Luís de Camões
Apesar de tentar obter o rigor histórico, Camões tenta ser um «Homem de honesto estudo», mas
o poema também tem no seu conteúdo descrições maravilhosas da natureza contadas por quem
as conheceu intimamente e também contém fenómenos vários coma a tromba marítima.
A Mitologia do Poema
Um dos elementos mais relevantes do poema é o Maravilhoso, isto remete-nos para a
participação r intervenção de seres sobrenaturais na acção. Assim, Camões optou pelo
maravilhoso pagão; isto está presente quando vemos a influência dos deuses da antiguidade
favorecendo ou estorvando os feitos dos portugueses.
Também vemos no poema a influência da Eneida de Virgílio, quando Camões escolhe como
protector dos portugueses, a deusa Vénus que já aparecera Eneias.
Camões também coloca na sua obra o Maravilhoso Cristão, aquando os marinheiros portugueses
se viram aflitos e clamam por socorro aos céus:
«Ó Tu, Guarda divina, tem Cuidado
De quem sem ti não pode ser guardado…»
(Canto II, estrofe 31)
A Lírica Camoniana
Falar da Lírica Camoniana é não apenas referir ou referenciar a tradição do lirismo peninsular,
mas caracterizar a estética clássica e renascentista que marcou o seu tempo. E se alguma Pessoa,
por exemplo o criticou pela «obsessão do italianismo» e o acusou de falta de originalidade,
reconheceu, porem que o lirismo da Sua obra era o lirismo da sua vida.
Em Camões existiu a poesia com sabor trovadoresco dos cancioneiros «a medida velha» com
uma poesia cujos modelos formais e temáticos «medida nova» revelam a cultura humanística e
clássica do autor, que soube em Platão, Petrarca ou Dante encontrar o seu mentor ou um mestre
para o caminho que trilhou e explorou com sabedoria, com entusiasmo e com a paixão do seu
temperamento.
Cantando o amor sublime ou a relação mais fútil, o poeta soube como poucos definir-se e definir
a alma humana, oferecendo-nos a sua experiência de vida ou o mundo no seu desconcerto, com
os seus problemas sociais e morais e a eterna questão do mal que aflige a humanidade. Os temas
da vida lírica são vastos e variados, indo da análise da sua vida interior à caracterização da
realidade do seu tempo ou á busca do dimensionamento do homem universal.
Alguns poemas da obra lírica de
Camões:
1. Redondilhas
Isenções a molhos
Que eles dizem terdes,
Não são de olhos verdes
Nem de verdes olhos.
Sirvo de geolhos,
E Vós não me credes,
Porque me não vedes?
Haviam de ver
Por que possa vê-los
Que uns olhos tão belos
Não se hão-de esconder.
Mas fazei-me crer
Que já não verdes
Porque me não vedes?
Verdes não o são
No que alcanço deles;
Verdes são aqueles
Que esperança dão
Se na condição
Está serem verdes,
Porque me não vedes?»
Análise:
O tema do poema é Amor, ou seja, o Amor desencontrado. O poeta ama alguém que não lhe liga,
e, então ele atribui a culpa desse infortúnio à cor dos olhos da sua amada.
Luís de Camões
Análise:
O presente poema é um soneto da autoria de Luís de Camões, e, é constituído por duas quadras e
dois tercetos.
Na primeira quadra, o poeta diz que o amor se assemelha a uma fogueira, mas não é verdade pois
não queima lenha, queima sim o ser humano por dentro os seus sentimentos. Diz, também ser
uma dor que não é física e que vem do seu íntimo e que nos faz sentir uma grande felicidade.
Na segunda quadra, o poeta refere que este sentimento, o Amor faz-nos sentir presos sem
estarmos; o Amor também nos faz sentir sozinhos num mundo aparte mesmo quando estamos no
meio de uma multidão.
No primeiro e segundo tercetos, o poeta interroga-se acerca do sentimento que o queima por
dentro e não sabe o seu significado. Para ele, o Amor pode significar sofrimento, e ao mesmo
tempo, uma felicidade tão grande que o faz acreditar que é apenas uma ilusão da sua memória e
não uma verdade.
Conclusão
Este trabalho permitiu-me aprender um pouco sobre o poeta e também sobre os feitos do
povo Português nos descobrimentos.
Foi um trabalho que eu gostei muito de fazer, pois ajudou-me a ter mais cultura.
Bibliografia
- CÍRCULOS DE LEITORES, (1981), «Obras Completas – Os lusíadas», vol.I, Lisboa.
- CÍRCULOS DE LEITORES, (1984), «Obras Completas – Teatro e cartas», vol.II, Lisboa.
- CÍRCULOS DE LEITORES, (1984), «Obras Completas – A Lírica», vol.III, Lisboa.
- HENRIQUE,Tresa Maria, (1991), «Camões, Os Lusíadas», Publicação Europa – América,
Men-Martins.