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Cartroto 7 — A VARIEDADE HUMANA coeteone © objeto dx cltnela socis] — Posigéo do. cleitisia social frente A variedade humana — A unldade social: 0 Esta So.nagho — Depwnddneles internacioneis ~~ Estrutura social ¢ Sociologia — Citneia social e Antropologia — Limites das iaciplinas das Clnolax Socisis. Cartruvo 8 — USOS DA HISTORIA ....., © ‘estudo histérico — Problemas de metodo — Ciencias Sociais: disciplinas histérieas? — Pano-de-fundo histories = Histéria e ‘Sociologia — Psicslogia histérica e social — Cidncia social © Pricologia. Cartreno 9 — DA RAZAO E LIBERDADE 179 ‘A histériu © 0 tempo presente — O papel da razio nas ‘Questées humanas — 0 homem e 0 rob) — Cidncia e razie # lberdade — Metodos de analise da Tazio e liberdade Carte 10 — DA POLITICA . a2 © sentido politico do trabalho do cientista social — A esco- Wha de valéret Os meios de devisiv — A posigse do lentista social — © cientista social como professor — A ta. refa polities do clentiste. social Apbrotct: DO ARTESANATO INTELECTUAL mm A ciéncia social como oticio — A obra ¢ a vida — A ques: tio dos arquivos — A coleta de material — Or estudes cm. piricos — Como estimular a imaginagio soclolégica Eserever claro, AGRADECIMENTOS . 8 CAPITULO 1 A Promessa Hoss em dia, ot homens ssntem, freqiientemente, suas vidas privadas:'como uma série de armadilhas. Perce. bem que dentro dos mundos cotidianos, nao padem sup Far suas preocupagies, e quase sempre tém razdo nesse sen~ limenta: tudp aquilo'de que os homens cowuns 16m cons. cifncia direta tudo o que tentam fazer estd limitado”pelas Srbitas privadas em que vives. Sua visio, sua capacidade, esto limitadas pelo cendrio préximo: o emprégo, a familie, 9 vizinhos; em outros ambientes, movimentam-se como es. tranhos, © permanecem expectadores. E quanto mais cons. cigncia tém, mesmo vagamente, das ambicdes e ameacas que transcendem seus cenérios imediatos, mais encurralados pa- recem sentir-se Subjacentes a essa sensacdo de estar encurraladas estao mudangas aparentemente impessoais na estrutura mesma de sociedacles @ que 8 estendem por contineuites ineiros. | AS realidades da historia contemporinea constituem também realidades para o éxito e o fracasso de homens ¢ mulheres, individualmente. Quando uma sociedade se industrioliea, 6 camponés se transforma em trabalhador, o senhor feudal detsparece, ou passa a ser homem de negécios. Quando as classes ascendem ou caem, o homem tem emprégo on fica Gesempregado; quando a taxa de investimento se eleva ou desce, a homem se entusiasma, ou se desanima Quando hd Guerras, 0 corretor de seguros se transforma no lancador de Foguetes; v catxeiro de loja, em homem do radar, a mulher vive 6, a crianca cresce sem pai. A vida do individuo ea 9 histéria da sociedade nfo podem ser compreendidas sem com- preendermos essas alternativas E apesar disso, o¢ homens no definem, habitualmente, suas ansiedades em térmos de transformacio histérica e con- tadigao institucional. O bem-estar que desirutam, nio 0 atribuem habitualmente aos grandes altos @ haixos das socie- dades em que vivem. Raramente tém consciéncia da comple- xa ligagéo entre suas vidas ¢ o cuiso da historia mundial, ppor isso, os homens comuns nfo sabem, quase sempre, o que essa ligacdo significa para os tipos de’ ser em que se estio transformando € para o tipo de evalugio histérioa de que jem participar. Nao dispoem da qualidade intelectual ésica para sentir o jOgo que se processa entre os homens e a sociedade, a biografia e a histéria, 0 eu e o mundo. Nao podem enfrentar suas preocupagbes pessoais de modo a con- trolar sempre as transformagées estruturais que habitualmente estéo atrés déles. Isto nfo causa surprésa, Em que periodo da histéria taptos homens estiveram tio expostos, © de forma liv total, a transformagées tio rapidas e completas? | O fato de néo terem os americanos conhecido modilicagdes téo catastréficas quanto homens e mulheres de ontras sociedades se deve a fatos histéricos que se estio tornando, rapidamente, “apenas histéria”. A histéria que atinge todo homem, hoje, ¢ a histé- ria mundial. Dentro déste cendrio e déste period, no curso de uma tiniea geracfo, um sexto da humanidade passou de tudo o que era fendal e atrasado para tudo 0 que é modemno, avangado, terrivel. As colénias politicas estao libertadas; ins. talarams¢ novas formas de imperialismos, menos evidentes. correm revolugées; os homens sentem de perto a pressio de novos tipos de autoridade. Surgem sociedades totalitarias, # slo esmagadas desfazendo-se em pedagos ou obtém éxito fabuloso. Depois de dois séculos de ascendéncia, o ca- pitalismo visto apenas como um processo de transformar a sociedade num aparato industrial. Depois de dois séculos de esperancas, até mesmo a democracia formal esté limitada # uma pequena parcela da humanidade. Em todo o mundo subdesenvolvido, os velhos modos de vida se rampem e es- perangas antes vagas se transformam .em exigéncias pre~ mentes. Fm todo 0 mundo superdesenvalvidn, os meios de autoridade e violéncia tornam-se totais no alcance e burocré- ticos na forma. A prépria humanidade se desdobra hoje wo nossa frente, concentrando cada supemagéo, em seu respec- tivo pélo, seus esforgos coordenados e macigos na preparacio da Terceira Guerra Mundial A prépria evolucdo da histéria ulirapassa, hoje, a caps- cidade que tém os homens de se orientarem de acébrdo com valdres que amam. F quais slo ésses val6res? Mesmo quan. do no sio tomados de panico, éles véem, com freqiiéncia, que as velhas maneiras de pensar e sentir entraram em co." lapso, e que as formas incipientes so ambfguas até o ponto da estase moral. Serd de espantar que os homens comuns sintam sua ineapacidade de enfrentar os horizontes mais ex- tensos & frente dos quais foram tio stbitamente colocados? ‘Que nao possam compreender o sentido de sua época e de suas préprias vidas? Que — em defesa do en — se tomem moralmente insensiveis, tentando permanecer como séres to- talmente particulares? "Seré de espuular que se tomem por suidos de uma sensacio de encurralamento? Nao é apenas de informagio que precisam — nesta Idade do Fato, « informagio Ihes domine com freqigncia « atengio esmaga a capacidade de assimilé-la, Nao é apenas da habi- dade da razio que precisam — embora sua lula para con- la com frequéncia lhes esgote a limitada energia moral, *” © que precisam, e 0 que sentem precisar, é uma quali- [dade de espirito que Ihes.ajude a usar a “inlormacio €4 de Benvalver a razio, a fim de perceber, com lucides, o que esti ocorrends no mundo ¢ o que pode. estar acontecendo. dentro (wets a E essa qualidade, afirmo, que jomalistas ¢ [professdres, artistas e piblicos, cientistas e editdres e: mecando a esperar daquilo que poderemos chamar de | finacie sociolégica, a iT A imaginagio sociolégica capacita seu possuidor a com- preenvier o cenirio histérleo mais amplo, em térmos de set