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Universidade de Évora

Mestrado em Sociologia

Estudos da Paz e dos Conflitos

A Crise associada à Reforma Agrária em Portugal

Margarida Almeida n.º 10650

Silvia Brito n.º 21491

Évora

2010
SAIAS DA UNIÃO COOPERATIVA DO
REDONDO – VITORINO

Adeus vila do Redondo


Adeus não esperes por mim
Leva-te ai posta ao peito
Num raminho d´alecrim

Casas brancas ficam bem


Com um roda-pé azul
Viva os de Santa Suzana
Viva a Rainha do Sul

A "23 de Setembro"
Tem muito que se lhe diga
Na freguesia do Freixo
Nasceu uma cooperativa

Oh ribeira do Calado,
Cá me ficas na lembrança
Corres numa cooperativa
Que se chama "Boa Esperança"

"Cabeça Gorda" já foi,


Terra de grandes senhores
Mas que linda cooperativa
Mandam os trabalhadores

"Bento de Jesus Caraça"


Estás firme de pedra e cal
E o Vale da Serra d´Osso
Santo António do Adaval

Ocuparam-se estas terras


Ficaram em boas mãos
Viva o povo do Redondo
Vivam todos quantos estão
INDÍCE

INTRODUÇÃO..................................................................................................1
A IMPLEMENTAÇÃO DA REFORMA AGRÁRIA.............................................6
OS OCUPANTES........................................................................................8
AS NOVAS UNIDADES DE PRODUÇÂO......................................................9
O FIM DO SONHO E AS DESOCUPAÇÕES................................................11
35 ANOS DEPOIS....................................................................................12
CONCLUSÃO.................................................................................................17
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................18
INTRODUÇÃO

Segundo Fernandes (1975) Reforma Agrária poderá definir-se como a transformação


das relações sociais e económicas na agricultura de forma que: Se desencadeie uma
acção libertadora das suas forças produtiva, efectiva e permanentemente; Se criem
condições concretas para um distribuição dos rendimentos em função do trabalho
produzido, tendo em conta a quantidade e qualidade; A introdução de inovações e
tecnologias agrícolas não conduza a novas sujeições sociais e económicas ou leve ao
agravamento das existentes; Se alcance uma participação e controlo efectivo, de
largas camadas de população agrícola nas decisões e no exercício da actividade pro-
agrícola que não leve a novas sujeições sociais e económicas; Se proporcione um
aumento do volume de produção e da produtividade agrícolas, objectivo que depende
dos pontos anteriores e que constitui indiscutivelmente um passo importante para o
desenvolvimento económico global.

A Reforma Agrária em Portugal constituiu-se como uma situação de crise, uma vez
que se identificam situações de conflitos de interesses que originaram um clima de
instabilidade, alterando o equilíbrio na vida de um grupo de indivíduos e onde,
inclusivamente, se registaram confrontos.

Assistiu-se a uma crise regional que atingiu o Alentejo e parte do Ribatejo, de natureza
política, social e económica.

As situações que levaram ao “boom” conflitual da Reforma Agrária, no pós-25 de Abril,


tiveram as suas raízes ainda antes da Implantação da República e constituem uma
linha cronológica de sucessivas situações de crises moderadas, repressão e latência.

Tentar-se-á neste trabalho demonstrar como se poderá fazer a leitura dos


acontecimentos à luz das teorias de gestão de crise e conflitos.

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1. A REFORMA AGRÁRIA

a. Conceito de Reforma Agrária

Para Barros (1979) “a Reforma Agrária (R.A) tem como aspecto essencial e
simultaneamente como ponto e partida a transferência da posse e/ou apropriação da
terra entre duas ou mais classes sociais”.

Tudo o que é realizado quer pelos poderes públicos quer pelas populações
interessadas no sentido de introduzir alterações na estrutura agrária das quais resulte
a modificação do sistema vigente de repartição do rendimento do sector agrícola num
sentido de maior equidade social é considerado reforma agrária.

Assim, as alterações introduzidas na repartição da terra com o objectivo de a tornar


mais igual quer respeitem quer não o princípio da propriedade privada são
consideradas R.A.

Só deverão ser considerados R.A. os actos que visem modificar a repartição da


propriedade fundiária pelos habitantes de certo país ou região. Propõe-se a substituir
os grandes domínios territoriais privados por médias e grandes unidades de
exploração do tipo cooperativo ou público (BARROS, 1979).

