ACRDO N. 52.327
(Processos ns. 2012/52312-6)
Voto:
O Tribunal de Contas, na condio de curador do patrimnio pblico, tem
como sua misso maior a proteo ao errio, evitando, assim, que aconteam gastos
pblicos fora do permitido em lei.
Verifica-se nos autos que houve erro material no clculo da parcela aulas
suplementares, minorando seu valor em R$37,05. No mais, percebe-se que o ato
cumpriu todos os requisitos legais e regimentais para sua validade no mbito jurdico.
Importa ressaltar que os limites da atuao das Cortes de Contas nos
processos de registros de benefcios previdencirios, j foi objeto de manifestao do
Supremo Tribunal Federal:
Constatada a ocorrncia de vicio de legalidade no ato
concessivo de aposentadoria, torna-se lcito ao TCU,
especialmente ante a ampliao do espao institucional de
sua atuao fiscalizadora, recomendar ao rgo ou entidade
competente que adote as medidas necessrias ao exato
cumprimento da lei, evitando, desse modo, a medida radical
da recusa de registro.(MS 21.466, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 19.05.1993, Plenrio, DJ de 6.5.1994).
Nesse mesmo sentido o entendimento de Afonso Gomes Aguiar:
O argumento positivista no sentido de que um ato ou legal
ou ilegal no pode prosperar nessas situaes. A ilegalidade
de um ato tem a ver com sua finalidade. Um ato concessivo
de aposentadoria que estabelece proventos aqum do que
seria devido ao aposentado no fere a ordem jurdica no que
concerne ao errio.Este restou preservado. A ilegalidade
somente repercute no campo do direito patrimonial do
servidor inativo. Do ponto de vista do controle externo o que
importa saber se a despesa gerada est dentro dos limites
legais e se legtimo o credor da Fazenda Pblica.
(Aguiar, Afonso Gomes; Paiva de Aguiar, Mrcio; O Tribunal
de Contas na ordem constitucional, 2 ed. Belo Horizonte:
Frum, 2008, pg. 83).
Tribunal de Contas do Estado do Par