significado para a vida intima e para a carreira exterior de aumnerusos individuos. Permite-lhe levar em conta como os individuos, na agitacdo de sua experiéncia didria, adquirem freqiientemente uma conseiéneia falsa de suas posig6es socials Dentro dessa agitagio, busca-sc a estrutura da sociedade mo- u $$ es dena, dentro desea estrutura sie formul i de diferentes homens e mulheres. Através disso, @ ansiedade pessoal dos individuos € focalizada sobre fatos explicitos € a indiferenca do piiblico se transforma em participacio nas questoes piblicas © primeira fruto dessa imaginagao — e a primeira ligko da ciéncia social que a incorpora — é a idéia de que a indi. viduo s6 pode compreender sua prépria experiéncia e avaliat seu_préprio destino localizando-ze dentro de seu periodor 38 pode conhecer suas possibilidades na vida tornando-se eBnscio as possibilidades de tOdas as pessoas, nas mesmas circuns- Lancias em que éle. Sob muitos aspectos, é uma licia terri. vel; sob muitos outros, magnifica. Nao conhecemos os limi- tes da caparidade que tem o homem de realizar eaforwus supremos ou degradar-se voluntariamente, de agonia on exul. tacdo, de brutalidade que traz prazer ou de deleite da razdo. las em nossa época chegamos a saher que os limites da “natureza humana” so assustadoramente amplos. Chegamos 1 saber que todo individuo vive, de uma geraglo até a seguin: te, numa determinada sociedad e uma biografis, © que vive dentro viver, contribui, por menos que seja, para o condicionamento dessa sociedade © para o curso de sua histéria, ao mesmo tempo em que é.condicionado pela sociedade e pelo seu processo histérico. iagdo sociolégica_nos permite compreender_a historia ca blografia eas relacoes entre ambas, dentro. di sociedade.Essa a sua tarefa © a sua promesca. A marea do analista social cléssico & 0 reconhecimento delas: 6 a carac. terlstica de Herbert Spencer grandiloqiieute, polisstlabico, geral; de E. A. Ross — gracioso, estrita, reto; de Auguste Comte © Emile Durkheim: do’ complicado ¢. sulil “Karl Mannheim. E a qualidade de tudo o que 4 intelectusimente excelente em Karl Mars; € a have da’ brilante ehovies perfeicio de Thorstein Veblen, das formulagies multilaterais que Joseph Schumpeter dé a realidade; ¢ a base da penetra. so psicolgica de W. E. H. Lecky, tal como da profundidade ¢ clareza de Max Weber. £ a marca do que hi de melhor ‘nos estudos contempordineos do homem e da sociedade. _Neuhum estudo social que nio volte 20 problema da biografia, da histéria e de suas interligaghes dentro de uma 1B 12 uma seqiigncia histérica. E pelo fato de_ seciedadle completou_a sua’ jornada intelectual. Qualsquer ‘que sejam os ee ae alias Gis dee sicos, por mais limitadas ou amplas as caracteristicas da res. lidade social que examinaram, os que tiveram consciéneia imaginativa das possibilidades de seu trabelho formularam Tepetida e coerentemente trés séries de pergumtas: 1) Qual a estritura dessa sociedade como win todo? Quais seus componentes essenciais, e como se correlacionam? Como difere de outras vatiedades de ordem social? Dentro dela, qual o sentido de qualquer caracteristica particular ara a sua continuagdo e para a sua translormagao? 2) Qual # posigto dessa sociedade na histéria humana? Qual a meciinica que a faz modificar-sc? Qual & seu lugar Ho desenvolvimento da humanidade como um todo, € que sentide tem para ésse desenvolvimento? Como qualquer acteristica particular que examinemos afeta o perfodo his. térico em que existe, e como € por éle afetada? E ésse pe. riodo — quais as suas caracteristicas essenciais? Como dife re de outros periodos? Quais seus processos caracteristicos de fazer a historia? 3) Que variedades de homens predominam nessa so- ciedade ¢ nesse periodo? E que variedades ido predominar? De. que formas sio selecionadas, formadas, liberadas e repr! midas, tomadas sensiveis ou impermeivels? Que tipos de “uatureza humana” se revelam na conduta e'cardter que observamos nessa sociedade, nesse period? E qual 0 sentido que para a “natureza humana” tem cada uma das caracterfticas da cociedade que examiuainus? Seja o objeto da exame uma grande potéacia, ou uma passageira moda literaria, uma familia, uma prisao, um cerdo she seman om pergustas igus on meinen eae ee formularam. Sao os centros intelectuais dos estudos classics do homem na sociedade — e sio perguntas formuladas ine. vitivelmente por qualquer espirte que pocsws wre nagio sociolégica. Pois essa imaginagao @ a capacidade patsar de ume perspective a uulte =" da police ease ‘cologica; do exame de uma {inica familia para a andlise com- tiva dos orgamentos nacionais do mundo; da escola teo- ogica para a estrutura militar; de consideragses de uma in- diistria petrolifera para estudos da poesia contemporinea. Bs capavidade de ir das mai magSes para_as caracteristicas mais intimas do ser_humano =e ver ax relagbes entre as duas, Sun utllizacto se fan mienta sempre na necessidade de conhecer o sentido social histérico do individuo na sociedade ¢ no peslode no-qual sua qualidade e seu ser se manifestam. E por isso, em suma, que por meio da imaginagéo socio- \égiea os homens esperam, hoje, peiveber-o que estd aconte cendo no mundo, e compreender © que esta acontecendo coin como miniisculos pontos de cruzamento da biografia_e da histéria, dentro da sociedade. Em grande parte, a visio tutoconsciente que 0 homem contemporineo tem de si, con- siderando-se pelo menos um forasteito, quando nao um es. trangeiro permanente, baseia-se na compreensio da relativi- dade s da capacidade transformadora da. historia. A imaginagde sociolégica & a forma mais frutifera dessa conseiéncia. Usando-a, homens cujas mentalidades descre- viam apenas uma série de Orbitas limitadas passam a sentir- -se como se sibitamente acardastem numa casa que apenas aparentemente conheciam. Certo ou nfo, com freqiiéncia passa a sentir que nav podem proporcionar-se simulas ade- quadas, andlises coesas, orientagdes gerais. As decisSes ante- lores, que pareciam sdlidas, passam a ser, entio, como pro- dutos de uma mente inexplichvelmente fechada,” Sua capa cidade de surprésa volta a existir. Adquirem uma nova for- ma de pensar, experimentam uma transavaliagao de valores: numa palavra, pela sua reflexio e pela sua sensibilidade, com- preendem o sentido cultural das Ciencias Sociais. 