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ENTREVISTA

Entrevista com
Adrian Henke, criador do
game AssaultCube

CAPA
Diversão Digital e
Software Livre

http://revista.espiritolivre.org | #010 | Janeiro 2010

SOFTWARE PÚBLICO
CACIC
Que índio é esse?

DICAS CINEMA SMARTPHONES


Mantendo o Ubuntu em Software livre nos filmes Saiba como não errar na
forma de Hollywood hora da compra
COM LICENÇA

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |02


EDITORIAL / EXPEDIENTE

2010 chegou chegando! EXPEDIENTE


Diretor Geral
João Fernando Costa Júnior
Já está se tornando rotina a correria das edições da Revista Espírito
Livre, bem como esta seção, um desabafo. O ano de 2010 começou quente, Editor
em todos os aspectos! Novas ideias pipocam a todo momento, novas João Fernando Costa Júnior
possibilidades, novos projetos e parcerias. Não apenas para a publicação,
mas pessoalmente e profissionalmente a todos nós. Esperemos que este novo Revisão
ano seja melhor 2009 e pior que 2011, e que todos os desejos que almejamos Eliane Domingos
se tornem realidade conforme o ano cria um corpo e caminha.
Esta edição de janeiro da Revista Espírito Livre traz em sua capa o Tradução
tema Diversão Livre, e tenta apresentar aos leitores, experiências, situações e Paulo de Souza Lima
cases onde temos licenças livres propiciando diversão, softwares livres
Arte e Diagramação
possibilitando a muitos se divertirem, enfim, estas tentamos mostrar que estas
João Fernando Costa Júnior
duas palavras, em nosso universo, podem conviver pacificamente, criando
Igor Morgado
uma harmoniosa relação. A entrevista internacional tras Adrian Henke, um
desenvolvedor de software que mora na Suiça e que está a frente do Capa
AssaultCube, um pequeno notável game de tiro em primeira pessoa, que faz Carlos Eduardo Mattos da Cruz
milagre em pouco mais de 40 MB, seja nos gráficos, jogabilidade e outros
aspectos. Merece toda nossa atenção. Contribuiram nesta edição
Para rechear esse assunto tão envolvente convidei outros colegas da Adrian Henke
comunidade e amigos para contribuirem com seus relatos e materiais, o que Adriano dos Santos Vieira
resultou em um rico acervo como poderão perceber. Franzvitor Fiorim fala Aécio Pires
sobre Jubler, um software para legendar filmes e outros vídeos, Salvador Albino Biasutti Neto
Lucas mostra um cenário macro das possibilidades de diversão através de Alexandre Oliva
Arnaldo Barreto Vila Nova
games de código aberto, Juliana Kryszczun fala sobre como tantas vezes nos
Cárlisson Galdino
divertimos com conteúdos disponibilizados em Creative Commons e que às
Carlos Eduardo Mattos da Cruz
vezes nem nos damos conta. Arnaldo Barreto descreve rapidamente a
Célia Menezes
utilização de tecnologias abertas no filme 2012, lançado recentemente, Cezar Taurion
enquanto o nosso bardo se apresenta em dose dupla! João Marcello fala Franzvitor Fiorim
sobre um assunto importante e que poucos dão importância: aterramento. Ele Hailton David Lemos
descreve de forma irreverente os vários tipos de aterramento que encontramos Igor Morgado
por aí, descrevendo suas principais peculiaridades. João Divino Dorneles Júnior
Luiz Eduardo Borges fala sobre o lançamento de seu livro: Python para João Fernando Costa Júnior
Desenvolvedores - 2ª edição, enquanto Jomar Silva nos dá dicas de como João Marcello Pereira
errar menos na hora de comprar um smartphone. Cezar Taurion traça um Jomar Silva
panorama geral sobre o que foi discutido no ano de 2009 em seus artigos aqui Jorge Augusto M. Carriça
na Revista Espírito Livre, enquanto Alexandre Oliva utiliza da mitologia grega Juliana Kryszczun
para nos apresentar um conto bastante contemporâneo. Eliane Domingos e Luiz Eduardo Borges
Mônica Paz
Igor Morgado também se juntaram a nossa equipe a partir dessa edição, o que
Orlando Lopes
vem a acrescentar ainda mais à publicação.
Otávio Alcântara
Tantos outros contribuíram de forma ímpar para que mais uma edição Paulo de Souza Lima
da Revista Espírito Livre pudesse estar aqui e agora, à sua frente, trazendo Salvador Lucas de Oliveira
toda essa fonte de informação. Deixo meu contínuo agradecimento a todos Sávio Lima Lopes
que participaram da edição, seja de forma direta ou indireta. Sinara Duarte
Tatiana Al-Chueyr
A seção Agenda ainda continua pouco volumosa, principalmente por Walter Capanema
estarmos em uma período de poucos eventos em nosso país. Wesley Samp
Aqueles que nos seguem pelo Twitter, Identi.ca e demais veículos, Yuri Almeida
estejam atentos: não custa lembrar que as promoções e novidades são
apresentadas primeiramente nestes veículos e no site oficial Contato
da revista [http://revista.espiritolivre.org]. revista@espiritolivre.org

Agradecimentos a todos que não foram citados acima O conteúdo assinado e as imagens que o
e que formam esta família que compõe a Revista Espírito integram, são de inteira responsabilidade
de seus respectivos autores, não
Livre. O meu sincero agradecimento e que venha 2010! representando necessariamente a
opinião da Revista Espírito Livre e de
seus responsáveis. Todos os direitos
João Fernando Costa Júnior sobre as imagens são reservados a seus
Editor respectivos proprietários.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |03


EDIÇÃO 010

SUMÁRIO
CAPA
28 Diversão e CC
Se divertindo com a Creative Commons

30 Diversão digital e SL
Sim, é possível...

34 Jubler
Um poderoso editor de legendas
Entrevista com
37 Interfaces Cognitivas
Individuais e Coletivas...
Adrian Henke,
criador do
40 Mãos ao Alto!
Divirta-se com Smokin' Guns AssaultCube
PÁG. 23
COLUNAS
14 Mitologia Grega:
Mistérios de e-Lêusis

17 Warning Zone
Episódio 4 - Crise em Pimentel

20 OpenSource
Um panorama sobre o ano de 2009

TECNOLOGIA
Smarthphones
43 Com essas dicas, não há como errar 101 AGENDA 06 NOTÍCIAS

COTIDIANO
49 Aterramento e Enterramento
A diferença...

DICAS
52 Ubuntu
Mantendo-o em forma! 11 LEITOR 13 PROMOÇÕES
FORUM
Ano novo, ideias novas
56 Colocando a cabeça pra pensar
LIVRO
58 Robin Hood e a Liberdade
Recordar é viver
82 Python para Desenvolvedores
2ª Edição
61 Verdades inconvenientes
Google X China

SOFTWARE PÚBLICO
EMPREGABILIDADE CACIC
84 Que índio é esse?
64 O novo mercado...
Novas empresas e novos clientes

COMUNIDADE
ELETRÔNICA
CACIC
67 Kernel Livre 89 Que índio é esse?
Microcontroladores livres

GESTÃO EDUCAÇÃO
70 Gestão da Informação
Web Mining
90 Educador físico e a tecnologia
Aliados!

JORNALISMO EVENTOS
73 Jornais sem o Google
Ainda haverá renda? 95 II Encontro Livre -
Recife/PE
Chamada de trabalhos

JURIS 96 DISI2009 - Salvador/BA


Relato do evento

76 Censura aos games


Uma situação polêmica
QUADRINHOS
Os Levados da Breca
CINEMA 101
80 2012
A bala que devastou o planeta
ENTRE ASPAS
Citação de Judith Zoebelein
101
NOTÍCIAS

NOTÍCIAS
Por João Fernando Costa Júnior

Segundo a Oracle, MySQL, OpenOffice.org, Nossfero é lançado em nova versão


Solaris e Java continuam em cena O Noosfero é uma plata-
"Vamos fazer o forma web para redes so-
MySQL melhor e ciais e que trás
mais forte". Estas fo- ferramentas de Blog, e-
ram as palavras do Portfolios, RSS, discus-
CTO da empresa são temática e agenda
da Oracle, Edward Screven. A declaração foi fei- de eventos, tudo isso em
ta durante o brodcast de apresentação de pla- um único sistema! Um
nos, realizado nesta quarta-feira, 27/01. A excelente case de uso
declaração do CEO Larry Ellison também de- do Noosfero é o Portal do Software Livre, que
monstra otimismo: "Vamos ficar tão fortes como foi construído sob esta plaforma. A equipe res-
empresa de serviços e de hardware que vão que- ponsável lançou a versão 0.21.4, que é uma ver-
rer nos comprar", referindo-se às gigantes do se- são de manutenção, devendo ser usada em
tor. Java sempre foi considerada a 'jóia da substituição a todas as versões anteriores da sé-
coroa' e continuará a ser tratada como tal, garan- rie 0.21.x.
tia dada pelo presidente da Oracle, Charles Phi-
lips. O MySQL, assim como o OpenOffice.org
continuarão portanto a receber investimentos, e Cidade do interior de São Paulo adota ore-
serão gerenciados dentro de uma área de negóci- lhão VoIP
os open source separada. O Solaris será redireci-
A cidade de São José
onado aos servidores corporativos de maior
do Rio Pardo, no nor-
porte, com menos foco em equipamentos x86 e
deste do Estado de
mercado de pequenas e médias empresas. Ago-
São Paulo implemen-
ra é esperar pra ver.
tou um projeto de Cida-
de Digital onde se
Nova Zelândia testa Linux utilizou a telefonia
VoIP, visando proporci-
As agências governa- onar aos 54 mil habitantes qualidade nos servi-
mentais da Nova Ze- ços, entre outros. Além dos orelhões, a nova
lândia pretentem em gestão municipal contou com ainda com a insta-
breve iniciar testes pa- lação de softwares de gestão, laboratórios de in-
ra a substituição por formática nas escolas, telecentros, serviços de
Linux dos sistemas operacionais que utilizam. e-gov e um sistema operacional próprio da pre-
Além do Linux está em estudo a adoção de ou- feitura. Para que isso tudo fosse possível, uma
tros softwares de código aberto. Entre s primei- infovia de 8 Mbps foi montada pelos técnicos do
ros órgãos a adotar os novos sistemas estão o próprio município, com distribuição de sinal sem
gabinete do Primeiro-Ministro, o Conselho Regio- fio através de duas torres que servem à cidade
nal de Horizons e os correios neo-zelandeses. nos seus 419 quilômetros quadrados.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |06


NOTÍCIAS

Lançada Edição 10 da Revista BrOffice.org Lançado Firefox 3.6


Foi lançada a edição Acabou de sair a versão fi-
de número 10 da Revis- nal do Firefox 3.6. O down-
ta BrOffice.org que trás load já está disponível no
em sua capa o tema site oficial, inclusive em
Sustentabilidade de Pro- português. Após alguns
jetos Open Source, um atrasos, o Firefox 3.6 che-
assunto bastante opor- ga com novidades interes-
tuno e às vezes nem santes. Dentre elas, estão
sempre discutido pelos o suporte ao Personas (personalização básica
projetos de código aber- do visual), sistema de atualização automática de
to. Na seção Como plugins, diminuição de travamentos ocasionados
Nós o destaque vai pa- por softwares de terceiros, sugestões de infor-
ra o Grupo de Usuários mações para campos de formulários, desempe-
BrOffice.org São Paulo com saídas para organi- nho JavaScript (de inicialização e resposta
zar Encontros Estaduais e mobilizar um grande melhorados), maior compatibilidade com áudio e
número de usuários e instituições. Na reporta- vídeo HTML5, incluindo suporte a tela cheia.
gem de capa, boas notícias para o mercado de
TI no Brasil e no mundo em 2010. Leitura reco-
mendada! A revista pode ser baixada em Red Hat inaugura OpenSource.com
http://www.broffice.org/revista. Foi lançado pela gigante do
código aberto o site Open-
Source.com, que promete
Disney libera uma biblioteca para texturas 3D ser um repositório de informa-
A Disney anunciou ções sobre código aberto.
a liberação da biblio- Trará notícias, opiniões e
teca Ptex "Per-Fa- análises do segmento, não
ce Texture se atendo apenas ao univer-
Mapping" sob uma so Linux mas também a outras plataformas co-
licença BSD. Esta mo Windows ou Mac OS X. O site pode ser
biblioteca foi a utili- visitado através do http://opensource.com.
zada para realizar a texturização de praticamen-
te cada uma das superfícies que aparecem no
filme de animação Bolt e foi integrada ao servi- Lançado Chrome 4.0 com extensões e sincro-
dor RenderMan Pro da Pixar. Ptex é tanto uma nização de bookmarks
API, que se ocupa de E/S e da filtragem, como O Google lançou a versão 4.0 do seu navegador
um formato de arquivos de desenho para arma- Chrome, trazendo novidades como sincroniza-
zenar eficientemente milhares de imagens de tex- ção de bookmarks e o framework para exten-
tura em um mesmo arquivo. Já se trata, sões. Mais de 1500 extensões já estão
segundo do site da Ptex, do principal método de disponíveis. A versão traz ainda algumas novida-
mapeamento de textura para todas as produ- des quanto a HTML5 como LocalStorage, Data-
ções da Walt Disney Animation Studio. Detalhes base API, WebSockets. Vale lembrar porém que
em http://ptex.us. o lançamento desta versão estável contempla
apenas o sistema operacional Windows. Os
usuários Linux terão que esperar.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |07


NOTÍCIAS

Alemanha e França sugerem que usuários tro- ChromiumOS Zero, sem as restrições do
quem IE por outro navegador Google
Depois da falha no Inter- Um desenvolvedor in-
net Explorer que possibili- dependente levou
tou ataques aos meses modificando o
sistemas do Google na código do projeto Ch-
China, o governo ale- romium OS do Goo-
mão recomendou aos gle para adaptá-lo as
usuários que procurem suas necessidades e
um navegador mais segu- lançou recentemente
ro para garantir a prote- uma versão chamada ChromiumOS Zero, com
ção de quem navega pela web, de acordo com algumas vantagens interessantes. Hexxeh, o
a BBC. A França fez o mesmo, também sob ale- programador encarregado do dito desenvolvi-
gação de cuidados com a segurança. A falha no mento, melhorou a compatibilidade de hardware
Internet Explorer foi reconhecida pela Microsoft para que hajam menos problemas na instala-
na quarta-feira (14/1). Segundo a companhia, a ção, adicionou suporte a extensões e oferece
falha atinge todas as versões do navegador, em- uma versão do SO que cabe em um pendrive de
bora o risco seja menor em lançamentos mais re- 1 GB. Detalhes em http://chromeos.hexxeh.net.
centes.

Google abandona Internet Explorer 6


BRLix 1.1 lançado Sabendo-se o quanto
Foi lançada na última os browsers Internet
quinta-feira, dia Explorer são "esquisi-
21/01/2010, o BRLix tos", obrigando a que
1.1 - Final, trazendo web sites feitos de
uma série de novida- acordo com os standards Web necessitem de
des, dentre elas Kernel aplicar "certas gambiarras" (e fazendo perder
2.6.27, Wicd atualiza- um tempo valioso) para que funcionem correta-
do, Novo menu iniciar, mente - para não falar em todas as vulnerabilida-
Navegador Iceweasel des e falhas de segurança. Eis que o Google irá
(Firefox) versão 3.5.5, deixar de suportar o IE 6 a partir de 1 de Março.
Configurador gráfico para saída de vídeo, BrOffi-
ce.org versão 3.0, com diversos plugins, Repro-
dutor de vídeos SMPlayer - MPlayer, Visocor – Sistema de acessibilidade visual
Reprodutor de músicas Audacious, Novo papel para daltônicos no Linux
de parede, Novo tema de inicialização e outros O Instituto de Matemática e Estatística da USP
aplicativos que já continham na versão 1.0. Tam- desenvolveu um plugin para o compiz-fusion
bém foram feitas diversas correções de bugs no que provê acessibilidade para daltônicos. O sis-
sistema em si. O download pode ser feito em tema Visocor tem o objetivo de providenciar
http://www.brlix.org. acessibilidade sob demanda, de maneira perva-
siva a deficientes visuais para cores. Esses fil-
tros podem ser ativados e desativados por
teclas de atalho. Mais informações em
http://ur1.ca/l3j8.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |08


NOTÍCIAS

Torrent com tutoriais de Gimp Papa Bento XVI pede aos padres que façam
A LinuxFormat liberou os blogs
lagazzettaonline.info

18 mais recentes tutoriais O papa Bento XVI afirmou


de Gimp, em PDF, do au- que padres católicos preci-
tor Michael J. Hammel, sam aprender a usar a tec-
em alta resolução. O tor- nologia para divulgar o
rent pode ser descarrega- evangelho. "Por Deus, te-
do aqui: http://ur1.ca/l3ro nham um blog!", pediu o re-
e mais informações sobre ligioso, que é conhecido
o material você encontra no http://www.tuxra- por não ser um grande en-
dar.com/gimp. tusiasta da internet e com-
putadores. "Os padres são
assim desafiados a proclamar o evangelho em-
Yahoo passará a ser a busca padrão no Fire- pregando as últimas gerações de recursos audi-
fox distribuído com o Ubuntu ovisuais - imagens, vídeos, atributos animados,
A Canonical, distribuido- blogs, sites - que juntamente com os meios tradi-
ra do Ubuntu, chegou a cionais podem abrir novas visões para o diálo-
um acordo com a Yahoo go, evangelização e catequização", disse ele.
que vai permitir o compar- Bento XVI ainda escreve a maior parte de seus
tilhamento entre as duas discursos à mão, em alemão, e seus ajudantes
empresas das receitas pu- mais jovens ficam a cargo de colocá-los em con-
blicitárias associadas à teúdo digital.
utilização do motor de
busca na nova versão do
sistema operacional. Ao que consta, o pessoal Lançado o Banshee 1.5.3
da Mozilla está ciente e de acordo, restando sa- Dia 27/01 foi lançada a ver-
ber o que os usuários acharão de tal mudança. são 1.5.3 do Banshee. Es-
Ficará então a cargo do usuário reverter a confi- ta nova versão apresenta
guração do motor de busca para o de sua prefe- correções de diversos
rência, como o Google, por exemplo. bugs e ainda foram adicio-
nadas novas funções co-
mo sincronização com
Lançado Zend Framework 1.10.0 dispositivos, nova forma
Foi lançada a versão de buscar músicas, al-
1.10.0 do Zend Fra- bums e artistas, cover art
mework, voltada para o de- opcional, edição de cover art por drag-and-drop,
senvolvimento de extensão para bibliotecas de audiobooks, moni-
aplicações PHP. Além de torador de biblioteca, importador/downloader do
apresentar vários novos re- eMusic e suporte a arquivos remotos. Para essa
cursos, a atual versão do nova versão do Banshee a equipe de desenvol-
Zend Framework apresen- vimento voltou a compilar uma pacote para o
ta sua documentação toda Mac OSX. O download pode ser feito em
reformulada, com os pontos principais de sua no- http://banshee-project.org/download ou utilizan-
va estrutura e novos tutoriais. Detalhes em do o a ferramenta específica de sua distribuição
http://framework.zend.com. GNU/Linux.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |09


NOTÍCIAS

Lançado o Launchpad 10.01 Mozilla libera o Weave 1.0


Foi disponibiliza- Foi liberada pela
do no dia 27/01, a Mozilla a primei-
versão 10.01 do ra versão estável
Lauchpad, a suite do Weave, a ex-
gratuita de ferramentas para desenvolvimento tensão do Firefox
de software. Foram realizadas alterações no sis- que mantém to-
tema de triagem de bugs, melhorias nas notifica- dos os dados do usuário sincronizados entre
ções de bug patches, adição de ícones para bug computadores diferentes e também, em disposi-
patches e a possibilidade de realizar acessos tivos móveis. Todos os favoritos, histórico, se-
anônimos, somente-leitura, usando a API. O nhas, preferências e abas são armazenados
Launchpad é desenvolvido e mantido pela Cano- nos servidores da Mozilla, após ser realizado
nical e está sob a licença AGPLv3. um cadastro simples e rápido. O recurso de sin-
cronização não precisa ser feito de forma global,
pois o sistema permite que o usuário escolha so-
Lançado PC-BSD 8.0-RC mente os ítens que ele quer sincronizar. Há um
A equipe do PC-BSD acaba de anunciar o lança- indicador que aparece na barra de informações,
mento da versão 8.0-RC do PC-BSD (codinome na parte inferior da janela do Firefox, possibili-
Hubble Edition) que já está disponível para down- tando que o usuário visualize quando a última
load. O release em questão está rodando a ver- sincronização foi feita. O Weave é suportado
são 8.0-RELEASE-P2 do FreeBSD e o KDE apenas pelos navegadores da Mozilla (Firefox e
4.3.4. O PC-BSD 8.0 contém um número grande Fennec).
de aperfeiçoamentos e melhorias desde a fa-
mília 7.x. Veja o changelog (em inglês) com a lis-
ta completa de alterações. O download pode ser Lançamento do PC/OS 10
feito no site oficial. Na última terça-feira,
dia 26 de janeiro, foi
anunciada o lança-
Bacula 5.0.0 supera um milhão de downloads mento do PC/OS 10,
A Bacula Systems distribuição que pos-
anunciou que sua so- sui fundamentos no
lução de backup e res- Ubuntu e que nesta nova versão, surge em du-
tauração de dados, o as edições: OpenWorkstation e WebStation. O
Bacula, já superou a PC/OS 10 tem sua base no kernel 2.6.28. Apre-
marca invejável de senta o Google Chrome como navegador pa-
um milhão de downlo- drão e ainda pode contar com a versatilidade do
ads. Os desenvolve- Skype, como parte integrante desta versão de
dores destacam que, de acordo com as lançamento. O PC/OS 10 traz também kits de
estatísticas do SourceForge, o Bacula é o softwa- expansão, permitindo que o usuário possa ampli-
re open source de nível empresarial mais popu- ar as funcionalidades do sistema operacional.
lar do portal. A superação desse marco é
atribuída ao contínuo aumento da adoção de
softwares open source por empresas. A última Quer contribuir? Então entre em contato
versão, 5.0.0, foi lançado dia 25 de Janeiro de pelo email revista@espiritolivre.org
2010. O Bacula está sob a GPLv2.

Revista Espírito Livre | Janeiro 2009 | http://revista.espiritolivre.org |10


COLUNA DO LEITOR

EMAILS,
SUGESTÕES E
COMENTÁRIOS Ayhan YILDIZ - sxc.hu

Começamos o ano e os comentários da revista Revista ótima, matérias interessantes. Como su-
estão sempre chegando. São os leitores expon- gestão enfocaria mais as possibilidades de tra-
do suas experiências, sugestões, situações ou balhar comercialmente com Software Livre,
simplesmente dizendo o que acham da revista. como suporte e consultoria.
Ficou satisfeito com algo? Ficou insatisfeito? En- Michel Baldasso - Porto Alegre/RS
tão entre em contato, enviando suas sugestões
e críticas. Abaixo listamos alguns comentários A revista Espírito Livre, pela sua equipe de reda-
que recebemos no último mês: ção muito ousada e carismática, consegue an-
gariar várias tribos para o movimento de
software livre!
Leio e divulgo a Revista Espirito Livre em meu Rafael Ivanir Costa Oliveira - Porto Alegre/RS
blog porque acredito na filosofia do SL e esta é
mais uma ótima opção de informação para pes- A cada mês que passa se torna mais e mais in-
soas experientes em SL ou para quem esta inici- dispensável a leitura dessa publicação que, di-
ando. Parabéns. gamos no mínimo, tem aberto de forma
Francisco Aparecido da Silva - Pinhais/PR escancarada os olhos de cada um de nós para
o fantástico mundo do Software Livre. Além de
Ela possui um conteúdo riquíssimo, linguagem matérias que englobam todas as ramificações
de fácil compreensão, traz sempre novidades e desse tema, os textos são de fácil assimilação e
opções de empregabilidade do seu conteúdo. Te- leitura, tornando assim impossível parar de ler
nho imensa satisfação em lê-la. assim que se comece. Acabei de ganhar mais
Mário Rodrigues Ferreira - Araripina/PE um vício: abrir insistentemente o site todo mês
para ser o 1º a baixar esse petardo da imprensa
Parabéns a revista Espírito Livre e seus colabo- colaborativa.
radores. Há alguns meses que venho lendo as Raphael Silva Souza - Macarani/BA
edições e muito já acrescentou, não só para
mim, mas para o conhecimento coletivo. Pelo óti- Uma ótima revista. Me deixa atualizado em rela-
mo trabalho, estou divulgando a revista para to- ção ao mundo livre, que cada dia que passa me
dos que encontro pelo caminho e espero impressiono cada vez mais.
sempre ancioso pela próxima edição. Saibam Pedro Henrique Mendes - Taguatinga/DF
que estão fazendo uma grande contribuição pa-
ra o mundo, pois Software Livre não é opção, é Adoro a revista. O conteúdo é atual e agradá-
necessidade de evoluir! Abraços. vel. Uma ótima maneira de se manter atualiza-
Dyego Cantú - Pato Branco/PR do em um mercado que muda a todo instante.
Fátima Aparecida Tagliaferro - Mogi Mirim/SP

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COLUNA DO LEITOR

Acho uma excelente forma de mostrar para os in- Excelente. Uma revista, de fato, voltada para
ternautas que os softwares livres são, sim, as um público alvo seleto que por sua vez é cor-
melhores opções para terem máquinas mais le- renspondido pelas matérias nela contida.
ves, rápidas e funcionais. Antônio Cavalcanti Junior - Paulista/PE
Márcio Maio Gonçalves - Rio de Janeiro/RJ
Um ótimo meio de informação e divulgação não
É uma excelente publicação que preenche um ni- só sobre linux mas também outros projetos de
cho por muito tempo aberto. Seriedade, qualida- software livre e open source, mas ainda mais do
de, responsabilidade e acima de tudo que isso, uma das provas de que a filosofia da
competência definem a revista e seus colabora- cooperação e o ideal de difusão do conhecimen-
dores. to para o bem comum aplicados nas mais diver-
João Renato do Sacramento - Campinas/SP sas categorias de atividade da sociedade
humana são perfeitamente possíveis e devem
Não há palavras para descrever a revista. Só di- ser fomentados com garra, consciência e orgu-
go que gosto muito e para eu que amo a platafor- lho de nossas conquistas sem temer defender
ma open source e tudo. aquilo em que acreditamos e independente do
Cleber Antônio Euzébio - Mirassol/SP auxílio da mídia viciada que nos rodeia.
Jerônimo de Souza Cruz - São Paulo/SP
Uma grande fonte de busca e de informação pa-
ra os iniciantes e usuários avançados! É a revista que estava esperando para me deci-
Marcos P. Soares - Maricá/RJ dir definitivamente pelo uso do Linux. Tenho
muitas dúvidas sobre o sistema e tem sido de
Uma excelente revista, que conheci a partir de grande valia o conteúdo apresentado nesta re-
sua 2º edição, e a partir dai foi paixão a primeira vista. Parabéns aos organizadores e colabora-
vista, nos deixa informados sobre os aconteci- dores. Paz e Liberdade!
mentos do software livre bem como é possível Ciro Bastos dos Anjos - Itanhomi/MG
sua adoção em várias áreas dominadas somen-
te pelo software proprietário. Parabéns e suces- A revista Espírito Livre veio preencher uma
so aos integrantes da revista! lacuna; com excelentes matérias do
Everton Roberto Araújo Silva - Vila Velha/ES maravilhoso mundo do software livre. Gostaria
da indicação da revista, de cursos de
Excelente iniciativa do João Fernando. A princi- administração de redes linux, no Rio de Janeiro.
pal fonte de informação livre do Espírito Santo. Elio Soares Silva - Rio de Janeiro/RJ
Show de Bola!
João Pedro Quirino Filho - Serra/ES Ótima revista sobre software livre e muito bem
organizada (material muito profissional).
Ótima, parabéns pela iniciativa, eu que não Alexandre Henrique Cardoso - Cascavel/PR
tenho curso superior aprendo muito com essa
ferramenta maravilhosa. Conheci a revista através do Aécio que divulga
Juliherme Carlos da Costa Maia - Natal/RN a revista aqui na Paraíba. Acho um projeto de
extrema importância para a comunidade estu-
É uma ótima opção para se ficar bem informado dantil e profissional da área de TI pois traz boas
sobre o mundo do software livre, não perco um informações e novidades sobre a área, informa-
número. ções essa que vêem de fontes precisas. É mui-
Rodrigo Cardoso de Oliveira - Guarulhos/SP to melhor do que muitas revistas pagas.
Ramon Moreira - Campina Grande/PB

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |12


PROMOÇÕES · RELAÇÃO DE GANHADORES E NOVAS PROMOÇÕES

PROMOÇÕES
Na edição #009 da Revista Espírito Livre tivemos diversas promoções bem como promoções através
de nosso site e canais de relacionamento com os leitores, como o Twitter e o Identi.ca, onde
sorteamos diversos brindes, entre eles associações, kits, cds, inscrições a eventos e camisetas.
Abaixo, segue a lista de ganhadores de cada uma das promoções. Fique ligado!

Ganhadores da Promoção VirtualLink:

1. Paulo Cezar de Souza Fernandes - Belo Horizonte/MG


2. Breno Santos da Silva Gomes - Guaratinguetá/SP
3. Heitor Gonzaga de Moura Neto - Paraíso do Tocantins/TO
4. Clayton Lima de Sousa - Núcleo Bandeirante/DF
5. Jost Dayan - Atibaia/SP

Ganhadores da promoção Clube do Hacker:

1. Rany Ramon Guimaraes da Silva - Caruaru/PE


2. Denis Rodrigues Ferreira - Uberlândia/MG
3. João Renato Domingos do Sacramento - Campinas/SP

A promoção continua! A VirtualLink em parceria


com a Revista Espírito Livre estará sorteando kits
de cds e dvds entre os leitores. Basta se inscrever
neste link e começar a torcer!

