de Srgio Bath, 4
ed. Braslia, Editora Universidade de Braslia, 1985.
Captulo X Montesquieu
Para o autor dO Esprito das Leis o mundo fsico muito mais bem governado do
que o mundo da inteligncia, justamente porque o homem se inclina pela sua prpria
natureza desobedecer s leis, ou seja, por sua natureza inteligente o homem no observa
nem as leis naturais, nem as que imps a si mesmo. Os homens foram assim obrigados a criar
leis positivas, promulgadas por uma autoridade em todas as sociedades.
Montesquieu no faz uma definio muito clara de lei, mas pode-se tirar duas
concluses importantes: a) todos os seres do mundo (inclusive Deus) so governados por
leis; b) tem-se uma lei (melhor dito: possvel enunciar uma lei) sempre que h relaes
necessrias entre dois seres. As leis positivas mudam com tempo e lugar - se dividem em
trs formas: as que regulam as relaes entre sociedades independentes, as que regulam a
relao entre governantes e governados e as que regulam os governantes entre si.
importante ainda salientar o trecho a seguir:
De modo geral, a lei a razo humana enquanto governa todos
os povos da terra; e as leis polticas e civis de todas as naes no devem
ser seno os casos particulares em que se aplica essa razo humana.
(Montesquieu)
A relao entre a lei natural e as leis positivas a que existe
entre um princpio geral e suas aplicaes prticas. A lei natural se limita
a enunciar um princpio, como, por exemplo, aquele segundo o qual as
promessas devem ser mantidas; as leis positivas estabelecem a cada
momento - e de forma diversa de acordo com as diferentes sociedades -
"como" devem ser feitas as promessas para que sejam vlidas as sanes
impostas aos que no as mantiverem, para tornar mais provvel sua
execuo, etc. (Bobbio)