Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho
Faculdade de Cincias Humanas e Sociais de Franca
Aluno: Caio Henrique Turco Disciplina: Teoria Geral do Estado Docente: Prof. Dr. Murilo Gaspardo
LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, Enxada e Voto O Municpio e o Regime Representativo
no Brasil. So Paulo: Alfa-Omega, 1975, p. 19 57, 251 258.
no perodo da primeira repblica que se manifesta o fenmeno poltico do coronelismo,
este que possua uma feio marcadamente governista segundo Victor Nunes Leal. O fato em questo muito se deve a extenso do sufrgio aps a proclamao da repblica, o que tornou o voto de roceiros de suma importncia (voto de cabresto). Via-se nesse fenmeno uma mistura do poder privado dos senhores de terras ao poder pblico. O alicerce dessa manifestao de poder a troca de favores, ela servia como instrumento de manipulao poltica para a concretizao de interesses das mais diversas esferas da administrao pblica; municipais, estaduais e federais. A figura mais importante desse momento histrico era o coronel, smbolo paternalista, ele cuida e zela pelo bem dos trabalhadores que dele dependem. O carter de liderana permitia o total controle dos roceiros. Nunes(1975, p. 24-25), em sua obra, confere ao assunto as seguintes palavras: , pois, para o prprio coronel que o roceiro apela nos momentos de apertura e completa No plano poltico ele luta com o (coronel) e pelo (coronel). As vantagens basicamente se concentravam no acmulo do poder pblico nas mos da elite. da parte dos chefes locais, incondicional apoio aos candidatos do oficialismo nas eleies estaduais e federais, da parte da situao estadual, carta branca ao chefe local governista [...] em todos os assuntos relativos ao municpio (LEAL, 1975, p. 50) Nesse contexto, o autor refere-se ao coronelismo como sendo um compromisso entre um poder privado decante e um poder pblico em fortalecimento, visto o sacrifcio da autonomia municipal que deu-se na poca. No mais, o coronelismo expressava o puro interesse e poder dos senhores, que de certa maneira ligavam-se s vontades do Estado e da igreja catlica. Aos roceiros restava a misria e sofrimento, estes at se revoltaram em certos momentos, como em Canudos por exemplo, porm foram massacrados numa guerra injusta e desumana.