Não ganhou? Você ainda tem chance! O


Clube do Hacker em parceria com a Revista
Espírito Livre sorteará associações para o
clube. Inscreva-se no link e cruze os dedos!

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |13


COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

Mitologia Grega:
Mistérios de e-Lêusis
Por Alexandre Oliva
Konstantinos Dafalias - sxc.hu

Para quem não programa computadores,


as linguagens parecem grego. Influências e-litis-
tas se aproveitam do prevalente analfabetismo
digital (anunzerismo?) para estabelecer mitos di-
versos, que se sustentam em crendices popula-
res a despeito das incompatibilidades com a
ciência e-lênica. Restam a nós, devidamente un-
zerizados e movidos pela ética do respeito ao
próximo, os doze trabalhos, entre eles os de lim-
par a barra de nossa ciência (pra não falar dos
currais do rei Aúgias) e de enfrentar as feras
que aterrorizam a população, como a Hidra de
Lerna, o Javali de Erimanto e a mais apavorante
das criaturas, o Leão da Realeza Fiscal de Ne-
méia.
A planície do Peloponeso habitada pelo
Leão fica a meio caminho entre Atenas e Espar-
ta, uma famosa pelo espírito guerreiro agressi-
vo, a outra berço da democracia, devendo seu

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COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

rão o efeito divino almejado pela RF.


Não têm os mortais como saber
Não têm os mortais se os rituais que executam são de fa-
como saber se os rituais que to os impostos pela RF, pois nada
nos .jarros autentica a origem das ins-
executam são os de fato os truções. É fácil fabricar .jarros seme-
lhantes aos fornecidos pela RF,
impostos pela RF... porém com instruções totalmente dife-
rentes, que possam até deixar os in-
Alexandre Oliva térpretes possuídos por espíritos
maléficos. Mesmo que mortais perce-
bam a adulteração rapidamente, o da-
nome à deusa da sabedoria. Lamentavelmente, no já estaria feito.
os princípios democráticos da capital parecem
não ter chegado à terra do Leão. Carente tanto Por mais que a RF mistifique o javanês, é
da estratégia espartana quanto da sabedoria ate- evidente que publicar as instruções em grego
niense, os monarcas da Realeza Fiscal cultuam em nada aumentaria ou reduziria esses riscos.
práticas ocultistas Mitikas e, do alto de seu empi- A solução é permitir aos mortais autenticar a ori-
nado Olimpo imaginário, impõem seus capri- gem das instruções, conforme os preceitos da ci-
chos aos mortais, de forma ofensiva à ência e da tecnologia e-lênica: Hellas Tēle
democracia e à liberdade, em flagrante descom- Trans Porte Seguro (HTTPS) e assinaturas con-
passo com o lema nacional helênico: “Liberdade fiáveis baseadas em Spartan-Hellenic Authenti-
ou Morte”. cation (SHA) e criptografia assimétrica.
Os Mistérios de e-Lêusis são rituais ainda Teme a RF também a adulteração pontual
não completamente desvendados, executados das instruções. Segundo mitos e crendices da
entre março e abril, ao final do inverno grego. RF, publicar as instruções somente em javanês
Enquanto alguns estudiosos sustentam que são críptico evita esse risco. Enganam-se! Há mui-
conduzidos para agradar as deusas da agricultu- tíssimos falantes fluentes de javanês, capazes
ra, para que proporcionem boas colheitas na Fa- de compreender o suficiente das instruções críp-
zenda, outros afirmam que as ofe rendas visam ticas a ponto de adulterá-las para que se dirijam
a apaziguar o Leão. Crê a Realeza Fiscal que as ofe-rendas a outras divindades, ou até mes-
as instruções dos rituais, em grego acessível mo a outros mortais, sem que os ofertantes se-
aos alfabetizados, devem permanecer exclusiva- quer percebam. O risco existe com ou sem
mente nas mãos de seus sacerdotes, pois só o instruções em grego.
segredo sobre elas garantiria o retorno seguro A adulteração não requer nem a tradução
de Perséfone à Fazenda, ou das ofe-rendas ao de todo o javanês críptico para grego, como fez
Leão. Mitos! uma vez este que vos escreve; basta conhecer
A grande preocupação manifestada pela algumas palavras chaves de javanês, encontrá-
Realeza Fiscal é a falsificação dos .jarros com las no papiro e fazer as pequenas alterações,
papiros que trazem as Instruções para Rituais adicionando outros papiros conforme necessá-
de Preparação e Frete (IRPF) de ofe-rendas, rio. Para dar segurança ao mortal, são necessá-
compiladas num javanês críptico, difícil de enten- rios meios para autenticar a origem das
der mesmo para gregos iniciados, mas que os sa- instruções. Poder ler as instruções em grego,
cerdotes garantem que, executados pelos ao invés de aumentar o risco, o reduz, pois ao
intérpretes javaneses recomendados, produzi- menos os alfabetizados poderiam notar diver-

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COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

gências.
Mas e a segurança da Rea- O Leão, que
leza Fiscal? Com as instruções
em grego, mortais poderiam alte- recebe as ofe-rendas, não supõe
rar os procedimentos em benefí-
cio próprio, reduzindo as que os cálculos foram feitos
ofe-rendas para o Leão! Sem as
instruções em grego, ao contrário conforme suas exigências, assim
dos mitos cultuados pelos monar-
cas, também. É não só possível
como não o fazia quando os
como fácil. Este que vos escreve
sabe como zerar o valor da ofe-
recebia em papiro.
renda anual, alterando apenas Alexandre Oliva
uma letra nas instruções em java-
nês. Mas funciona, mesmo? Cla-
ro que não, nem poderia! corretiva imediata. Não houve, nem precisa ha-
ver: os riscos não têm relação alguma com o
O Leão, que recebe as ofe-rendas, não su-
acesso às instruções em grego, senão com a fal-
põe que os cálculos foram feitos conforme suas
ta de outras medidas.
exigências, assim como não o fazia quando os
recebia em papiro. Se o fizesse, privilegiaria in- Como justificar, então, que os mortais não
devidamente os iniciados, os falantes de java- possam sequer cumprir o dever democrático de
nês e os suficientemente abastados para fiscalizar a RF e seus sacerdotes, verificando se
contratá-los. O sistema da RF é construído de os rituais codificados nas instruções de fato cum-
forma a verificar o cumprimento das exigências prem o que demanda a lei? Para que pudes-
legais, após a entrega das ofe-rendas. Por isso sem fazê-lo, as instruções para os rituais
mesmo, a facilitação de adulteração das instru- precisariam ser publicadas também em grego.
ções, propiciada por instruções em grego, não Mas não são. O que dizem, só Zeus sabe. Pe-
aumentaria o risco para os monarcas: se o au- lo amor de Afrodite, já Hera hora, Cronos!
mentasse, mortais já estariam adulterando as ins- Copyright 2010 Alexandre Oliva
truções em javanês e negando as ofe-rendas ao
Leão. Cópia literal, distribuição e publicação da íntegra deste ar-
De outro lado, aqueles que quiserem se cer- tigo são permitidas em qualquer meio, em todo o mundo,
tificar de que as ofe-rendas que entregam, discri- desde que sejam preservadas a nota de copyright, a URL
minadas também em idioma desconhecido, oficial do documento e esta nota de permissão.
cumprem suas obrigações fiscais, não podem,
ainda que sejam responsabilizáveis e puníveis http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/misterios-de-
caso desviem da lei. Nega-se aos mortais essa eleusis
segurança, mediante desrespeito ao princípio de-
mocrático e constitucional da transparência. Se ALEXANDRE OLIVA é conselheiro da
Fundação Software Livre América Latina,
o respeito representasse algum risco, as instru- mantenedor do Linux-libre, evangelizador
ções em grego disponibilizadas por este que do Movimento Software Livre e engenheiro
de compiladores na Red Hat Brasil.
vos escreve, traduzidas e atualizadas do java- Graduado na Unicamp em Engenharia de
nês das instruções de anos anteriores, já have- Computação e Mestrado em Ciências da
Computação.
ria materializado o risco, demandando ação

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COLUNA · CÁRLISSON GALDINO

Por Carlisson Galdino

No capítulo anterior, Pandora e Darrell


furtivamente escutam uma reunião na SysAtom
Technology reconstruída. O grupo fala sobre
planejamentos estratégicos para a dominação
mundial. Os dois se afastam quando ouvem seu
antigo chefe falar sobre a eliminação do casal,
caso não queiram se juntar a ele.
Episódio 04
Mais uma vez na Praça Pimentel, Pandora e
Crise em Pimentel Darrell discutem.

Pandora: Mas Bem, o que a gente vai fazer


agora? Eles querem matar a gente! Nunca
pensei que o Oliver fosse fazer uma coisa
dessas... Pensei até que ele demitisse pessoas,
mas matar... Me abraça que estou nervosa.

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COLUNA · CÁRLISSON GALDINO

Pandora: Quê?
Darrell: Era exatamente o que eu temia mesmo.
Oliver vai tentar fazer alguma besteira. Darrell: A Louise.

Pandora: E a gente não pode deixar, né Bem? Pandora: Não acredito num negócio desses!!!
De novo essa mulher! Ah não...
Darrell: Não...
Darrell: Calma, Pandora. Não é hora pra ter
Pandora: É... Isso me lembra desenho crise de ciúmes...
animado, ó! Mas o que é que a gente pode fazer
contra eles? Eles ficaram tão fortes! Ai, se a Pandora: Crise?!?! Eu não estou em crise, seu
gente for brigar eu vou é me quebrar todinha... insensível! Eu... Eu...

Darrell: A gente tem que pensar em alguma Pandora começa a chorar sentada na praça.
coisa. Darrell tenta consolá-la, mas é repelido.

Pandora: Verdade. Sabe que eu já tou me Darrell: Calma, Amor...


acostumando com minha voz? Vai ser só
engraçado ir num karaoke, já pensou? Cantar Pandora: Calma!?!? Calma?!?! Eu aqui todinha
com a voz assim? Estridente? me recuperando ainda dessa desgraça de
minha vida e você nem liga, só falando de outra
Darrell: Hmm-humm. munher, e me pedindo pra ficar calma?!

Pandora: Uma voz estridente não ajuda contra


aquele povo. A gente devia é chamar a polícia. Darrell suspira e se senta também.

Darrell: E eles vão fazer o quê? Darrell: Não sei se você notou, mas o Arsen
comprou a idéia do Oliver, de dominar o mundo.
Pandora: Sei lá! Mas a gente tem que fazer O Valdid também, afinal ele sempre foi um idiota
alguma coisa. mesmo...

Darrell: Vamos pensar...


Pandora ergue a cabeça, ainda com lágrima nos
Pandora: É, a gente tem que pensar em algo... olhos, para acompanhar o raciocínio.

Darrell: Amor, olha só. Estou tentando pensar Darrell: A Louise discutiu com Oliver.
já faz meia hora, mas você fica só
interrompendo! Será que não dá pra gente Pandora: Como se ela nunca fizesse isso...
tentar achar uma solução? Já está quase de
noite. Darrell: Continuando... Ela pareceu chocada
quando o Oliver falou em dar um jeito em nós
Pandora: Tá, Bem, desculpa aí... dois.

Darrell: E sabe o que eu tava pensando? Pandora: É verdade...

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COLUNA · CÁRLISSON GALDINO

Darrell: Está vendo, Amor? É disso que estou Montanha: Como vou fazer os testes se estou
falando! A Louise pode ser aliada da gente! sem equipamento?

Pandora enxuga as lágrimas e pergunta, com Seamonkey: kkkkkkkkkkkkkkk! Não acredito! Já


dengo: te disse que você é um idiota?!

Pandora: Você jura que não tem nenhum Montanha: A gente não pode contrariar o chefe.
interesse nela? De qualquer forma só a convivência com a
gente já é um tipo de teste com esse sujeito.
Darrell: Claro, minha baianinha... Você sabe Mas tou ficando curioso sobre como o Ationvir
que eu sou doido por você! infectou a gente e nos transformou.

Pandora: Me deixa não... Agora que a gente tá Seamonkey: Sei...


sem celular, sem email e sem jabber não vou
aguentar ficar longe. Montanha: Agora me ajuda aqui, que sei não...
Esse sujeito ainda está vivo?

Enquanto isso, na base da SysAtom


Technology...
CARLISSON GALDINO é Bacharel em
Ciência da Computação e pós-graduado
Montanha: Será que vai demorar pra alguém em Produção de Software com Ênfase
em Software Livre. Já manteve projetos
filmar a gente e botar no YouTube? como IaraJS, Enciclopédia Omega e
Losango. Hoje mantém pequenos
projetos em seu blog Cyaneus. Membro
Seamonkey: Merda de YouTube! Cadê? Você da Academia Arapiraquense de Letras e
não é o gostosão? Cadê os testes de Artes, é autor do Cordel do Software
infectabilidade? Livre e do Cordel do BrOffice.

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COLUNA · CEZAR TAURION

OPEN SOURCE
Por Cezar Taurion
Christian Ferrari - sxc.hu

Ano passado estive partici- softwares Open Source no mer-


pando de vários eventos sobre cado.
Open Source. Na minha opi- Para ganhar dinheiro com
nião, já está bem mais maduro Open Source só existem duas
a visão do que é Open Source maneiras: receitas diretas ou
e que o viés ideológico e român- indiretas. As receitas diretas
tico está dando lugar a uma per- são obtidas quando consegue-
cepção mais pragmática. se obter dinheiro com venda
Mantive diversas conversas e de licenciamento do software.
debates sobre o assunto e no- Heresia? Na prática vemos
tei, inclusive, um interesse mai- que o modelo de “dual licen-
or em conhecer e explorar cing” é uma opção que aos
modelos de negócio que gravi- poucos conquista seu espaço.
tassem em torno do Open Sour- Alguns exemplos são bem co-
ce. Neste post vou resumir nhecidos como o MySQL, o
algumas destas conversas, db4o (http://www.db4o.com/), o
que abordaram modelos de ne- Asterisk e o Berkeley DB. Este
gócio e posicionamento dos modelo é simples. Existe uma

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COLUNA · CEZAR TAURION

dutos comoditizados e não de


produtos inovadores. A explica-
ção é simples. Um produto co-
A licença tipo GPL moditizado como um sistema
operacional ou uma suite de
impede que qualquer um acesse a escritórios tem funcionalidades
básicas e benefícios já ampla-
versão open source, inclua algum mente compreendidos e acei-
tos por uma parcela
código proprietário e venda o pacote signficativa do mercado. Tam-
bém consegue atrair uma co-
como um todo. munidade ativa e atuante
bastante ampla. Por outro la-
Cezar Taurion do, softwares inovadores não
tem seus benefícios e funciona-
lidades facilmente reconheci-
versão open source, geralmen- da bastante grande, abrindo dos e aceitos pelo mercado, e
te baseada em uma licença vi- oportunidades para outros ne- a comunidade que gravita ao
ral como GPL e uma gócios, como as receitas indire- seu redor tende a ser bem pe-
comercial, que permite ao com- tas obtidas com oferta de quena.
prador do software acoplar serviços de suporte e educa-
seus próprios softwares sem re- ção. Um comentário do CEO
ceio de ser obrigado a revelar da Eucalyptus, empresa que
Um fator importante do comercializa tanto uma versão
o código fonte. A licença tipo modelo “dual licencing” é que
GPL impede que qualquer um Open Source como funcionali-
ele permite, com a versão dades extras e pagas de
acesse a versão open source, GPL, que uma forte e ativa co-
inclua algum código proprietá- software de Cloud Computing
munidade se estabeleça, ampli- diz muita coisa: “Today we
rio e venda o pacote como um ando a colaboração na
todo. Para isso, é necessário don’t get much in the way of
deteção de bugs e indicações outside contributions to our co-
adquirir a licença comercial. de melhorias. Como um executi-
Daí o nome de “dual licencing”. de. The reason is that we have
vo da MySQL disse “ When we been evolving the code so rapi-
De maneira geral, a versão co- release a new version, within
mercial tem atrativos a mais, co- dly that by the time an external
24 hours 35.000 people have contribution is submitted the co-
mo funcionalidades extras ou downloaded and test it…Not
suportes expandidos. de base that we are working
even Microsoft has 35,000 QA from has made the contribution
Entretanto, vendas de li- engineers…There are enough obsolete”. Um investidor (Ven-
cenças comerciais tendem a people out there who certainly ture Capitalist) de start-ups de
ser uma parcela mínima da re- test all relevant features TI dos EUA, Danny Rimer dis-
ceita da empresa. Em muitos without our specific instructi- se também: “Open Source
softwares que usam este mode- on”. companies absolutely can’t ha-
lo apenas 0,1% dos downloads Outro aspecto importante ve a new, innovative techno-
são de licenças comerciais. Em- do modelo Open Source e que logy. They have to be smarter
bora este número seja muito pe- começa ser percebido, é que approaches to existing techno-
queno, como o custo de de maneira geral seus projetos logy…Open Source is about co-
downloads é próximo a zero, mais bem sucedidos são de pro- ming up with an alternative
pode-se criar uma base instala-

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COLUNA · CEZAR TAURION

ainda alguns o são, eventos


ideológicos e distantes das
questões que afetam o merca-
Outro aspecto importante do, para um enfoque mais
pragmático e aplicável.
do modelo Open Source e que
começa a ser percebido, é que de
maneira geral seus projetos mais Para mais informações:
Site db4o
bem sucedidos são de programas http://www.db4o.com

comoditizados e não de produtos Site Open Source Initiative


inovadores. http://www.opensource.org

Artigo sobre Open Source na


Cezar Taurion
Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Open
that’s cheaper, not going after primeiras fases do Open Sour-
source
a new area”. ce era comum vermos discur-
Um ponto que inicialmen- sos abordando apenas a
GNU GPL
te ficou confuso e que agora já economia obtida no custo de
http://www.gnu.org/licenses/gpl.html
está bem entendido é que aquisição, esquecendo os cus-
Open Source não é necessaria- tos de troca e de propriedade
mente software grátis. Existe ao longo do tempo. Assim, a
um conceito importante por estratégia mais adequada é
trás da competição com softwa- adotar as alternativas Open
res abertos: o seu custo de tro- Souce quando elas forem com-
ca (switching cost). Os custos provadamente a melhor solu-
de troca são os que os usuári- ção e não como demonstração
os devem arcar para trocar de ideológica.
software proprietário para uma Com certeza estamos ca-
versão open source. Para pro- minhando rapido para uma per-
dutos comoditizados como sui- cepção bem mais aberta e
tes de escritório e sistemas pragmática do que é open sour-
operacionais, pela sua ampla ce e sua aplicabilidade. Na mi-
disseminação, os custos de tro- nha opinião, à medida que
ca tendem a ser elevados e por- Open Source for se inserindo
tanto as alternativas Open nas organizações, tanto públi- CEZAR TAURION é
Source devem apresentar cus- cas como privadas, misturando- Gerente de Novas
Tecnologias da IBM
tos totais de propriedade bem se aos modelos de negócios co- Brasil.
mais baixos. Isto significa que merciais, também veremos Seu blog está
não se deve olhar apenas o uma evolução dos seus even- disponível em
www.ibm.com/develo
custo de aquisição, mas olhar tos e congressos. Provavelmen- perworks/blogs/page/
o quadro como um todo. Nas te deverão deixar de ser, como ctaurion

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CAPA · ENTREVISTA COM ADRIAN HENKE

Entrevista com
Adrian Henke,
desenvolvedor
do AssaultCube

Por João Fernando Costa Júnior

Adrian Henke é um desenvolvedor de


software que mora na Suiça, responsável pelo
AssaultCube, um viciante game de FPS (First
Person Shot). Henke fala de suas motivações
em manter o game, bem como outras pertinen-
tes informações sobre o mesmo. AssaultCube é
uma modificação completa do consagrado Cu-
be, que agora com esta nova roupagem nos ofe-
rece além de vários modos de jogo, diversão
garantida! Você poderá jogar em rede o modo
‘todos contra todos’ ou a clássica missão de
capturar a bandeira, a qual acontece entre dois
grupos. Mesmo o AssaultCube não exigindo
uma boa placa de vídeo, os gráficos e ambien-
tes são muito elaborados, oferecendo muitos
detalhes nas armas e um ótimo ambiente de jo-
go.

Revista Espírito Livre: Quem é Adrian


Henke? Faça uma apresentação para os lei-
tores da revista. Conte-nos a respeito do As-
saultCube.

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CAPA · ENTREVISTA COM ADRIAN HENKE

Por um lado, tentamos fazer o AC mais fácil de


ser jogado por iniciantes, por outro, tentamos
atrair os jogadores "pro" oferecendo um jogo in-
teressante e desafiador. Adicionalmente, os ad-
ministradores dos servidores na comunidade
continuam melhorando o gerenciamento de
seus servidores AC (blacklists, segurança, etc.)
e compartilham seus códigos. Nós pegamos as
coisas boas e as integramos na versão oficial do
AC. Além disso, há algumas pessoas trabalhan-
do na arte, como mapas, modelos e coisas as-
sim. Com o passar dos anos, podemos ver uma
melhora grande na qualidade dessas mídias e
incluímos as melhores coisas.
Figura 1 - Cena do jogo

AH: Eu sou um desenvolvedor de software


REV: Quais as principais dificuldades
suíço. AssaultCube é um jogo de tiro em primei-
no desenvolvimento de um jogo em código
ra pessoa pequeno, rápido e divertido, no qual
aberto e de distribuição gratuita?
estive trabalhando nas horas vagas junto com ou-
tras pessoas ao redor do mundo, pessoas que AH: Quando você olha pelo ponto de vista
adoram fazer jogos divertidos. do anti-cheating, o código aberto não torna as
coisas melhores, ele as piora. Você não pode
combater os cheaters se seu jogo é de código
REV: O AssaultCube era normalmente aberto. Eles simplesmente podem editar seus cli-
chamado de ActionCube. Por que a mudança entes e ver através de paredes, fazer um aim-
no nome? bot, etc. É uma bagunça.
AH: Existe um jogo bem conhecido chama-
do ActionQuake. Originalmente nós tentamos fo-
REV: Como o projeto é sustentado? Há
car num jogo similar. Depois de liberar a
doações financeiras?
primeira versão do ActionCube, fomos contata-
dos pelo líder da equipe do ActionQuake. Ele
nos pediu para mudar o nome porque sentiu
que aquele "Action" estava muito parecido como
o da equipe dele. Naturalmente, não havia ne-
nhuma marca ou patente registrada para esse
nome. No entanto, para demostrar nosso respei-
to, alteramos o nome de ActionCube para As-
saultCube. O nome foi escolhido porque se
parece muito e tem as mesmas iniciais (AC).

REV: O quanto o AssaultCube é inova-


dor?
AH: Recebemos o retorno das pessoas e
tentamos melhorar o AC em todos os aspectos. Figura 2 - Cena do jogo

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CAPA · ENTREVISTA COM ADRIAN HENKE

AH: Você pode encontrar um link para doa-


ções em nosso website http://assault.cubers.net.

REV: Qual é o hardware mínimo para ro-


dar o AssaultCube?
AH.: São as especificações mínimas mais
qualquer sistema operacional compatível. Por
sistema operacional compatível, entenda-se que
seja capaz de rodar com:
* Processador: Pentium III 500 Mhz (ou equiva-
lente AMD).
* Graficos: GeForce 1 / ATi Radeon ou melhor.
* Ram: 192 MB Figura 4 - Cena do jogo

AH: O AC oferece algumas características


REV: Existem planos de lançar versões bem interessantes que o fazem um jogo único:
para outros sistemas operacionais ou siste-
- FPS total, somente em 40MB
mas móveis?
- Resposta rápida
AH: Nós focamos nos clientes de PC low- - Pesadamente otimizado para conexões de in-
end, não há planos para portar o jogo para dispo- ternet lentas (56k)
sitivos móveis. - Construa seus próprios mapas (game worlds)
Entretanto, o game Cube, do qual nós deri- juntamente com seus amigos na internet, atra-
vamos, foi portado para o iPhone. Você pode vés da edição cooperativa (coop editing).
querer ver como ficou. - código aberto
- Multiplataforma: Roda em Windows, Mac e Li-
nux
REV: Quais as principais diferenças en-
tre o AC e outros jogos de tiro em primeira REV: Na última versão do AssaultCube,
pessoa? o que há de novo? Quais características?
AH: Acabamos de liberar o Patch v1.0.4 há
poucos dias. Veja a lista de mudanças em
nosso forum e site oficial.

REV: O AssaultCube é um exemplo de


um grande jogo distribuído gratuitamente.
Como funciona isso? Como o projeto sobre-
vive?
AH: O projeto sobrevive porque existem
pessoas que gostam dele e ajudam a mantê-lo.

Figura 3 - Cena do jogo

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |25


CAPA · ENTREVISTA COM ADRIAN HENKE

com modelos low-poly seria fantástico, mas não


vai acontecer. Ou uma interface de usuário total-
mente nova com traduções i18n.

REV: Como criar um jogo tão bom e tão


pequeno?
AH: O segredo é fazer as escolhas certas
na área de arquivos de mídia. Poderíamos in-
cluir milhares de texturas, modelos e arquivos
de áudio e isso iria impactar pesado no jogo. Vo-
cê precisa escolher as melhores e menores coi-
sas que puder encontrar e abandonar o resto.
Figura 5 - Cena do jogo A propósito, nossos arquivos de mapas
REV: Quando você criou um jogo basea- são bem pequenos no design. Isso ajuda muito :)
do no Cube, qual era a intenção? Por que no
Cube não foi o que o motivou a criar o As-
REV: Quem quiser contribuir para o pro-
saultcube?
jeto ou obter mais informações deve fazer o
AH: Nós queríamos fazer um jogo que tives- quê?
se uma experiência parecida com o Cube, mas
AH: Dê uma olhada nas nossas árvores do
com uma aparência mais realística. O jogo deve-
SVN pra ficar atualizado com relação aos últi-
ria focar no jogo em equipe online e nas táticas,
mos desenvolvimentos. Você pode tentar fazer
enquanto permanecesse rápido e simples.
patches para bugs conhecidos, ou pode focar
na mídia e criar bons mapas. O melhor é juntar-
REV: Algumas pessoas notaram um au- se ao forum e entrar em contato com a comuni-
mento no tamanho do jogo (a princípio dade.
19MB, e agora 40MB). Por que o tamanho do
jogo dobrou? Algum motivo particular?
AH: Sim, o pacote original não incluía essa
quantidade de arquivos de áudio. Nós melhora-
mos a experiência de áudio e, como você sabe,
arquivos de áudio consomem espaço. No entan-
to, eu acho que 40MB ainda é bem pequeno pa-
ra um "full blown FPS" ;)

REV: Há alguma característica que você


gostaria de colocar no jogo mas não pôde
por falta de cooperação ou outra razão?
AH: Bem, Há muitas características que
adoraríamos ver no AC. Algumas delas apenas
demoram muito para serem desenvolvidas. Meu
desejo pessoal: Ter uma física mais avançada Figura 6 - Cena do jogo

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |26


CAPA · ENTREVISTA COM ADRIAN HENKE

REV: O que você acha da comunidade


criada ao redor do jogo?
AH: Nós nunca esperamos um sucesso
desse tamanho, para ser honesto. A princípio,
criamos o AssaultCube para compartilhar com a
galera da comunidade do Cube. Mas o jogo
atraiu tantas pessoas que formamos nossa pró-
pria comunidade e que continua crescendo.

REV: O que os fãs do AssaultCube po-


dem esperar das futuras versões?
AH: Podem esperar mais e melhores ma-
Figura 7 - Cena do jogo pas de alta qualidade, novas e interessantes ca-
REV: Você tem outros projetos em códi- racterísticas de jogo e melhorias em todas as
go aberto? áreas.

AH: O AC é o projeto principal no qual eu te-


nho trabalhado. Eu escrevi alguns pedaços de REL: Deixe uma mensagem para os lei-
código e correções para outros projetos de jo- tores da revista.
gos parecidos como o Cube, o Sauerbraten e o
AH: Se você gosta de jogos de tiro em pri-
pCube.
meira pessoa rápidos, deveria baixar o Assault-
Cube em http://assault.cubers.net agora
REV: Quem são as pessoas (a equipe) mesmo! Visite o forum do AC e entre em conta-
por trás do jogo? to com a comunidade.