O seu elemento central está no facto de repartir o rendimento social agrícola a favor
das classes mais desfavorecidas.

Mas a transferência de terras por si só não constitui R.A. terão também que se
efectuar alterações ao nível de toda a estrutura social de forma a proporcionar as
condições necessárias para que na terra transferida surjam novas formas de
organização da actividade agrícola, novas e distintas relações de produção e
inovadores sistemas de agricultura.

Assim, segundo Fernandes (1975) Reforma Agrária poderá definir-se como a


transformação das relações sociais e económicas na agricultura de forma que:

1) Se desencadeie uma acção libertadora das suas forças produtiva, efectiva e


permanentemente;

2) Se criem condições concretas para um distribuição dos rendimentos em função


do trabalho produzido, tendo em conta a quantidade e qualidade;

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3) A introdução de inovações e tecnologias agrícolas não conduza a novas
sujeições sociais e económicas ou leve ao agravamento das existentes;

4) Se alcance uma participação e controlo efectivo, de largas camadas de


população agrícola nas decisões e no exercício da actividade pro-agrícola que
não leve a novas sujeições sociais e económicas;

5) Se proporcione um aumento do volume de produção e da produtividade


agrícolas, objectivo que depende dos pontos anteriores e que constitui
indiscutivelmente um passo importante para o desenvolvimento económico
global.

Para que se observe esta transformação é necessário ter em conta os principais


antagonismos existentes neste sector, o momento histórico que determinado país
atravessa, para que se estabeleçam prioridades e se definam as fases de
transformação sócio-económicas da agricultura ou seja, as etapas que a reforma
agrária terá que passar até chegar à abolição dos privilégios dominantes no sector e
dos diferentes obstáculos para o seu progresso.

A Reforma Agrária não é apenas uma medida de carácter económico, mas acima de
tudo uma luta de classes que contém diversas implicações económicas, politicas,
ideológicas e sentimentais. O aspecto humano envolve um trabalho de
consciencialização dos trabalhadores agrícolas e empresários desfavorecidos social e
economicamente, das reais causas da sua estagnação, das suas dificuldades, para
que desperte neles o interesse pelas transformações agrícolas necessárias para que a
situação se altere. É parte integrante de um plano de desenvolvimento da agricultura
inserido num plano de desenvolvimento económico global.

b. Contexto Histórico – Pré 25 de Abril

Antes de 1910 no Alentejo rural não existia um movimento operário organizado. Por
isso, embora se verificassem algumas greves gerais estas eram inspiradas pela
agitação política e sociais vindas de fora.

Entre 1910-1911 o país enfrentava uma “crise de trabalho”, como eram chamados os
períodos de desemprego sazonal, que não passaria de mais uma não se tivesse dado
em Outubro a queda da monarquia. A crise de trabalho de 1910 leva ao movimento
grevista de 1911.

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O Alentejo encontra-se depois de Outubro de 1910 e até Janeiro de 2011 em agitação
permanente com dezenas de conflitos locais a nível de aldeias e concelhos, abundam
os pequenos conflitos locais, a revolta e esboço de greves, reuniões, manifestações e
alguns incidentes. Alguns destes conflitos caracterizam-se pela violência e coacção
quer dos grevistas quer das autoridades. Os trabalhadores reclamam essencialmente
os baixos salários e as más condições de trabalho de que eram vítimas.

A revolução de 1910 foi seguida de intensa actividade política. Organizam-se partidos


políticos e sindicatos com intensas campanhas de propaganda e os trabalhadores
começam a adquirir consciência política (PEREIRA, SD).

Passados estes primeiros conflitos, o movimento grevista abranda nas províncias


alentejanas, desencadeando-se agora conflitos importantes no Ribatejo com greves,
motins e invasões entre Março e Maio de 1911. Os motivos são essencialmente de
ordem económica e pelo horário alargado de trabalho.

Durante os anos de 1911 e 1912 houve uma série de greves gerais em todo o
Alentejo, bem como agitações e incidentes resultantes dos baixos salários, de conflitos
entre trabalhadores rurais por existir quem trabalhasse abaixo da tabela e também
devido a recusa de cumprimento da tabela por parte dos lavradores.

Este período de greves marca definitivamente o sindicalismo rural. Quase todos os


sindicatos surgiram imediatamente a seguir às greves, com excepção de Montemor-o-
Novo, Évora, Reguengos de Monsaraz, Portel e Viana do Alentejo, que formam
anteriores às greves e que despertaram verdadeiramente o sindicalismo rural. No
entanto as funções dos sindicatos e sua organização eram ainda muito limitadas.

