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A favela como paleo e personagem Marina Henriques Coutinho dors Fitina Knepp A favela como palco cape Anon Cas Yea e personagem ovo de capa Jodo Penni Cenério de Qual € a nossa cara? (Cia. Mae Marina Henriques Coutinho C1P-BRASIL. CATALOGACAO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RI case Coutinho, Marina Henriques personage / Marina Henriques Coutinho. - Pett» Rio de Janeiro : PAPER 1 Tent e sociedade. 2, Teatro, I Titulo 12-5910, cpp: 792 DU: 792 17.08.12 24.08.12 038267 OQrarens DP ae Crete re eee Pec ne UTE 2 A fovela como paleo e peronagem shaw (1992), “no final da década, aproximadamente setenta companhias atua- ‘vam num citcuito ‘altemnativo; que se opunha ao teatro do centro/mainstrean” (139) (T:da..), Algns dle fara denominades community theatre compas tes (Companhia de teatro comunitiria),cuja meta era tormaro teatro aces comunidades afastadas. Segundo o autos, algummas companhias assumiram como objetivo estabelecer vinculos mais estreitos com as comunidades, ficar cada yea mais ‘perto” delas ‘para que os projetos fossem criados e determinados pela co ‘muunidade, como parte do processo de seu fortalecimento” (p. 141) (T. da.A.). las ficaram conhecidas como community based companies (compankias com base na comunidade), Kershaw (1992) explica que todas essas companhins definiam seu pabli- coalvo a parti da localizagio geogrdfica, que podia variar entre éreas urbanas de ‘atx renda, vilas rurals,cidades industrias e até condados. Algumas preferiam visitar diferentes espagos dentro de uma mesma comunidade, como escolas, ios, cubes de jovens, hospitais, pubs, aslos, ruas e creches; ‘outras preferiam alvos mais espectficos, optando apenas por escolas e centro® comunitirios, Q tipo de contato com as plateias podia variar, desde a estétion ‘mais direta, sem a part ipagio do paiblico, até processos complexos de engaja- mento dos espectadores; a programasso também era diverse, podendo partir de vas criadas pela comunidade, encomendadas, de textos preexistentes ou até de espeticulos apresentados segundo um modelo mais convencional de repertétio, levando o teatro As éreasrurais ou suburbanas, consideradas desertosculturas, Assim como no movimento brtinico, em outras partes do mundo, o te- ‘tro abriu definitivamente a porta de ida da sala convencional,visitou outros espagos, aconteceu em praca publica, reencontrou a platela das comunidades Populares, empenhou-se em sua capacidade de provocar mndangas socaise po- Iicas. As transformagies softdas pela cena ocidental ao logo de todo o século ‘nfluenciaram a traetéria do teatro aplicado, mas fol durante aguelas duas déea- das que se fortaleceram as condigbes para 0 seu surgimento, « ia 18 (0 teatro anizade:abrangtnci, peruse ter [Aqui ex nosso pats no foi diferente. O perfodo de grande ebuligio na vida politica e também teatral que antecedeu o golpe militar de 1964 preparou o terreno paraas sementes do teatro aplicado no Brasil Pistas do teatro aplicado no Brasil No inicio da década de 1960, o Brasil entrava em um momento da his- no de grandes temas de interesse como a téria marcado pela mobilizagdo em to i opis da one de oto Goulart, efor acon ta da lutapelas reformas jo nimero de conflitos de base, principalmente pela reforma agraria, o aumento d de cot entre latifundidriose posseiros, aextensio do voto ao analfabeto,o —— to da organizagio das clases trabalhadoras com a criasio do cam se dos Trabalhadores (CGT). No campo da cultura, como observa Si cla (1990) CO entimentoaacionaista fava uta pela voice do ait a eae acional € sag at tears alos preeng dohomem bea Asi {ene pred po ay, manly Mp opr abn leo a Bl a Bact eee © Tay i ‘como posto avangado de defesa da dramaturgia naci de Arena engsjada. (p 100), a laments na ‘Como abservou Yan Michalski (1985), a evolugio assumid ia de par com a sua cada vez mais radical politizagao” (p. 4 téenicas 9c, movimentos de cultura popular p 15). No Nordeste, movimento: eee “ona a co goverrio de Miguel Arraes promove es interioranas”(p. 15). No Recife, ogove c He pereniapedagigcntegrada de baeerenovedor cae ie wane © Movimento de Cultura