AH: Durante esses anos, muitas pessoas di-


ferentes estiveram envolvidas no desenvolvimen-
to. Eu acho que posso citar os membros
principais envolvidos na última versão: makkE,
eihrul, stef, RandumKiwi e flowtron. Eles são da Para mais informações:
Alemanha, Estados Unidos, França, Nova Zelân- Site oficial AssaultCube:
dia e Suíça. Como disse, há muitos mais contri- http://assault.cubers.net
buidores envolvidos, você pode encontrá-los no
nosso website ou nos créditos do jogo. Forum oficial AssaultCube:
http://assault.cubers.net/forum

REV: O AssaultCube Carbon Edition é


Download do AssaultCube:
uma modificação do AssaulCube. Você tem
http://assault.cubers.net/download.html
alguma informações sobre novidades sobre
esta versão?
AssaultCube Carbon Edition:
AH: Não faço idéia, você vai ter de pergun- http://quadropolis.us/node/1825
tar aos responsáveis pelo mod :)

Revista Espírito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |27


CAPA · NOS DIVERTIMOS COM A CREATIVE COMMONS E NEM PERCEBEMOS

Nos divertimos com a Creative


Commons e nem percebemos
Por Juliana Kryszczun
bmfcker - Flickr

Sempre que precisamos Diversão e CC? Pode-


saber sobre um determinado as- mos não perceber ou não dar
sunto 'jogamos' nos sites de atenção para isso, mas muito
busca e por lá mesmo nos diver- material disponibilizado na In-
timos. Muitas vezes o resulta- ternet está sob a licença Creati-
do encontrado não é seguro e ve Commons. Um bom
nem sempre tem referências exemplo é essa revista. Nos
confiáveis. oferece conhecimento e diver-
Disponibilizar obras gratui- são de forma gratuita.
tamente e ao mesmo tempo li- Algo ser disponibilizado
cenciada como livros, artigos, sob esta licença quer dizer que
documentos, músicas, filmes, jo- pode ser usado em outros mei-
gos na Internet foi um grande os livremente, desde que o au-
salto no mundo virtual. Pode- tor seja referenciado. Isso
mos ter livre acesso aos conteú- beneficia a criatividade de ca-
dos mais diversos através de da um, independente do con-
fontes seguras. teúdo que for criado, pois pode

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CAPA · NOS DIVERTIMOS COM A CREATIVE COMMONS E NEM PERCEBEMOS

Para saber mais:


Site Creative Commons [em inglês]
http://www.creativecommons.org
Fazendo uma
analogia entre esta licença (CC) e o Site Creative Commons [em
português]
Software Livre se percebe que mui- http://www.creativecommons.org.br

tas vezes pessoas tem ideias novas Artigo na Wikipédia sobre Creative
Commons
e promissoras e não querem unica- http://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_
Commons
mente lucrar com isso.
Mônica Paz

ser oferecido livremente para Se vejo algo interessante


utilização ou adaptação e não na Internet naturalmente vou
perder os créditos da autoria. querer passar a informação adi-
Esta ideia de disponibili- ante. Isso forma uma rede de
zar conteúdo desta forma sur- conhecimento com o auxílio da
giu em 2001 por um professor criatividade de cada um e aju-
da Universidade de Stanford da criar conteúdo de qualidade
nos Estados Unidos. A ideia foi na Internet livre de pirataria.
bem aceita em vários meios, Temos bibliotecas, ban-
mostrando que a criatividade e cas de revistas, cds, locado-
a competência não precisam es- ras, tudo aqui na ponta do
tar presas a grandes corpora- dedo. Para nós, usuários ati- JULIANA
ções que lucram em cima vos da Internet é indispensável KRYSZCZUN é ba-
charel em Sistemas
disso. que todo esse conteúdo seja de Informação, pós-
Fazendo uma analogia en- de boa qualidade e de fácil graduada em Enge-
nharia de Software
tre esta licença e o Software Li- acesso. com Ênfase em
Software Livre, certi-
vre se percebe que muitas Muito do que lemos e ficada em teste pela
vezes pessoas tem ideias no- acessamos por aqui está sob ISTQB. Atualmente
vas e promissoras e não que- esta licença que pode passar trabalha como analis-
ta de teste. Gosta e
rem unicamente lucrar com despercebida mas tem um pa- admira a forma co-
isso. Disponibilizar uma ideia pel gigante e importante duran- mo o software livre é
feito. Depois que co-
para um número maior de pes- te nossos passeios pela nheceu GNU/Linux
soas pode ser mais interessan- Internet. nunca mais largou e
incentiva pessoas a
te do que fechar esta experimentarem tam-
informação e limitá-la a um nú- bém. Nas horas va-
mero restrito de acessos. gas aprende Python
e escuta música.

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CAPA · DIVERSÃO DIGITAL E SOFTWARE LIVRE

Diversão digital e software livre


Por João Divino Dorneles http://www.sxc.hu/photo/1010241

Quando falamos em diversão digital nossa ima- pessoas que desejam ter contato com ele.
ginação é logo remetida aos incríveis jogos de Alguns usuários de sistemas GNU/Linux já es-
computadores, que divertem e prendem milhares tão se divertindo ao ligar a sua máquina, seja
de pessoas, adultas e crianças, durante horas se- personalizando a tela do gerenciador de iniciali-
guidas em frente aos seus micros. zação, do splash, do gerenciador de início de
Embora o jogos sejam a coqueluche da diver- sessão, ou até realizando algumas configura-
são digital eles, nem de longe, são a única forma ções avançadas, uma vez que, em sistemas
de encontrar distração, neste incrível e rico mun- GNU/Linux, o céu é o limite, tudo é permitido e
do que muda tão tudo pode virar
rapidamente e brincadeira.
que nos oferece E o melhor,
tantas opções, aquilo que era
que é o mundo para ser ape-
dos softwares li- nas um recreio
vres. acaba virando
Neste contex- um aprendiza-
to, o universo do.
dos softwares li- Tomo como
vres torna-se um exemplo
imensamente prático do que
superior ao seu acabo de dizer
paralelo, pois a utilização do
disponibiliza o Gimp, um po-
que tem de me- Yo Frankie! Jogo feito em deroso editor de imagens, pela minha esposa.
lhor, sem restri- blender baseado no filme Começou brincando, fazendo alguns tratamen-
Big Buck Bunny, Yo Frankie!
ções, à todas as tos de fotos da família, escondendo algumas ru-

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CAPA · DIVERSÃO DIGITAL E SOFTWARE LIVRE

ajuda que ela recebeu das incríveis redes comu-


nitárias, que normalmente são muito receptivas
e dispostas a auxiliar quem necessita superan-
do, muitas vezes, os frios suportes.
Esse foi apenas um dos exemplos práticos, en-
tretanto existem milhares de outros semelhan-
tes.
O que poderia ser mais divertido e estimulante
para um amante da música do que ter uma cole-
ção de players e editores de áudio, para ouvir e
manipular as suas músicas conforme a sua cria-
Ufo: Alien invasion tividade lhe permitisse. Além de uma infinidade
de players, ripadores e conversores, o universo
gas, realizando algumas montagens. Isso, para dos softwares livres oferece editores de áudio de
ela, assim como para milhares de pessoas, era alto desempenho e qualidade inquestionável co-
de fato uma diversão. À cada nova brincadeira mo o Ardour e o Audacity, dentre outros. Com
buscava novos conhecimentos em fóruns e víde- estes softwares ele poderia, inclusive, montar
os tutoriais. Por fim, como trabalhava em uma uma ilha de edição de áudio profissional. E a
gráfica, acabou introduzindo o que aprendeu no brincadeira acabaria tornando-se, novamente,
exercício do seu trabalho, tornando-se um pouco conhecimento e produtividade.
mais independente do corpo de artistas ali pre- E para os amantes dos vídeos, o que reserva
sentes. Muitas vezes, entregava as imagens este mundo? Assim como no áudio, além dos in-
prontas para serem impressas. contáveis players, como o Totem, Xine, Mplayer,
Isso poderia acontecer se ela estivesse utilizan- estes usuários podem contar com incríveis edi-
do um sistema proprietário com programas pro- tores como o Avidemux, Devede, ManDVD e Ci-
prietários ? nelerra, dentre outros. Isso sem falar na possibi-
Partindo da premissa de que ela poderia ter uti- lidade de poder instalar um kernel em tempo
lizado um software pirata, talvez sim, mas isso real, que melhoraria a qualidade das suas produ-
marginalizaria, com razão, a sua conduta e o tra- ções de áudio e vídeo.
tamento receberia do Estado e dos desenvolve- E por aí vai. Comunicadores instantâneos co-
dores desses softwares. mo o aMSN, Emesene e Pidgin que oferecem
Partindo do pressuposto que ela poderia ter uti- cada dia mais recursos, navegadores web como
lizado uma versão demonstrativa, com certeza o Firefox e Chromium que estão cada vez mais
não, pois normalmente essas versões possuem fantásticos, softfones que mostram-se mais efi-
duas características básicas, ou se expiram com cazes à cada lançamento como o Ekiga, editores
o tempo ou não são dotadas de todos os recur- espetaculares como o BrOffice.org, clientes P2P
sos. Ou seja, ou ela não teria tempo suficiente fantásticos como o aMule ou ou Frostwire. En-
para aprender, ou não teria acesso à todas as ca- fim, esgotaria todo este artigo ou toda revista,
pacidades disponibilizadas por estes programas. talvez algumas de suas próximas edições, se
Utilizando um software livre, além de ter todo o fosse citar todos os aplicativos livres que têm a
tempo necessário para o aprendizado, ela pode capacidade de trazer diversão e produção à to-
contar, ainda, com todos os recursos inclusive, das as pessoas.
com as atualizações e disponibilizações de no- Entretanto, não poderia deixar de falar deles,
vas capacidades deste software. Sem falar da aqueles que merecem a maior atenção das pes-

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CAPA · DIVERSÃO DIGITAL E SOFTWARE LIVRE

soas quando o assunto é diversão, os jogos.


Este, para muitos, seria o ponto fraco dos siste-
mas operacionais livres. Contudo esta realidade
muda à cada dia e os últimos anos têm trazido
novidades empolgantes para esta seara, do mun-
do dos softwares livres.
Com a entrada no universo GNU/Línux, de cor-
porações gigantescas, voltadas para o grande
público como a Google, (embora inicialmente o
Chrome OS seja um sistema totalmente voltado
para aplicações web) e a Canonical, a tendência
de ampliação e extensão do mercado de jogos
para os sistemas que rodam sobre o kernel Li-
nux tornam-se uma realidade inexorável. Não há Flightgear
volta, os softwares livres já são uma realidade ho-
je e estarão mais presentes na vida dos cida- bém o Boson, dentre outros.
dãos comuns em um futuro muito mais próximo Talvez a categoria dos jogos de tiro em primei-
do que se imagina. Todavia, devemos nos preve- ra pessoa seja a mais bem servida e, dentre os
nir contra as movimentações que possam vir a jogos de maior complexidade, a que tem o maior
tornar este futuro mercado, vítima de um mono- número de aplicações disponíveis. AssaultCu-
pólio que desvirtue a finalidade maior do ideal be, Alien Arena, Blood Frontier, Nexuiz, Ope-
que o software livre carrega consigo. nArena, Tremulous (embora este misture ele-
Hoje existem centenas, talvez milhares de jo- mentos de um jogo de estratégia), Cube e
gos livres que podem, seguramente, garantir a di- Cube2 (Sauerbraten), representam, sem sombra
versão da criançada, dos jovens e até dos adul- de dúvidas, com muita dignidade esta categoria.
tos. Assim como havia dito sobre o restante dos Os fãs deste tipo de jogo poderão até se decep-
softwares livres, seria inglória a tarefa de tentar cionar com um ou com outro jogo em específico,
enumerar todos estes jogos, dada a grande varie- mas certamente encontrarão satisfação em al-
dade existente. Em razão disso, iremos discorrer gum deles.
sobre alguns que nos chamou atenção, em virtu- Aqueles que curtem uma boa corrida de car-
de das suas qualidades e complexidades. ros, poderão encontrar contentamento nos jogos
Começo pelo último jogo que disponibilizamos Torcs, Vdrift e na versão um pouco mais infantil
no repositório Livre SO. “Um jogo de estratégia SuperTux Kart, dentre outros. Os dois primeiros
baseado em turnos com características de com- são jogos de corrida complexos, bem feitos, com
bate tático, onde o jogador enfrenta forças aliení- bons gráficos, dotados de diversos recursos, que
genas que estão prestes a invadir a Terra, co- certamente irão divertir tanto adultos quanto cri-
mandando uma pequena unidade especial anças, enquanto o último, é um jogo muito colo-
convocada pela ONU, para enfrentar as forças rido, para aqueles que se lembram, parecido
de ataque dos aliens causando o mínimo possí- com o Mário Kart, voltado mais para o público in-
vel de baixas civis”, o UFO: Alien Invasion. Tra- fantil.
ta-se de um jogo com mais de 400 MB, de ótima Dentre os jogos de aventuras destacamos o
qualidade, que seguramente tem o poder de “Yo Frankie !”. Trata-se de um game feito pela
atrair os aficionados por jogos de estratégia em equipe que desenvolveu o software Blender,
tempo real. Nesta seara podermos destacar tam- uma excelente ferramenta para modelagem 3D

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CAPA · DIVERSÃO DIGITAL E SOFTWARE LIVRE

cluir no repositório da distribuição que mante-


mos. Infelizmente, não encontrei nenhum jogo
que possua a qualidade dos jogos anteriormente
descritos.
Na história recente, a utilização dos softwares li-
vres começou timidamente nos meios acadêmi-
cos, passou por alguns usuários especializados,
ganhou força, respeitabilidade e colaboradores,
chegou efetivamente sob a forma de ferramen-
tas de trabalho nas grandes corporações e go-
vernos e finalmente, com o desenvolvimento de
inúmeras aplicações, começou a conquistar o
usuário final. Quem vê um sucesso ou um fra-
VDrift
casso pontual nessa trajetória pode alardear o
que por sinal é, também, uma ferramenta livre. fim ou o vangloriar a vitória dos sistemas opera-
Baseado no filme em código aberto Big Buck cionais livres, ou dos softwares livres como um
Bunny, Yo Frankie é um jogo de aventura, onde todo, conforme o seu interesse ou ideologia. En-
você controla o pequeno esquilo e suas travessu- tretanto, olhando de um lugar um pouco mais
ras com os outros animais do bosque. Excelen- distante, tentando observar este movimento co-
tes gráficos e boa jogabilidade, são característi- mo um todo, fica evidenciado que não se trata
cas positivas deste jogo. de um fenômeno efêmero e que o poder sedu-
Àquelas pessoas que gostam de jogos musi- ção e o alcance destes softwares, a despeito
cais poderão optar pelo Frets on Fire, desenvolvi- das críticas e oposições, vêm ampliando-se à
do para ser uma alternativa para as pessoas que cada dia. Hoje os softwares livres estão presen-
não possem PS2 e desejam jogar um game no tes nas empresas, nos governos e por con-
estilo de Guitar Hero.
sequência nos concursos públicos, onde eles
Existem, ainda, inúmeras outras alternativas de
existem. Embora ainda pouco em números rela-
jogos livres. Para quem gosta de baralho o Py-
tivos estão, também, presentes nas residências.
Sol possui mais de 200 variedades de paciência.
As corporações e os profissionais que, por pre-
Os que curtem um bom jogo de tabuleiro pode-
rão optar pelo GNU Chess ou 3D Chess. Aque- conceito, negligência ou falta de visão, ignora-
les que gostam de naves espaciais poderão brin- rem este fato, perderão o bonde do tempo. Os
car com o Atromenace ou Vega Strike. Para os jogos e aplicativos que existem hoje e os que se-
que gostam da realidade o FlightGear é um es- rão criados no futuro são consequências deste
petacular simulador de voo, utilizado para treinar movimento, que cresce de forma sólida e pere-
pilotos. Enfim, existem jogos livres que podem ne.
satisfazer inúmeras exigências, gostos e gera-
ções.
Salvo engano, talvez a categoria de jogos me- JOÃO DIVINO DORNELES JÚNIOR cur-
nos representada nos softwares livres e portanto sa o último período de Direito pela PUC
a mais carecedora de atenção, em razão do seu de Goiânia/GO. Criador e mantenedor da
apelo popular, seja a categoria dos jogos de luta. distribuição e do repositório Livre SO.
Procurei por bons jogos desta categoria para in-

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CAPA · JUBLER: UM PODEROSO EDITOR DE LEGENDAS

Jubler: Um poderoso
editor de legendas
Por Franzvitor Fiorim

Jasper Greek Golangco - sxc.hu

É comum encontrarmos arquivos em vídeo


não apenas de filmes mas de aulas, tutoriais,
palestras e etc. Porém o áudio pode não estar
em um idioma que compreendemos, legendas
não sincronizadas ou com erros ortográficos. En-
tão, porque que não criar, traduzir ou sincronizar
uma legenda para este arquivo de vídeo? Com
quais ferramentas posso fazer isso?
Com ferramentas livres para edição de le-
gendas como Gaupol, Gnome Subtitles, Jubler e
Subtitle Editor. Mas cabe a você escolher a que
atender melhor as suas necessidades. Neste ar-
tigo será retratado o Jubler por ser multiplatafor-
ma e permitir uma sincronia fina com análise
dos gráficos de áudio.

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CAPA · JUBLER: UM PODEROSO EDITOR DE LEGENDAS

Características
- Licença: GPL v2.
- Escrito em Java.
- Suporte a Advanced SubStation
(*.ass), SubStation Alpha (*.ssa),
SubRip (*.srt), SubViewer 1 e 2
(*.sub), MicroDVD (*.sub), MPL2
(*.txt) e Spruce DVD Maestro (*.stl).
- Todas as codificações suportadas
pela plataforma Java são também
suportadas (como UTF-8). O usuá-
rio pode selecionar uma lista de co-
dificações preferenciais.
- Testar e exibir as legendas usan-
Figura 2: Área de Pré-visualização com gráficos de áudio para edição fina das legendas
do um player de vídeo (mplayer).
Enquanto o vídeo estiver em execução o usuá-
rio pode editar livremente as legendas, adicionar executar o arquivo referente ao seu Sistema
uma nova legenda ou sincronizar legendas com Operacional para instalar o Jubler.
o filme.
- Verificador Ortográfico.
- Tradutor de legendas.
Dependências
Java Runtime Environment
- Multiplataforma (GNU/Linux, Mac e Windows).
Mplayer
ASpell
Instalação
A instalação do Jubler é muito simples,
A Figura 1 mostra o arquivo de legenda do fil-
mas não será abordada aqui. Para usuários
me Steal This Film Part I no formato SubRip
GNU/Linux há disponível um script (*.sh) ou um
(*.srt) aberto pelo editor de legendas Jubler, veja
.rpm para quem usa distribuições Redhat e Fedo-
que a interface é bem simples, permite o usuário
ra, usuários de MAC irão encontrar um .dmg e
inserir o tempo de inicio e fim de cada linha, o con-
para usuários de Windows tem um .exe. Basta
teúdo a ser exibido, o tamanho e cor
da fonte. Note que algumas linhas es-
tão com fundo rosa porque o limite pa-
drão é de 40 caracteres por linha e
essas linhas em rosa estão com ca-
racteres excedentes. A linha com fun-
do azul é a linha selecionada para
edição.
O recurso de pré-visualização
permite editar a legenda enquanto vi-
sualiza o vídeo. A Figura 2 mostra os
gráficos de áudio para um edição fina
das legendas e permite que você mo-
va a seleção no gráfico de áudio para
o tempo de inicio e fim que deseja.
Figura 1: Área de edição do Jubler

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CAPA · JUBLER: UM PODEROSO EDITOR DE LEGENDAS

Para saber mais:


Site Gaupol
http://home.gna.org/gaupol/

Site Gnome Subtitles


http://gnome-subtitles.sourceforge.net/

Site Jubler
http://www.jubler.org/

Site Subtitle Editor


http://home.gna.org/subtitleeditor/

Wiki Creative Commons de Filmes sobre


licença CC
http://wiki.creativecommons.org/Films

Figura 3: Testando a legenda

Após a edição da legenda é hora de testa-


la. Neste modo podemos atrasar ou adiantar o
tempo da legenda, alterar a velocidade de repro-
dução do vídeo e selecionar a legenda que esti-
ver com algum erro, corrigir e continuar com o FRANZVITOR FIORIM estuda Tecnologia
teste. Veja figura 3. em Redes de Computadores no IFES
Campus Serra/ES. Membro do grupo de
Procure usar apenas arquivos de vídeos pesquisa em Segurança de Redes de
com licenças que lhe permita redistribuir e edi- Computadores no IFES. Ativista de
Software Livre. Co-fundador do Encontro
tar, como por exemplo arquivos licenciados pela de Estudantes Sobre Software Livre
Creative Commons. (EESL).

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CAPA · Do lúdico e do estratégico como fundamentos de interfaces cognitivas...

Do lúdico e do estratégico como


fundamentos de interfaces
cognitivas individuais e coletivas
Agata Urbaniak - sxc.hu

Por Orlando Lopes

A edição deste mês põe e economias de informação”,


em discussão uma noção de “di- não significa “gratuito”; antes,
versão livre”, e antes de pensar- pretende significar “não-condi-
mos no que podemos cionado”, “não-determinado”,
considerar como o domínio da “não-dominado”. E essa é uma
“diversão”, certamente devere- diferença que transforma com-
mos nos preocupar com o que pletamente a potência de ex-
se possa traduzir como exten- pressões como “mídia livre”,
são da idéia de “livre”, quando “software livre” e, claro, “diver-
aplicada ao universo tecnológi- são livre”.
co. Uma vez que não seria pos- Certo, então. Nosso obje-
sível fazer uma abordagem tivo é cercar a noção de uma
razoável das duas noções num “diversão” “não-condicionada”,
único artigo, vamos nos conten- “não-determinada”, “não-domi-
tar por enquanto apenas com a nada”... mas por quem? Se
observação de que o termo “li- queremos chegar a uma diver-
vre”, em contextos tecnológi- são “aberta”, é porque esta-
cos como os das “sociedades mos preocupados com o

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CAPA · Do lúdico e do estratégico como fundamentos de interfaces cognitivas...

suposto domínio de uma diver- po da Economia (o "e" num outro campo de aplica-
são “fechada”, “controlada”, “ori- maiúsculo é para frisar a serie- ção. Na educação, por exem-
entada”, “formatada”. E como dade da aplicação...) abriu as plo, tende-se a pensar
alcançar essa distinção? Come- portas para uma associação sobretudo no princípio do lúdi-
cemos com um bom recuo no que ainda parece distante do co (todo jogo tem por princípio
tempo. A "cultura informática" senso comum a respeito de um fundamento de prazer - ou
se confunde com a "cultura uma coisa tão importante quan- sofrimento, dirão os irônicos),
dos jogos" muito antes de se to a realidade. Lembremos a relação entre a oferta de um
confundir com a "cultura dos ga- que, seguindo a lógica platôni- estímulo e sua participação nu-
mes". Explico-me: entre os fun- ca da busca da verdade, o pen- ma formação cognitiva, um ga-
dadores da computação samento ocidental nho operatório num processo
encontramos um personagem acostumou-se a pensar para en- qualquer em que o estudante
como John von Neumann, que contrar uma verdade, chegan- esteja tentando aprender. Já
entre cálculos para bombas de do-se ao ponto em que só se na economia, desde o início o
hidrogênio e o desenvolvimen- poderia pensar a verdade de foco ou base para o desenvolvi-
to de fundamentos da informáti- forma séria, ou que só se pode- mento de modelos prioriza a
ca, propôs uma teoria ria pensar seriamente quando superposição de ações (as jo-
específica dos jogos ocorrendo se considerasse a procura da gadas) num contexto de intera-
em ambientes econômicos. As- verdade. Assim, se não se po- ção (as partidas, os
sim, antes de formar o ramo de dia brincar com as coisas séri- campeonatos etc.) no qual se-
entretenimento, os jogos de cer- as, as brincadeiras - e entre ja possível aos jogadores to-
ta forma participam da gênese elas os jogos - passaram a ser mar decisões e assumir
da informática a partir de uma vistas como coisas para nos dis- estratégias que lhes permitam
face sua identificada com a rea- tanciar do contato com a reali- os melhores desempenhos, o
lidade (afinal, ao menos em dade - e com o mundo que que não significa necessaria-
princípio, a economia é uma coi- esta enforma: e os jogos foram- mente "ganhar". Se na educa-
sa verdadeira, certo?), e isso se reduzindo a diversões, en- ção, o foco se forma em torno
não deixa de ser supreendente. tretenimentos, profissões, mer- do sujeito que joga, na econo-
A partir dos anos 50, a no- cadorias etc. mia a atenção recai sobre as
ção de jogo ganha uma aura Apenas para fazer o con- formas segundo as quais um
de seriedade altamente marca- traponto, vejamos como o jogo jogo pode ser jogado, ou seja,
da, pois a vinculação ao cam- e a diversão são abordados propõem-se dois meios distin-
tos para se alcançarem os
mesmos fins.
Mas o que é um jogo, afi-
A cultura informática se nal de contas, e como essa mo-
dalidade de computação pode
confunde com a cultura dos jogos abrir horizontes para novos pro-
dutos e estratégias do setor de
muito antes de se confundir com a relacionamentos mediados por
tecnologia de informação e
cultura dos games... gestão de conteúdos? Veja-
mos, então: na educação, tra-
Orlando Lopes balhamos a partir da
necessidade de atrair e manter

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CAPA · Do lúdico e do estratégico como fundamentos de interfaces cognitivas...

a atenção daquele sujeito que sobre o lúdico e sobre o com- nado por nós”). Como pode-
queremos ver “aprendendo”; portamento econômico-estraté- mos usar nossos monitores e
na economia, partimos da análi- gico dos usuários de sistemas nossas interfaces para elabo-
se das possibilidades que um computacionais. A “interface” rar e tornar mais complexa (e
jogador tem de chegar a bons (o ambiente das operações cog- ao mesmo tempo mais intuiti-
resultados quando participa de nitivas) que se apresenta ao va) nossa percepção do mun-
uma “partida”. De um modo ou usuário ganha aí uma potência do (o digital e, por que não, o
de outro, chegamos sempre a de “campo de jogo”, e sua efici- empírico)? Como fazer para
um termo que se tornou popu- ência (ergonomia, usabilidade, converter massas de dados “fri-
lar com o desenvolvimento da atratividade...) depende cada os e calculistas” em estímulos
computação pessoal, sobretu- vez mais da capacidade de se ao pensamento e à solução de
do a partir do advento das re- explicitarem essas proprieda- problemas individuais e coleti-
des de troca de informação des durante as situações de vos? Como fazer para que os
entre os usuários de computa- uso. É na manipulação da inter- jogos voltem a ser uma forma
dor: a “interação”. Não é raro face que o usuário elabora ope- válida de lidar com os proble-
ver artigos sugerindo ou afir- rações cognitivas, é ali que ele mas mais sérios da vida das
mando que a computação pes- invoca e reúne dados que per- pessoas e dos grupos que for-
soal só se torna interessante mitam lidar com as situações- mam as sociedades contempo-
quando torna possível aos problema já dadas ou em pro- râneas? Aguardemos que
usuários a participação e modifi- cesso de constituição. novos programadores – “pro-
cação do ambiente de proces- Nesse sentido, uma bus- gramadores livres” – apresen-
samento de dados: no início, ca no Google pode ser descri- tem suas sugestões, e ajudem
buscávamos “conteúdos” mais ta ou representada como um a mudar as perspectivas e os
ou menos estáticos, e a web jogo, um tratamento de ima- rumos das nossas ideologias e
foi criada; hoje, os “conteúdos” gens num editor de bitmaps políticas de informação.
são cada vez mais gerados também, a promoção de um
por “interações” em que as mo- blog num agregador de conteú-
dificações dos contextos (super- dos ou a promoção de um gru-
posição das ações dos po artístico numa rede de
usuários num ambiente determi- relacionamentos idem. Cada
nado) estão diretamente relacio- vez mais, podemos ver “jogo”
nadas aos posicionamentos, onde antes só se podia ver “mo-
declarações e participações de vimento”, “requisição”, “proces-
usuários individuais e de comu- samento”, “recuperação”.
nidades de usuários. A grande Qualquer que seja a base da-
questão atualmente é que es- da, a grande questão aqui é
sa perspectiva volta a abrir a que o jogo num contexto infor-
noção de “jogo” para além dos mático se orienta pela forma- ORLANDO LOPES
interesses de uma “indústria ção de uma base cognitiva, é pesquisador no
do entretenimento” e do mode- Núcleo de Estudos
seja ela a de um sujeito particu- em Tecnologias de
lo dos “videogames” tradicio- lar (“tenho um problema a solu- Gestão e
nais. cionar quando eu jogo”) ou o
Subjetividades do
PPGAdmin/UFES e
Pensar em jogos hoje vol- de um grupo de sujeitos interes- Consultor para o
desenvolvimento de
ta a ter, novamente, essa potên- sados numa finalidade comum Projetos em
cia encontrada nas teorias (“há um problema a ser solucio- Responsabilidade
Cultural e Social.