A partir de 1913 começa-se a notar um esmorecer e recuo do sindicalismo rural devido


a vários factores nomeadamente a repressão republicana, este ano foi de perseguição
ao movimento operário como nunca tinha acontecido desde a proclamação da
república. Sucedem-se prisões, encerramento de associações e perseguições de todo
o tipo cujo alvo eram os trabalhadores rurais.

Só em 1918, após sucessivos adiamentos se dá o III Congresso dos trabalhadores


rurais.

No entanto quando actualmente se fala em lutas dos trabalhadores rurais referimo-nos


às que ocorreram entre 1940-60 e não às da I República. Estas não eram muito
diferentes das anteriores no que se refere ao seu conteúdo e forma de actuação, luta-
se pelo emprego, melhores salários, pelo horário de trabalho, por melhor comida e por

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uma condição digna do trabalhador face ao lavrador e autoridades. As formas de
acção são também semelhantes e resumem-se à recusa de “pegar” no trabalho sem
que se dê um acordo salarial, greves, ameaça de abandono do trabalho,
manifestações e concentrações (PEREIRA, SD).

De acordo com Pacheco Pereira existem no entanto diferenças significativas entre


estes dois períodos pois existe uma maior continuidade dos conflitos ao longo dos
tempos, aparecem novas organizações e terrenos de actuação, existe uma grande
influência do PCP que acaba por assegurar uma mediação política mais acentuada
dos interesses dos trabalhadores através da formulação de u programa de reforma
agrária.

A situação que se observava nos campos Alentejanos antes da revolução de Abril era,
como se pode observar, geradora de um forte conflito social, que resultava da situação
relativa à posse da terra. De um lado, os lavradores, um pequeno grupo de pessoas
que detinha a grande maioria dos campos cultiváveis da região por outro lado, um
amplo conjunto de pessoas que não tinha praticamente nada, a não ser a sua força de
trabalho, para se conseguir alimentar a si e à sua família.

Face ao reduzido peso das outras actividades económicas na região, era a agricultura
e a posse da terra que estabeleciam a estratificação social da sociedade alentejana e
que determinavam as relações de poder e de trabalho. Esta grande desigualdade na
detenção de bens reflectia-se, naturalmente, numa imensa diferença a nível social que
opunha a maioria da população à pequena elite latifundiária. Os assalariados agrícolas
viviam em condições péssimas, abaixo da linha de pobreza. Durante o antigo regime,
os proprietários das terras tinham um forte apoio por parte do governo pelo que
estavam numa situação claramente privilegiada. No entanto, o Partido Comunista,
desde a década de 30, foi desempenhando o seu trabalho no Alentejo, levando a sua
consciência de classe e os seus ideais junto dos trabalhadores rurais, pelo que estes
viram nele um apoio importante para as suas reivindicações.

As tentativas de revolta por parte dos trabalhadores agrícolas foram sempre paradas
pelas forças do poder. As conquistas sociais e laborais, como o horário das 8 horas,
em 1962, foram o resultado de um enorme esforço e de uma luta desigual. Catarina
Eufémia, Alfredo Lima e José Adelino dos Santos foram mortos pela GNR quando
lutavam por melhores salários.

A revolução de Abril veio trazer profundas alterações na sociedade portuguesa. O


antigo regime destronado pelos capitães de Abril caiu sem resistência, fruto da sua

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decadência. Depois de décadas de repressão, o povo saiu para a rua sem medo. No
Alentejo, como por todo o país, o 25 de Abril de 1974 trouxe ao meio rural uma
enorme esperança de trabalho melhor. O projecto de democracia apresentado pelo
MFA (Movimento das Forças Armadas), e apoiado publicamente pelo Partido
Comunista Português, significava para os trabalhadores rurais o oposto da situação
vivida até então.

c. Pós 25 de Abril – A materialização da Reforma Agrária

Após o 25 de Abril de 1974 ocorreram na sociedade alentejana e ribatejana alterações


significativas, fruto da implementação da Reforma Agrária. A recém-conquistada
liberdade, abriu portas à massificação de atitudes extremistas por parte dos
trabalhadores agrícolas, descontentes desde há dezenas de anos e em constantes
quezílias com os grandes proprietários. O furor revolucionário lançou as bases
necessárias ao avanço da Reforma Agrária, que surgiu aos olhos dos trabalhadores
agrícolas como o meio de implementar um sistema a seu ver justo e de oficialização
dos seus anseios.