2 Talvez a distincZa mais proveitosa usada pela imagina- io sociolégica seja a entre “as perturbagdes pessoais origina das no meio mais pidaimo™ © “as questOes piblicas da estru- tura social”. Essa distingdo € um instrumento essencial da imaginagéo sociolégica e uma caracteristica de todo trabalho clissico na ciéneia social. As perturbacdes ocorrem dentro do cariter do individuo ¢ dentro do Ambito de suas relagSes imediatas com os outros, esto relacionadas com o seu eu © com as dreus limiladas da vida social, de que éle tem consciéncia direta e pessoal. As: sim, a formulacdo e a resolugio das perturbagées se enqua- dram, adequadamente, no fmbito do individue como entida Is de biogréfica e dentro do sleance de seu meio imediato — © ambiente social que esté aberto diretamente A sua expe- rigncia pessoal e, em certas proporgées, A sua atividade cons- clente. Uma perturbaglo é um assunto privado: a pessoa sente que as valdres por ela estimados esto ameacados. ‘As questdes relacionam-se com assintos que transcen- dem ésses ambientes locais do individuo e o alcance de sua vida intima. Relacionam-se com a organieayav de muitos dasses ambientes sob a forma de institigne dade histérica como um todo, com as inaneiras pelas-quals 0s vérios amhjentes de pequena excala se confundem € se interpenetram, para formar a estrutura mais ampla da vida social c histérica. Uma questo € um assunto pablico: é um valor estimado pelo puiblico que esté ameacado. Com fre- giigncia, ha um debate sObre 0 que ésse valor realmente re- presenta @ sbbre © que realmente © ameaga. O debate fie- qiientemente é impreciso, quando menos nao seja porque & da prépria natureza de uma questio que, a0 contrario do ‘que ocorre até mesmo com as problemas generalizados, nio pode ser bem definida em térmos dos ambientes imediatos © cotidianos do homie comum, A questo, na verdade, en- volve quase sempre uma crise nas disposigdes institucionais, © com freqiiéncia também aquilo que os marxistas chamam de “contradigées” ou “antagonismos". Nessas condigées, consideremos 0 desemprégo. Quando, numa cidade de cem mil habitantes, shmente tim homem esta desempregado, isso & seu problema pessoal, © para cua solu do examinamos adequadamente o cardter do homem, suas habilidades © suas oportunidades imediatas. Mas quando numa nagio de 50 milhdes de empregados, 15 milhdes de homens nio encontram trabalho, isso é uma questio piiblica, © no podemos esperar sua solugéo dentro da escala de opor. tunidades abertas As pessoas individualmente. A estrutura mesma das oportunidades entrou em colapso, Tanto a for- mulacio exata do problema coma a gama de solugies pos. siveis exigem que consideremos as instituigées econémicas ¢ politicas da sociedade ¢ nv apenas a situagfo pessoal e 0 cardter de um punhado de individuos. Considéremos a guerra. O problema pessoal da guerra, quaudy cla ocorre, pode ser sobreviver ou morrer com hon: 15 ra; ganhar dinheiro com ela; elevar-se A alta seguranca do to militar; ou contribuir para o seu término. Em suma, segundo os valdres de cada um, encontrar um ambiente ¢ dentro déle sobreviver & guerra, ou dotar de sentido a morte por ela provocada. Mas as questoes estruturais da guerra re- lacionam-se com suas causas: com que tipos de homens ela eleva ao comando; com seus efeitos sdbre as instituigoes econdmicas, politicas, familiares e religiosas; com a irres ponsabilidade desorganizada de um mundo de Estados- snagies. Consideremos 0 casamento. No casamento, 0 homem e a mulher podem ter perturbacées pessoais: mas quando a taxa de divércios durante os primeiros quatro anos de ca- samento € de 250 para cada 1,000, isso mostra que existe uma questo estrutural relacionada com as instituigbes do casa- mento ¢ familia, € outras, correlatas. Ou consideremos a metrépole — a horrivel, bela, feia, magnifica cidade grande. Para muita gente da classe ‘supe- rior, a solucdo pessoal para o “problema da cidade” é ter um apartamento com garagem, no centro da cidade, © « 60 qui- Jmetros uma casa projetada por Henry Hill, ‘com jardim de Garrett Eckbo, em cem acres de terras particulares. Nes ses dois ambientes perfeitamente controlados — com uma pequena criadagem em cada ¢ um helicdptero particular para fazer a ligacao — a maioria das pessoas podera resolver mui- tos dos problemas das contextos pessoais, causados pelas condigdes da cidade. Mas tudo isso, por mais espléndido, do revolve as questoes pablicas que a realidade estrutural da cidade cria. Que fazer com essa maravilhosa monstruo- sidade? Dividi-la em unidades esparsas, combinando re: déncia ¢ trabalho? Renové-la tal como se encontia? Ou, depois de evacuada, dinamité-la e construir novas cidades de acérdo com novos planos, em novos lugares? Quais de- veriam ser ésses planos? E quem decide © quem péc om prética as decisies tomadas? Sao questées estruturais; para enfrenté-las e soluciond-las € necessério considerar as. ques t8es politicas ¢ econdmicas que afetam numerosos ambientes Quando a estrutura econémica é tal que provoca de pressbes, 0 problema do desemprégo foge & solugao pessoal. Na medida em que a guerra ¢ inerente ao sistema do Estado ~nagéo e A industrializacdo irregular do mundo, o individuo 16 ‘em seu ambiente limitado é impotente — com ou sem ajuda psiquidtrica — para resolver os problemas que ésse sistema, ou falta de sistema, the eria. Na medida em que a familia, como instituigio, transforma as mulheres em adordveis es- cravas e os homens em seus principais mantenedores e a0 mesmo tempo dependentes, o problema de um casamento satisfatério continua a fugit a uma solugao exclusivamente pessoal. Na medida em que a superdesenvolvida megaldpole e 0 superdesenvolvido automével sfo caracteristicas intr secas da sociedade superdesenvolvida, as questdes’ piblicas da vida urbana no serio resolvidas pela engenhosidade pes- soal e pela riqueza particular. Aquilo que experimentamos em varios e especificos a Dientes de pequena escala, ja o observed, ¢ com {reqiién causado pelas modificacées (estruturais, "Assim, para_com- preender as modificagdes de muitos ambientes pessoais, te- mos necessidade de olbar além déles. Eo nimero ¢ varie~ dade dessas modificagoes estruturais aumentam & medida que ‘as Instituigdes dentro das quais vivemos se tornam mais gerais @ mais complicadamente ligadas entre st Ter eonsciéncia “la ‘idéia da estrutura social e utilizé-la com sensibilidade & set capaz de identiticar as ligagdes entre uma grande variedade de ambientes de pequena ezcala. Ser capaz de usar isto & possuit a imaginagio sociolégica 3 wuais as principais questdes piblicas para a coletividade ¢ as praoaupagser-chaves dos_individuos em nosia paca Para formular as. questoes e as preocupagies, devemos”in- dagar quais 0s valores aceitos e que estéo ameacados, ¢ quais os valdres aceitos © mantidos pelas tendéncias caracteristicas de nosso periodo. Tanto no caso da ameaca como do apoio, devemos indagar que cont 5 de estrutura mais desta: cadas porlem existir na situacdo, Quando as pessoas estimam certos valéres e no sentem que SObre éles pesa qualquer ameaca, experimentam 0 bem- estar. Quando 03 estimam mas sentem que esto amcagados, experimentam uma crise — seja como problema pessoal ou v LL eee como questio piblica. Ese todos os scus valéres estive- rem em j6go, sentem a ameaga total do piinico. Mas suponhamos que as pessoas néo tenham conscién- cia de valdres accitos nem de qualquer ameaca. Experimen- tam, entéo, a indiferenca, que, se envolvélos a todos, se Wransforma na