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CAPA · MÃOS AO ALTO! DIVERSÃO COM SMOKIN' GUNS

Mãos ao alto!
Diversão com Smokin' Guns
Por Salvador Lucas Domiciano de Oliveira
DIVULGAÇÃO

Breve descrição do jogo


Logo quando você inicia o jogo uma peque-
na introdução em vídeo te dá uma pequena
ideia do que te espera no mundo de Smokin'
Guns.
Em Smokin' Guns você sentirá o verdadei-
ro clima do velho oeste, o jogo conta com perso-
nagens vestidos de cowboy, pequenas cidades
onde são travados os confrontos e um variado
arsenal de armas bem no estilo velho oeste.
O jogo tem opções para multiplayer tanto
online como em rede e single player com bots.
A diversão mesmo fica por conta do multiplayer,
jogar com bots não tem tanta graça pois eles ge-
ralmente atiram no ar e não em você :)

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CAPA · MÃOS AO ALTO! DIVERSÃO COM SMOKIN' GUNS

*Caso o jogo não abra, a causa pode ser a


falta da libopenal0. Instale-a com o seguinte co-
mando (para debian e distribuições filhas):
sudo apt-get install libopenal0a

Controles do jogo
Como na maioria dos fps os movimentos
são feitos através das teclas W,A,S e D.
Shift – Andar furtivamente
Espaço – Pular
C – Agaixar
G – Soltar arma
Figura 1: Cena do jogo R – Recarregar Arma
T – Falar no chat
Y – Falar no chat do time
Tutorial de instalação (testado em debi- Botão esquerdo do mouse – Atirar normalmente
an) (mais precisão)
Primeiro baixe o jogo deste link. Agora si- Botão direito do mouse – Atirar rapidamente
ga as instruções para instalar o jogo.. (menos precisão) / Acender dinamite
Clique com o botão direito no arquivo e se- Botão esquerdo e direito do mouse – Quando
lecione Extrair aqui, ao terminar a extração do ar- estiver portando duas armas ao mesmo tempo
quivo entre na pasta extraída e clique com o faz com que você atire com a arma esquerda e
botão direito no arquivo smokinguns.x86, seleci- direita reespectivamente.
one Propriedades, na aba Permissões marque Scroll do mouse – Trocar arma
a opção Permitir execução do arquivo como 1, 2, 3 e 4 – Troca arma pelo teclado
um programa. F1 – Votar a favor (quando ouver votações)
F2 – Votar contra
Agora é só dar um duplo clique no arquivo F11 – Tira screenshot (vai para
smokinguns.x86 para executar o jogo. ~/.smokinguns/smokinguns/screenshots)

Figura 2: Cena do jogo Figura 3: Cena do jogo

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CAPA · MÃOS AO ALTO! DIVERSÃO COM SMOKIN' GUNS

Figura 4: Cena do jogo Figura 6: Configuração do jogo

~ - Abre o console do jogo (para fazer - Team Deathmatch – O mesmo que o


comandos) deatchmatch, mas em times.
- Bank Robery – Roubo ao banco, similar a um
CTF. O objetivo dos fora da lei é roubar o
Comandos básicos do jogo (para pacote de dinheiro do banco e trazer até a sua
serem usados no console) base, o dos homens da lei é impedir isso.
/name NICK – Troca seu nome (troque nick pelo - Duel – 1 vs 1 o clássico duelo do velho oeste!
nome desejado) - Round Teamplay – O time que conseguir
/kill – Suícidio (útil em situações em que matar todos do outro time vence!
ocorrem algum bug ou você fica preso em
algum lugar no cenário)
/connect x – Conecta-se ao server de ip x.
Para saber mais:
Modos de jogo
- Deathmatch – Mata mata, cada um por si. Site oficial do jogo Smokin' Guns
http://www.smokin-guns.net/

SALVADOR LUCAS tem 15 anos,


cursando o 1º ano do ensino médio.
Também escreve no blog
www.jogos4linux.com e usa linux desde
2006, teve o primeiro contato com linux
usando Kurumin.

Figura 5: Configuração do jogo

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TECNOLOGIA · Como errar menos na hora de comprar um smartphone

Como errar
menos na hora
de comprar um

ÇÃO A
DIVULG
smartphone
Por Jomar Silva

Jomar, você deve estar Quem me conhece sabe


maluco... Eu não quero saber da minha paixão por eletrôni-
como errar menos, quero sa- cos em geral, e desde que
ber como acertar de primeira ! comprei meu primeiro Palm Pi-
Pois é, é por isso mesmo lot, em 1997 (se não me falha
que eu resolvi escrever este arti- a memória), não consegui
go, pois smartphone é igualzi- mais passar um dia sem usar
nho religião: cada um tem o um PDA. Na verdade eu até
seu “preferido” e fim de papo, tentei durante algum tempo
por isso, quero deixar aqui algu- usar agenda de papel e bloco
mas dicas que vão te ajudar a de anotações como uma pes-
errar menos na hora de esco- soa normal, mas a correria aca-
lher seu primeiro smartphone bou me fazendo abandonar a
(primeiro ??? sim, acredite: vo- ideia (idem para as agendas
cê terá uns três ou quatro até a no computador, pois elas nun-
começar a entender o que é e ca estão à mão quando eu pre-
o que não é importante para vo- ciso saber se estou livre em
cê em um smartphone). uma determinada data).

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TECNOLOGIA · Como errar menos na hora de comprar um smartphone

Durante os últimos anos,


eu tive alguns smartphones e
passei tempo suficiente com ca-
da um deles para saber o que
A Internet é hoje nossa aliada
presta e o que não presta em na hora de definir qualquer compra,
cada um (hoje eu escrevo revi-
ews de smartphones para um mas os materiais publicitários
portal, mas como passamos 15
ou 20 dias com um smartpho- disponíveis na rede costumam nos
ne para poder escrever e co-
mo este período é curto, confundir bastante...
normalmente tudo é perfeito
com qualquer um deles). Jomar Silva

A Internet é hoje nossa ali-


ada na hora de definir qual- tráfego de dados da sua opera- mudar, mas por hora, o máxi-
quer compra, mas os materiais dora (ou das concorrentes de- mo de velocidade que se utili-
publicitários disponíveis na re- la), pois nada vai adiantar você za mesmo é para assistir
de costumam nos confundir comprar um super smartphone vídeos no YouTube ou ouvir rá-
bastante (e reviews pagos en- com 3G se não tiver dinheiro dios online, duas tarefas que
tão, nem me fale). Buscar em para pagar a conta do tráfego não são assim tão úteis e corri-
Fóruns pode ser coisa de malu- de dados a 1MBps... se este queiras no dia a dia). Na pior
co, pois você encontra normal- for o seu caso, um smartphone das hipóteses, você deixa o
mente uma legião de com EDGE (2G) pode ser bem conteúdo que precisa ou dese-
apaixonados pelo equipamen- mais útil e certamente será ja acessar baixando e coloca o
to, mesmo que ele seja uma be- mais barato. A existência de wi- celular no bolso. Meu
la porcaria. Por isso mesmo, é fi em smartphones é sem dúvi- smartphone atual tem wifi e, co-
muito importante o direciona- da um diferencial, mo viajo muito, ele já me sal-
mento da sua busca por infor- principalmente para quem via- vou em algumas situações fora
mações com base em critérios ja muito, mas ainda assim, é im- do Brasil, mas normalmente eu
muito bem estabelecidos. portante lembrar que wifi só uso o wifi mesmo para turbi-
Antes de comprar um normalmente enxuga a bateria nar a navegação quando estou
smartphone, defina os seus cri- dos smartphones, e redes aber- em casa, com preguiça de li-
térios de forma bem clara e ob- tas com qualidade são muito ra- gar o computador para ver um
jetiva e sugiro que você faça ras de se encontrar por aí (e vídeo no YouTube.
esta análise em cinco partes: políticas de acesso à redes wifi Falando ainda de conecti-
Conectividade, Aplicações, Es- corporativas normalmente não vidade, muito cuidado com os
tabilidade, Bateria e Expansibili- permitem a utilização de planos “ilimitados” das opera-
dade. smartphones nestes ambien- doras, pois normalmente estes
tes). O que eu aprendi nos últi- planos são ilimitados apenas
Ninguém, em sã consciên- mos tempos, é que nos
cia, compra um smartphone pa- no nome (leia sempre as letri-
smartphones é mais importan- nhas miúdas do seu contrato).
ra usa-lo desconectado da te a estabilidade da sua cone-
Internet, então sugiro começar Smartphones produzidos pela
xão do que a velocidade dela RIM (BlackBerry), têm sempre
a definição de critérios por aí. (se um dia o Skype chegar de
Sendo mais específico, olhe pa- um plano de acesso a dados ili-
fato aos smartphones isso vai mitado a um preço bem acessí-
ra o preço que é cobrado pelo

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TECNOLOGIA · Como errar menos na hora de comprar um smartphone

vel, mas cuidado com as aplica- cações que você quer ou ou não pode - compra-la).
ções que você vai usar no precisa utilizar no celular. Lem- Um engano comum que
BlackBerry, pois o acesso “ilimi- bre-se que o smartphone não todos cometem ao comprar um
tado” é normalmente referente vai substituir seu PC para tu- smartphone é imaginar que to-
ao tráfego efetuado dentro da do, mas ele pode sim ser mais da a memória dele pode ser uti-
conexão BIS ou BES (e-mail, eficiente do que o PC para lizada para armazenamento de
páginas web e normalmente uma série de coisas. aplicações (e portanto sair fa-
mensagens instantâneas em Google e YouTube são zendo uma lista enorme de
geral). Muitos softwares preci- seus maiores aliados nesta ho- aplicações e descobrir no pri-
sam de acesso direto (cone- ra, pois hoje em dia é possível meiro dia com o smartphone
xão TCP/IP) e para isso vão te encontrar vídeos sobre diver- que não cabe tudo nele). A
pedir a configuração de um tal sos aplicativos existentes para maioria dos smartphones co-
de APN. É este tráfego via smartphones, além de muita in- mercializados hoje em dia pos-
APN que normalmente será tari- formação sobre eles em fó- suem uma memória interna
fado à parte, e conheço gente runs. É sempre importante limitada, que é utilizada pelo
que já ganhou dívidas gigantes- notar que a maioria dos aplicati- sistema operacional e pelas
cas por não tomar este cuida- vos realmente úteis são pagos aplicações instaladas no
do (e lembre-se: usar o (com raras exceções), e a maio- smartphone, além de ser usa-
smartphone como modem 3G ria destes programas realmen- da como RAM também. Isso é
vai consumir dados do tráfego te úteis tem uma versão trial, realmente frustrante, mas é as-
via APN, a não ser que você que funciona durante alguns di- sim que funciona (meu
use thetering... não sabe o que as apenas (portanto, cuidado smartphone atual possui 1GB
é thetering, procura no Google, para não colocar na sua lista de memória interna, mas eu
pois ele daria um artigo inteiro de “indispensáveis” uma aplica- posso armazenar no máximo
e pode ser extremamente útil ção que você pode usar como uns 20 MB de aplicações...
no dia a dia). critério de decisão na hora da mais que isso ele fica lento fei-
A segunda coisa importan- compra do smartphone e de- to uma carroça e trava toda ho-
te de se definir é a lista de apli- pois descobrir que não quer – ra). Normalmente os cartões
de expansão (SD e similares)
podem ser usados para fotos,
filmes e músicas.
Uma dica adicional que
Um engano comum que deixo em relação às aplica-
ções, é a utilização de aplica-
todos cometem ao comprar um ções multifunções (ao invés de
smartphone é imaginar que toda a ter um software para cada coi-
sa ou cada rede que você quer
memória dele pode ser utilizada se conectar, como Google
Talk, MSN, Yahoo, Facebook
para armazenamento de e etc). Existem softwares as-
sim para mensagens instantâ-
aplicações... neas, notícias e redes sociais.
Falando em redes soci-
Jomar Silva ais, se você vai andar com o
Facebook, Orkut e Twitter no

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TECNOLOGIA · Como errar menos na hora de comprar um smartphone

bolso 24hs por dia, não se es- croniza seus contatos com o Já houve uma época em
queça de ler as 10 dicas sobre Gmail e seu calendário com o que eu dizia que antes de com-
redes sociais que eu escrevi Google Calendar... eu sei que prar o smartphone é importan-
na edição anterior (n. 9 ) da re- tem gente que não gosta do Go- te ver o grau de dificuldade em
vista... Cerveja + smartphone ogle, mas eu uso esta aplica- remover a bateria dele, pois
com redes sociais no bolso já ção há bastante tempo e ela em alguns casos é só assim
foram fonte de diversos cons- me quebra muito galho (princi- que você resolve um travamen-
trangimentos que poderiam ter palmente por me permitir aces- to. Hoje em dia eles já estão
sido evitados (alguns deles sar e alterar minha agenda via melhorando bastante a estabili-
com direito a foto e vídeo publi- web quando necessário, além dade dos sistemas operacio-
cados na rede quase em “tem- de mante-la sincronizada com nais, mas ainda assim “shit
po real”). praticamente qualquer outra coi- happens” (e não quero ser pre-
Além das aplicações que sa que funcione como agenda). conceituoso não, mas os recor-
você vai usar no smartphone, A terceira coisa importan- distas em travamento têm sido
é importante ainda olhar as apli- te de se olhar em um smartpho- os smartphones com o Win-
cações que você vai precisar ne é a sua estabilidade e dows Mobile... eu tive um des-
usar para fazer backup dos sugiro começar isso por uma tes, e ele chegou ao record de
seus dados, e sincronizar o pesquisa simples no Google: mais de 10 travamentos em
smartphone com as coisas que “ModeloDoSmartphone hang” um dia, e estes travamentos
você já usa (como agenda, lis- (hang significa travar) ou “Mode- costumam acontecer quando
ta de contatos e etc). Existem loDoSmartphone issue (ou pro- chega uma ligação... a cena é
ainda aplicações desenvolvi- blem)”. É assim que você vai terrível, pois o celular está to-
das pelos fabricantes para que descobrir o que tem causado o cando, você fica feito um malu-
você possa fazer coisas como travamento do smartphone, e co apertando o botão
atualização de firmware e bac- quais são os problemas mais “Antender” e o desgraçado ig-
kup completo do seu smartpho- comuns existentes nele. Sinto nora... e continua tocando... eu
ne e a má notícia aqui é que lhe informar, mas smartphone joguei o meu na parede uma
praticamente TODOS os fabri- perfeito ainda não foi inventa- vez por causa disso !).
cantes disponibilizam este do, e todos eles travam ! Grande parte deste trava-
software apenas para a platafor-
ma da Microsoft... ou seja, vo-
cê vai mesmo ter que sujar a
mão para fazer algumas coi-
sas com seu brinquedinho de
Cerveja + smartphone
bolso (e antes que alguém aí te- com redes sociais no bolso já
nha falsas esperanças, softwa-
res de virtualização como o foram fonte de diversos
VirtualBox são muito úteis mas
ainda não implementam as fun- constrangimentos que poderiam
ções USB necessárias para
que estes softwares possam ter sido evitados...
ser utilizados com absoluta se-
gurança em uma máquina virtu- Jomar Silva
al). Uma dica que eu deixo
aqui é o GoogleSync, que sin-

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TECNOLOGIA · Como errar menos na hora de comprar um smartphone

mento acaba ocorrendo por Normalmente todos nós ta USB, e pode ainda utilizar o
causa do excesso de aplica- dormimos uma vez por dia, e carregador do seu MP3 player
ções instaladas (e em execu- são raras as ocasiões onde is- (ou iPod) para carregar o celu-
ção simultânea nos modelos to ocorre longe de uma toma- lar quando estiver viajando, evi-
que suportam multitarefa), e da elétrica (se você vive longe tando assim mais tranqueira
da fragmentação do sistema de uma tomada elétrica, não na mala.
de arquivos (e configurações) compre um smartphone, com- A quantidade de aplica-
do smartphone, tradicionalmen- pre uma agenda de papel, um ções em execução e a veloci-
te acelerada pelo instala – de- bloco de notas e canetas colori- dade e volume de dados
sinstala constante de das... acredite, você vai ser trafegados são fatores cruciais
aplicações pelos usuários (e es- mais feliz assim). Alguns mode- para determinar a duração da
tas malditas lojas de aplica- los de smartphones são muito bateria (e claro, as chamadas
ções na web dentro do celular úteis como despertador, pois de voz também). É muito legal
são as maiores vilãs neste ca- eles têm funções bem interes- poder estar conectado o tempo
so). Por este motivo, quando o santes como modo especial de inteiro a tudo o que existe na
trava – trava esgota sua paciên- funcionamento como desperta- Internet, ouvir músicas e assis-
cia, a melhor coisa a fazer é dor (desliga luzes, diminui clari- tir vídeos no smartphone, mas
um backup do seu conteúdo, dade do display, suprime tudo isso só vai ter atrapalha-
reinstalar o sistema operacio- notificações e etc) e despertar do quando você descobrir que
nal dele e restaurar os seus da- com música (ou qualquer outra quando a bateria acaba, você
dos (sim, na maioria dos fonte de som que você queira). fica sem telefone também !
smartphones existentes hoje, Eu joguei fora um rádio relógio
no mínimo uma vez por ano vo- velho de guerra e um desperta- Uma dica importante so-
cê vai ter que fazer isso, para dor de cabeceira desde que bre o consumo de bateria que
garantir a sua sanidade men- comprei meu último smartpho- me deram há alguns meses (e
tal). ne e não sinto saudade dos ve- que realmente funciona) é mu-
lhos equipamentos, por isso, dar a conexão do smartphone
A quarta coisa que consi- de 3G para 2G quando você
dero importante é a duração e deixo sempre o smartphone car-
regando perto da cama quan- quiser ou precisar maximizar a
modo de carga da bateria do bateria. Em 3G o consumo de
smartphone (Jomar, isso não é do vou dormir.
bateria é bem mais alto, e co-
a primeira coisa a ser vista... É importante notar tam- mo grande parte do tráfego de
Sim, mas eu precisava apresen- bém o tempo que o smartpho- dados do dia a dia é texto, vo-
tar as outras que apresentei, ne leva para carregar a cê não vai sentir assim tanta di-
pois elas vão determinar o seu bateria, pois existem equipa- ferença usando 2G (entendeu
consumo de bateria... enten- mentos hoje em dia que carre- agora o motivo pelo qual um
deu ?). gam a bateria totalmente em smartphone 3G pode não ser
Eu já tive no passado um pouco mais de uma hora (e assim tão imprescindível ?).
critério para bateria de celular, existem outros que precisam
de um bom tempo para isso). Novamente os fóruns e
que era “quanto mais durar, me- listas de discussão são seus
lhor”, mas hoje em dia sou Olhe também qual é o tipo de
conexão utilizada para o carre- aliados para se informar sobre
bem mais modesto e objetivo. a duração da bateria do
Bateria boa para mim é aquela gador, pois está se tornando co-
mum a carga via USB e isso é smartphone que você está ava-
que dura um dia inteiro, e que liando, e estes fóruns mostram
carrega muito rápido e com um muito útil pois você pode carre-
gar o celular em qualquer por- ainda se existe a possibilidade
carregador qualquer.

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TECNOLOGIA · Como errar menos na hora de comprar um smartphone

de trocar a bateria por uma ex- que se tornou nosso transporte Esta fase inicial de avalia-
pandida e quanto custa isso. aéreo. Vale lembrar aqui que ção e definição de critérios é a
assistir vídeos ou filmes vão aju- parte que acho mais legal de
O último critério que consi-
dar a bateria do smartphone a qualquer compra de equipa-
dero importante para avaliar
secar mais rápido, portanto, mento eletrônico, e ela é como
um smartphone é a sua expan-
use com parcimônia :) um namoro: Se você namorou
sibilidade, e me refiro ao concei-
to mais amplo dela, Outra coisa legal dos direito, sabe muito bem os de-
envolvendo memória e tam- smartphones hoje em dia é feitos do que está comprando.
bém a bateria. que eles substituem um pen dri- Se pulou esta etapa, pode
ve, pois podem trabalhar como achar que está fazendo um
Existem alguns smartpho- grande negócio e na verdade
um pen drive quando conecta-
nes que possibilitam a expan- estar levando um mico, às ve-
dos a um computador, e se vo-
são de seu armazenamento zes até bem caro, para casa.
cê precisa carregar dados de
para até 32Gb (normalmente
um lado para o outro, usar um Não tenha medo de errar,
com cartões SD, e lembre-se
smartphone para isso é bem in- e entenda que você vai acertar
que este número pode aumen-
teressante (só não se esqueça mesmo o smartphone ideal pa-
tar, pois se necessário você po-
de carregar o cabo de dados ra você lá pelo segundo ou ter-
de carregar mais do que um
dele junto com você, pois blue- ceiro (por que só aí você vai
cartão SD no bolso), mas exis-
tooth não faz mágica como mui- saber mesmo o que é relevan-
tem alguns modelos que não
ta gente pensa... é lerdo e te ou não para você) portanto,
te permitem expandir a capaci-
consome muita bateria). faça uma análise criteriosa pa-
dade de armazenamento dele.
Você pode se perguntar: “Para Para finalizar, faça uma rá- ra não errar muito na primeira
que eu vou utilizar tanta memó- pida pesquisa para saber se a compra. Lembre-se que o
ria assim num smartphone ?”, bateria que veio com seu smartphone que encanta seu
e a minha resposta curta e gros- smartphone pode ser substituí- amigo, pode ser inútil na sua
sa é fotos e vídeos (pode ser da por uma com maior capaci- mão (e vice-versa).
música também, mas eu prefi- dade de carga, e claro, olhe
ro ouvir músicas em um MP3 também se você pode encon-
player do que em um smartpho- trar esta bateria no Brasil (lem-
ne). bre-se que existe um certo
smartphone que é o sonho de
A irresistível vontade de
consumo de muita gente que
sair fotografando e filmando o
não permite a troca de bateria
mundo é grande, ainda mais
nem a expansão de memória).
se você tiver um smartphone JOMAR SILVA é en-
com uma câmera com boa reso- A dica final é: O YouTube genheiro eletrônico e
Diretor Geral da
lução (o que significa arquivos é seu melhor amigo ! ODF Alliance Latin
maiores ainda). Eu já usei bas- Eu aprendi nos últimos
America. É também
coordenador do gru-
tante o meu smartphone para tempos que uma imagem vale po de trabalho na
assistir vídeos, e sempre carre- mais que 10 mil palavras e por- ABNT responsável
pela adoção do ODF
go comigo um vídeo ou um fil- tanto, vídeos que vão desde a como norma brasilei-
me, pois eu já cansei de ficar abertura da embalagem (“un- ra e membro do OA-
babando em saguão de aero- SIS ODF TC, o
packing”) até a manutenção do comitê internacional
porto sem nada para fazer por smartphone estão disponíveis que desenvolve o pa-
conta da baderna generalizada drão ODF (Open Do-
no YouTube. cument Format).

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COTIDIANO · ATERRAMENTO E ENTERRAMENTO: A DIFERENÇA

Aterramento e Enterramento:
A diferença
Por João Marcello Pereira
lawmurray - Flickr.com

Um dos itens de segurança elétrica mais


importantes para o computador é o aterramen-
to. A função deste, é permitir que cargas elétri-
cas indesejadas tenha um ponto de escape, a
terra, evitando que o computador seja danifica-
do. Para se ter uma idéia do perigo, basta lem-
brar que a placa-mãe está diretamente
conectada ao aterramento, e se este não existir
ou for mal construído, todos os itens conecta-
dos à placa-mãe estarão em risco. E ao contrá-
rio do que muitos pensam, fazer um terramento
não significa ligar o fio-terra num pedaço de me-
tal qualquer, e muito menos enterrar o fio na ter-
ra - um aterramento mal feito é mais perigoso
do que não tê-lo. De acordo com a NBR 5410,
um aterramento deve seguir a recomendação
ao lado. Qualquer outra configuração fora das
normas da NBR 5410, caracteriza um enterra-
mento, ou seja, um aterramento feito a facão!

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COTIDIANO · ATERRAMENTO E ENTERRAMENTO: A DIFERENÇA

Tipo de Aterramentos: 4. Aterramento decorativo


Este é o preferido para decoração de interi-
ores. É o tipo de aterramento bem discreto, cle-
1. Bio-Aterramento
an, simples e bonitinho (pintado de rosa, fica
É o aterramento mais criativo e decorativo gatinho), mas não serve para nada! Para não
já visto. É um fio de cobre nu enrolado em um perder a estética, geralmente a barra cobreada
prego ou haste metálica e colocado dentro de é muito curta ou o fio de cobre é fino demais, ou
um vaso de planta. Segundo os especialistas pior, a barra cobreada é enterrada no cantinho
em tal obra-prima, funciona que é uma beleza! da sala para não furar a parede e evitar aquela
marca “hor-roro-sa”.

2. Aterramento Express
Este é típico do TÉCO*, prático e rápido. É 5. Aterramento mil e uma utilidades
só arrancar o pino de terra da tomada e pronto! Este é “o” aterramento. Quando o computa-
Em 3 min e está pronto o aterramento tabajara - dor não está sendo usado, utiliza-se a barra como
o TÉCO agarântio. Na verdade é uma maneira vara para tirar pipa do telhado,cabo de vassoura
de conectar uma tomada tripolar(neutro, fase e ou de rodo, varal, espeto para churrasco, desentu-
terra) em bipolar (fase e neutro) inexistindo total- pidor de cano, antena de TV e muitas outras utili-
mente o aterramento. dades.

3. Aterramento interno 6. Aterramento Wi-Fi


Um aterramento do tipo “faça-você-mes- Uma maravilha da engenharia. Consiste de
mo”. Bastas usar um clipe ou pedaço de fio co- duas bobina, uma conectada à barra, e a outra co-
nectando o neutro e o terra. O problema é que nectada à tomada distante alguns metros. Segun-
nessa configuração, se houver um curto-circuito do o “prêmio nobel” que desenvolveu esta
em qualquer lugar da casa/empresa, o computa- engenhosidade, a “energia ruim” será transporta-
dor será “fritado” já que a placa-mãe está conec- da via ondas de rádio até a barra cobreada. Como
tada diretamente ao aterramento. diria o Jaca Paladium : “acredite, se puderrrrrrrr...”

7. Car-Aterramento
Um bom exemplo de reciclagem: um radia-
dor velho de carro enterrado no solo. Alguns usam
até a antena do rádio, pensando que pelo formato
é possível ser utilizada como barra de aterramen-
to.

8. Hidro-Aterramento
Está aqui um bem engenhoso! É usar o en-
canamento da casa como barra de aterramento.
Nas casas antigas da década de 70 - 60 para
trás, os canos usados no encanamento era feito
Figura 1: Aterramento
de cobre ou ferro. Prático, mas não serve.

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COTIDIANO · ATERRAMENTO E ENTERRAMENTO: A DIFERENÇA

9. Aterramento Churrasco em todo aquele “material” recebendo energia ao


Mais um Made in TÉCO: colocar sal gros- longo de vários anos, vai que de repente nasce
so e carvão vegetal sobre a barra cobreada. Te- das profundezas fossais um monstro devorador
mos um espeto (barra), carvão, sal....para o de gente! É melhor não arriscar :)
churrasco só falta a carne :). Não sabe o nobre * técnico que só faz serviço ruim.
churrasqueiro, que o sal (cloreto de sódio ) pos-
sui cloro, um elemento altamente eletronegativo
que oxida rapidamente a barra inutilizando o ater-
ramento. Para mais informações:
Artigo na Wikipédia sobre Aterramento:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aterramento
10. Aterramento simples
É o mais comum de todos, a barra (ou fio
de cobre nu) é enfiada no solo e pronto. Embora
simples, na maioria dos casos não serve para na-
da, pois apresenta alta impedância entre neutro
e terra.

11. Aterramento fossa


O mais estranho e nojento de todos. A bar- JOÃO MARCELLO PEREIRA é graduado
ra é colocada, e geralmente solta, dentro da fos- em física (UFPI) e ciências da computação
(UFPI), técnico em eletrônica (CEFET-PI), e
sa séptica da casa/empresa, junto do “material”. especializando em segurança de redes de
Segundo os “TECONIGHTS*, é o melhor que computadores (FACID). É profissional de
informática, inventor, e professor de física
existe, uma vez que a barra ficará sempre úmi- (UAPI), informática (SENAC-PI), matemática
da. Até que faz sentido, mas eu fico pensando e eletrônica.

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DICAS · MANTENDO O UBUNTU EM FORMA

Mantendo o

http://www.ubuntu.com
Ubuntu em forma
Por Igor Morgado

A velocidade que softwares evoluem é assusta- programa de música? Um joguinho para se di-
dora, diariamente dezenas de programas são me- vertir? Tudo isso, em pouquíssimos passos (e
lhorados por diversos programadores ao redor também muito simples).
do globo, e nem sempre há tempo livre para man-
Mantendo Atualizado
ter tudo funcionando com as últimas tendências.
Uma das maiores vantagens do Ubuntu é ter Manter o Ubuntu atualizado não da trabalho al-
herdado do projeto Debian um maravilhoso méto- gum, ao conectar na internet ele automaticamen-
do para organizar todos os programas instalados te, faz uma busca nos servidores oficiais e verifi-
em um computador, a espinha dorsal deste mo- ca se alguma atualização foi lançada, caso seja
delo é chamada DPKG (Debian PacKage Mana- verdadeiro ele exibe na tela o Gerenciador de
ger, do inglês Gerenciador de Pacotes Debian). Atualizações (Sistema→Administração→Geren-
Um pacote nada mais é do que um programa ciador de Atualizações), bastando pressionar
adicionado à ele informações sobre o software e OK, normalmente ao executar esta tarefa o
como este se relaciona dentro do computador Ubuntu irá solicitar credenciais administrativas
(na verdade ele pode conter bibliotecas, meta-pa- (para saber mais veja o quadro informativo).
cotes, e outras coisas). Depois de algum tempo (irá depender da velo-
O grande poder desta forma de gerenciamento cidade da sua conexão de internet e da quanti-
é que a qualquer momento novos programas po- dade de atualizações à serem feitas), será exibi-
dem ser instalados, desinstalados e atualizados da uma tela informando que a atualização foi
através da internet sem que o usuário saiba exa- concluída com sucesso. O erro mais comum
tamente onde os programas estão armazenados. neste caso é a interrupção da conexão com a In-
Tudo isso é feito de forma extremamente segura, ternet; neste caso reconecte, pressione o botão
basta saber o nome do programa (ou para o que Verificar e tente novamente.
ele serve), procurá-lo na lista de programas dis- Uma dica, mantenha o sistema atualizado, as-
poníveis e pronto. Quer um editor de vídeo? Um sim o computador estará sempre rodando a ver-

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DICAS · MANTENDO O UBUNTU EM FORMA

são mais estável e segura dos programas dispo-


níveis. O Ubuntu atualiza não só o sistema opera-
cional, mas também todos os programas instala-
dos, então algumas vezes a atualização pode
demorar, porém não há problema algum em utili-
zar o sistema enquanto a atualização ocorre.