Surgiram então as ocupações e expropriações. Os trabalhadores agrícolas iniciaram


processos de ocupação de terras, desalojando os proprietários. Foram ocupados e
expropriados cerca de um milhão de hectares, correspondentes a três a quatro
milhares de empresas agrícolas e a perto de um milhar e meio de proprietários, grupos
ou famílias de proprietários (Barreto, 1983).

Os trabalhadores agrícolas agruparam-se em estruturas organizacionais específicas:


as cooperativas de produção agrícola e as unidades colectivas de produção agrícola,
na maior parte dos casos legalmente estabelecidas e oficialmente reconhecidas.
Nestas estruturas, aproximadamente 50.000 assalariados rurais cultivaram ou
tentaram cultivar as terras ocupadas e expropriadas, tendo-se também apropriado, em
grande medida, dos assentos de lavoura, das máquinas, instalações e gados
anteriormente pertencentes aos proprietários e rendeiros (Barreto, 1983).

A IMPLEMENTAÇÃO DA REFORMA AGRÁRIA


Barros (1979) faz uma periodização do movimento de ocupações em três fases
distintas:

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A 1ª fase ocorreu desde os finais de 1974 até ao final de Julho de 1975, não sendo
muito fácil situar com rigor o momento do seu início. As acções que conduziram ao
seu acontecimento representaram, inicialmente, respostas de seareiros e assalariados
a situações de absoluta carência de terra e/ou trabalho e incidiram sobre herdades em
estado de abandono ou manifesto subaproveitamento. Em termos territoriais, esta fase
é a menos expressiva; neste período forma ocupados 13,4% do total que viria a ser
ocupado.

A 2ª fase estendeu-se pelos meses de Setembro e Outubro de 1975. Embora


represente um período temporal mais curto, atinge sensivelmente o dobro da
dimensão da fase antecessora. Nesta fase as ocupações ocorreram
predominantemente nos distritos de Beja e Évora. Aqui, ao invés da fase inicial, onde
se assistiu ao desenrolar de iniciativas pontuais dos trabalhadores, prevalece a acção
dirigente dos Sindicatos e “o movimento assume explicitamente objectivos de
alteração das relações de propriedade e de produção” (Barros,1979).

Até Agosto de 1975, não houve qualquer regulamentação legal que estabelecesse
uma orientação para estes acontecimentos. Foram publicadas, então, leis, as então
chamadas Leis da Reforma Agrária que regulamentavam especificamente as acções
de expropriação e nacionalização. Nesta altura, as ocupações deixaram de ser vistas
e sentidas como acções marginais e ilegais, passando os ocupantes a considerarem
estar a agir como executores das leis em vigor e, não aguardando o processamento
dos trâmites legais em curso, ocorreram avanços para ocupações de terras sem que o
estado tivesse processado as respectivas expropriações.

Um outro factor que foi preponderante para este avanço repentino dos acontecimentos
foi o facto de, dada a altura do ano, estarem terminadas as colheitas. Os proprietários,
ao sentirem a ameaça das possíveis expropriações e nacionalizações, procuravam
proceder à venda dos produtos com a maior rapidez possível, por forma a realizarem
ainda lucro e deixarem descapitalizadas as empresas que, segundo a lei, seriam
transferidas para a posse dos trabalhadores.

A 3ª fase, remonta ao período que vai desde Outubro ao final do ano de 1975, sendo
marcado o seu final pela viragem política ocorrida no decurso do 25 de Novembro de
1975, que iria bloquear este movimento. É a fase de maior amplitude de ocupações.

Em Setembro de 1975, é autorizada a utilização do crédito agrícola de emergência


para pagamento de salários. Com esta medida, é dada resposta a algumas
dificuldades sentidas pelos ocupantes que, recém-organizados em cooperativas,

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sentiam dificuldades na sua gestão e se deparavam comummente com propriedades
nas quais era necessário fazer algum investimento para tornar possível a produção.

Um outro factor de motivação relevante prende-se com o facto de esta ser a época
das sementeiras. Assegurar a produção era um objectivo primordial e um modo eficaz
de o alcançar seriam os trabalhadores procederem à sementeira; não seria garantido
que um proprietário em expropriação eminente tomasse essa iniciativa e também não
seria tão pouco litigiosa a ocupação de uma terra já semeada…

OS OCUPANTES
Assumiram um papel preponderante nestes processos os assalariados eventuais (ou
temporários) e, dentro destes, as mulheres.