apatia. Suponhamos, finalmente, que nio te. ham consciéncia de quaisquer valdres estimados, maz ainda sintam agudamente uma ameaga. Experimenta, entio, @ inguietardo, a ansiedade, que, se fOr bastante forte, torna-se uma doenga mortal e nio-especifica. Nosma época é uma época de inquietagio e indiferenca nda no formuladas de modo a permitir que sbbre elas se exercam a razio ¢ a sensibilidade. ‘Aa invés de problemas — definidos em térmos de valéres e ameagas — ha com fre- auéncia a misérie da inquietacéo vaga; ao invés das questoes explicitas, ha com freqiiéncia 0 sentimento desanimador de que algo nao esta certo. Nem os valdres ameacados, nem aquilo que 0s ameaca, foram formulados. Em suma, nao fo- sam levados ao ponto de decisio. E muito menos foram for. mulador como problemas de cléneia social. Na década de 1990 cram poucas as divides — exceto entre certos eirculos econdmicos iludidos de que havia uma questio econémica, constituindo também um conjunto de problemas pestoais. Nos argumentos sAhre “a crise do capi- talismo”, as formulagées de Marx e muitas das reformulagdes de seu trabalho, ndo accitas, provavelmente estabeleceram 8 principais térmos da questéo, e alguns homens chegaram compreender seus probleinas pessoais dentro désses termos. Os valéres ameacarlos eram vistos e estimados por todos, a2 contradigGes estruturais que os ameacavam também pareciam evidentes, sendo experimentadas de modo geral e prolundo. Era uma idade politica Mas os valéres ameacados na era posterior A Segunda Guerra Mundial nao sao, com {reqiiéncia, reconhecidos por todos como valéres nem todos os julgam ameacades. Multa iquietagio pessoal defxa de encontrar formulacio, € muito mai-estar piblico © decisées de enorme relevancia estrutural jamais chegam a constituir-se em questées piblicas. Para 98 que aceitam valéres herdados, como razio e liberdade, & 2 inquietacdo em si que constitui'o problema; é a indiferenga em si que constitui a questo. E essa condigio de inquieta- 1B 40 e indiferenca € que constitui a caracteristica marcante do nosso perfodo. Tudo isso é to surpreendente que os observadores fre- glientemente interpretam tal conjuntura como uma transfor- magio dos tipos mesmos de problemas que precicam, agora, ser formulados. Quvimos dizer, com freqiiéncia, que os pro- Dienas de nossa década, ou mesmo as erises de’ nosso perio- do, passaram além do setor exterior da economia, ¢ tém hoje relagio com a qualidade da vida individual — na verdade, com a possibilidade de continuar havendo, dentro em breve, qualquer coisa a que se possa chamar adequadamente de Vida individual. Nao o trabalho infantil, mas as historias em quadrinhos. nfo 2 pobreza, mas 0 écia em massa, sio 0 centros de ‘preocupacdo. Muitas das grandes qu piblicas bem como muitos problemas privados sav des em térmos “de psiquiatria” — freqiientemente, numa tenta- liva_patética de_evitar_as grandes questoes e problemas da sociedade moderna Tal formulagia se baseia, quate sem- pre, num estreitamento provinciano do interésse das. socie- dades ocidentals, ou mesmo dos Estados Unidos — que assim ignoram dois tergos da humanidade, quase sempre, também, separa arbitrariamente a vida individual. das grandes insti- tuigies dentro das quals ela se realiza, © que por vézes nela influem de forma mais prejudicial do que o ambiente intimo da inffncia. Os problemas do écio, por exemple, nfo podem nem mesmo ser formulados sem considerarmos os problemas do trabalho. As preocupagées da familia com as histérias em guadrinhos ndo podem ser formuladas como problemas, sem considerarmos a sorte da familia contemporinea em suas novas relagdes com as instituigdes mais recentes da estrutura social. Nem 0 lazer, nem a sua utilizagio debilitante, padem ser compreendidos como problemas, sem o reconhecimento das pioporgdes eu: que u mabestar © a indiferenga hoje for- mam o clima social € pessoal da sociedade americana con- temporanea. Nesse clima, nenhum problema da “vida pri- yada” pode ser formulade ¢ resolvide sem reconhecimento da crise de ambicio que é parte da carreira mesma dos ho- mens que trabalham na economia incorporada, B certo, com us psicanalistas afirmam constantemente, que as pessoas experimentam, “cada vez mais, o sentimento 0 es de serem movidas por {orcas obscuras dentro de si mesmas, © que slo incapaxes de definir™. Mas nao verdade, como afirmou Emest Jones, que “o principal inimigo do homem « seu principal perigo sio sua prépria natureza desordenada e as {Orcas sombrias comprimidas dentro déle™,. Pelo con tio: “o principal perigo do homem” esta nas {Orcas desre- gradas du propria sociedade contemporanes, com seus. mé todos de producio alienantes, suas técnicas’ envolventes de dominio politico, sua anarquia internacional — numa palavra, suas transformagées gerais da propria “ialureza” do “homem © das condigdes © objetivos de sua vida Hoje, a princi efa intelectual e politica do cientista social — pole as dir qui coincide — €-detvar claros os elementos da inquietagio e da indiferenca contemporaneas. B a exigéncia central que Ihe fazem outros trabalhadores culturais — os cigntistas fisicos, os artistas, a comunidade in telectual em geral. £ devido a essa tarela e a essas exigén- cas, ereio, que as Ciéucias Socials se esto transformands no denominador comum de nosso periodo cultural, e a ‘imagi- ‘nagao sociolégica na qualidade intelectual que mais neces- sitamos. 4 Em téda idade intelectual, um estilo de reflexio tende a tommar-se o denominador da vida cultural, Hoje em dia, & certo, muitas modas intelectuais slo aceitas amplamente, para serem pouco depois substituidas por outras, no curso de um ou dois anos. “Esses entusiasmos podem ‘acrescentar certo tempéro a0 jégo cultural, mas deixam poco, ou nenhum, trago intelectual. 1ss0 ndo ocorre com formas de pensamento coma a “Fisica newtoniana”,-ou a “Biologia darwiniana™ Cada um désses universos intelectuais se torna uma influéneia gue alcanga wulto além de qualquer esfera especial de idcias © imagens. Em térmos dessas formas, ou nos térmos que delas derivam, professbres desconhecidos e comentaristas da moda reenquadram suas observagies © reformulamn suas reocupagSes. Durante a era moderna, a ciéncia fisica e biolgica foi @ principal denominader comum da teflexao seria 20 ¢ da metafision popular nas sociedades ocidentais. “A téo= nica de Iaboratério” foi o modo de processo e a fonte de seguranga intelectual. Esse € um dos signilicados da idéia de um denominador comum intelectual: os homens podem formular, em seus térmos, suas convicgbes mais fortes; outros térmos ¢ outros estilos de reflexdo parecem simples veleulos de fuga e obscuridade. A predominancia de um denominador comum nao sig- nifica, decesto, que nfo extstam outros estilos de pensamento ou formas de sensibilidade. Mas significa. isso sim, que os interésses intelectuais mais gerais tendem a penetrar nessa rea, a serem formulados, ali, com mais