Popular (MCP) Apoiado no 7 —— ma de educagao popular, 0: i ae veptr"primarendo tials cionalista do teatro assaram a teatrais em campanas de “conse Paulo Freire, evoltado para um, {sua atuagao para a esfera da produgio cultural popular Ss Giema, teatro e musica, mantendo centros epragas de cultura” (p. : an 2. O teatro aplicado: F abrangéncia, percurso e teoria 2.1, 0 universo do teatro aplicado Todo dia o teatro enconta um aga diferente par 200785 Um fe someno eonstatado aqui no Brasil ¢tanbém em owls PISS do mundo tem Toyado ena arte aos mate vaiadoscontextos © ampliado © #60 acesso a diversos segmentos da populasao. Uma grande versidade de prétias teatrais za & frontera da elas convencionais do tat comercial art alcancar eagir 0b 00" ve eafras, como em projetos comuritsis selizados nat periferias e favelas das grandes cidadesy em agbes na drea da educagdo nio formal, for dos muros das escola om programas er prol dos direitos hamanes © dda nies nas ages | pateocnadas por empresas pears} 99708 pjetos das ONGS. Apesar dese featar de um wniverso que ce amplia com grande vyelocidade,aroflexo tebrica © ceitiea sobre esse campo, entre nds, ainda € poueo sistematizada, Muito embora, recentemente, eas tebam comesado a arairaaensie do meio académico ©@ despertrreflexbes sobre o tema também aqui no Brasil ‘Una pblingio de 2009 serela ocesent _ Misc expertnass varfsticas em contextos comunitérios jridnclas ati comunitnos/ Teas «Sa experiencta ric .LGUERO: PERETRAV THLE, 20%) eine textos de se da universidade em “professores de iversas universdades brasileiees interessados om ‘debater o tema ainda pouco vitado pelas pesquisas scadémicss: Na apresentagio do livro, & professora Marcia Pompeo Noguelrt (2008) afirma que, “apesar de muito Pr Tica, essas experioncas artistas comunitrias fem POO} visibilidade, pots “ert forn dos holofotes do teatro comercial acontecesn sogides periéricas” (8), Como sugere autora, o carter peiico dessasexperitncias “talvez ex pliquea distincn da academia, que so recentement® abbriu espago paradiscussd0 A favela como paleo personage ereflexio sobre o trabalho nessa linha?” aca abel ‘trabalho nessa linha” (p. 8). Até entdo, muitos estudos estive- is dedicados&s manifestagbes do teatro em ambito escolar. Em Dentro ou fora da ecola?, escola, a professora Maria Licia de (2008) reconhece « multiplicasio das inte pee {une : ivas no campo da edueagio no que tém levado 0 “fiver e fru" teatral a espacos diversf ee iversificados, além da Dennen dtc i ONG, ut itt nds oper pbin mare da cara esd ia de add coe Shae gam i ipa ras as qa on pon deca veto =e delegate detergent on plea expan (p59) = is As experitncias teatrais destacadas por Pupo envolvem pessoas “ ‘uns’, grupos de nao omo atuantes srupos de nao atores, como atuantes e expectadores. De acordo com a professors essas iniciativasestioinsevidas na nogio ampla da educagto “bas sem a 25 aches interativas entre os individuos promovem a 7 pace Se (p-60).Pupo inclui neste quadro de abe, por exemplo, is por alguns grupos teatrais, como o mineiro Galpio que inau- {gurou um micleo pedagégico que oferece cursos de teatro para indy pr jovens ou adultos interessac ; Otadsegd ray pacinver enue teu tgs ens voltada a um trabalho teatral com ini ea almejada pelo grupo” (p. 60). So exempl «am quadro singular, no qual coletivos de intervencio na vida social. importante eixo da Fangio social ‘que segundo a professora,atestam ais evelam uma “notivel capacidade neers © teatro transborda das margens que até hd conter © seu percurso” (p. 61). Por isso se antes as atengbes do ‘meio académico estiveram mais voltadas para as experigncias do teatro dent ‘ora produ gui em Teatro ¢ formapao de profesore, durante ea races rare ser ero tuo de exerplo,e pegs oad ltt esis end a BCA-USP por pid Revel Maria Lile Papo teatro aplcedo;abrangancia,percrso eteoria o 1 entre teatro e educagio levando em conside- jente. A variedade de iniciativas textos citados da escola hoje investiga a relagi rasio apenas esta perspective ji nto é mais suck que incluem a paccera entre teatro educagio nos dversos cont este inicio de captul,obrigouuma resposta da academia Anova realidade