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A margem esquecida do tempo

O tempo
Trago-o na palma da mo
Como um espelho
Opaco

Por onde
Vejo todas as coisas que no vivi
E sinto falta

Meus dias no vividos


Deslizam no cho
Das horas

E o tempo uma ponte


Com meu corpo estirado
Entre duas margens:

O homem, na margem
Obscura
Da noite

O menino, na margem clara do dia.

Entre
Um e outro,
O silencioso rio
Do tempo.

Jose Rodrigues

20 V- 2017

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