agudeza, quainlo assim formulados, considera-se que chegaram, se no a uma solugao, pelo menos a uma forma proveitosa ‘de serem leva- dos & frente A imaginagio sociolégica se esta tornando, ereio, 0 prin- cipal denominador da nossa vida cultural, e sua caracteristica marcante Esa qualidade da mente se encontra naz Cién cias Sociais e Psicolégicas, mas vai muito além désses estudos, tal como conhecemns. Sua aquisigao pelos individuos e pela comunidade cultural ef geral é lenta e par wézes hesitante; iuitos cientistas sociais nfo tém consciéneia dela. Nao pa: recem saber que o uso dessa imaginagao € central 20 melhor trabalho que possam realizar, que deixando de desenvolvé-la € usi-la esto deixando de atender as expectativas culturais que se fazom déles © que as tradigies clissicas de suas virias Aisciplinas colocam 4 sua disposigao. Nao obstante, nas preocupacées fatuais © morais, no uabalho literdrio © na andlise politica, as qualidades dessa imaginagio sio regularmente necessérias. Numa grande va- iedade de expresses, tornam-se caracteristicas centrais das realizagSes intelectuais ¢ da sensibilidade cultural. Os prin- cipais criticos exemplificam-nas, e 0 mesmo fazem os jorna- listas sérios — na verdade, o trabalho de ambos é treqiten- temente julgado nestes térmos. As categorias populares de critica — as hiperintelectualizadas, as de nivel médio e as de nivel inferior —- fo hoje pelo menos tiv sociuldgicas quanto estéticas. Os romancistas — cujas obras sérias representam as definigées mais generalizadas da realidade humana — possuem com freqiiéncia essa imaginacio e procuram atender 4 procura que dela existe. Por meio dela, busca-se a orien- at tagio para o presente como histéria. A medida que as ima- gens da “natureza humana” se tornam mais problemiticas, experimenta-se uma crescente necessidade de dedicar uma atencdo mais cuidadosa, e a0 mesmo tempo mais imagina- tiva, as rotinas e catéstrofes sociais que revelam (e que con- dicionam) a natureza do homem nesta época de intrangii- lidade civil e conflito ideolégico._Embora a moda se revele por vézes através da tentativa de utilieila, a tmaginagao so- ciolégica nao é apenas uma moda. £ uma qualidade que parece prometer mais dramaticamente um entendimento das realidades intimas de nds mesmos, em ligagdo com realidades sociais mais amplas. Nao é apenas uma qualidade de espirito entre a varledade contemporinea de sensibilidades culturais — é a qualidade. cujo uso mais amplo e mais desembaracada nos proporciona a perspectiva de que tddas essas sensibilida- desc na verdade, a propria razio humana — virdu a de- sempenhar um papel maior nas questées humanas. © significado cultural da ciéncia fisica — 0 principal de- nominador comum antiga — se esti tormando duvidoso, Como estilo intelectual, a ciéncia fisica esté comecando a ser sonsiderada inadequadla por muitos. A adequagto dos esti- los cientificos de pensamento e sentimento, imaginacio © sensibilidade, estéve decerto, desde o inicio, sujeita a dividas religinsas e controvérsia teolégica. mas nozzos avs c pais cientificos as eliminaram. As atuais so seculares, humans tieas — e, com frequéncia, bastante confusas. Fatos recen- tes na ciéncia fisica — com seu ponto culminante, teenald- gicamente, na bomba H e nos meios de transporté-la — nao foram sentidos como uma solucéo para qualquer dos pro- blemas conhecidos e estudados profundamente pelas grandes comunidades intelectuais e piblicos culturais. Tais fatos fo- ram corretamente consideradas como resultado de uma per. quisa altamente especializada, e tidos, impropriamente, como muito misteriosos. Provocaram mais problemas — intelectuais morais — do que resolveram, e os problemas assim criados estio mais na érea das questées sociais do que fisicas. A evi dente conquista da natireza, a superagio da escassez, é sen- tida pelos homens das sociedades superdesenvolvidas coma Virtualmente completa. E hoje, nessas sociedades, a ciénci — 0 principal instrumento de tal conquista — esta desarien. tada, sem objetivo e necessitando de uma reavaliagio. 2 A valorizagin modema da oféneia hé muito vem sendo apenas suposta, mas hoje o elemento moral na tecnologia ¢ © tipo de imaginagao engenheiral associada a essa’ cléncia muito mais provavelmente serdu amhiguas © aterrorizadoras do que esperancosas e progressistas. £ claro que a ciéncia io se limita a isso, mas teme-se que tal limitagto venha ocorrer. A necessidade, que se experimenta, de reavaliar a ciencia fisica rellete a necessidade de um ndvo denominador comum. fa sentido humano e 0 papel social da ciéncia, seus aspectos militar e comercial, sua significacdo politica, que esto sendo objeto de uma’ revisio confusa. 0 desenvol vimento cientifico das armas bélicas pode levar & “necessi- dade” de uma redisposicao politica do mundo. — mas tal “necessidade” nao é ao que sc pensa, passivel de solugao apenas pela ciéncia fisica Muito do que se considerava como ser visto hoje como uma filosofia dibia; muito do que se considerava como “verdadeira ciéncia” freqiientemente nos proporciona apenas fragmentos confusos das realidades entre as quais vive 0 homem. Homens de citneia, pelo que se acredita geralmente, jé nao tentam retratar a realidade como um todo ou apresentar um esbdgo verdadeiro do destino human. Além disso, a “ciéncia” parece a muitos menos um elemento moral criador e uma forma de orientagio do que um grupo de Maquinas Cientifieas, operadas por técnicos ¢ controladas por economistas e militares, que néo a repre- sentant ucin a compreendem como ética e orientagao. in. quanto isso, os filésofos que falam em nome da ciéneia com fre- guéncia a transformam num “cientificismo”, considerando sua experiéneia idéntica & experiéncia humana, ¢ pretendendo que somente pelos seus métodos podem os problemas da vida ser resolvidos. Com tudo isso, muitos trabalhadores cul- turais passaram a considerar a “ciéneia” como um {also pretensioso Messias, ow pelo menos um elemento altamente ambiguo na civilizagzo modetua Mas hi, na frase de C. P. Snow, “duas culturas": a cien- tifica € a humanista, Seja como histdria ou drama, como bio- Erafia, poesia ou ficgio, a esséncia da cultura humanista tem sido literdria. Afirmam-se hoje, por vézes, que a literatura séria tomou-se, sob muitos aspectos, uma’ arte menor. Se assim for, néo'€ apenas devido ao desenvolvimento de pé- 23. Ditcos de massa © de meios de comunicagio de massa, & tudo o que isso significa para a produgio literdria séria." £ também devido & qualidade mesma da histéria de nossa épo- cca e dos tipes de necessidade que ns homens de sensibilidade experimentam para apreender essa qualidade. Que ficeao, que jornalista, que atividade artistica pode conesrrer com a realidade histéricn ¢ os fatos politicos de nosso tempo? Que visio dramatica do inferno pode concor- rer com os acontecimentos da guerra Jo século XX? Que Gemincias morais podem alcancar as proporgSes da