d- Jatou o foco de seus estudos tedricos, 0 que contribui, por exemplo, coma maior stengho & ivestigasio de pritces artistas comunitéias, bastante namerosss em nosso pats. 1 atualmente existem miltiplas esferas acolhendo que trata da rlagio teatro-educagio € sobre o uso de uma ter- Ingrid Koudela (2006) de conhe- ‘A constatagao de qu as artes da cena redimensionou 0 campo dlespertou entre professores e pesquisadores um debate rminologiaa ele mais adequada. Em Pedagogie do tent, argumenta sobre a questio do uso de terminologas dentro da drea nas interrelagBes entze 0 teateo ea educagioy gerou muitas polémicas entee os estudiosos da inte batismo do termo pedagogia cimento gue abord: 1estio que, como aponta a autora, sempre frea, De acordo com ela, aqui no Brasil o rece doteatro eteatrona educagiopelo grupo detrabalho da Assoc Pesquisa eP6s-graduasio em Artes Céneas (GT da Abrace) bute sas novas dimensbes da pesquisa que vem sendo realizads na drex” iagdo Brasileira de sou “incorporar (e124). No texto, a autora nos oferece como: novidade a existéncia de um dicio- intitulado Dicionrio de pedagogia do teatro p. 124125). Segundo a auto rama de pesquisa nro, publicado em lingua alema, (KOCH; STREISAND, apud KOUDELA, 2006, ra,0 dicioniri traz 0 desafio de constituirse como um pro con pedagogta do teatro. No verbete “campos profsionals de pecigogis do te- stra” hi uma descrigfo sobre o “spectro profissional desta dra brio pritica nna Alemanha’, (KOUDELA, 2006, p. 124). Nele, esto trabalho nucloares que incluem diversos penis de nicativas inseridas no camo da pedagogia do teatro entre casas derenvlvidas junto a grupos de alunos da io; em iniciativas extracurrica- no “Tazer’, que se as oito areas de ‘educagio infantil, dos ensinos fundamental emmé lares, como as que acontecem em museus ou centros culturls; refere a projetos de jogo e teatro com criangas em centros defi Fea HATH ER He Pe HH tHE HH ee Hee eH EEE ReHEH EE en ts ‘A favela como paleo e personage de integragao, prevensio e socializagio promovidos por organizagbes comuni- tirias ou religiosas; no contexto terapeutico e de saide, no trabalho realizado em hospi 0s de reabilitacio ou psiquidtricos, ete, Essa abordagem, que ‘choga da Alemanha, indica atendéncia de incluir em uma mesma nomenclatura ‘© crescente leque de priticas teatrais em acZo nos mais diferentes contextos da- quele pais. Aquino Brasil aadogio do termo pedagogia do teatro, ou pedagogia tetra, parece apontar a mesma tendéncia. © seu uso jé€ bastante frequente em publi- ‘agbes na drea, como apontam os exemplos a seguit: Pedagogia do teatro: provo- ago dialogismo (2006), de Flivio Desgranges; Pedagogia do teatro o teatro de rus (2008), de Narciso Telles; ou ainda no artigo “Da pedagogia do ator & pe- Aagogiateatral: verdade urgéncia, movimento” (2008), de Gilberto lele O termo ‘pedagogia do teatro fol também reconhecido em verbete pelo Diconério do teatro 4naslero (EARIA; GUINSBURG; LIMA, 2006). Muito embora, sejam também correntes entre né rminologias como: teatro em comunidades, teatro 1a prio, teatro no hospital e ago cultural’. Como observou Koudela (2006), a -mpre fol polémica”(p. 124). De fato sobre este pon- tonto existe contenso, prevalece a multiplicidade de abordagens. “questio da tecminol Em Cartografias do ensino do teatro (2008), os professores Adilson Flo rentino e Narciso Telles nos oferecem a curiosa imagem de‘um caleidosedpio parailustraro universo cada ver mals plural desta drea nomeada como pedagogin do teatro, O desafio de compreende-la exige do observadior a atitude de quem “otha” por meio de um caleidoscépio, que a cada “giro” ilumina um nove modo ever investigar, entender a érea, eters itv dato no campo dx eva ala 0 teatro apeado:sbrangancl, perc e toons % Estudos publicados em lingu lam que a tarefa de buscar urna compreensio sobre a pluralidade de nomenclaturas, ebordagens, métodos, formulagées teéricas ¢ histSricas é compartithada por estudiosos também de outros pales, Bm vitios lugares do mundo, pesquisas académicas vém tentan- do resporider, em alguns casos com maior, em outros, com menor agilidade,& cegnergéncia dessa diversidade de