Os assalariados temporários, sem emprego garantido, condenados à permanente


insegurança e auferindo de um magro rendimento, dado só conseguirem trabalho
sazonalmente e terem salários bastante inferiores aos dos permanentes, constituíram
a camada mais activa no processo das ocupações. Constituindo o produto acabado
mais típico do sistema capitalista latifundiário, os assalariados eventuais
representavam a camada social situada em mais funda e directa contradição com este
sistema e, assim, eram quem maior disponibilidade e motivação revelavam para
atentar contra o sistema. Os assalariados permanentes, detentores de situações
melhores e, nalguns casos, com ligações de respeito e lealdade aos patrões, aderiram
ao movimento gradualmente e posteriormente.

O papel das mulheres foi também relevante. Às mulheres estavam destinadas, nos
campos, tarefas específicas e eram especialmente tocadas pelo desemprego e pelo
facto de os seus salários serem acentuadamente mais baixos do que os dos homens.
Também no que toca à vida familiar, eram as mulheres quem mais sentia a dureza e
os efeitos das parcas condições de vida e de trabalho. Este grupo assumiu em todo o
processo, mas especialmente na sua primeira fase, um papel de elevada
combatividade, por vezes até claramente radical (Barros, 1979).

As ocupações eram pacíficas, não havendo situações de confronto significativas. O


controlo da repressão (que se poderia abater sobre os ocupantes) estava eficazmente
garantido através da Aliança Povo-MFA.

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Segundo testemunhos narrados por Barreto (1983), eram os próprios soldados que
diziam aos trabalhadores e aos empresários: «Antigamente, a GNR estava com os
patrões. Agora, as Forças Armadas estão com os trabalhadores.».

Quanto às razões pelas quais não houve resistência física ou mesmo violenta por
parte dos proprietários, é afirmado: «Como era possível resistir? Não só os
trabalhadores eram muitos mais, como, sobretudo, vinham com eles destacamentos
de soldados armados, comandados por oficiais, frequentemente armados. Tratava-se
de facto de uma ocupação militar, e a isso se devem as ocupações e a ausência de
resistência.» (Barreto, 1983).

Duas funções decisivas foram desempenhadas pelas forças armadas: a do controlo da


repressão e a da intimidação dos proprietários. Por outro lado, dando força aos grupos
de trabalhadores e aos sindicatos, deu-se a estes um grau de confiança que permitia
todas as ousadias. Outro aspecto ainda convém salientar: o da legitimidade do acto da
ocupação, ou mesmo da sua legalidade, implicando simultaneamente o sentimento da
impunidade dos ocupantes (Barreto, 1983).

As terras ocupadas e expropriadas pertenciam, na esmagadora maioria, a médios,


grandes e muito grandes proprietários. A burguesia agrária alentejana e ribatejana, os
grandes empresários agrícolas e agro-industriais, os proprietários latifundiários,
absentistas ou não, foram desapossados das suas terras e empresas, dos seus gados
e máquinas, no curto prazo de um ano (Barreto, 1983).

Com esta perda de património, que nalguns casos representava a sua fonte de
rendimento directo e principal, assistiu-se à aniquilação económica de uma classe
social na região: os latifundiários ou, como também surgem referenciados, os agrários.

AS NOVAS UNIDADES DE PRODUÇÂO


Um dos objectivos a atingir com a implementação da Reforma Agrária seria a
substituição do sistema capitalista latifundiário por um novo sistema de produção que
reflectisse os princípios desta filosofia de actuação.

O movimento de ocupações e as medidas de expropriação e nacionalização de terras


foram levados a cabo sem que houvesse uma definição clara de qual o tipo de
unidade de produção a implementar. A própria legislação, publicada em 1975, é
omissa relativamente a este aspecto, decretando:

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»(…) esse regime e esse estatuto também não podem nem devem brotar
unilateralmente do Estado: têm de nascer, eles também, em larga medida, da iniciativa
e das lutas locais, da vontade das assembleias que (…) forem assinalando o controlo
do processo produtivo pelas classes trabalhadoras» (Barros, 1979).

Era, pois, privilegiado o combate político ao poder das classes dominantes tradicionais
nos campos e não a definição de um modelo produtivo e organizacional. Assim, as
Novas Unidades de Produção surgiram como confluência de interesses e motivações
locais e regionais, fortemente participadas e em que intervieram também diversos
projectos políticos partidários.