insensi- bilidade moral dos homens, diante das agonias da acumula- {Gd0 primitiva? Os homens desejam conhecer a realidade so- tial e historica, e freqiientemente nao véem na literatura Contemporanea um meio adequado de conhecé-la, Anselam por fates, buscam-lhe o: sentidas, querem um “retrato maior” ho qual possam acreditar e dentro do qual se possam con preender. Desejam também valdres que os orientem, ¢ for mas de sentimento adequadas, estilos de emocao € vocabu- laos de motivos que sejam também adequados. E nao os encuritiam facilmente na literatura de hoje. Nao importa se fessas qualidades deveriam ser encontradas ali — importa é que, com freqiiéncia, nao 0 sao. No passado, os homens da Kteratura, of eriticos # histo- riadores, tomavam notas sdbre a Inglaterra e sdbre viagens }"América, Procuravam caracterizar cada uma das socieda- des como um todo, e discemir-lhes os significados. Se Tocqueville ou Taine fassem vivos hoje, nao seriam socié- logos? Fazendo essa pergunta sobre Taine, um comentarista do The Times (de Londres) sugere: Taine cempre via o homer prinsipalmente como um animal social ea sociedade como uma colegio de grupos; podia observar Scihuciscomente, era tim ineansAvel investigador de campo, ¢ possuls me qualidade... .-. particularmente vallosa para perceber as rela (Eco entre on fonbmence sociais — a qualidade da vivacidade. Estava Geskasliede interessade no presenle para ser um bom historiador, era (Sdsieo demals para tentar o romance. e considerava a literatura Gemasiado como um documento na cultura de uma era eu um pals, Som'Stingir um Inger destacado como critica... .,. Seu trabalho Epore t literatura inglésa € menos sobre esta, prépriamente dita, do Que um comentario sbbre a moralidade da, sociedade inglésa, € um Yeleulo de seu positivisemo, “# aclma de tudo um teérico Social? 7 Guplemente Literério do Times, S de novembro de 1067, 4 0 fato de que éle tenha permanecido antes um “homem literdrio” do que um “Cientista social” talvez constitua um estemunho de dominio, em grande parte da ciéncia social do séoulo XIX, da busca zelosa de “leis”, presumidamente comparéveis as que se julgam terem sido descubertas pelos cientistas naturais, Na auséncia de uma ciéncia social ade- quada, eriticos ¢ romancistas, dramaturgos e poetas foram Se principais, e com freyiiéucia 03 ‘inicos, formuladores dos problemas privados ¢ até mesmo das questées piblicas. A arte expressa tais sentimentos, e freqiientemente os focaliza see quando é boa, com agudeza dramatica — mas mesmo assim nao faz com a clareza intelectual hoje exigida para Seu entendimento, ou para sua solugao. A arte sao formula, @ nao pode formular, tais sentimentos como problemas en- cerrando as preocupagées € as questes que os homens en- frentam, para que possam superar sua inquictagéo ¢ sua ferenca, € as misérias insuportaveis a que estas levam. O ar tista, na realidade, no tenta com freqiéncia tal formulacio. ‘isso, o artista sério esté, ale mesma, em confusio, & i juda intelectual ¢ cultaral de uma tomou viva. £ meu objetivo, aqui, definir o sentide das Ciéncias So- ciais paras as tarefas culturais de nossa época. Quero especi- ficar 0s tipos de esforgos que est4o por trds do deseavolvi mento da imaginaco sociolégica; indicar suas implicagées para 2 vida cultural e politica, e talvez sugerir parte do que ¢ Recessirio para possutla, Dessa forma, quero deixar claro a nalureza e 0s usos das Ciéncias Sociais, hoje, e apresentar lima descrigao limitada de sua situagao contemporanea, nos Estados Unidos? = Devo dizer que prefito muito mais a expresso “estudos cials” do que “eisnetas socials” — nly porque no me agradera Eientistas fisicos (pelo. contrdrio), mas porque a palavra “ciéneis Sdquiriu grande prestigio ¢ um sentido bastante improciae, Nao sinto Qualquer necessidade de roubar éste prestigio ou tornar o sentido Ehasnengs preciso usando-a como wna metifora fileséfiea. | Sep0~ fnho, entretanto, que se escrevesse sObre os “estudos socials”. of Jeitores pensariam® apenas mia educaydo clvica dos cursos secvndirios Hifque, de todos 08 setores do conhecimento humano, ¢ 0 que menos 2B A “ciéncia social” consiste, € claro, daquilo que os cien- tistas sociais, como tal reconhecidos, estiverem fazendo em determinado momento — mas nem todos estéo fazendo a mesma coisa, na verdade, nem mesmo coisas parecidas. A ciéneia social é também o que os cientistas sociais do passado. fizeram — mas diferentes estudiosos acolhem e usam dife- rentes tradigoes em suas disciplinas. Quando falo da “pro- messa da ciéncia social”, espero estar claro que me refiro & promessa, tal como a entendo. Atualmente, entre os cientistas sociais, hé uma apreen- so generalizada tanta intelectual como moral sAbre a dire. Gdo que seus estudos esto tomando. Essa apreensio, bem como as tendéncias infelizes que para ela contiibuen, Cidnclas do comportamento™ & uma expresso simples- mente impossivel, etiada, creio, como recurso de propaganda para obter dinhelro para a pesquisa social de Fundacdes e Congressistas que confundem “citnela social” com "socialismo". ‘A melhor ex- Bresso incluiria historia (e psicologia, na medida ‘em que se ocupa ‘doe stres humancs), e seria 0 menos controversa possivel, pols deve- ‘lames argumentar com palavras e nfo lutar por causa delas, Talvez “dlsciplinas humanas” servisse. Mas néo importa. Com a esperanca de no ser mal compreendido por muitos, curvo-me & convencda © ‘iio "eidncias sociais”, mais comum. Um outro ponte: exparn que maus colages aceitem a exprestio “imaginagio socioldgica”. Os clentistas politicos que leram os ori- inais déste livra sugerem “imaginagén palitiea": at antenpAlogns imaginaéo-antropoléeiea” — e assim por diane A expressdo im- porta, mence do qe 2 iddia, que eenere daixar citea on urea diste Tivro, "Com ela, nfo desejo, decerto, sugerir apenas a disciplina sendamien da Sneiningia. Muito do que a frase significn para mim 1ndo encontra expresso nos sociSlogos. Na Inglaterra, por exemplo, = Sorialogia camo disciplina académica é ainda um pica marginal f nfo obstante em grande parte do jornalismo, fiegko e, acima de fudo, na histArla, = imaginal sociolégica all realmente multo Geseavalvida. mesmo ocorre na Franca: tanto a confusio como ‘8 audéeia do pensamento francés desde a Serunda Guerra Mundial Se baselam no seu sentimento sobre as caracteristicas soclol6gicas Gp destino do homem em nossa época, ¢ no obsiante essas tendén~ las so manifestadas por homens de letras, e nao pelos sociblogos brofissionais. Nao obstante. emprego “imaginacio sociolégica” por- ‘gue: 1) todo sapateiro pensa que s existe o couro e eu, por bem 90 por mal, sou um sociSlogo: 2) creio que histdricamente a ouall- Gade de espirito tem sido evidenciada com mais freqlléncia e inten Sidade pelos soeldloos eldssicos do que por auaiscuer outros cien- fistas soclais; 3) como vou examinar criticamente varias curiosas fescolas sociolénicas. preciso