Instalando Programas
Desde a versão 9.10 foi inserida a Central de
Programas do Ubuntu (Aplicativos→Central de
Programas do Ubuntu), este programa centraliza
de forma facilitada toda instalação e remoção de
programas dentro do computador. A interface da
Central é bastante objetiva e amigável, na parte
superior direita há uma caixa de busca, esta po-
de ser feita tanto utilizando o nome de um progra- Gerenciador de Atualizações
ma conhecido ou termo mais genérico como “to-
cador”, “música” ou “music player” (sim em e desta lista é possível obter maiores informa-
inglês ou português). Logo abaixo serão exibidos ções sobre o programa ou desinstalá-lo.
os programas que se encaixam na palavra procu- A caixa de busca funciona da mesma forma e
rada, clique no programa e depois na seta à direi- pode ser utilizada para procurar os programas
ta. Uma nova tela explicando mais detalhes do instalados.
programa irá aparecer, e também um botão para Para remover um programa basta clicar sobre
Instalar, eventualmente ativar esta função irá ele duas vezes (ou na seta a direita) e clicar no
abrir a caixa para solicitar permissões administra- botão remover que se encontra no final da des-
tivas (da mesma forma que ocorre com a atuali- crição. Acontecerá da mesma forma, uma nova
zação), após este passo o programa entra na fila lista Em progresso irá aparecer o status do pro-
de instalação. Esta fila é apresentada abaixo da cesso, ao finalizar a lista desaparece automati-
lista de Programas instalados com o nome Em camente, e o programa está totalmente removi-
Progresso (do lado esquerdo). do, sem deixar qualquer rastro no seu ambiente.
Um detalhe, a desinstalação não remove qual-
Removendo Programas
quer dado de usuário (sejam configurações ou
Todos os programas instalados com sucesso arquivos pessoais), ou seja, se foi feita alguma
são adicionados a lista de Programas Instalados, configuração no programa instalado ou algum

Credenciais especiais
Toda vez que for necessária alguma tarefa administrativa que exija
acesso à recursos, ou partes restritas do Ubuntu, será solicitado uma
senha para acesso especial, por padrão o usuário criado durante a
instalação do sistema Ubuntu, tem permissão para isso. Os demais
usuários não terão este direito, a menos que sejam definidos como
administradores durante o processo de criação

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DICAS · MANTENDO O UBUNTU EM FORMA

oficial do Wine para a versão 9.04 do Ubuntu.


Ao finalizar a adição de novos canais, será so-
licitada uma atualização das informações, este
passo é muito importante e equivale ao botão
verificar do Gerenciador de atualizações.
Arquivo de pacotes pessoais (PPA)
A Canonical disponibiliza um espaço para que
desenvolvedores distribuam seus aplicativos de
forma centralizada, estes canais são chamados
PPA (Arquivo de pacotes pessoais, do inglês:
Personal Package Archives). Na versão 9.10 o
Ubuntu se integra de forma melhor com estes re-
positórios, para adiciona-los ao invés de utilizar
o endereço deb, utiliza-se um endereço PPA,
Central de programas do Ubuntu que desta forma ppa:ubuntu-wine/ppa adiciona-
ria o repositório oficial do Wine, de forma bem
dado criado, estas estão protegidas da remoção mais curta e mais clara. Esta forma de uso e
(que somente remove o programa). preferencial no caso de haver as duas opções.
Adicionando fontes de programas Segurança em primeiro lugar
Algumas vezes o programa desejado não é en- Para garantir a integridade dos aplicativos ins-
contrado nos repositórios do Ubuntu, quando is- talados, cada mantenedor do canal pode opcio-
so acontece é possível adicionar um canal de nalmente assinar digitalmente os seus pacotes
programas (ou repositório). Isto pode ser feito desta forma ele garante que o programa instala-
através do Gerenciador de Canais de Software do foi distribuído pela pessoa correta. Para insta-
(Sistema→Administração→Canais de software). lar o certificado de um distribuidor utilize a aba
Este aplicativo divide-se em algumas abas, a pri- Autenticação do gerenciador de canais de
meira aba controla quais canais de programas software. O processo é simples: baixe o certifica-
oficiais serão usados, recomenda-se selecionar
os quatro primeiros (main, universe, restricted e
multiverse) para uma maior abrangência e varie-
dade dos programas disponibilizados.
Para adicionar canais de softwares de terceiros
utiliza-se a segunda aba Outro software, pressi-
one o botão Adicionar, uma caixa irá aparecer pa-
ra inserir o endereço do canal, deve-se utilizar
exatamente como especificado pelo distribuidor
do software (isso pode variar, em cada canal),
normalmente é uma linha que começa com "deb"
que indica o pacote Debian, por exemplo o ende-
reço deb http://wine.budgetdedicated.com/apt
jaunty main #WineHQ - Ubuntu 9.04 "Jaunty Jac-
kalope" adiciona o canal de software distribuidor Canais de software

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DICAS · MANTENDO O UBUNTU EM FORMA

dor de pacotes. Para desinstalar programas


instalados desta forma deve-se utilizar o Geren-
ciador de Pacotes Synaptic (Sistema→Admi-
nistração→Gerenciador de Pacotes Synap-
tic).
Programas recomendados
Para um usuário comum, na instalação básica
do Ubuntu faltam alguns programas e suporte
para alguns tipos de arquivos, como: flash
player, java, fontes adicionais e compactadores.
Para solucionar isso instale os pacotes:
• ubuntu-restricted-extras
• unp
Instalador de Pacotes
• sun-java6-plugin
do (chave gpg) do desenvolvedor, normalmente
Sobre a nova seção
é disponibilizada no mesmo local em que há as
instruções para adicionar o novo repositório, Esta seção será mensal e conterá dicas sobre
após isso, utilize o botão Importar arquivo chave, Ubuntu. Estas dicas serão sempre direcionadas
selecione o arquivo. A chave será adicionada a aos iniciantes na plataforma, e normalmente re-
lista das já existentes (por padrão as chaves do lacionadas a tarefas cotidianas. Caso tenha al-
Ubuntu). Às vezes as informações sobre o down- guma dúvida sobre o Ubuntu, mande um email
load das chaves podem estar um pouco diferen- para ubuntudicas@gnutech.info serão seleciona-
tes, neste caso siga as instruções encontradas das as perguntas mais interessantes para uma
no repositório escolhido. matéria curta na próxima edição.
Programas sem repositório
Alguns desenvolvedores não criam um repositó- IGOR MORGADO é administrador de sistemas e de
rio, simplesmente colocam o software para down- redes, e instrutor há 13 anos. Atuou em grandes em-
load no formato de instalação (extensão .deb), presas como IBM, Sun e HP se especializando em
como por exemplo o Skype, nestes casos a insta- gerenciamento de rede e segurança. Hoje é Diretor
lação é feita clicando-se duas vezes sobre o pro- de Tecnologia da Gnutech e pratica Aikido sempre
grama à ser instalado, isso irá executar o instala- que possível.

Canais de software
Oficialmente o Ubuntu divide todos os aplicativos em quatro grupos básicos. Dentro
do main (principal) estão os programas oficialmente suportados pela Canonical e em
sua totalidade são software livre, o restricted (restrito) são programas que tem sua
distribuição restrita por diversos motivos (por exemplo Java, decodificadores de DVD,
drivers da NVIDIA), no universe (universo) são encontrados programas suportados
pela comunidade, e em multiverse (multiverso) programas não livres suportados pela
comunidade.

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FORUM · CÁRLISSON GALDINO

ANO NOVO, IDEIAS NOVAS


Por Cárlisson Galdino

Mike Canon - sxc.hu

Ano novo, ideias novas (ou loucas, ou os


dois)... Sempre tive ideias mirabolantes. Desde
meta-linguagem de programação especializada
para criação de módulos até... Até... Deixa pra
lá... Pra vocês terem uma ideia, meu Trabalho
de Conclusão de Curso de graduação foi IaraJS,
que nada mais era do que um gerenciador de in-
terface web baseado em componentes em Ja-
vaScript, orientado a objetos, com suporte a
temas. Detalhe que na época nem se falava em
WebStandards e Tableless e o IaraJs não fazia
as coisas da maneira certa... Meu TCC de pós-
graduação foi um processo para desenvolvimen-
to de aplicações web atômicas, ou seja, aplica-
ções web que funcionem bem tanto
isoladamente como na forma de módulos. O
AWA (o nome do processo) também tinha como
característica o uso exclusivo de artefatos textu-
ais: nada de diagramas e coisa e tal.
Algumas ideias que tive se tornaram reali-
dade por outras mãos... Outras ainda nada. Per-
guntas que me fazia incluem: por que um Forge

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FORUM · CÁRLISSON GALDINO

em quanto tempo se pretende


publicar, fornece-se um usuá-
Hoje temos computadores rio Twitter e pronto: sempre
que atrasar na publicação, o
com discos enormes que terminam blogueiro será lembrado via
Twitter pelo Prazems. É uma
subutilizados quando concentramos necessidade que eu próprio ti-
nha (já que mantenho mais de
os dados em um servidor. 3 blogs) e me tem sido útil (em-
bora ninguém mais tenha testa-
Cárlisson Galdino
do: testadores são
bem-vindos!)
não pode ser também um Groupware e uma Re- Uma outra ideia que tive
de Social? Por que não aproveitar as máquinas há pouco e que me fez pensar nessas ideias to-
vizinhas durante uma atualização de segurança, das e escrever este artigo foi a criação de uma
criando-se um “apt-torrent”? Por que não botar “rede de usuários”. Uma boa forma de estudar
código-fonte inteiro de um projeto dentro de um uma ferramenta é mantendo contato com outros
wiki, com editor realçando a sintaxe, permitindo usuários da mesma ferramenta. Imaginem então
compilar direto no servidor, baixando o snapshot um cliente IRC que funcione quase como um
binário? (essa última discussão inclusive nasceu “painel lateral” no desktop e que entre automati-
junto com o Aurium, e alguém começou a fazer camente nas salas correspondentes às aplica-
algo parecido por aí afora). ções que o usuário iniciou, mostrando a sala
correspondente à aplicação em uso no momen-
Uma rede social como o Noosfero podia
to. Imagine poder tirar dúvidas em tempo real e
funcionar de uma maneira um tanto parecida
compartilhar curiosidades sobre o Audacity, o
com Jabber: integrando várias instalações e per-
BrOffice.org ou o Inkscape com outros usuários.
mitindo compartilhamento de contatos... Inclusi-
Cansou do recurso? Desativa o programa. Me
ve esta sugestão já passei pro pessoal do
pareceu mais uma ideia interessante.
Noosfero, mas não tenho como investir tempo
na ideia e, embora interessante, este recurso Não tenho como investir na realização de
não é a prioridade no momento. ideias assim e por isso estou compartilhando
com vocês. Vai que alguém com tempo livre gos-
Um servidor de arquivos de uma intranet
te e queira por adiante... Às vezes fico pensan-
(arquivos de uma empresa, por exemplo) pode-
do... Eu devia arrumar um emprego onde eu só
ria não existir fisicamente. Hoje temos computa-
precise ter ideias novas e mirabolantes, até que
dores com discos enormes que terminam
seria uma boa.
subutilizados quando concentramos os dados
em um servidor. Por que não o servidor ser na
verdade um grid das máquinas clientes, com al-
gum grau de redundância nos dados para evitar
CÁRLISSON GALDINO é Bacharel em
riscos de não-disponibilidade? Ciência da Computação e pós-graduado
em Produção de Software com Ênfase
Em 2009 fiz apenas um software minima- em Software Livre. Já manteve projetos
mente interessante: o Prazems. É um softwa- como IaraJS, Enciclopédia Omega e
Losango. Hoje mantém pequenos
re/serviço para ajudar blogueiros a manterem projetos em seu blog Cyaneus. Membro
uma periodicidade na publicação nos seus da Academia Arapiraquense de Letras e
Artes, é autor do Cordel do Software
blogs. Cadastra-se um blog, defini-se de quanto Livre e do Cordel do BrOffice.

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FORUM · ROBIN HOOD E A LIBERDADE

Robin Hood e a Liberdade


Por Sávio Lima Lopes
Christopher Walker - Flickr.com

Recordar é viver. E o per- tequizar os hereges, e durante


sonagem Robin Hood faz parte esta cruzada foi feito prisionei-
do meu, e do imaginário infantil ro. Conseguindo fugir, retorna
de muitas pessoas. Esse “he- à Inglaterra, e percebe que
rói” mítico inglês, faz parte não John, o segundo herdeiro dire-
só da cultura inglesa, mas da to assume o trono no lugar de
mundial. Socializado para o Ricardo Coração de Leão, ma-
mundo através de filmes, dese- ta o pai de Robin, aumenta os
nhos e outras publicações, Ro- impostos e destrói o castelo on-
bin Hood continua povoando o de Robin morava. Por força
nosso pensamento. das circunstâncias, passa a
Relatos diversos suge- morar na floresta de Sherwo-
rem que Robin era mais do od, onde lidera um grupo de
que apenas um fora-da-lei que homens em uma investida con-
vagueava pelas florestas. Os tra o príncipe John. Nesse ínte-
mesmos relatos nos informam rim, Robin atuava como
que Robin pela liberdade. Se- saqueador em “parceria”com
gundo nos conta a história, Ro- João Pequeno e Frei Tuck, pa-
bin era filho do Barão de ra ajudar aos que se tornaram
Locksley e viajava com o Rei Ri- pobres por causa da ganância
cardo Coração de Leão para ca- de John e lutava para reaver

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FORUM · ROBIN HOOD E A LIBERDADE

É importante salientar
que as ações executadas no ci-
É importante salientar berespaço refletem diretamen-
te no universo físico. Meios
que as ações executadas no que utilizamos apenas para en-
tretenimento como blogs, re-
ciberespaço refletem diretamente no des sociais, widgets, sites,
wikis e outros meios também
universo físico. podem ter uma conotação polí-
tica não-partidária (ou partidá-
Sávio Lima Lopes ria, se preferir). Robin Hood
utilizava arco e flechas para al-
cançar os objetivos de liberda-
sua posição nobre. Como resul- res, fundamentais em qualquer
de em sua época. Era o que
tado da investida de Robin con- época, mas principalmente em
havia de disponível. Hoje a mi-
tra John, o grupo liderado por evidência hoje, liberdade e
ríade de informações, aplica-
Robin, vence, ele casa-se com acessibilidade econômica. As-
ções, e ferramentas
Maid Marian, e com o retorno sim como as batalhas por liber-
disponíveis talvez nos deixem
do Rei Ricardo Coração de dade e “justiça” capitaneadas
admirados de como utilizar tu-
Leão, é nomeado cavaleiro re- por Robin e sua trupe, aconteci-
do isso de forma relevante.
cuperando assim sua nobreza. am logicamente em um local,
Mas hoje, temos um alcance
Não existem comprova- enquanto que as batalhas con-
de comunicação jamais obtido
ções históricas de que Robin temporâneas, hoje acontecem
por gerações anteriores. Fala-
Hood realmente existiu. Mas is- em um lugar virtual, denomina-
mos não para dez pessoas,
so não nos impede de aprovei- do por Lévy (1999, p.92) como
mas para milhões.
tar sua “estória” para extrair ciberespaço. Segundo ele, o ci-
berespaço é o “espaço de co- Atualmente temos muitos
algumas reflexões relevantes
municação aberto pela meios para nos divertir na
para o mundo em que vivemos
interconexão mundial de com- web. Vídeos, fotos, jogos on-li-
hoje. Fato é que, ser Robin Ho-
putadores e das memórias dos ne e tudo mais funciona direta-
od, hoje não é um privilégio de
computadores.” mente, tornando sistemas
poucos. Não é mais uma aven-
operacionais e aplicativos que
tura épica com pequenas parti- Tendo estabelecido es-
usamos cada vez mais irrele-
cipações populares. Hoje ses conceitos, podemos afir-
vantes. O mundo está se tor-
vivemos em uma sociedade mar que muito do que fazemos
nando cada vez mais cross
em rede. Conforme afirma Cas- hoje, o fazemos em rede, e atra-
plataform. Cada vez mais
tells (2007, p.566), “redes são vés do ciberespaço. Um dos
open. Cada vez mais free. A
estruturas abertas capazes de principais meios de acesso ao
questão é que existem “prínci-
expandir de forma ilimitada inte- ciberespaço é a internet, a inter-
pes John”, como na história de
grando novos nós desde que conexão mundial de computa-
Robin Hood, que são ganancio-
consigam comunicar-se dentro dores. Dentro deste universo
sos tentam atravancar o cami-
da rede, ou seja, desde que de ferramentas e aplicações vir-
nho natural do progresso. Ao
compartilhem os mesmo códi- tuais, e por isso intangíveis,
fazerem isso, donos de gran-
gos códigos de comunicação existem diversos meios comuni-
des grupos de comunicação,
(por exemplo valores, ou objeti- cação que viabilizam a socieda-
grandes empresas e personali-
vos de desempenho).” Pode- de em rede.
dades, não somente prejudi-
se citar como exemplos de valo-

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FORUM · ROBIN HOOD E A LIBERDADE

cam a nós cidadãos (e consumi- tas descrevem apenas o kis, Vídeos, Imagens, Redes
dores, é claro!), mas a si própri- lamento de empresas e perso- Sociais, e muitas mais. Temos
os. Algumas atitudes como as nalidades por modelos de negó- comunidades: Movimento Músi-
referentes a música e o direito cios que insistem em existir, ca Pra Baixar (MPB), Movimen-
autoral, a software e suas licen- mesmo não funcionando mais. to Software Livre e várias
ças e outros temas correlatos Comunidades e algumas pou- outras iniciativas. Falta-nos
tem revelado uma visão estrei- cas empresas já perceberam is- consciência de que mesmo
ta de mercado. O problema dis- so. É como se Robin Hood que acessemos pouco a inter-
so é que esse modelo de avisasse a grande indústria: “- net, ou que dependamos pou-
abordagem mercadológica, Olha, vocês tem a estrutura, co dela, as ações executadas
não é sustentável; ou seja, é co- muito dinheiro, mas são inade- no ciberespaço ecoam na soci-
mo tentar gerir um sistema line- quados. Vocês não vão resis- edade civil. Afetam minha pos-
ar finito; infinitamente. tir!”. Sua história ilustra bem sibilidade de exercer ou não
Simplesmente não funciona. É esse exemplo. John toma o rei- cidadania. A discussão de direi-
um modelo: a “indústria” ganha no de Ricardo Coração de tos autorais é uma discussão
e o consumidor “perde”. Exis- Leão. Destrói o castelo e mata minha e sua, não apenas de
tem órgãos e personalidades o pai de Robin. Vemos que Ro- que trabalha com música. A
que objetivam restringir diver- bin une-se a uma comunidade, discussão sobre software livre
sas ações na internet que afe- injustiçada por John. E os lide- e adoção de formatos abertos
tam a diretamente a sua ra contra John. O que é este ex- não é apenas uma discussão
essência: a liberdade. A inter- emplo senão uma grande minha; mas de todos. O resul-
net foi construída em protoco- analogia do que acontece na in- tado das discussões na inter-
los livres, abertos, sua ternet? net transcendem-na. Afeta-
característica relacional tam- Um exemplo pessoal foi nos. Ciberativismo é ativismo
bém se faz dessa forma, como quando participei do abaixo-as- social.
um sistema homeostático que sinado pelo fim da CPMF. Parti-
se auto-regula com o ambien- cipei pela internet e vi pela
te. Esse ambiente auto-regula- Referências
televisão vários carrinhos de su-
tório funciona, de forma geral, permercado cheios de assinatu-
muito bem. ras entrando em Brasília. Fim
WIKIPEDIA, A enciclopédia livre.
Robin Hood. Disponível em:
Em grande parte das notí- da CPMF! E eu participei dis- <http://pt.wikipedia.org/wiki/Robin_Ho
cias que acesso na web, mui- so. Temos armas: Blogs, Wi- od>. Acesso em 02 jan. 2010.

LÉVY, Pierre. Cibercultura.


Tradução de Carlos Irineu da Costa.
São Paulo: Editora 34, 1999, p.92.

CASTELLS, Manuel. A sociedade


O mundo está se em rede. Paz e Terra, 2007, p.566.

tornando cada vez mais cross


SÁVIO LIMA
plataform. Cada vez mais open. LOPES é estudante
de administração e
Cada vez mais free... pesquisador em
software livre.
Desenvolve cursos
nas áreas de
Sávio Lima Lopes
tecnologia e software
livre.

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FORUM · Verdades inconvenientes sobre a relação Google X China?

Verdades inconvenientes sobre


a relação Google X China?
Por Yuri Almeida

Sandra Kühr - sxc.hu

Após um suposto ataque dico do Google, disse no blog


cibernético às contas de e-mail oficial da empresa, que o ata-
de defensores dos direitos hu- que não indica uma “falha de
manos na China, o Google ame- segurança” do sistema, mas
açou desligar suas atividades uma ação “altamente sofistica-
e serviços no país. De acordo da” contra a liberdade de ex-
com uma nota oficial, a ação pressão na Internet. Ao
foi realizada em dezembro de mesmo tempo, o Google se po-
2009 e visava militantes soci- sicionou contrário à censura
ais na China, Europa e Esta- que o Governo Chinês impôs
dos Unidos da América. Os ao sistema de busca e decla-
crackers lançaram seu ataque rou que ou se flexibiliza o con-
da China e segundo o Google ti- trole estatal na Web ou a
veram acesso as informações empresa deixará de operar no
dos usuários. país.
David Drummond, vice- E não parou por aí. O Go-
presidente sênior de desenvolvi- ogle disse que não foi apenas
mento corporativo e diretor jurí- ela a vítima do ataque ciberné-

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FORUM · Verdades inconvenientes sobre a relação Google X China?

tico, mas também outras vinte Verdades inconvenientes uma reação para aumentar
empresas na área de tecnolo- O Google desembarcou seus lucros no país. Sim, leitor
gia, setores químicos, mídia, In- na China em janeiro de 2006 não creia que a empresa de le-
ternet e finanças e comunicou de olho no maior mercado de trinhas coloridas preocupa-se
o ocorrido as autoridades nor- usuário da Internet do mundo. com a falta de direitos huma-
te-americana. Os Estados Uni- Apesar de críticas de organiza- nos na China. Essa, sem dúvi-
dos que há muito tempo ção a regulação do ciberespa- da, é a última cartada do
acusam a China de espiona- ço pelo governo chinês, o Google para pegar mais algu-
gem reagiu. Hillary Clinton, se- Google não pestanejou e blo- mas migalhas deixadas pela
cretária de Estado, disse que o queou alguns resultados em Baidu, ainda mais, que no ce-
país irá cobrar explicações da sua busca. nário internacional as relações
China e que o assunto traz "sé- diplomáticas entre Estados Uni-
A verdade é que após qua-
rias preocupações" para comu- dos e China estão turbulentas,
tro anos de investimentos e atu-
nidade internacional. seja pela venda de armas ou
ação na China, o Google não
pelo debate sobre o valor do iu-
decolou. Do lado de dentro da
an (moeda chinesa).
A China responde... muralha chinesa, o Baidu domi-
Em entrevista ao jornal Fi- na o sistema de busca no país O Google fez muito baru-
nancial Times, Wang Chen, di- e não é só isso. O Baidu já é o lho ao anunciar sua saída da
retor do Departamento de terceiro maior sistema de bus- China esperando apoio das
Informação e Propaganda do ca do mundo (perde para o Go- grandes empresas. A Microsoft
governo chinês, disse que a ogle e Yahoo!) e tem ampliado disse que o ataque às contas
China não irá mudar sua con- suas operações para continen- de e-mail é um problema de se-
cepção de segurança na Web te asiático. gurança do Google e recomen-
devido às pressões do Google. dou que a empresa reforçasse
Em 2006, o Google acei-
Segundo ele, cada país dá im- seu sistema. Já a HP disse en-
tou as restrições do governo
portância diferente a seguran- xergar na China uma boa opor-
chinês sem nenhuma crítica.
ça e, portanto, a cooperação tunidade para os negócios da
Agora, após tornar-se uma das
internacional é válida para tal empresa, uma vez que o cres-
empresas mais lucrativas e im-
controle. cimento da economia chinesa
portantes na sociedade contem-
é o maior do planeta. O Yahoo
Wang Chen lembrou ain- porânea, o Google esboça
até com a polícia chinesa cola-
da que após a liberação do pó-
lo emissor, os usuários
também são criadores de con-
teúdo, o que gera, consequente-
mente, novos desafios para
A verdade é que após
regulamentar a Internet. “To-
dos devem fazer seu melhor pa-
quatro anos de investimentos e
ra intensificar sua atuação na China, o Google não
auto-disciplina e garantir a inte-
gridade da web”, disse o dire- decolou.
tor do Departamento de
Informação e Propaganda do
governo chinês, reafirmando Yuri Almeida
que a censura continuará na
China.

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FORUM · Verdades inconvenientes sobre a relação Google X China?

bora para prender dissidentes os presidentes ianques declara- faz com todo o banco de da-
políticos através do rastreamen- vam que EUA iria entrar em dos armazenado de seus usuá-
to online. guerra, a imagem coletiva é de rios? Se planejarmos um
Por fim, são duas as ver- que o Rambo desembarcaria ataque ao presidente Barack
dades. Primeiro. A China não no país inimigo, salvaria os ino- Obama nas ondas do Google
irá mudar o sistema de filtra- centes, libertaria os fracos e Wave, será que a empresa res-
gem de conteúdo na Web. Se- oprimidos e os Estados Unidos peitaria nossa liberdade de ex-
gundo. O Google é que contribuiriam para a paz e de- pressão? Garantiria nossa
precisa do mercado de internau- mocracia mundial. privacidade? Vale lembrar que
tas da China e não o contrário. Atualmente, permita-me o Google é uma empresa sedi-
Caso o Google saia do país res- continuar com a analogia, Ram- ada nos Estados Unidos e, por-
ta aos usuários dos aplicativos bo e Hollywood é representado tanto, reza na cartilha ianque.
da empresa torcer para que o pelo Google. Se não a liberda- Na sociedade em rede, dados
governo chinês não barre o de e acessibilidade, quais pala- valem mais do que imagens. O
acesso ao Google.com, alterna- vras melhor definem o Google possui esse banco de
tiva para acessar o Gmail e ou- Google? Quem criou e-mail dados, informações sobre os
tros serviços a partir da China. com alta capacidade de arma- usuários, um verdadeiro mono-
zenamento e inúmeros recur- pólio sobre a vida dos seus
sos? Quem revolucionou os usuários, o que, sinceramente,
Será o Google uma nova sistemas de busca? Quem per- me assusta mais do que a mu-
ferramenta política, as- mite visualizar o mundo em ralha (de censura) da China.
sim como foi Hollywood? 3D, ou com o Street View, pas-
Durante o período pós- sear pelas belas praias do Ha-
guerra a indústria audiovisual vaí?
foi fundamental para a difusão
do american way of life (estilo Não quero aqui defender
americano de vida) para o res- a censura do governo chinês.
to do mundo. As imagens cum- Pelo contrário, a Internet nas-
priam um papel fundamental ce livre e deve assim permane-
para a “construção” e “reprodu- cer. Mas, temos um sério
ção” da verdade. Através do ci- problema relacionado ao Goo-
nema, os Estados Unidos gle. Quem melhor encarna o es-
ramificaram seus valores, pen- pírito de “promotor da
samentos e ideologia. Hollywo- liberdade” na Web do que o Go-
od funcionou com uma ogle? Desse modo, simbolica-
importante ferramenta para a mente, uma falha de YURI ALMEIDA é jor-
nalista, especialista
construção do imaginário coleti- segurança no sistema da em- em Jornalismo Con-
vo do poderio norte-americano presa de letrinhas coloridas se temporâneo, pesqui-
transforma em uma luta entre sador do jornalismo
e de um projeto de nação. colaborativo e edita
o bem (Google e a liberdade o blog herdeirodoca-
O que seriam das guer- ianque) e o mal (A censura do os.com sobre ciber-
ras se não fossem a magia no cultura, novas
governo chinês), típico das tecnologias e jornalis-
cinema para naturalizar as bru- Guerras Mundiais. mo. Contato: hdoca-
tais conseqüências do confli- os@gmail.com /
to? Hollywood transformou a Não quero aqui defender twitter.com/herdeiro-
docaos.
guerra em espetáculo. Quando a censura do governo chinês
(insisto!). Mas, o que o Google

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EMPREGABILIDADE · O novo mercado, as novas empresas e o novo cliente

O novo mercado, as novas


empresas e o novo cliente
Por Jorge Augusto Monteiro Carriça

j0s3_11 - sxc.hu

O novo mercado obvia- aliza na empresa, mas dar idéi-


mente exige um novo profissio- as, sugestionar, promover o
nal, aquele estereótipo que endomarketing é fundamental.
antigamente chegava de ma- Exige-se cada vez mais
nhã picava o cartão, fazia o bá- dos colaboradores, então estar
sico, e ia embora às seis da “antenado” na atualidade e em
tarde em ponto já não existe tudo que surge no mercado vol-
mais, as empresas estão bus- tado para o ramo específico de
cando cada vez mais profissio- trabalho ajuda a promover o
nais que sejam capazes de profissional e mostrar sua preo-
contribuir com a empresa em to- cupação com a empresa, pois
dos seus aspectos, e não só é essa preocupação que os
na sua função específica. Co- contratadores querem. Dão
nhecimento está sendo exigido preferência para pessoas res-
em todos os níveis da hierar- ponsáveis, atenciosas, prontas
quia, então o profissional de ho- a servir a empresa e vestir real-
je não pode se ater somente mente a camisa. Esse sim é
ao conhecimento do que ele re-

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EMPREGABILIDADE · O novo mercado, as novas empresas e o novo cliente

rar, pois todas as habilidades


que são exigidas hoje em dia
...os CEO's podem ser treinadas e retreina-
das quantas vezes forem ne-
das maiores empresas mundiais cessárias até que possa
destacar-se no mercado de tra-
já não procuram só formação balho. Aquela “preguicinha” de
ler um artigo, ou de fazer um
profissional e diploma, mas cursinho de aperfeiçoamento
já não é mais aceitável, o bem
também habilidades específicas mais valioso do futuro será o
conhecimento, quem tiver mais
que são cada vez mais raras informação terá mais oportuni-
hoje em dia. dades.
Já é possível identificar
no mercado internacional em-
Jorge Augusto Monteiro Carriça presas que estão mudando a
forma de trabalhar para poder
oferecer cada vez mais confor-
to para seus colaboradores e é
valorizado no mercado. da se preocupam com o
claro indiretamente para seus
Problemas são comuns diploma e muitas vezes esco-
clientes. Horários de trabalho
em qualquer ramo, mas saber lhem erroneamente profissio-
flexíveis, remunerações extras,
enfrentar esses problemas e nais que possuem o tão
prêmios por produção, via-
achar para eles a melhor solu- sonhado papel, mas não tem
gens, bonificações, são alguns
ção com o menor custo possí- habilidades que são essenciais
dos atrativos que oferecem,
vel e com a satisfação do para o crescimento da empre-
mas é claro que querem produ-
cliente é fundamental, por isso sa. O destacamento profissio-
tividade em troca. A campeã
os CEO's das maiores empre- nal de cada um é diferente,
mundial de marketing, a coca-
sas mundiais já não procuram porém pode-se treinar uma pes-
cola, investe em profissionais
só formação profissional e diplo- soa para poder contribuir cada
treinados para oferecer satisfa-
ma, mas também habilidades vez mais com a empresa e de-
ção psicológica aos seus clien-
específicas que são cada vez monstrar satisfação pelo traba-
tes, e não apenas a saciedade
mais raras hoje em dia. lho, por isso as grandes
da sede, pois o novo cliente já
instituições investem tanto em
Saber trabalhar em equi- não procura somente a utilida-
treinamento e gratificações, já
pe, ter boa dicção, ter estabili- de funcional de determinado
que a satisfação não tem que
dade emocional, saber produto ou serviço, mas tam-
ser apenas do cliente mas tam-
interpretar situações do dia-a- bém, procura um prazer oculto
bém dos funcionários e afins
dia, são apenas algumas des- por detrás da compra efetua-
da empresa.
sas exigências, que demons- da, uma satisfação, um prazer,
tram a preocupação mais com Investir em cursos de ora- uma sensação, algo que o fa-
o lado humano e psicológico tória, postura profissional, éti- ça sentir-se bem por possuir
do profissional do que com sua ca, marketing pessoal, são aquele determinado produto,
formação em si. No entanto al- escolhas certas para quem nem que seja só até o fim da
gumas pequenas empresas ain- quer entrar no mercado sem er- garrafa.

