29. Noo
O contrato de comodato (art. 1129 CC) , de sua natureza, real, quod constitutionem no
sentido de que s se completa pela entrega da coisa. A lei diz intencionalmente que o
comodato o contrato pelo qual uma das partes entrega certa coisa, e no pelo qual se
obriga e entregar.
Isto no quer dizer que no se possa, nos termos gerais do art. 410 CC realizar um contrato
promessa de comodato.
O objecto do comodato h-de ser certa coisa, mvel ou imvel, e portanto, uma coisa no
fungvel, dada a obrigao imposta ao comodatrio de restituir eadem rem. Sendo a coisa
fungvel, isto , apenas determinada pelo gnero, qualidade e quantidade (art. 207 CC), o
contrato ser de mtuo.
A entrega da coisa ao comodatrio tem por fim o uso desta. Trata-se pois, da simples
atribuio do uso da coisa, para todos os fins lcitos ou alguns deles, dentro da funo normal
das coisas da mesma natureza (art. 1131 CC) e no, em princpios, da atribuio do direito de
fruio (art. 1132 CC).
Por conveno entre as partes, pode fixar-se livremente o fim a que a coisa emprestada se
destinaria, desde que esse fim seja lcito. Esta limitao, a que o art. 1131 CC, se refere
apenas supletivamente, aplicvel em qualquer caso, visto no poder convencionar-se a
entrega da coisa para fins ilcitos (art. 281 CC).
A indicao do uso a que a coisa se destina no constitui uma obrigao para o comodatrio, a
no ser dentro dos limites em que o contrato funciona no interesse do comodante.
O fim da coisa serve apenas de limite ao direito do comodatrio, nos termos do art. 1135-c) d)
CC.
31. Responsabilidade do comodante
Os vcios ou limitaes dos direitos e os vcios da coisa so os mesmos que esto regulados na
compra e venda (art. 905 segs. e 913 segs. CC).
A responsabilidade a que se refere o art. 1134 CC compreende os danos causados pelo uso da
coisa ao comodatrio, os danos provenientes da impossibilidade de o comodatrio a usar, e
ainda os danos causados a terceiros que o comodatrio tenha de indemnizar.