de uma contra.exnressio sébre a qual ‘me spoier, 26 creio eu, parte de um mal-estar geral contemporineo da vid intelectual. Nao obstante, talvez aprecusio seja mats aguda entre os cientistas sociais, porque perspectivas mais amplas guieram grande parte do trabalho anterior, em seus campos, # devido & natureza dos assuntos de que se ocupam © Ane. cessidade urgente de um trabalho significativo. Nem todos participam dessa apreensio, mas o fato de que isso ocorra 6, em si, causa para maiores constrangimen- tos entre os que estao alertas As perspectivas e sio bastante honestos para admitir a mediocridade pretensiosa de grande parte do atual esfargo. Falando francamente, espero contri buir para essa apreensio, definir parte de suas fontes © aju- Gar a transformé-la numa necessidade especifica de realizar a promessa da ciéncia social, abrir 0 caminho para novos comecos; em suma, indicar algumas das tarefas 4 mio, e os meios, disponiveis para realizar o trabalho que deve ser feito agora, Ultimamente, 0 conceito de ciéncia social, que defendo, nfo vem predominando. Minha concepgfo se opde & cténcia social como um corpo de técnicas burocraticas que inibem pesquisa social com suas pretens6es “metodoligicas", que congestionam ésse trabalho com conceitos obscurantistas, ov que os vulgarizam pela preocupaggo com problemas insig- nificantes, sem relagio com as questoes de relevancia pi blica. Essas inibices, obscuridades e vulgarizagdes criaram uma ese 10 estudos sociais de hoje, sem sugerir, pelo me- nos, uma aida para a crise Certos cientistas sociais acentuam a necessidade de ‘grupos de pesquisa de técnicos”, outros 0 primado do eru- dito individual. Alguns outros, ainda, gastam grandes ener- gias com o refinamento dos métodos e técnicas de investigacdo: outros pensam que os processos eruditos do artesanato inte- lectual ‘estéo sendo abandonados ¢ devem agora ser reabi- litados. “Outros realizam seu trabalho de acérdo com um conjunto de processos mecdnicos rigidos; alguns procuram desenvolver, estimular ¢ usar a imaginacia sociolégion Os que sio partidérios do alto formalismo da “teoria” asso- clam conceitos de forma que parece aos demais vurlosa, © éstes, por sua vez, defendem a elaboragio de térmos somente quando se torna claro que isso amplia a escala da sensibi 7 dade ¢ estimula o racioofnio. Hé of que estudam, limited: mente, apenas ambientes de pequena escala, na esperanca de atingir os conceitos de estruturas mais amplas, com ‘isso; outros examinam as estratiras sociais nas quai procaram “localizar" muitos ambientes menores. Alguns, desprezando totalmente os estudos comparativos, ocupam-se apenas de uma pequena comunidade de uma determinada sociedade de cada vez; outros, num trabalho plenamente comparativo, tra- lam ditetamente das estcuturas sociais nacionais do mundo. Outros limitam sua pesquisa exata As conseqiiéncias, a curto prazo, das questées humanas; outros se ocupam de_questoes que s5 ce tormam evidentes na perspectiva histérica_ mais longa. Alguns especializam seu trabalho segundo os depa tamentos académicos; outros, valendo-se de todos os depai tamentos, especializam-se pelos tépicos ou problemas, a des- peito de sua posicdo académica. Alguns comparam a vari Made da histéria, biografia, sociedade; outros nao 0 fazem, Tais contrastes, @ muitos autras de tipo semelhante, néo sio necesshriamente alternativas auténticas, embora no calor da controversia ou na preguigusa seguranya da especializagio freqiientemente sejam considerados como tal. A esta altura, apenas os apresento em forma rudimentar, voltando a falat Gales 1é pelo fim diste livro. Espero, docerto, revelar tddas as minhas tendéncias, pois julgo que os julgamentos devem ser explicitos. Mas também estou procurando, a despetto de meus préprios juizos, formular os sentidos culturais e po! ticos da ciéncia social. Minhas tendéncias nao sio, evidente- mente, nem mais ein menos tendenciosas que as examinadas neste livro. Que as pessoas a elas contrarias usem essa opo- sigio para tomar suas tendéncias to explicitas e reconheci- das quanto as minhas! Entio os problemas morais do estuda social —o problema da ciéncia social como uma questio publica — sergo identificados, e a discussio se tornaré pox sivel. Haverd maior autoconsciéncia generalizada — 0 que €, decerto, uma condigao preliminar para a objetividade, no eimpreendimento da eféneia social como um todo, Fm suma, ereio ser 0 que se pode chamar hoje de anilise classica um conjunto estdvel e utilizével de tradigies; que sua caracteristica essencial é a preocupagio com as estrutui sociais histéricas; e que seus problemas sio de relevancia direta para as questées piiblicas urgentes ¢ para os. proble- mas humanos insistentes, Também acredita que id hoje 28 grandes absticulos na caminho da continuacio dessa tradicio — tanto dentro das Ciéncias Sociais como de seus meios acu- demice e politic — mas que, no obstante as qualidades de espirito que a constituem se estejam tomando um denomi- nador comum de nossa vida cultural geral e que, por mais vaga © por mais confusa que soja a variedade de disfarces, a necessidade delas esté comegando a ser experimentada. Muitos praticantes da ciéncia. social, especialmente na Ainérica, parecem-ine curiosamente relutantes em aceltar 0 desafio que esta hoje & sua frente, Muitos, na verdade, abdi cam das tarefas intelectuais politieas da anilise ‘social; outros, sem divida, simplesmente nfo esto A altura do papel que, apesar disso, thes foi atribuido, Por vézes, parecem ter, ‘deliberadamente, utilizado velhos estratagemas ¢ desen- volvide uma timider nova. Mas apesar desea relutincia; a atengio intelectual e publica esté agora focalizada de modo Go evidente sbie os mundos socials, presumidamente estu- dados por ésses praticantes da ciéncia social, que devemos concordar que éles tm uma oportunidade singular. Nessa oportunidade esta revelada a prometta intelectual das Ciém Sociais, os usos culturais da imaginagio sociolégica, e 0 sentido politic dos estudos do homem e da sociedade. 