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EMPREGABILIDADE · O novo mercado, as novas empresas e o novo cliente

São essas satisfações uma marca cara de roupa, ou psicológica que o novo merca-
que as novas empresas procu- de usar uma bela jóia, não só do está de olho.
ram, identificar o que o merca- pelo fato do valor financeiro, Presencia-se diariamente
do quer, e poder saciar esse mas também para mostrar o nas propagandas de TV a ven-
desejo crescente que amplia- “poder” de possuir um bem da de produtos e serviços que
se diariamente com a expan- que poucos podem ter. Pense oferecem “prazer” e não so-
são do consumismo mundial. bem, um Ferrari é linda, rápi- mente a utilidade do produto
O imediatismo é constante, é da, e tem espírito de potência, oferecido. Quando se compra
muito comum ver pessoas pro- porém é pequena, desconfortá- algo, escolhe-se pela beleza,
nunciando frases como: “É ago- vel, não tem porta-malas, nem pelo tamanho, pelo formato, pe-
ra ou nunca”, “Se eu quero, eu tem espete, mas mesmo assim la densidade, pela funcionalida-
quero agora”, “Se não for ago- se fizessem uma pesquisa per- de, e por último pelo preço.
ra, não quero mais”, notem guntando qual o carro dos so- Então o novo consumidor não
que em todas as frases a pala- nhos, 9 entre 10 pessoas quer só preço, mas também
vra AGORA mantém-se foca- diriam Ferrari, não somente pe- aquela sensaçãozinha de pra-
da, então é esse imediatismo lo valor do veículo, mas para zer que dá quando adquire al-
que deve ser saciado e alimen- poder mostrar para os amigos go desejado. Parafrazeando a
tado, pois sabe-se que 50% o seu poder de compra, o co- música: “A gente não quer só
das compras são feitas por com- mércio varejista mundial tem es- comida, a gente quer comida,
pulsão e não por necessidade. se tendencialismo, de diversão e arte”.
Quem quer algo, quer naquele satisfazer na hora da vontade,
momento, e não daqui um dia, e não na hora da necessidade,
uma semana, um mês, ou um poucas pessoas compram algo
ano, pois é essa “emoção” da por necessidade, mas com-
compra que move a maioria do pram pela satisfação de pos-
comércio. O prazer de possuir suir, e é essa satisfação

Quando se
compra algo, escolhe-se pela JORGE AUGUSTO
MONTEIRO CARRI-
beleza, pelo tamanho, pelo ÇA é Administrador
de Empresas e Pe-
formato, pela densidade, pela rito Judicial - CRA:
23.237, Pós Gradu-
funcionalidade, e por último ado em Pericia Ju-
dicial e
Administração Judi-
pelo preço. cial, Pós Graduado
em Recursos Hu-
manos. 30 anos,
Jorge Augusto Monteiro Carriça Santo Antônio da
Platina - PR. conta-
to: jamc.adm@hot-
mail.com.

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ELETRÔNICA · KERNEL LIVRE PARA MICROCONTROLADORES

Kernel Livre para DIVULGAÇ


ÃO

Microcontroladores
Por Otávio Alcantara

Microcontroladores são circuitos integra-


dos que concentram as funções de um sistema
de computação em um único chip, englobando:
unidade central de processamento, memória e
dispositivos periféricos. Diferentemente dos pro-
cessadores de propósito geral, os microcontrola-
dores são desenhados para atuarem em
aplicações específicas, que sofrem severas res-
trições de custo, fonte de alimentação e recur-
sos de interface com o usuário.
Diversas áreas fazem uso de microcontro-
ladores para melhorar as características de pro-
dutos ou sistemas, podemos citar: indústria
automotiva, eletroeletrônicos, aplicações milita-
res, dentre outras. A maior parte das aplicações
baseadas em microcontroladores objetiva a fa-
bricação de equipamentos em larga escala. Isso
implica que o projetista deve escolher o micro-
controlador que mais se adéque às necessida-
des e custo alvo de seu projeto.
A cada ano, as indústrias de circuitos inte-

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ELETRÔNICA · KERNEL LIVRE PARA MICROCONTROLADORES

grados lançam dezenas de novos microcontrola- vedores do site www.eletronica.org, e para to-
dores com mais poder de processamento e recur- dos os interessados na área.
sos embutidos. Essa grande oferta acarreta no O projeto é denominado SKM ( Small
desenvolvimento de dispositivos eletrônicos ca- RTOS Kernel for Microcontrollers), e está hospe-
da vez mais atraentes, agregando funcionalida- dado no eletronica.org[5]. O mesmo pode ser uti-
des complexas como: conectividade com a lizado sem nenhum ônus em projetos
Internet e outras redes, processamento de si- científicos, comerciais e educacionais. Atualmen-
nais em tempo-real, e muitas outras. Por outro la- te, o SKM prover portes para quatro arquitetu-
do, para os projetistas de sistemas ras: TI MSP430, Microchip PIC24F, PIC30F, e
microcontrolados fica a difícil tarefa de atender a PIC18F.
toda essa demanda, escrevendo arquiteturas de
software cada vez mais robustas e complexas pa- A figura abaixo ilustra a organização dos
ra plataformas de hardware específicas. componentes do SKM.
Por muitos anos o desenvolvimento de
software para microcontroladores foi baseado
em técnicas bastante simples e eficientes, co-
mo: foreground/background[1] e o executor cícli-
co[2]. Contudo, acreditamos que com o
aumento da complexidade dos projetos não seja
interessante persistir na utilização dessas solu-
ções. O uso de um Sistema Operacional de Tem-
po-Real (RTOS) pode ser mais indicado, mas
exige uma mudança de paradigma de desenvolvi-
mento de software embarcado.
Figura 1: Componentes SKM
Os RTOS não são novidade na indústria,
muitas empresas oferecem soluções comerci- A camada HARDWARE consiste do micro-
ais, com diferentes opções de contrato e custo. controlador alvo e seus periféricos. Os sinais do
Existem soluções de código aberto como o hardware são tratados por duas camadas distin-
Ecos[3] e o RT-Linux[4], que apresentam uma tas: a HAL e a DRIVERS. O kernel foi construí-
boa saída. Entretanto, essas opções são volta- do para trabalhar com diversas configurações
das para trabalhar com sistemas de maior porte de hardware. A camada HAL é responsável por
que possuem: processadores de 32 bit, e recur- abstrair os detalhes do hardware do processa-
sos vastos de memória e periféricos. Essa não é dor alvo. A HAL cria uma camada onde se pode
a realidade de quem trabalha com sistemas mi- construir um escalonador genérico, que é defini-
crocontrolados, que geralmente possuem pou- do na camada ESCALONADOR. O SKM conta
cos KB de Flash e RAM, e processadores de 8 com diversos escalonadores à disposição do
ou 16 bit. usuário, como: preemptivo baseado em priorida-
Analisando esse quadro, iniciamos um pro- des, early deadline first e least slack time.
jeto de um kernel de tempo-real voltado para apli- O escalonador quando não possui tarefas
cações com microcontroladores de 8 e 16 bit. O prontas para executar, chama a tarefa ociosa
foco inicial foi utilizar o kernel em aplicações de que coloca o processador no estado de baixo
redes de sensores sem-fio. Contudo, percebe- consumo. A camada DRIVERS gerencia os peri-
mos que o projeto poderia ser utilizado com su- féricos do microcontrolador alvo, provendo uma
cesso em outras aplicações e resolvermos interface de alto nível para as tarefas do sistema.
disponibilizá-lo para a comunidade de desenvol-

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ELETRÔNICA · KERNEL LIVRE PARA MICROCONTROLADORES

A camada IPC engloba os objetos de sincroniza- Referências


ção e comunicação entre tarefas. Dentre outras
1 Automotive Design Line
funções, o SKM provê as seguintes facilidades:
http://www.automotivedesignline.com/showArticle.jhtml?
semáforos binários com proteção contra a inver-
articleID=202201151
são de prioridades, filas de mensagens e buffers
circulares. A última camada consiste das tarefas
2 Wikipedia
do sistema, que são as unidades de execução
http://en.wikipedia.org/wiki/Cyclic_executive
básica do SKM, possuindo espaço próprio para
pilha e objetos de comunicação. O SKM conta
3 Ecos
com uma API pequena, reduzindo a curva de
http://ecos.sourceware.org
aprendizado do usuário, que em pouco tempo já
escreve suas primeiras aplicações.
4 RT-Linux
O projeto já foi utilizado com certo sucesso http://www.rtlinuxfree.com
na área de educação superior, realizamos algu-
mas experiências na disciplina de Sistemas de 5 SKM
Tempo-Real do curso de graduação em Enge- http://www2.eletronica.org/projetos/skm/manual-skm
nharia de Teleinformática da Universidade Fede-
ral do Ceará. Convidamos o leitor a acessar o OTÁVIO ALCANTARA é professor da
site do projeto[5], ler o manual, baixar o código área de Telemática do Instituto Federal
de Ciência, Educação e Tecnologia do
fonte, e se possível, nos passar suas considera- Ceará (IFCE-CE). Trabalhou durante
ções em relação ao SKM. E, claro, aqueles que vários anos na indústria eletro-eletrônica
desenvolvendo o firmware de controle
estiverem interessados em participar contribuin- para diversos produtos. Possui graduação
do com seu tempo de desenvolvimento, também em Telemática pelo próprio IFCE.
serão muito bem-vindos.

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GESTÃO DA INFORMAÇÃO · WEB MINING

WEB MINING
Mineração de Dados na Web
Por Hailton David Lemos

Flavio Takemoto - sxc.hu

A Gestão da Informação não é um fim em


si mesmo, mas um apoio indispensável para um
objetivo mais abrangente: a Gestão de uma Or-
ganização. A Gestão da Informação deve ser im-
plementada e desenvolvida numa perspectiva
de negócio e sob a ótica do cliente, deve con-
templar as necessidades de informação dos cli-
entes e da organização, permitindo uma
integração das atividades e dos recursos dispo-
níveis.
Para se falar de Mining é interessante en-
tender alguns conceitos sobre o que é Da-
ta/Web Mining.
• São algoritmos sofisticados baseados em
inteligência artificial para detecção de eventuais
tendências, padrões de comportamento ou seg-
mentos;
• Área da Informática que se dedica à extra-
ção de conhecimento adicional através da análi-
se de dados;
• Técnicas automáticas utilizadas para ex-

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GESTÃO DA INFORMAÇÃO · WEB MINING

plorar grandes bases de dados de forma a desco- Web entre referências de páginas.
brir relações e padrões existentes nestas informa- • A Mineração do Uso da Web: É o pro-
ções. cesso de extração de padrões de navegação in-
Empresas inovadoras utilizam atualmente teressantes dos registros de acesso Web.
o Data Mining para reduzir o número de fraudes, • Clustering: É uma técnica de Data Mi-
anteciparem a demanda de recursos, aumenta- ning para fazer agrupamentos automáticos de
rem aquisições e restringir o atrito com clientes, dados segundo seu grau de semelhança. O cri-
aperfeiçoar campanhas de marketing e identifi- tério de semelhança faz parte da definição do
car as estratégias mais lucrativas, dentre outras. problema.
O Data Mining está presente em todos os seto-
res e atividades de negócio, e atinge Empresas Todos estes tipos de mineração culminam
de telecomunicações, Seguros, Cartões de Crédi- para uma parte relevante da mineração, a infor-
to e do Mercado de Ações, Varejo, Atacado, mação, o conhecimento, o qual está escondido
Bens de Consumo e Produção, enfim todo tipo e precisa ser descoberta, garimpada e posterior-
de negócio se beneficia da informação extraída mente lapidada através de algoritmos que fa-
da mineração de dados. Não obstante, a área çam do dado bruto uma jóia, o conhecimento.
médica utiliza o Data Mining para prever a eficá- Segundo Peter Drucker, “Sabemos que a
cia de procedimentos cirúrgicos, exames médi- organização está rapidamente mudando de uma
cos e medicações. Então é notório que a base de trabalhadores braçais para trabalhado-
utilização do Data Mining é um processo sem vol- res do conhecimento. Entretanto, sabemos mui-
ta na área de T.I. to pouco sobre o gerenciamento de
A WWW tem transformado significativamen- trabalhadores do conhecimento e do trabalho
te a disponibilidade e a troca de informações onli- nessa base, como integrá-lo e como medi-lo. E
ne. A análise de comportamento da interação apesar de toda pesquisa feita nos últimos 50
dos usuários e a requisição das páginas Web anos pouco sabemos como gerar motivação e
são utilizadas para identificar padrões de navega- menos ainda como incendiá-la.”.
ção, isso transforma a Web em uma grande mi- Dentre os recursos para localizar minérios,
na a ser garimpada. Dentre os minérios neste caso o minério documentos, temos o Text
encontrados podemos destacar os documen- Mining. O Text Mining permite que se aplique
tos, hiper-links, acessos, padrões de uso e infor- análises com base em textos, em que é possível
mação, dentre vários outros. identificar ideias ou conceitos subjacentes conti-
A Web Mining é uma área de pesquisa que
visa integrar as tecnologias Web e a Mineração
de Dados, focalizando o desenvolvimento de no-
vas ferramentas e métodos para análise e desco-
berta de dados e conseqüentemente de
conhecimento na Web. Alguns tipos de minera-
ção se destacam:
• A Mineração do Conteúdo na Web: É o
processo de extração de informações úteis so-
bre o conteúdo, dados e documentos da Web.
• A Mineração da Estrutura na Web: É o
processo de inferir conhecimento através da to-
pologia, organização e estrutura de links da

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GESTÃO DA INFORMAÇÃO · WEB MINING

dos em uma grande quantidade de documentos, neira rápida e eficiente. Os sistemas de busca
que podem ser agrupados por tópicos, classifica- trabalham armazenando informações sobre um
dos em categorias predefinidas e integrar dados grande número de páginas, as quais eles obtêm
de texto com dados estruturados para executar da própria WWW. Estas páginas são recupera-
uma modelagem de previsão avançada, por ex- das por um Web Crawler, também conhecido co-
emplo. Uma ferramenta muito útil na utilização mo Spider, que nada mais é do que um Web
do Text Mining para lapidar um documento é o browser automatizado que segue cada link que
uso de expressões regulares. vê. Os dados sobre as páginas são armazena-
Uma expressão regular, um padrão, descre- dos em um banco de dados indexado para uso
ve um conjunto de cadeia de caracteres, de for- nas pesquisas futuras. Alguns exemplos de uso
ma concisa, sem precisar listar todos os dos motores de busca, indexação de conteúdo,
elementos do conjunto, em que provê uma for- clipping de notícias, cotação de preços, testes
ma concisa e flexível de identificar cadeias de ca- de stress, comparações entre sites, monitora-
racteres de interesse, como caracteres mento dentre outros.
particulares, palavras ou padrões de caracteres. Como se vê o campo de aplicação do
Outra técnica bastante utilizada no Web/Da- Web/Data Mining é muito vasto com a utilização
ta Mining é a Estatística. Por exemplo, quando de ferramentas multidisciplinares juntamente
se observa o numero de acessos em um grupo com softwares dos mais variados tipos e mode-
de páginas, cada pagina terá um número de los. Num próximo artigo trataremos de expres-
acessos diferente da outra. A média pode ser cal- sões regulares utilizando padrões de
culada, mas alguns dos acessos podem estar reconhecimento de textos através da Lingua-
bastante distantes dela, como no caso das mui- gem Perl, bem como também da construção de
to acessadas ou pouco acessadas, neste ponto Robots utilizando esta mesma linguagem.
utiliza-se a ferramenta desvio-padrão, que abran-
ge a maior parte dos valores que mais se aproxi-
mam da média. Assim, numa dada população
em que a média de acessos é 60, com desvio-pa- Para mais informações:
drão de + ou – 2 acessos têm que a maioria dos
sites selecionados tem de 58 a 62 acessos, por Artigo na Wikipedia sobre Mineração de Dados
exemplo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Mineração_de_dados

Outra ferramenta bastante interessante pa-


Artigo na Wikipedia sobre Mineração da Web
ra ser utilizada juntamente com o Web/Data Mi-
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mineração_da_Web
ning é o Dashboard, que é uma representação
gráfica de um conjunto de indicadores organizaci-
onais, que permite monitorizar os resultados do
processo representado. O termo é utilizado para HAILTON DAVID LEMOS (hailton@ter-
indicar um "painel de indicadores“. ra.com.br) Bacharel em Administração de
Empresas, Tecnologo em Internet e Re-
Não pode deixar de serem citados também des, Especialista em: Tecnologia da Infor-
mação, Planejamento e Gestão
os motores de busca, que surgiram logo após o Estratégica, Matemática e Estatistica. Tra-
aparecimento da internet, com a intenção de balha com desenvolvimento de Sistema
há mais de 20 anos, atualmente desenvol-
prestar um serviço extremamente importante: a ve sistemas especialistas voltados à pla-
busca de qualquer informação na rede, apresen- nejamento estratégico, tomada de
tando os resultados de uma forma organizada, e decisão e normas iso, utilizando platafor-
ma Java e tecnologia Perl, VBA, OWC, é
também com a proposta de fazer isto de uma ma- membro do GOJAVA (www.gojava.org).

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JORNALISMO · Os jornais conseguirão obter lucro na Web sem o Google?

Os jornais conseguirão obter


lucro na Web sem o Google?
Por Yuri Almeida

sanja gjenero - sxc.hu

O ano de 2010 será cruci- temporânea e irão acabar. A


al para as empresas jornalísti- culpa deste processo não é da
cas definirem os mecanismos tecnologia” Para ele, o futuro
de geração de receita na Inter- do jornalismo é mais promissor
net. O rompimento da Associa- do que nunca, desde que “as
ted Press (AP) e do Rupert empresas jornalísticas encon-
Murdoch (News Corporation) trem as melhores maneiras de
com o Google (Google News) satisfazer as necessidades dos
e a decisão do Murdoch em co- seus telespectadores, ouvintes
brar por conteúdo veiculado na e leitores”
Web, em seus jornais, indicam Murdoch aponta três ele-
o caminho a ser trilhado pela in- mentos que serão fundamen-
dústria da informação. tais para garantir a
Em um polêmico artigo pu- sobrevivência dos jornais:
blicado no The Wall Street Jour-
nal, Murdoch disse que “alguns
jornais não conseguirão se 1- as empresas de mídia
adaptar a realidade digital con- precisam dar às pessoas as no-

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JORNALISMO · Os jornais conseguirão obter lucro na Web sem o Google?

tícias que eles querem. De acor-


do com ele, não basta “uma pa-
rede repleta de prêmios e um
circulação em declínio”. Murdo-
...cobrar por acesso ao conteú-
ch frisa ainda que os jornais do no ciberespaço limita a difusão e
precisam investir em novos mei-
os de distribuição e a mobilida- acesso ao conhecimento.
de é palavra-chave deste
processo pois “os consumido- Yuri Almeida
res de notícias não querem es-
tar presos em suas casas ou
escritórios para obterem notíci- obsoletas, quando impede, por públicas e/ou estatais, visando
as favoritas”. exemplo, as pessoas possuí- a pluralidade de discursos, o
2- o bom jornalismo não rem uma estação de televisão regionalismo e as culturas lo-
pode ser feito de graça. “Os e um jornal. “Atualmente, a cais e não na lógica mercadoló-
consumidores precisam pagar sua concorrência não é neces- gica das empresas de
pelas notícias oferecidas na In- sariamente a estação de TV comunicação. Já em relação
ternet. Os críticos dizem que na mesma cidade. Pode ser ao “deixar fazer, deixar passar”
as pessoas não vão pagar, um site do outro lado do mun- é discurso velho de empresá-
mas os nossos leitores são inte- do, ou mesmo um ícone no te- rio que ninguém se engana.
ligentes o suficiente para saber lefone celular. Porém, cobrar por acesso
que nada é de graça”, defende Já sobre o investimento ao conteúdo no ciberespaço li-
o magnata. público em jornais é classifica- mita a difusão e acesso ao co-
Para ele, o modelo de ne- do como “assustador” para nhecimento. Os leitores são
gócio baseado em publicidade quem se preocupa com a liber- inteligentes ao ponto de desco-
on-line não pode sustentar os dade de expressão, uma vez brirem mecanismos para ler os
jornais mesmo que ocorra um que os jornais devem ser um jornais do Murdoch de outra
aumento dos anunciantes. Mur- contrapeso aos governos. “Os forma. Após analisar diversas
doch alfineta indiretamente o lucros garantem a independên- pesquisas sobre a intenção
Google quando diz que “eles es- cia dos jornais”, finaliza. dos leitores pagarem por con-
tão se alimentando dos esfor- teúdo na Web, o blog PDA do
ços e suor dos outros” e diz se Guardian, aponta que a média
Comentários sobre o pen- de consumidores que aceitari-
sentir “roubado” quando al-
samento do Murdoch am a cobrança é de apenas
guns veículos reescrevem as
matérias publicadas em seus 21,8% (a pesquisa se concen-
O magnata acerta quan- trou em países da Europa). Ob-
jornais, sem ao menos dar cré-
do diz que as “empresas de mí- viamente, cada estudo sinaliza
dito ao autor da matéria. Por
dia precisam dar às pessoas um cenário diferente, mas é
fim, diz estar aberto para dife-
as notícias que eles querem” e claro que se os jornais preten-
rentes modelos de remunera-
quando destaca a necessidade dem cobrar vão precisar con-
ção, mas nada sairá de graça.
de convergência e multimidiali- vencer o leitor a fazê-lo.
3- Governo deve “livrar” dade das notícias.
jornais de regulamentações e Por outro lado, a decisão
Sobre o financiamento pú- de cobrar pelas notícias, certa-
não deve financiar a mídia. So-
blico de jornais, os governos de- mente irá diminuir o número de
bre a regulamentação, Murdo-
vem investir em experiências leitores e, principalmente, a in-
ch diz que as regras são

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JORNALISMO · Os jornais conseguirão obter lucro na Web sem o Google?

dizem no interior o meeiro (lu-


cro divido ao meio). No caso
A equação é simples: os da AP, a sua principal fonte de
receita provém das assinatu-
jornais possuem conteúdo e o ras dos meios de comunica-
Google, a audiência... ção, logo o que vem do
Google, ao que parece, não di-
Yuri Almeida
ferencia os rendimentos da
agência.
Os rompimentos com o
fluência dos seus jornais no ples: os jornais possuem con-
Google News (simbolicamente)
agendamento da agenda públi- teúdo e o Google, a audiência.
fragilizam a publicidade online
ca. Philip Meyer, em seu livro Se bem posicionados nos siste-
(representada aqui pelo Goo-
“Os jornais podem desapare- mas de busca, os jornais po-
gle, tanto o sistema de busca
cer? – como salvar o jornalis- dem atrair mais leitores e
como o Google Adsense) e for-
mo na era da informação”, aumentar o preço dos anúnci-
talecem a decisão dos jornais
comenta que durante a maior os em suas respectivas pági-
em cobrar por conteúdo e afas-
parte do século XX os jornais nas, porém a receita obtida
tar os sistemas de busca na ge-
eram verdadeiros monopólios com os anúncios online (Goo-
ração de receita online.
da visibilidade pública. Os jor- gle Adsense) é lucrativa para o
Portanto, a questão para o jor-
nais eram como pedágio. Para Google e não para a indústria
nalismo em 2010 é: Os jornais
que os varejistas pudessem de informação. Nas palavras
conseguirão obter lucro na
“trafegar” neste universo era ne- do Murdoch “eles estão se ali-
Web sem o Google?
cessário pagar. “Ser dono de mentando dos esforços e suor
um jornal era como ter que re- dos outros”.
colher um imposto sobre a ven- E a convocação do Ru-
da. Mas as novas tecnologias pert Murdoch para que os jor-
estão se desviando desse gar- nais e agências boicotem o
galo. Os varejistas atuais en- Google, em especial com o Go-
contram outros caminhos para ogle News, começa a dar resul-
suas mensagens”. (p. 43) tado. A Associated Press (AP)
A tese do Meyer sobre os rompeu a relação com o servi-
jornais funcionarem como “pe- ço de notícias da empresa e in-
dágio” é correta, mas não se formações posteriores a 23
adequa a era “Google”. Se dezembro já não consta no Go- YURI ALMEIDA é jor-
95% dos sites mais visitados ogle News. nalista, especialista
no Brasil são os sites de busca em Jornalismo Con-
A motivação (oficial) da temporâneo, pesqui-
podemos fazer uma analogia AP é a falta de acordo em rela- sador do jornalismo
de que estes sim são os “pedá- ção a divisão dos lucros gera-
colaborativo e edita
o blog herdeirodoca-
gios informativos” e, consequen- dos pela publicidade online do os.com sobre ciber-
temente, roubam acesso direto Google. Porém, o viés dessa
cultura, novas
tecnologias e jornalis-
dos jornais, que precisam fa- decisão é o questionamento mo. Contato: hdoca-
zer acordo para dividir a publici- da potencialidade da publicida- os@gmail.com /
dade com o Google, por twitter.com/herdeiro-
de online e o Google como me- docaos.
exemplo. É uma equação sim- diador de receita, ou como

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JURIS · Quem mexeu no meu jogo? O legislador e a censura aos videogames

Quem mexeu no meu jogo?