iniiativas, Sadana Tteratura dedicada rea também acalhe individuais e coletivas. Em recentes publicagdes em lingua inglesa, como vere- ‘mos mais adiante, essas prices foram reunidas num termo abrangente einchi- vo que vem ganhando destaque pelo mundo ~ applied theatre (teatro aplicado). ‘No Ambito internacional, desde os anos 1990, cresceu o nimero de pes- quisas dedicadas atuaso desses“segmentos” teatrais.As obrasde autores como Eugene Van Erven, Helen Nicholson, Baz Kershaw, Zkes Nida, Kees Epskamp e "Tim Pred cogtibuem com importantes reflexes sobre este “univers Em t= 8 como: Commun ular theatre, Theatre for development, Applied "ora eappled iae OS rama e Applied theatre reader, os autores optam pelo.uso de ciferentes termos_ ole de am eno stable, om ora ai ore iq snide mi pin agp pl efit clea a § ct EPSKAMP, 200; KERSHAW, 1950; MDA, 195; NICHOLSON, 2085; RENT and {PRESTON ap) 20 PRENTEA, 2000 VAN ERVEN, po ‘A favela como pao e personage @elaboram suas proprias definigdes para explicar as préticas que povosm a drea. Em “Defining the territory” ("Definindo 0 terrtério”), capitulo do livro Popt- lar theatre in political culture (Teatro popular na cultura politica) (2000) aponta para a necessidade de esclarecer a “linguagem neste campo clarear 0 uso de termos, Embora algunas separagdes possam ser vistas apenas como diferenas seménticas, um preciso delineamento entre as atividades tea- tras com interesse socal parece ser necessiio® (p13). © autor afiema que o terrtério cresce com rapide e que definigbes ea utilzagio culdadosa de termninologias podem ajudar na compreensio dos tra- Dalhos realizados na drea, suas in ‘mas tearais. Assim como Prentki, durante os iltimos anos outros estudiosos se \gbes, metodologlas, processos e uso de for- dedicaram a tarefa de procurardistinguir cada um desses segmentos e préticas interdisciplin: shibridas, que envolvem 0 teatro, a educagio, a sociologi, 08 estudos culturais, a psicologia e a antropologia. De acordio com o autor, cada ‘uma dessas linhas poss, hoje, sua propria teoria debate e pritica especializada, Entretanto, a necessidade de estabelecer e conceituer divisdes,catego- Fas, vern sendo questionada. O proprio Prentki (2008), em recente publicagio, opta por abordar o “universo" utilizando uma perspectiva mais abrangente © ‘menos segmentéria™. Além do termo teatro apicado, outro, também inclusivo, encontrado nos estudos britinicos — 0 drama aplicado, Como esclarece Helen Nicholson (2008); tecmos comegaram ser uilizdosa partidos anos 1990, actos por rtios do teatro elaboradores de projetos como uma epécie ie abrevagto para desrever formas de avidalesdeandtics que eastem iameate fora do mainstream convencinal das nstkules eats € mmunidades marginalizadas” ia ‘Nicholson (2005) assume o hibridismo dos: ea aoe Te: Seo drama aplicado © tit +0 tate apicado sto gtneres brides, minha escola pelo dram aplicdocom destlivro, ea minha mengio 49 "testo" no sar uma grande contoviria Eu eat subtitle no tem a intenggo sau (itr oe ombud da ilps rat Oda dia dogg hg 9 eno do resin qu teatro (theatron) significa lugar de asst. As dua palavras combinadas,se- Pras do drat apd, A au ca a opslo pelo termo drama afew tala deel Appel roa he gf het (208) genes tndo qe ps et tmsdo mass ide dept epi >» iluminagioefigurinos, zo invés decom as mas diversas e menos ostentosas prticas do drama/tato apleado ‘Nicholson assume a difcaldade em categorizar os trabalhos neste cam- ms ie ie ‘4 teatro aplicado © atenta para o perigo de que wm jogtnco possareduziaricadvesidade deteotat pris s presentes neste universo, Para els, mais do que rotular ou estabelecer Seas eon ,,ficign an icetets fase neta cml coe van eae ama pte ioe Dcionrio de ea, Tr oc nat Dion dear Tad 1 Gab Mas ic Peri. So Pl: 0 teatro aplcado:abrongéncia,porcusoe tear 2 definigbes rigorosas, o que importa nestes tesmos ¢ o significado da palavraapl- ado; &levantat questées sobre porque ou “em quem” 0 teatro deve ser aplicado, porque razdes, com qua inteng6es. Aautoranos chama a atengio também para «0 fato de que os termos podem ser problemticos se vstos como opesigéo a0

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