 4 Compressio a ‘Altas Temperaturas Pagina 9-14

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