O legislador e a censura aos
videogames
Por Walter Aranha Capanema
DIVULGAÇÃO

Introdução
Quando Mateus da Costa Meira assassi-
nou 3 pessoas e feriu 4 em um shopping em de-
zembro de 1999, a imprensa logo estabeleceu
como principal causa desse ato violento o “ví-
cio” do criminoso em videogames, especialmen-
te o antigo Duke Nukem 3D, em que havia um
mapa que permitia a destruição da tela de um ci-
nema, justamente o local daquela tragédia.
Esse crime gerou uma onda de histeria na
sociedade, que ao invés de procurar investigar
as razões sociais e psicológicas por trás desse
ato covarde e cruel, logo determinou a jogar cul-
pa nos videogames.
Ato contínuo, diversas decisões judiciais
proibiram a comercialização no País não só do
jogo Duke Nukem, como vários outros que en-
volvessem violência, como Postal, Grand Theft

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JURIS · Quem mexeu no meu jogo? O legislador e a censura aos videogames

assim, induzindo ao cometimento


de crimes? Matar animais virtuais
Um videogame, ao poderia configurar induzimento à
prática de crime contra o meio
permitir ao jogador simular o ambiente?

comportamento de um bandito E, quanto ao induzimento


de prática de atos violentos? Se o
estaria, assim, induzindo ao FIFA 2010 ou o Pro Evolution
Soccer permitem ao jogador dar
cometimento de crimes? “carrinhos” nos outros competido-
res, haveria aí essa conduta? Co-
Walter Capanema mer fantasminhas indefesos no
Pac-Man também?
A existência de todas essas
Auto, Mortal Kombat, Bully e Counterstrike. dúvidas permite demonstrar que
Diante desse quadro de clamor social, o le- essa norma é falha no que tange à delimitação
gislador, sempre atento às polêmicas, criou diver- das condutas e do seu objeto. Tal fato é inadmis-
sos projetos de lei que procuraram, em grande sível no Direito, especialmente na área penal,
parte, censurar ou criminalizar qualquer negócio em que o cidadão precisa saber,com toda segu-
jurídico envolvendo jogos violentos. rança e certeza, qual a infração que ele não po-
derá praticar.
Passa-se, então, a analisar dois desses
principais projetos que despertaram críticas da Além disso, vê-se que a lei seria mais efi-
sociedade nos últimos tempos. caz se, ao invés de criminalizar as condutas que
importem na comercialização e distribuição de
jogos violentos, estipulassem um sistema de
1. Projeto de Lei nº 6.042/2009: vendas com base na idade do usuário. Assim,
O projeto de lei supracitado, de autoria do um jogo violento só poderia ser vendido a al-
Deputado Federal Carlos Bezerra, pretende guém com mais de 18 anos, por exemplo, ado-
acrescentar ao Código Penal o crime de “difu- tando-se o sistema empregado para filmes e
são de violência”, assim disposto: espetáculos. O grande problema é que o menor
“Difusão de violência
de idade poderia facilmente contornar essa proi-
Art. 287-A: Importar, fabricar, vender, expor à bição, através dos fartos downloads piratas na
venda,transmitir, distribuir, publicar ou divulgar, Internet.
por qualquer meio, jogos eletrônicos que indu-
zam à prática de atos violentos ou ao cometimen-
Outro ponto que causa estranheza ao estu-
to de crime. dioso do Direito está nas penas definidas ao cri-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e mul- me de difusão de violência: “reclusão, de 1 a 3
ta.” anos, e multa”, isso porque, geralmente, as con-
dutas que se relacionem com a negociação de
Em primeiro lugar, cabe indagar o que se- jogos (importação, fabricação, exposição à ven-
ria induzir à violência ou à prática de atos violen- da, distribuição etc) são praticadas por empre-
tos ou ao cometimento de crimes? Precisa ser sas, que são pessoas jurídicas e, como uma
um ato patente, ostensivo, ou poderia ser sublimi- ficção criada pelo Direito, não podem sofrer pri-
nar? Um videogame, ao permitir ao jogador simu- são.
lar o comportamento de um bandido estaria, Mesmo em se tratando de pessoa jurídica,

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JURIS · Quem mexeu no meu jogo? O legislador e a censura aos videogames

a nossa legislação admite a sua


responsabilização penal. Cabe
dizer que a Lei de Crimes Ambi-
entais (Lei Federal nº 9.605/98) É certo que qualquer
permitiu a imposição de sanções
penais às pessoas jurídicas, conduta que ofenda cultos, raça e
compatíveis com as suas carac-
terísticas[1].
cor seja reprimida em nossa
Com isso, se realmente sociedade democrática, qualquer
existir o referido crime, a sua
aplicação estará impossibilitada que seja o meio de propagação
às empresas, pois não lhes apli-
ca as sanções privativas de liber- desse ataque.
dade.
Walter Capanema

2. Projeto de Lei nº
170/2006: É certo que qualquer conduta que ofenda
Esse projeto, de autoria do Senador Valdir cultos, raça e cor seja reprimida em nossa socie-
Raupp, modifica o art. 20, §2º da lei que trata dade democrática, qualquer que seja o meio de
dos preconceitos de raça e cor (Lei 7.716/89), pa- propagação desse ataque.
ra criminalizar condutas que importem na divulga-
Todavia, a definição trazida pelo projeto de
ção de jogos ofensivos:
lei poderá permitir toda sorte de interpretações,
“Fabricar, importar, distribuir, ter em depósito ou praticamente inviabilizando o mercado de video-
comercializar jogos de videogames ofensivos
aos costumes ou às tradições dos povos, bem co-
games no Brasil.
mo a seus cultos, credos, religiões ou símbolos. Imagine, por exemplo, o jogo Diablo. Sim-
Pena - reclusão de um a três anos e multa.” patizantes do satanismo poderão dizer que o jo-
go retrata erroneamente o diabo, que não é
Mais uma vez, temos condutas indefinidas, mau, e nem deveria ser mostrado como um vi-
que são de difícil delimitação. O Senador Valter lão ceifador de vidas.
Pereira, ao analisar o supramencionado projeto E mais: um dos clichês mais comuns dos
em seu parecer, apresentou os seguintes jogos, a batalha na igreja/catedral? Ocorreu em
exemplos: Castle Wolfenstein, nas séries Call of Duty e
“Embora sejam classificados pelo Ministério da Medal of Honor e mais um sem número de vide-
Justiça, alguns jogos de videogame desprezam, ogames: seria um desrespeito à fé cristã?
notadamente, o comportamento correto das crian-
ças, ensinando palavrões. Em outros, os “gays” É inadmissível a existência dessa contro-
são mortos e as religiões, tais como o satanis- vérsia em normas penais!
mo, budismo, hinduísmo, judaísmo e o cristianis-
mo, são ofendidas. O Senador Raupp adotou o mesmo siste-
Sobre o cristianismo, vê-se em alguns jogos al- ma de penas do projeto de lei anterior, estabele-
guém bater em anjos, enquanto se escuta um co- cendo sanção de prisão à condutas que,
ral católico. É comum um superbandido bater
normalmente, são praticadas por pessoas jurídi-
asas pelo inferno antes da batalha final, ou até
derrotar Jesus e seus doze apóstolos, embora te- cas, remetendo o leitor ao que foi afirmado no tó-
nham nomes engraçados”. pico correspondente.

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JURIS · Quem mexeu no meu jogo? O legislador e a censura aos videogames

jurídicas, de acordo com o


disposto no art. 3º, são:
Um dos clichês mais I - multa;
II - restritivas de direitos;
comuns dos jogos, a batalha na III - prestação de serviços à
igreja/catedral? Ocorreu em comunidade.
Art. 22. As penas restritivas
Castle Wolfestein, nas séries de direitos da pessoa jurídica são:
Call of Duty e Medal of Honor e I - suspensão parcial ou total de
atividades;
mais um sem número de II - interdição temporária de
videogames: seria um desreipeito estabelecimento,
atividade;
obra ou

à fé cristã? III - proibição de contratar com o


Poder Público, bem como dele
Walter Capanema obter subsídios, subvenções ou
doações.
Merece crítica a criminalização da conduta
de “ter em depósito” jogo eletrônico que seja
ofensivo à costumes/religiões. Imagine, por ex-
emplo, que alguém tenha, guardado em sua ca-
sa, sem qualquer uso, um videogame que
ofenda alguma religião. Embora sem dúvida algu-
ma seja uma conduta moralmente reprovável, se-
rá que um jogo guardado, sem uso, causa
algum dano à sociedade?

Conclusão
Os projetos de lei analisados mostram que
o legislador brasileiro não compreendeu ainda
que a proteção aos cultos, religiões e até mes-
mo à sociedade não pode ser feita de forma a in-
viabilizar a livre iniciativa, o comércio, e,
principalmente, a liberdade de expressão, que é
a mais importante conquista de um País que, du-
rante muitos anos, sofreu com a amarga censu-
ra de um regime antidemocrático. WALTER CAPANEMA é professor da
Escola da Magistratura do Estado do Rio de
Janeiro – EMERJ (Brasil). Formado pela
Universidade Santa Úrsula - USU. Advogado
Referências no Estado do Rio de Janeiro. Email:
waltercapanema@globo.com
Art. 21. As penas aplicáveis isolada,
cumulativa ou alternativamente às pessoas

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CINEMA · A BALA QUE DEVASTOU O PLANETA

A bala que devastou o


planeta
Por Arnaldo Barreto Vila Nova

DIVULGAÇÃO

Calma pessoal. A notícia é boa. O “fim do


mundo” ao qual me refiro está nas telas do cine-
ma, com o filme 2012, que ainda está em cartaz
em alguns cinemas brasileiros.
O Bullet, biblioteca de código aberto de si-
mulação física, que já é utilizada pelo Blender
desde seus primeiros passos, foi usada como
base de desenvolvimento para um novo sistema
de simulação, o Drop, usado na produção do fil-
me.
A notícia veio pelo website Millimeter, com
uma entrevista com a equipe da Digital Domain
(DD), responsável pela produção gráfica de fil-
mes como Titanic, O Curioso Caso de Benjamin
Button, O Dia Depois de Amanhã, Speed Racer,
entre vários outros.
Dentre a utilização de diversos softwares
proprietários na produção, a DD precisava de

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CINEMA · A BALA QUE DEVASTOU O PLANETA

DIVULGAÇÃO

tas em plataforma GNU/Linux desde 2002. Essa


confirmação veio em 2007, por Nathan Wilson,
gerente de projetos de software, pesquisa e de-
senvolvimento da Dreamworks, em sua palestra
no II ENSL – Encontro Nordestino de Software
Livre, ocorrido em Aracajú, Sergipe.
O Blender, dando um pouco de ênfase,
vem conquistando espaço cada vez mais, mos-
trando sua qualidade cinematográfica principal-
mente através de seus Open Movies, e
Figura 1: Cena do Filme 2012 pretende alcançar de vez os grandes estúdios
com as grandes atualizações que vem receben-
qualidade e rapidez para gerar as simulações físi- do atualmente. A versão 2.6 deve sair juntamen-
cas exigidas, e optaram em modificar o Bullet pa- te com Sintel, terceiro Open Movie da Fundação
ra criar um novo sistema de simulação. De Blender, produto do projeto Durian, com previ-
acordo com Mohen Leo, supervisor de efeitos vi- são de lançamento para meados de 2010.
suais da DD, o Drop permitiu a eles consegui-
rem ótimos resultados em situações muito Então, podemos esperar cada vez mais so-
difíceis como colisões entre objetos côncavos, bre a tecnologia livre em breve no cinema mais
além de ser tremendamente rápido, conseguin- perto de você.
do realizar a simulação de milhares de objetos
colidindo. Ainda não foi divulgado se o Drop se- Para saber mais:
rá disponibilizado para a comunidade... acredito
que a resposta seja não, por questões de “segre- Milimeter – 2012 Step by Step
do industrial” e competição. http://digitalcontentproducer.com/dcc/revfeat/2012_step_
by_step_1113/index.html
Vale lembrar que a simulação física é o pon-
to principal do catastrófico filme, sendo uma óti- Bullet
ma notícia e propaganda para a comunidade SL http://bulletphysics.org
e Open Source, que vem lutando todos os dias
para divulgar seus trabalhos e ganhar cada vez Projeto Durian - Sintel
mais espaço no mercado profissional, mostran- http://durian.blender.org
do a qualidade e valor das suas realizações.

SL nos cinemas – entre boatos e


realidades
Existem por aí diversos boatos da utiliza-
ção de SL em produções de sucessos de bilhete-
ria, como para os filmes Senhor dos Anéis e
ARNALDO BARRETO VILA NOVA
Homem Aranha, porém, para esses e outros boa- [barretovilanova@gmail.com] é Bacharel
tos ainda não obtive confirmações oficiais. em Análise de Sistemas pela UNEB e
Mestrando em Ciências da Computação
Algo confirmado é que a Dreamworks utili- pela UFPE.
zou o Blender como base de desenvolvimento http://barretovilanova.wordpress.com

para um de seus softwares de modelagem e ani-


mação, além de ter todas as suas produções fei-

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LIVRO · PYTHON PARA DESENVOLVEDORES - 2ª EDIÇÃO

Python para
Desenvolvedores
2ª edição - revisada e ampliada
Por Luiz Eduardo Borges

Já está disponível para download a A publicação é distribuída sob uma licença


segunda edição do livro Python para Creative Commons, que ajuda garantir o direito
Desenvolvedores. A primeira edição foi uma autoral, ao mesmo tempo que permite copiar,
iniciativa inédita, sendo o primeiro livro livre em distribuir, exibir e criar obras derivadas,
português sobre a linguagem de programação. democratizando o acesso ao conhecimento.
Com mais de cem páginas a mais que a
anterior, a nova edição traz vários assuntos
inéditos e uma extensa revisão do conteúdo.

Objetivo
Voltado para desenvolvedores que já tem
conhecimento de programação, as 360 páginas
do livro explicam de forma simples e objetiva, as
tecnologias utilizadas em projetos envolvendo a
linguagem. Os capítulos abordam entre outros
tópicos, interfaces com usuário, computação
gráfica, aplicações para Internet e sistemas
distribuídos.

Figura 1: A capa foi modelada em 3D no Blender e renderizada no Figura 2: Um dos vários diagramas presentes no livro
Yafaray

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LIVRO · PYTHON PARA DESENVOLVEDORES - 2ª EDIÇÃO

Figura 3: Bibliotecas de uso científico, como Numpy, SciPy e Matplotlib, Figura 4: Cena gerada por um script em Python no Blender é um dos
são tópicos do livro exemplos que fazem parte do livro

O objetivo que o autor buscou foi a criação Ferramentas


de um material abrangente, capaz de fornecer O livro foi feito usando ferramentas de
ao leitor explicações e exemplos práticos da código aberto, principalmente o BrOffice.org,
maior parte do ferramental disponível na que de editor de texto, também serviu para a
linguagem para o desenvolvimento de soluções criação dos diversos diagramas presentes no
de problemas comuns e alguns bastante livro.
incomuns de computação.
O SciTE, editor de texto voltado para
programação, foi usado para colorizar o código
Estrutura em Python dos exemplos, enquanto o software
O livro é dividido em sete partes, sendo as de controle de versão utilizado foi o Mercurial.
quatro primeiras são dedicadas aos recursos
nativos da própria linguagem, incluindo tipos,
funções, estruturas de decisão e repetição, Download
programação funcional e orientação a objetos. A segunda edição de Python para
Desenvolvedores está disponível para download
Já a quinta e sexta partes exploram
na página:
bibliotecas de terceiros, que estendem a
linguagem de várias formas, tais como: acesso http://ark4n.wordpress.com/python/
a bancos de dados (como PostgreSQL e
MySQL), OpenGL e interfaces gráficas (como
GTK+ e Qt).
Por fim, os apêndices são dedicados a
tecnologias se relacionam com o Python, como
aplicativos que o utilizam como ferramenta de
automação e expansão (Blender, GIMP, LUIZ EDUARDO BORGES é autor do livro
Python para Desenvolvedores, analista de
Inkscape e BrOffice.org) e formas de integrar o sistemas na Petrobras, com pós graduação
Python a outras linguagens. em Ciência da Computação pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) e criou o blog Ark4n
[http://ark4n.wordpress.com/].

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SOFTWARE PÚBLICO · CACIC

CACIC
Um Índio como suporte à
administração de infra-
estrutura e aos Gestores de TI
Por Adriano dos Santos Vieira

Introdução rais, uma ferramenta que realiza o levantamento


Empresas vem sendo ao longo do tempo de dados de hardware e software e esse artigo
mais e mais dependentes de tecnologias e hoje visa abordar alguns dos marcos históricos, da-
em dia as instituições têm na TIC1 o seu diferen- dos técnicos referentes ao seu desenvolvimento
cial competitivo seja para aprimorar o atendimen- e do processo de inventário de TI2.
to ao cliente ou na pesquisa e desenvolvimento Assim, os profissionais envolvidos na admi-
de produtos que alavanquem mais vendas. Com nistração de infra-estrutura de TI terão informa-
isso, a infra-estrutura de TIC, bem como a sua ções que irão subsidiá-los na tomada de
gestão, vem tornando-se cada vez mais comple- decisão em favor da adoção dessa ferramenta
xa devido às inúmeras estações de trabalho, ser- que os apoiará em ter alguns cliques de mouse
vidores de aplicações, serviços oferecidos e os dados/informações de seu parque computaci-
ativos de rede necessários como apoio ao negó- onal.
cio.
Houve um tempo em que a gestão dessa
complexidade deveria ser obrigatoriamente ma- Histórico
nual por não existirem programas de computa- O CACIC é o primeiro software público do
dor capazes de automatizar procedimentos de Governo Federal e também o primeiro sistema a
levantamento de dados dos recursos computacio- ser disponibilizado no Portal do Software Públi-
nais. No entanto, já a alguns anos isso mudou co Brasileiro (SPB)3 mas não foi sempre assim.
por haver no mercado aplicações comerciais e Nos idos anos de 2000/2001 a unidade Data-
também programas de computador livres e de có- prev4 do Espírito Santo – tendo como responsa-
digo fonte aberto para esse fim. bilidade o gerenciamento da rede das agências
Dataprev daquele Estado – iniciou o desenvolvi-
Para aqueles que ainda não conhecem, o mento de um sistema capaz de realizar a coleta
Configurador Automático e Coletor de Informa- de dados de hardware e software das estações
ções Computacionais (CACIC) é, em linhas ge- de trabalho sob sua responsabilidade. Apesar

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SOFTWARE PÚBLICO · CACIC

de ser um sistema funcional e de ser usado por trolinux® que contribui com a tradução para o
outras regionais da Dataprev e usar ferramentas “español”. Ações como essas (dentre outras)
livres (ex: linux, apache, php) o sistema não ti- têm proporcionado melhorias no CACIC (vide a
nha o cunho corporativo, ou seja, não era usado versão 2.4.2 recém liberada).
corporativamente pela Dataprev e também não
fazia parte do portfolio de soluções da empresa.
Que Índio é esse?
Por outro lado, o Governo Federal carecia O CACIC é, em linhas gerais, um sistema
da obtenção consistente e eficiente de informa- que automatiza o inventário de hardware e
ções de seu parque computacional que na épo- software sendo a Dataprev a mantenedora raiz
ca era levantada e informada sazonalmente que, através do Portal do SPB, recebe colabora-
pelos coordenadores de informática dos diver- ções das mais diversificadas formas e de varia-
sos órgãos federais. Um estudo foi realizado pe- das instituições. O sistema é baseado em
lo Governo Federal para atendimento às agentes sendo capaz de obter um diagnóstico
premissas do SISP5 e ainda que houvesse na do parque computacional e fornecer informa-
época ferramentas com alguma superioridade ções de diversos tipos de dispositivos (hardwa-
de mercado em relação ao CACIC esse fora re- re) e programas (softwares) presentes em um
comendado por uma combinação de fatores rele- computador (estação ou servidor). Como exem-
vantes, a saber: plo de levantamento de dados computacionais
- Custo das soluções de mercado; cite-se unidades de cdrom, memória RAM, pla-
- Soluções de mercado não aderentes à diretri- cas de rede, discos rígidos, softwares instalados
zes do Governo Eletrônico (ex: uso de software li- entre outras funcionalidades.
vre e atendimento à e-PING6);
- Código fonte aberto.
Características e principais funcionalidades
Com isso, a SLTI/MPOG7 articulou (com co- O código fonte (que é livre e aberto) está
laboração do ITI ) junto à Dataprev para que o disponível para ser baixado livremente no Portal
8

CACIC pudesse ser licenciado adequadamente do SPB e sua implementação é em PHP™,


(com registro no INPI9), posteriormente implanta- Python™ e Delphi™ tendo como camada de ar-
do na Administração Pública Federal, disponibili- mazenamento o sistema gerenciador de banco
zado para uso público e que versões futuras de dados MySQL™.
fossem lançadas colaborativamente. Após isso O sistema possui variadas funcionalidades
e atualmente o CACIC está disponível para qual- entre as quais destacam-se:
quer instituição (pública, privada ou sem fins lu-
• Suporte a inventário em plataforma Win-
crativos) possam usufruir do benefício do bem
dows™ 32bits e Linux™
público de software materializado no Portal do
Software Público Brasileiro (SPB).
Quando levado em conta as colaborações
essas têm origem de diversas entidades sejam
pessoas físicas ou jurídicas. Na figura de pesso-
as jurídicas encontramos instituições públicas,
de iniciativa privada, sem fins lucrativos, bem co-
mo internacionais. Nesse sentido destacam-se al-
guns marcos como: Acordo entre SLTI/MPOG e
PDVSA10 (empresa estatal venezuelana), Acor-
Figura 1: Tela principal com estatísticas por Sistema Operacional
do de cooperação entre Dataprev e Intel®, Cen-

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SOFTWARE PÚBLICO · CACIC

O CACIC possui suporte à plataforma Win- recurso de obter a quantidade variada de um


dows™ 32bits cujo Agente (em Delphi) já foi tes- mesmo dispositivo presente na mesma estação
tado e usado para versões Windows™ 95, 98, como por exemplo mais de um processador, pla-
Millennium, NT, 2000, XP, 2003, Vista e 2008. ca de rede ou pentes de memória.
Quanto à plataforma Linux™ existe um outro
Agente (em Python) especialmente escrito. Nes-
sa plataforma as distribuições11 que têm sido • Facilita o processo de levantamento patri-
usadas são Debian, Ubuntu, RedHat, CEntOS, monial
Fedora. Também há relatos de membros da Co-
munidade CACIC que informam usar Mandriva,
OpenSuse12.

• Obtenção automatizada de dados de


hardware e software
Figura 3: Amostra dados patrimoniais

A identificação patrimonial é um facilitador


para os gestores de patrimônio, pois disponibili-
za recursos para identificar a localização da es-
tação. Pode-se citar como exemplo a obtenção
de dados de localização em uma Filial, Prédio,
Sala, Departamento ou números de identifica-
ção de ativo patrimonial. Essa identificação da
localização física do parque computacional po-
derá ser personalizada pelo administrador e os
dados patrimoniais a serem obtidos serão infor-
mados pelo usuário final ou por um técnico de
campo previamente instruídos no preenchimen-
to das informações.

• Suporte a múltiplos idiomas, sendo já


existente o português brasileiro e espanhol
(80%) e iniciada a tradução para o inglês (~15%)

Figura 2: Amostras de coletas de dados de hardware e software


e Windows e Linux

Em ambas as plataformas o respectivo


Agente faz a obtenção de variados tipos de dis-
positivos como por exemplo os dados de placa
mãe, BIOS, memória RAM, cd-rom/dvd-rom, pro-
cessadores, placas de rede entre outros. A ver-
são CACIC-2.4.0 ou superior passou a ter o Figura 4: Interface para tradução das mensagens

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SOFTWARE PÚBLICO · CACIC

A partir da versão 2.4.0 ou superior o CA- dos dados. Tendo isso como premissa e após a
CIC trouxe a possibilidade de apresentar as men- instalação (em um outro artigo trataremos esse
sagens e textos ao usuário no idioma de sua tópico) de toda a infra-estrutura necessária, a
preferência e previamente configurado pelo admi- atuação dos agentes pode ser descrita como
nistrador do sistema. Trabalhos de tradução pa- nos passos principais que se seguem:
ra o espanhol por exemplo está em pleno 1. O Administrador de Sistemas/Rede usa o
andamento e perto de ser concluído por mem- Gerente que é a interface de administração e confi-
bros (exemplo: Uruguai13) da Comunidade CA- guração do CACIC. É por meio dessa interface
CIC. O processo de tradução dos textos ou que se parametriza onde, como, quando e quais
mensagens é bastante facilitado, pois está inte- dados serão obtidos pela atuação dos Agentes.
grado à interface do Gerente. Nessa interface o
administrador verá as mensagens no idioma origi- 2. O Agente instalado em uma estação
nal (português do Brasil) e terá a possibilidade (PC ou servidor) busca no Gerente (via Webser-
de inserir o texto correto para o idioma final que vice/HTTP) as suas próprias parametrizações
se pretende. para adequadamente atuar na estação em que
está hospedado. O Agente Gerenciador, com ba-
se nessas parametrizações, busca as versões
Há ainda mais recursos na ferramenta e mais atualizadas dos agentes no servidor FTP
dois outros a citar são: e/ou executa os Agentes Específicos de coleta.
• Suporte ao controle de aquisições (licen- 3. Os dados coletados são armazenados
ças) de softwares adquiridos X inventariados na própria estação e enviados em seguida ao
• Integração à tecnologia Intel® Gerente via Webservice/HTTP.
AMT/vPro™ – plugin desenvolvido e disponibili-
zado pela Intel para gerenciamento remoto de es- Integração à Tecnologia Intel vPro
tações de trabalho corporativas que contenham A Intel® desenvolveu uma tecnologia que
essa tecnologia embarcada. proporciona um melhor gerenciamento de esta-
ções de trabalho (PC ou notebook). Ela foi batiza-
Arquitetura da como AMT/vPro™ e provê administração
remota de estações de trabalho corporativas que
contenham essa tecnologia embarcada – detalhes
sobre a tecnologia está fora do escopo do artigo
mas poderão ser obtidos no sítio indicado14 ou par-
ceiros Intel®.
Essa empresa, ao perceber a oportunidade
de apoiar um software livre nacional, fez um acor-
do de cooperação com a Dataprev. Assim, elabo-
rou e financiou um projeto para criação de um
módulo (plugin) para agregar ao CACIC a funcio-
nalidade de gerenciar a pontencialidade dessa tec-
nologia. A primeira versão desse módulo está
disponível (pode ser baixado no Portal do SPB) e
Figura 5: Arquitetura básica do CACIC série 2.x abrange o acesso remoto à BIOS15 e o redirecio-
O CACIC foi desenhado de forma a minimi- namento de IDE16 das estações de trabalho supor-
zar o consumo de recursos no levantamento tadas.

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SOFTWARE PÚBLICO · CACIC

5 SISP - Sistema de Administração dos Recursos de Infor-


mação e Informática (http://www.governoeletronico.gov.br/
sisp-conteudo)

6 e-PING – Padrões de Interoperabilidade de Governo


Eletrônico

7 SLTI/MPOG – Secretaria de Logística e Tecnologia da


Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão

8 ITI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação

9 INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial

Figura 6: Plugin Intel vPro integrado ao sistema


10 PDVSA - Petróleos de Venezuela S.A

11 Distribuições – Termo comumente usado por usuários


de Linux significando o trabalho de agrupar o sistema ope-
Espaço para Contribuições racional mais um conjunto de softwares – leia uma melhor
definição em http://pt.wikipedia.org/wiki/Distribuicao_Linux
Contribuições são sempre bem-vindas e to-
dos são convidados e incentivados a fazê-lo – 12 Debian, Ubuntu, RedHat, CEntOS, Fedora, Mandriva e
OpenSuse – são marcas registradas por seus respectivos
há espaço para todos. Muitos podem se pergun- detentores
tar em como poderiam ajudar se não sabem pro-
13 Centrolinux - principal contribuidora na tradução para o
gramar... O fato é que as áreas de contribuições espanhol
são muitas e, como software livre e aberto, sem-
pre conta-se com o apoio em diversas áreas de 14 AMT/vPro™ - são marcas e tecnologias da Intel®
(http://www.intel.com/technology/vpro)
conhecimento como melhoria do manual de admi-
nistração e uso do CACIC, atualizar ou criar tra- 15 SOL – Serial pela LAN (Serial Over Lan)
duções, testes de qualidade e desempenho 16 IDE-R – Redirecionamento de interface de discos
entre outras.
17 Portal da Comunidade CACIC - http://www.softwarepu-
No entanto, geralmente percebem-se ne- blico.gov.br/ver-comunidade?community_id=3585
cessidades de melhorias para ganhos em desem- 18 Portal do Desenvolvedor do CACIC - http://svn.softwa-
penho, segurança ou um sistema não sujeitos a republico.gov.br/trac/cacic
falhas além de solicitações de novos recursos.
Para tanto, analistas/programadores de siste-
mas são necessários e sempre bem-vindos, afi-
nal de contas estamos falando aqui de um
software. Para saber mais como contribuir aces-
se o sítio da Comunidade17 e/ou do Desenvolve-
dor18 do CACIC para obter detalhes. ADRIANO DOS SANTOS VIEIRA é
Engenheiro Mecânico formado pela
PUC/MG, Pós-graduado em MBA Gestão
Empresarial pela FGV/RJ, Pós-graduação
Referências em Engenharia de Software pela UFMG/MG
(a concluir), Aluno Especial de Mestrado em
1 TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação Sistemas Multi-agentes pela UnB/DF - conta
com mais de 15 anos de experiência em TI.
2 TI – Teconologia da Informação Atualmente trabalha na Politec Global IT
Services como Gestor de Produção no
3 SPB – Software Público Brasileiro (http://www.software- Ministério do Trabalho e Emprego. É
publico.gov.br) membro da Comunidade CACIC sendo um
dos principais colaboradores e atua como
4 Dataprev – Empresa de Tecnologia e Informações da Líder do Desenvolvimento desse sistema
Previdência Social (http://www.dataprev.gov.br) desde o início de 2007.