6 Emhora isso seja hastante constrangedor para um soci logo, tédas as tendéncias infelizes (com a possivel excecio de Uita) que examnivaret nus capilulos seguiutes se enyuar dram naquilo que habitualmente se considera como 0 “campo da Sociologia", embora a abdicacao cultural e politica a elas implicita caracterize, sem divida, grande parte do trabalho diario de outras Ciéncias Sociais. ‘Seja qual f6r a verdade em Aisciplinas como a Ciéncia Politica e a Economia, a Histéria a Antropologia, é evidente que nos Estados Unidos de hoje © que se conhece como Sociologia tornou-se o centro de re. flexio sdbre a ciéncia social. Tornou-se o centro de interés- se pelos métodos, e néle encontramos também o mais ex- tremado interésse pela “teoria geral”. Uma variedade real- mente notivel de trabalhos intelectuais participou do desen- volvimento da tradigio sociolégica. Interpretar essa varie- dade como Uma Tradigto 6, em si, uma audécia. Mas talvez haja concordancia geral quanto ao fato de que a atividade 2 hoje reconhecida coma trahalho sacinlégica vem tendenda movimentar-se numa ou mais de trés diregSes gerais, cada qual sujeita @ deformagio, © « esburvarse no cho, Tendéncia 1: No sentido de uma teoria da histéria. Nas mios de Camte, por exemplo, como nas de Mary, Spen- cer e Weber, a Sociologia é um empreendimento enciclopé- dico, ycupando-se da totalidade da vida social do homem. E a0 mesmo tempo histérica e sistemitia — histérica, por- que trata de material do passado, e déle se utiliza; sistema- tics, porque 0 faz a fim de discemir “os estégios” do curso da histéria e as regularidades da vida social A teoria da histéria do homem pode deformar-se muito facilmente numa camisa-de-fOrga trans-histriea, na qual os materiais da histéria humana sio introduzidos a férga, ¢ da qual surgem visies proféticas (habitualmente sombrias) do futuro, As obras de Amold Toynbee « de Oswald Spengler sio exemplos bem conhecidos, Tendéncia II: No sentido de uma teoria sistematica “da natureza do homem e da sociedade”. Por exemplo, nos tra- balhos dos formalistas, notadamente Simmel © Von Weise, a Sociologia passa a ocupar-se de conceitos criados para a classificagao de todas as relagoes sociais e que proporcionam uma visio de suas caracteristicas supostamente invariéveis. Ocupa-se, em suma, com uma visio bastante estitica © abs- trata dos componentes da estrutura social, num nivel de ge- neralidade bastante elevado. Talvez em reagao & deformagéo da Tendéncia I, a histé- ria possa ser totalmente abandonada: a teoria sistemitica da nnatureza do homem e da sociedade passa a ser, com dema- siada facilidade, um formalismo complicado e rido, no qual @ divisio dus Couceitos © uma interminavel redtsposigao tor- na-se a principal tarefa. Entre 0 que eu chamarei de Grandes Tedricos, as concepgies tornaram-se, realmente, Conceitos. A obra de Talcott Parsons é 0 principal exemplo conteuspo- rineo da Sociologia americana. Tendéncia III: No sentido de estudos empiricos dos fatos e problemas sociais contemporaneos. Embora Comte @ Spencer fScsem os csteios principais da ciéncia social ame- ricana até 1914, aproximadamente, e {0sse intensa a influén- 90 tia tedrica alem® o levantamento empitico tornou-se central hos Estados Unidos, logo de inicio. Isso resultou, em parte, dds existéneia académica anterior da Economia e da Ciencia Politica. Levando-se isso em conta, e na medida em que « Sociologia é definida como o estudo de uma area especial da sociedade, cla se tourna factimente uma espécie de tarela ex: céntrica entre as Ciéneias Sociais, constituida de estudos mis gelaneos ¢ restos académicos. HA os estudos das cidades e familias, das relagdes raciais ¢ étnicas, e naturalmente dos “pequenos grupos”. Come iremos ver, a miscelanea resul. tante foi transformada num estilo de pensamento, que exa- minarei sob a denominagia de “praticalismo liberal” Os estudos da realidade contemporinea padem tornar-se facilmente uma série de fatos desconexos e com freqiiéncia insignificantes, sc relacionados apenas com ambientes de pequena escala. Muitos cursos sobre a Sociologia americana alustram isso, ¢ talvez os livros didéticos no setor da desor- Zanizacin social a revelem melhor ainde. Por outro lado, us socidlogos tém a tendéncia de se tomarem especialistas na téenfca de pesquisa de quase tudo: entre éles, os métodos se transformaram na Metodologia. Crande parte do trabalho — € do ethos néle existente — de George Lundberg, Sa. muel Stouffer, Stuart Dodd, Paul F. Lazarsteld sio exem- plos atuais. Essas tendéncias — de dispersar a atengio © cultivar 0 método pelo métode — so dignas companheira, embora néo ocorram necessiriamente juntas As peculiaridades da Sociologia podem cer compreen- didas como deformacées de uma ou mais de suas tendéncias tradicionais. Mus suas promessas também podem ser com. Preendidas em térmos dessas tendéncias, Nos Estadas Uni dos de hoje surgiu uma espécie de amalgama helenfstico, in- corporanda varios elementos ¢ finalidades das Socivlogias de diversas sociedades ocidentais. O perigo é que em meio des. sa abundancia soctolégica, outros cientistas sociais se tornem tio impacientes, © os sociélogos com tal ansiedade de “pee quisa”, que percam o controle de um legado realmente va- oso. “Mas hé também uma oportuuidade, em nossa condi- gio: a tradigio sociolégica encerra as melhores formulacdes da promessa cabal de Ciéncias Sociais como um todo, bem como certa realizagio parcial de tal promessa A musnsa ¢ a1 1 sugestio que os alunos de Sociologia possam encontrar em in Suas tradigOes nfo podem ser resumidas com brevidade, mas cap 7 qualquer cientista social que az considerar se centird’ rca. mente compensado. © dominio pode ser transformado, facil- mente, em novas orientagdes para seu trabalho na ciéncia social Voltarei as promessas da ciéncia social (nos capftulos 7a 10), depois de um exame de suas deformacdes mais co- muns (capitulos 2 a 8) A Grande Teoria Corecemos com um exemplo da grande teora, extraldo de The Social System, de Talcott Parsons — considerado, ge- ralmente, como um impartantissima livra, par um dos mais ‘ominentes representantes désse estilo. Tim alamentn da sittama simbltien partithada que serve como critério ou padrio para a selecio entre ag alternativas de orientacao Que este intrinsecamente abertor numa situagao pode ser chamado de valor Mss € necessirio distinguir désse aspecto motiva- ional de orfentagio a totalidade di fem viata do pepel dos ais temas simbélicos, um aspecto de *valor-orientagio". Tal aspecto se relaciona nfo com 0 sentido do estado de colsas experado do axeute, fem térmos de seu equiliorio de satistacéo e privaglo, mas do con- teudo dos pasroes seleuvor em si. U concelto ae vslor-orientacdo, esse sentido, é portanta, um recurso légico para a formulagéo de lum aspecto central da articulagio das tradigGes culturals no sistema de acio, Segue-se da deriva a orientago normativa.e do papel dos ‘tal como disacmos aeime, que todos oe valbres en- Yolvem 0 que poderiamos chamar de referéncia social ine rente sum sistema de agée que a opf0 cejo, pars urarmos & exprar- sho, “orlentada normativamente”. isso se segue, como mostrames, Go sonceito de cxpectativas set lugar na teoria’ da apdo, especial mente na fase “ativa", na qual o agente persegue metas. As expec- fativas, portante, em "combinaggo com. A sdupla contingdncla”” do processo de interagao, como foi chamado, erfam um problema eru- Sialmente imperative de ordem, Dols axpector dete problema de ‘ordem podem, por sua’ vez, ser distinguldes, ordem nos sistemas Simbélisoe que forma porsivel a comunieagio, © orem na mitualle Gade da orlentagdo motivacional para o aspecto normative das ex- pectativae, © prablema “habbesiana" da ordem 39 > 33

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