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COMUNIDADE · TUX-ES

Por Albino Biasutti Neto

A ideia da formação da Comunidade Tux- par, tragam consigo um espirito de fraternidade


ES, surgiu com o objetivo para unir as comunida- e descontração.
des do Espírito Santo e a divulgação do Softwa- Com intuito que todos sigam essa iniciati-
re Livre no estado. Com a união de amigos da va, esperando o crescimento do Software Livre
Tux-CE (Comunidade de Software Livre do Cea- e o Linux.
rá), ideias, tirando dúvidas, conseguimos forma-
lo. Um grande abraço de toda Comunidade
Tux-ES.
A Tux-ES não tem como objetivo de ajudar
a distribuição X, W ou Z. É voltada para todos Para os que quiserem participar ou saber
que desejam conheçer o beleza do GNU/Linux, mais, basta visitar o site da comunidade:
como o sistema operacional prático, bonito e sim- http://www.tux-es.org.
ples. Se você usa Ubuntu, Debian, Fedora, Open-
SUSE, Arch Linux, Slackware, etc, aqui você Para mais informações:
encontrará à sua ajuda necessária para enten-
der, tirar dúvidas, questionamentos, seu apoio. Site da Comunidade Tux-ES
http://www.tux-es.org
A Comunidade participará de eventos, divul-
gações, fará eventos, sempre com o objetivo do
Software Livre e Linux. Queremos que a Tux
cresça, com a crianção de outras: Tux-RJ, Tux-
SP, Tux-PR, Tux-AM, Tux-RN, Tux-PE, e ou-
tras, através principalmente da união entre elas. ALBINO BIASUTTI NETO é o criador e
membro da comunidade Tux-ES, técnico
A Tux-ES possui uma lista de discurssões em computação e redes, estudando
(X)HTML, PHP, Python. Integrante do
por email, para podermos discurtir e dar suporte movimento Software Livre e Linux.
aos diversos assuntos, além de reuniões envol-
vendo toda a comunidade. Esperamos que os
membros da comunidade que venham a partici-

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EDUCAÇÃO · A TECNOLOGIA LIVRE COMO ALIADA AO EDUCADOR FÍSICO

A tecnologia livre como


aliada do educador físico
Por Sinara Duarte
Michal Zacharzewski - sxc.hu

Feliz Ano novo! Mais um ano começa


cheio de expectativas e planos. Já fez sua listi-
nha? Deixa eu adivinhar? Deixar o sedentarismo
de lado e se dedicar á alguma prática esportiva?
Bom, essa é uma das promessas clássicas de
todo brasileiro. E não é difícil perceber isso, prin-
cipalmente no verão.
Na estação do calor aumenta o número de
práticas de atividades físicas ao ar livre. Praças,
praias, parques estão sempre lotadas de al-
guém fazendo desde sua simples caminhada
até aqueles adeptos de um “racha” (como disse-
mos no Ceará), o famoso futebol entre amigos
no fim de semana.
Bom, que o Brasil é o país do futebol nin-
guém discute! E de fato, agora nos tornamos
praticamente o país do Esporte. Primeiro foi o
Pan-Americano em 2007. Depois o Mundial de
natação em 2008. Daqui há poucos anos, o
olhos do planeta se voltará para a nação verde-
amarela. Não é para menos. Somos a sede da
Copa do Mundo de Futebol em 2014. E em
2016, as Olimpíadas! Enfim, o Brasil terá visibili-

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EDUCAÇÃO · A TECNOLOGIA LIVRE COMO ALIADA AO EDUCADOR FÍSICO

dade internacional e principalmente a oportunida- Em caso de dúvida, nos jogos da liga ame-
de de se tornar (ou não!) uma potência mundial ricana de basquete, a famosa NBA, o juiz é obri-
no esporte, se houver investimentos em nossos gado a rever o lance dúbio por meio de telões.
atletas. No automobilismo, da mesma forma, a cronome-
O certo é que de uma forma ou outra, o bra- tragem manual há anos foi substituída pela com-
sileiro é fanático por esportes. Domingo, dia de putadorizada. Nas partidas oficiais, de tênis, já
folga, metade da programação televisiva é dedi- existem softwares (os chamados tira-teimas),
cada ao esporte! É comum encontrarmos pesso- que auxiliam os árbitros em lances duvidosos. O
as praticando alguma modalidade esportiva julgamento computadorizado é utilizado com efi-
mesmo de forma amadora. Toda escola brasilei- ciência em partida de futebol americano. Aliás,
ra é obrigada a possuir uma quadra. Parques, não entendo porque a FIFA ainda não aceita o
praças e academias fervilham no verão. E os uso da tecnologia nas partidas oficiais de futebol
educadores físicos, são, na atualidade, os profis- (aquele do nosso Rei Péle). Quem não lembra
sionais mais requisitados, em escolas, academi- da “mano de Dio” (Mão de Deus), a canhota mi-
as, clubes, hospitais, clínicas de reabilitação, e lagrosa de Maradona na Copa de 1986, que con-
outros espaços que visam a qualidade de vida. sagrou a Argentina? E agora a história se
Esporte e saúde andam de mãos dadas. repete com Thierry Henry e a classificação cons-
trangedora da França para a Copa de 2010.
E o computador? É vilão ou aliado? Para
muitos desavisados, o computador é o vilão, o Bom, enquanto no esporte o objetivo é
principal responsável pelos elevados índices de competir, na escola a educação física tem um
obesidade e sedentarismo entre os mais jovens. viés diferente. A prática esportiva na escola con-
Todavia, não podemos deixar de lembrar que o temporânea não pode ser vista como um berço
computador enquanto máquina é uma ferramen- de campeões, pelo contrário, a educação física
ta, e portanto, seu uso depende de um fim, de escolar visa desenvolver nas crianças uma me-
um objetivo. Se o jovem não é incentivado a prati- lhor consciência corporal, por meio de jogos,
car esportes, e fica o dia inteiro sozinho, sem ne- brincadeiras, músicas, levando o prazer através
nhuma atividade desafiante, seu único refúgio da atividade física, incluindo e não mais excluin-
com certeza será a Internet. Agora, se o mesmo do aqueles que possuem menor aptidão física.
prefere trocar o convívio dos amigos e familiares Para quem não sabe o ano de 2009 foi es-
a passar horas na frente de um computador, con- colhido pelo Conselho Nacional de Educação Fi-
sumindo Coca-Cola e adorando o Santo Big sica, como o ano da Educação Física Escolar.
Mac, é um caso a ser levado a especialistas. Na escola, a educação física pode ser trabalha-
Por outro lado, a tecnologia pode ser um da no Laboratório de Informática de diversas for-
aliada do educador físico. Sabemos que a infor- mas. O professor pode aproveitar para
mática tem diversos fins. Para o educador físico, apresentar esportes menos conhecidos como a
essa ferramenta pode transformar-se numa gran- canoagem, o golfe (agora é olímpico a partir de
de aliada no que diz respeito a agregar valores 2016!) e mesmo os esportes de inverno, por
e conhecimentos, através da interação entre o meio de vídeos ilustrativos. Por meio da internet,
homem e o computador. Aliás, o uso da tecnolo- podemos pesquisar vultos do passado que se con-
gia em competições é antiga. Em corridas de ca- sagraram no esporte, os cuidados que devemos
valos, o photo finish já era utilizado em meados ter na saúde. Da mesma forma, a sala de aula é o
do século XX. Na atualidade, grande parte dos local mais propício para se debater valores, como
esportes, mesmo os tradicionais como o tênis e a ética no esporte. Um exemplo é o caso de Gabri-
a natação já se renderam aos encantos da tecno- elle Andersen, que em 1984, ensinou ao mundo
logia. que o mais importante não era a vitória.

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EDUCAÇÃO · A TECNOLOGIA LIVRE COMO ALIADA AO EDUCADOR FÍSICO

Outro aspecto interessante do uso da tecno- utilizado para qualquer outro tipo de desporto
logia no esporte é a possibilidade do expectador que envolva resistência (velocidade) como atle-
virtual. Por da tecnologia de informação, os fãs tismo, natação, esqui, dentre outros. Uma de su-
de esporte podem participar ou mesmo interagir as principais vantagens é a possibilidade de
com o atleta em tempo real. Tecnicamente, é utilização do Google Maps em provas de longa
possível acompanhar uma corrida de atletismo distância e também a criação de gráficos e esta-
ou ciclismo em vários ângulos e até mesmo parti- tísticas detalhadas com os dados obtidos por
cipar de um evento virtual, uma gincana, ou mes- GPS. Desenvolvido em linguagem Pyton, possui
mo um game relacionado ao esporte, como a apenas versão para Linux (tar.gz), utilizando as
capoeira por exemplo, uma luta nacional. bibliotecas do Gnome sendo que ainda não foi
Para os treinadores, a tecnologia propicia traduzido para português (PT-BR). Maiores infor-
um horizonte de possibilidades. Por meio de mações na pagina oficial: http://pytrainer.e-
softwares específicos é possível acompanhar o oss.net/index.php.
rendimento de um atleta, seus avanços, suas difi-
culdades, coletar dados, criar gráficos, compa-
rar e criar novas estratégias de ação. Contudo,
uma vez que tanto os equipamentos quanto os
softwares têm um custo substancial, o espectro
da exclusão está mais uma vez presente.
Pesquisando softwares para educação físi-
ca, percebeu-se a predominância de softwares
proprietários, sendo que a maioria destinados pa-
ra a área de fitness. Mais o software livre tam-
bém possui sua contribuição para a ciência do
desporto.
Neste artigo, destacarei alguns softwares li- Figura 1: Pytrainer
vres que podem ser utilizados por treinadores e
educadores físicos. A maioria é direcionada pa-
ra o profissional de fitness, mas não impede que Agora, se você gosta de pedalar livremen-
pessoas normais, como eu e você, que não são te em grandes altitudes, uma alternativa open-
atletas profissionais, os utilizem em seu cotidia- source é Cyclograph (figura 2). A versão 1.2 foi
no. atualizada recentemente, em novembro/2009,
seu objetivo é registrar treinamentos para ciclis-
Todavia, ressalta-se que, antes de come- tas. Seu diferencial em comparação aos demais
çar uma atividade física, lembre-se inicialmente é a possibilidade de criação de gráficos compa-
de procurar um médico para avaliar sua capaci- rando distâncias (em kilometros e milhas) e altu-
dade física e principalmente seu estilo de vida. ra (altitude), além da possibilidade de criação de
O exercício fisico deve ser um momento de la- páginas na Web. Apresenta uma interface ami-
zer e nunca uma tortura! gável, suporta as bibliotecas GTK+, possui ver-
Primeiramente, gostaria de apresentar o Py- são para Linux, Windows e MacOX, estando
Trainer (figura1). Atualmente este software está disponível em italiano e inglês. Maiores informa-
na versão 1.7.0.1 (junho/2009). É um software li- ções: http://sourceforge.net/projects/cyclograph/.
vre desenvolvido sob licença GPL, para registro
de treinamentos em diversos desportos. Foi pro-
jetado inicialmente para ciclistas, mas pode ser

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EDUCAÇÃO · A TECNOLOGIA LIVRE COMO ALIADA AO EDUCADOR FÍSICO

para o Google Maps. Quem se habilita a testar?


Maiores informações: http://www.nokia.com/be-
talabs/sportstracker

Figura 2: Cyclograph

Outro software que tem uma função simi-


lar, que pode ser utilizado por profissionais de
educação física e treinadores em geral é Sports-
Tracker. (figura 3) De caráter generalista, tam-
bém é uma aplicação livre para registrar as Figura 3: SportsTracker

atividades de desporto. Atualmente está na ver-


são 3.5.0, possui versão para Windows, Linux e
Mac. Neste SL, o educador pode criar categori- Por fim, não poderia deixar de falar de
as para diversos tipos de desportos, como ciclis- software livre nacional. O professor de educa-
mo, corrida, natação ou tênis. A principal ção física além de promotor da saúde na escola,
vantagem é auxiliar na criação de rotinas, por também contribui para a prevenção de doenças,
meio de diagramas e estatísticas para determina- principalmente relacionadas a postura. Doenças
dos intervalos de tempo ou tipos de desporto e como escoliose, cifose, lordose são comuns na
ainda calcular as calorias perdidas Ressalta-se infância, se não tratadas a tempo, pode trazer
que já existe uma versão deste software para conseqüências nefastas na vida adulta. O SA-
Desktops e celulares. PO (figura 4) é um Software de Avaliação Postu-
ral desenvolvido pela Universidade de São
Agora, se é adepto da corrida e não preten- Paulo (http://sapo.incubadora.fapesp.br/portal),
de ter o físico de atleta queniano apenas gosta- que tem como objetivo ajudar “o profissional de
ria de calcular sua performance, pode acessar saúde na mensuração da posição, comprimen-
este software por meio de seu celular. O mesmo to, ângulo e alinhamento, entre outras proprieda-
acessa as informações via GPS, no qual calcula des, dos segmentos corporais de um indivíduo.”
a velocidade e a distância percorrida, o tempo
gasto, o ritmo médio dentre outros. É importante Segundo o site oficial, é um programa de
comentar que o cálculo da velocidade em movi- computador que a partir de fotografias digitaliza-
mento não é real, visto que as leituras do GPS, das do indivíduo permite a mensuração da avalia-
também não são em tempo real, todavia a distân- ção postural, não pretendendo substituir exames,
cia total percorrida é um dado confiável. Segun- como por exemplo, raios-X ou análise dinâmica da
do o site oficial, é possível salvar o caminho marcha. Através dele possível digitalizar a foto da
percorrido em formato de mapa digital e enviar pessoa que o computador calcula o IMC e faz
uma avaliação postural. Não é fantástico?

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EDUCAÇÃO · A TECNOLOGIA LIVRE COMO ALIADA AO EDUCADOR FÍSICO

do desporto, o que demonstra a superioridade


do SL em muitos dos casos.
Por fim, a educação física e a tecnologia li-
vre podem sim, ser aliadas na construção de
uma sociedade mais saudável, mais ética e prin-
cipalmente mais livre.

Maiores informações:
Site Pytrainer
http://pytrainer.e-oss.net/index.php

Site Cyclograph
http://sourceforge.net/projects/cyclograph/

Site SportsTracker
http://www.nokia.com/betalabs/sportstracker
Figura 4: Software SAPO
Site Software SAPO
Uma das vantagens desse software é que http://sapo.incubadora.fapesp.br/portal
além de ser um genuinamente nacional, e portan-
to estar em língua portuguesa (PT-BR), é livre,
roda utilizando JAVA (JRE6), portanto pode ser
instalado tanto em Windows quanto em Linux.
Pode ser utilizado tanto por educadores físicos, fi-
sioterapeutas, médicos e outros profissionais pre-
ocupados com a saúde postural. A última SINARA DUARTE é professora da rede
municipal de Fortaleza, pedagoga,
versão saiu em 2007. Maiores informações: especialista em Informática Educativa e
http://sapo.incubadora.fapesp.br/portal/projeto/ Mídias em Educação, com ênfase no
Software livre. Colaboradora do Projeto
FrontPage. Software Livre Educacional e
mantenedora do Blog Software Livre na
Como pode-se perceber, o software livre Educação.
cresce a cada dia e possui aplicações em todas
as áreas do conhecimento, inclusive a ciência

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EVENTO · II ENCONTRO LIVRE - RECIFE/PE

Por Célia Menezes

A organização do II Encontro Livre vem a GNU/Linux, aparelhagem de som e projetor. A


público fazer sua chamada pública para submis- inscrição pode ser realizada através da página:
são de trabalhos. http://encontrolivre.org/submissao. As submis-
Os temas abordados nesta edição, Softwa- sões podem ser feitas até dia 14/02.
re Livre e Comunicação, foram subdivididos da
seguinte forma: durante os dois primeiros dias Serviço
ocorrerão oito palestras sobre Software Livre II Encontro Livre –
(áreas filosófica e técnica, respectivamente) en- Disseminando Cultura e Conhecimento
quanto o último será destinado a uma mesa re- http://encontrolivre.org
donda e duas palestras acerca de Comunicação. Data: 10 a 12 de março de 2010
Os macrotemas definidos são: Horário: 15h às 20h
Software Livre - Área filosófica: Comuni- Local: Livraria Cultura Paço Alfândega -
dades; Cultura Livre; Educação; Filosofia; Inclu- Rua Madre Deus, s/n – Recife/PE
são Digital e Social; Legislação. Entrada Franca

Software Livre - Área técnica: Administra-


ção de sistemas; Desenvolvimento; Gerencia-
mento de dados; Hardware; Jogos; Multimídia;
Segurança.

Comunicação: Comunicação e Direitos Hu-


manos; Comunicação Pública; Movimentos soci-
ais na mídia; Rádio Comunitária; Rádio Livre. CÉLIA MENEZES é graduanda em Letras
pela UFPE e tem atuado na divulgação
do Software Livre em Pernambuco desde
2007, quando tornou-se membro do
Submissão de Trabalhos grupo Debian-PE. Organiza o II Encontro
Livre juntamente com Gustavo Sousa.
Ao enviar uma proposta de trabalho, consi-
dere o tempo disponível (50 minutos incluindo
perguntas) e os recursos: computador com

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EVENTO · RELATO DO DISI2009 - SALVADOR/BA

DISI2009:
Um dia para falar de Redes
Sociais e Segurança
Por Mônica Paz

Logo no início do DISI2009, uma grande


quantidade de estudantes presentes fazendo a
inscrição para o evento chamou a atenção de to-
dos. Era a caravana do curso técnico em Infor-
mática do CETEB – Centro de Educação
Tecnológica do Estado da Bahia – Feira de San-
tana com, em média, 40 estudantes a partir de
18 anos, coordenados pelo Prof. Cássio Cam-
pos Cardoso, pós-graduado em telecomunica-
ções. Segundo o coordenador e professor dos
alunos do módulo de segurança em redes de
computadores, a primeira aula marcada para o
dia 02 de dezembro, coincidentemente, tinha o
mesmo dia do evento e assunto a ser tratado,
redes sociais, tema dessa edição DISI2009.
O CETEB é uma instituição estadual geri-
da por uma organização social. Os alunos são

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EVENTO · RELATO DO DISI2009 - SALVADOR/BA

Figura 1: Público participa do DISI2009 Figura 2: Carla Freitas, coordenadora do evento

oriundos da rede pública de ensino e são selecio- para aquisição de informação e multiplicação en-
nados por sorteio. O curso de técnico em Infor- tre os demais integrantes do centro.
mática é composto por 3 módulos: manutenção,
programação e redes de computadores. A cada
módulo, em média, 3 visitas em campo são reali- Transmissão, cobertura e interação
zadas, como o caso da viagem para a participa- A organização do DISI2009 se preocupou
ção no DISI2009, para o qual todos estavam em fomentar meios de participação para as pes-
animados e participativos. Sobre o uso de redes soas que não puderam acompanhar presencial-
sociais, a estudante dessa instituição, Ivana Li- mente o evento.
ma, 25 anos, diz não possuir perfil no Orkut por Apesar dos imprevistos com o rompimento
considerá-lo muito invasivo, em termos de priva- da fibra ótica e falta de energia que ocorreram
cidade, mas que possui interesse em integrar a na manhã do dia do 02/12 na UFBA, que ocasio-
rede Twitter, em breve. naram atrasos e mudanças na programação do
Outra caravana que chamou a atenção, foi DISI2009, o evento foi transmitido via internet
a formada por 5 integrantes da equipe de tecnolo- durante a tarde. A tecnologia utilizada pelo
gia da informática do Instituto Federal de Alago- CPD/UFBA necessitava de pluggin no navega-
as – IFAL, todos com camisa verde e com a dor para Microsoft Windows Media Player o que
logomarca do evento. Marcelo Queiroz, diretor dificultou a recepção para algumas pessoas.
de TI da instituição, diz que por questões de se- Outras alternativas de interação foram dis-
gurança, uso de banda e atenção durante as au- ponibilizadas para o participante online, como a
las, o acesso às redes sociais é bloqueado, mas possibilidade de comentários no site, cujas per-
liberado para os horários de intervalo como o al- guntas foram encaminhadas aos palestrantes,
moço. Segurança da informação é um tema rele- além da cobertura no Twitter, através do perfil
vante para esta equipe de técnicos, que veio @cais_rnp e da hashtag #rnpdisi2009. Tudo dis-
prestigiar o evento e que, inclusive, já realiza- ponibilizado no site do DISI2009.
ram internamente um DISI.
Membros do exército brasileiro também esti-
veram presentes no evento. O Ten. Caldeira e o
Material e brindes
O material entregue pelo DISI2009 aos
ST. Almeida do 51º Centro de Temática ficaram
seus participantes tinha o intuito de informar e
sabendo do evento através da divulgação na in-
de ser um complemento das informações passa-
ternet e consideraram importante a participação
das durante o evento. Dentro do kit do partici-

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EVENTO · RELATO DO DISI2009 - SALVADOR/BA

do;
- Combine letras, números e caracteres especi-
ais em suas senhas;
- Não forneça as suas senhas a ninguém;
- Utilize apenas softwares originais;
- Faça backups de seus dados;
- Evite divulgar informações pessoais em sites
de relacionamento.

Crianças e Adolescentes
Segundo as normas de utilização de várias
redes, como o Orkut, crianças e adolescentes
não podem se cadastrar, mas isso não os impe-
dem de ser uma grande fatia desse público onli-
ne. Infelizmente, os jovens estão entre os mais
visados entre os crimes que podem ocorrer não
apenas nas redes sociais, mas em toda a inter-
net. Diante de um cenário cada vez mais cres-
cente de crimes no ciberespaço, o Facebook,
segundo matéria do IDG Now, montou uma equi-
pe para estudar formas com a qual “tentará au-
mentar a segurança do serviço para garantir
que os membros mais jovens não sofram ne-
nhum tipo de abuso”, através de materiais com
dicas de segurança. Notem a utilização da ex-
pressão “membros mais novos”, mas é evidente
que se trata de uma forma de diminuir casos de
Figura 3: Atanaí Sousa Ticianelli - CAIS/RPN abusos às crianças e aos adolescentes.
pante se encontravam folder e marcador de tex- O que se pode tirar, no geral, sobre as re-
to com dicas de segurança, calendário do even- comendações dos palestrantes do DISI2009, é
to, Cartilha da SaferNet Brasil, além de alguns que as crianças e adolescentes devem utilizar
exemplares da cartilha Criança + segura na Inter- as redes sociais de forma restrita e acompanha-
net. da por seus responsáveis. Essa medida pode
ser a diferença entre um uso sadio e a possível
A identidade gráfica do evento também es-
vitimização desses jovens.
tava de parabéns. Crachás, certificados de parti-
cipação, camisas, banners traziam as
logomarcas de várias redes sociais para lembrar Condutas Agressivas e Criminosas
o tema dessa edição do evento. Fique por dentro de alguns dos comporta-
mentos criminosos e agressivos praticados na
internet:
Recomendações gerais de segurança
do DISI2009 - Happy slapping – filmagem de atos violentos;
- Utilize e utilize seu antivírus, antispyware e fi- - Stalking behavior – perseguição incessante se-
rewall; ja por romance platônico, sentimento de busca
- Mantenha o seu sistema operacional atualiza- de justiça, vingança por um rompimento de rela-

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EVENTO · RELATO DO DISI2009 - SALVADOR/BA

cionamento e outros assédios.


- E-redinig – discriminação;
- E-revenge – vingança, normalmente com moti-
vação afetiva;
- Voyer porn – registro não autorizado de rela-
ções sexuais;
- Page jacking – redirecionamento de sites ofici-
ais;
- Bluesnarfing – acessar sem autorização atra-
vés de bluetooth informações de celulares e ou-
tros dispositivos com esta tecnologia;
- Sexing – envio de imagens eróticas via blueto-
oth e posterior acusação de assédio (normalmen- Figura 4: Liliana Velasquez Solha - CAIS/RPN
te para incriminar educadores);
- Bullying – violência psicológica e física, inces- de homicídio.
sante e intencional. Gisele, apresentou a cartilha informativa
do projeto Criança + Segura na Internet, cuja se-
Em sua palestra no DISI2009, Demetrius ção sobre Redes Sociais chama a atenção dos
Gonzaga, delegado do Núcleo de Combate ao pais para condutas negativas dos filhos que po-
Crime no Paraná – NUCIBER, explica que em ca- dem acabar se enquadrando em crimes contra a
so de sofrer alguma agressão via internet, a víti- moral, como injúria, difamação e calúnia, acarre-
ma deve ter cuidado ao “fazer justiça com as tando penas judiciais para os pais ou responsá-
próprias mãos” pois isso pode acarretar na práti- veis. Também aponta o risco da pedofilia e da
ca de algum outro crime ou mesmo invalidar as comercialização de drogas em sites de relacio-
provas, por estas serem coletas de forma ilícita. namentos.
Nesses casos, procure sempre uma entidade es- Como prevenção dos riscos que os jovens
pecializada. podem sofrer na rede, os pais precisam ter em
mente que as antigas orientações de conduta
segura também se aplicam ao mundo virtual: sa-
Cartilha Criança + Segura na Internet ber quem são os amigos de seus filhos, quais lu-
Gisele Truzzi, advogada especialista em Di- gares eles frequentam, recomendar não
reito Digital e Direito Criminal, teve como meta conversar com estranhos e não passar informa-
para a sua palestra conscientizar o público em re- ções para estes, são orientações que continuam
lação ao uso de redes sociais para que se evite valendo para as relações no ciberespaço.
vitimizar e mesmo cometer crimes virtuais. Se-
gundo a advogada, os conceitos de prova, teste-
munha, inimigo, fronteiras, infrator e outros SaferDic@s
passaram por um mudança com a virtualização A Cartilha da ONG SaferNet Brasil traz ou-
da vida cotidiana, mas que temos que ter em tras informações importantes sobre segurança
mente que os crimes previstos em nossos códi- em redes de relacionamentos. Deve-se ter cui-
gos também podem ser aplicados para delitos co- dado para que as fotos disponibilizadas em re-
metidos via internet. Para exemplificar, explica des sociais não identifiquem informação
que difamação é diferente de liberdade de ex- pessoais como local de residência, escola e tra-
pressão e que anonimato não é para acobertar balho e outros locais do cotidiano da pessoa.
criminosos. Por fim, utilizou da seguinte analo- Além de não informar horários nos quais se fre-
gia: a invenção da pólvora não mudou o crime quenta estes locais. As configurações de privaci-

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EVENTO · RELATO DO DISI2009 - SALVADOR/BA

dade e bloqueio de contato não desejados tam- Serviço


bém são recomendados e também deve-se evi- O que: Dia Internacional de Segurança em
tar disponibilizar dados pessoais nos perfis, Informática – DISI2009
dentre outras medidas de cautela online. Tema: Segurança em Redes Sociais
Rodrigo Nejim, diretor de prevenção da Sa- Quando: 02 de dezembro de 2009
ferNet Brasil, em palestra no evento, alerta que Onde: Universidade Federal da Bahia, campus
a internet não é uma terra sem lei, mas por ou- de Ondina.
tro lado considera que o Projeto de Lei no Sen. Realização: Rede Nacional de Ensino e
Azeredo tiraria os direitos de liberdade dos cida- Pesquisa – RNP / Centro de Atendimento a
dãos em detrimento do combate ao cibercrime, Incidentes de Segurança – CAIS
não sendo assim benéfico a sociedade. Por fim, Site: http://www.rnp.br/eventos/disi/2009/
Rodrigo apresentou a Rede Social Nética, desen-
volvida em software livre e destinada a troca de
informações entre educadores sobre o uso de re-
des sociais por crianças e adolescentes.
Links:
Conclusão CETEB – Feira de Santana
O que se pode tirar das informações apre- http://www.cetebfsa.com.br
sentadas no DISI2009 é que as redes sociais po-
dem apresentar riscos a segurança das pessoas Projeto Criança + Segura
a depender das condutas assumidas por estas, http://criancamaissegura.com.br
pois nos perfis é possível disponibilizar, de for-
ma muito fácil e concentrada, informações que Rede Social Nética
podem ser utilizadas por golpistas e outros crimi- http://www.netica.com.br
nosos que estejam em busca de futuras vítimas.
Além disso, é preciso lembrar que a cidadania e Denuncie crimes contra direitos humanos na internet
o cumprimento das leis são comportamentos http://www.denuncie.com.br
que devem ser levados para o ciberespaço,
bem como os cuidados e a conscientização das
crianças e adolescentes no uso das redes soci- MÔNICA PAZ é bacharel em Ciência da
Computação, mestranda em Cibercultura
ais. pela Faculdade de Comunicação da
UFBA e integrante do Projeto Software
Livre Bahia - PSL-BA, pelo qual já
organizou vários eventos.

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QUADRINHOS

QUADRINHOS
Por Wesley Samp

OS LEVADOS DA BRECA

http://www.OSLEVADOSDABRECA.com

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AGENDA · O QUE TÁ ROLANDO NO MUNDO DE TI

AGENDA
FEVEREIRO / 2009 Evento: KDE SC 4.4 Release Evento: Web Expo Fórum 2010
Party – Salvador Data: 17 a 19/03/2010
Evento: Seminário Políticas de Data: 06/02/2010 Local: São Paulo/SP
Telecomunicações 2010 Local: Salvador/BA
Data: 04/02/2010 Evento: DFD - Document Free-
Local: Brasília/DF dom Day 2010
MARÇO Data: 31/03/2010
Evento: Congresso de Inova- Local: Simultaneamente em diver-
ção e Tecnologia 2010 Evento: II Encontro Livre sas cidades do mundo
Data: 04 e 05/02/2010 Data: 10 a 12/03/2010
Local: São Paulo/SP Local: Recife/PE
Quer seu evento de
tecnologia divulgado
Evento: VI Encontro de Progra- Evento: Conferência Internacio-
aqui?!
madores em São Paulo nal sobre Redes Sociais
Então entre em contato
Data: 06/02/2010 Data: 11 a 13/03/2010
conosco através do
Local: São Paulo/SP Local: Recife/PE
contato@espiritolivre.org.

ENTRE ASPAS · CITAÇÕES E OUTRAS FRASES CÉLEBRES SOBRE TECNOLOGIA

Nós não sabemos o sistema operacional


que Deus usa, mas o Vaticano usa Linux.
Judith Zoebelein, - sobre o sistema operacional que o site do Vaticano usa.

Fonte: Meet the techie "sister" behind Vatican's Website, PodTech

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