As NUP’s implementaram a exploração em comum das terras, no quadro territorial


correspondente à respectiva herdade ou, de modo mais alargado, na aglutinação de
várias propriedades. Tal deveu-se à própria configuração estrutural da agricultura na
região; a factores de ordem histórica e social aliavam-se condicionantes climatéricos e
de qualidade dos solos que faziam com que prevalecesse a agricultura extensiva de
sequeiro, condicionando logo à partida as opções básicas nos processos de
constituição das NUP’s. Qualquer solução que envolvesse o parcelamento das
herdades e a instalação de explorações de carácter familiar esbarraria com grandes
dificuldades na repartição dos meios de produção mecânica. Socialmente e
politicamente, a posição de “senhor da terra” não era também bem vista, estando
conotada com o sistema capitalista latifundiário, pelo que os próprios trabalhadores
tinham relutância a assumirem tal papel…

Barros (1979) assinala a implementação de 511 NUP’s na Zona de Intervenção da


Reforma Agrária, com aproximadamente 1.200.000 ha de terra a seu cargo e cerca de
42.000 trabalhadores permanentes.

Estas novas estruturas de natureza colectivista, as Cooperativas de Produção Agrícola


e as Unidades Colectivas de Produção (de maior dimensão), assumiam-se como
estruturas de gestão democrática, em que era dado protagonismo ao poder dos
colectivos de trabalhadores para eleger e demitir as direcções e para decidir sobre
todos os aspectos da vida da estrutura.

A organização do trabalho foi alterada. Em 1968, nas explorações agrícolas que


vieram a ser ocupadas, a área média por trabalhador era entre 55 e 68 ha, passando a
estar entre os 25 e os 32 ha nas novas unidades de produção; houve, pois, um intenso
acréscimo nos índices de emprego.

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O FIM DO SONHO E AS DESOCUPAÇÕES
A Zona de Intervenção da Reforma Agrária vira cumprir-se um sonho. Porém, não
demoraria muito para surgirem as contradições no seio das NUP’s. Para além dos
conflitos inerentes à vida em grupo, um conjunto de factores, associados à evolução
política nacional, viriam a contribuir para a erosão rápida da experiência de gestão
colectiva.

A derrota da Reforma Agrária portuguesa pode ser explicada pela dinâmica das
estruturas do poder no seio dos governos de coligações mais ou menos heterogéneas
e com uma política que era pouco ou mesmo nada consistente com os interesses dos
trabalhadores (Fernandes, 2004).

O potencial económico das NUP’s representava uma parte significativa da economia


portuguesa. A cortiça, por exemplo, era suficientemente importante para suscitar a
preocupação do Estado. A importância económica do Sul e dos recursos detidos pelas
NUP’s tornou-se evidente.

As alterações políticas que se desenham a partir do Verão de 1975, para contornar a


tendência de alguns sectores institucionais, incluindo na área militar, originaram
pressões internas e externas, que conduziram ao golpe de Estado de 25 de Novembro
de 1975. No delinear do equilíbrio de forças ao nível do poder de Estado jogava-se o
destino do país. Sacrificar a Reforma Agrária e eliminar as explorações colectivas da
terra do Sul de Portugal parecia um pequeno preço a pagar. Este processo viria a
amadurecer e, no seguimento da publicação da Lei Barreto (Lei 77/77 de 29 de
Setembro), consolidou-se um processo de reversão que ficaria conhecido como a
“Contra Reforma Agrária”.

A terra ocupada pela Novas Unidades de Produção começou a ser desocupada em


1976. À medida que a área das explorações colectivas diminuía, a capacidade de
manter tantos trabalhadores em pleno emprego decrescia também, agravando as
tensões já existentes.

As desocupações geraram confrontos violentos entre os trabalhadores e a GNR. Os


trabalhadores perceberam rapidamente que a repressão não estava extinta e que os
métodos não variavam muito.

Apesar das divergências patentes no seio das NUP’s, os trabalhadores mobilizaram-se


para manter as conquistas alcançadas. Ver as terras devolvidas aos latifundiários
constituía uma humilhação e as revoltas populares e confrontos com as autoridades e

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com os proprietários nos momentos de desocupação das propriedades tornaram-se
uma constante.

A alteração dos juros do Crédito Agrícola de Emergência, que chegara a contemplar


empréstimos para pagamento de salários nas NUP’s, acabaria por as inviabilizar,
empurrando-as para a ruína.

35 ANOS DEPOIS
Passados 35 anos, a ocupação de terras no Alentejo é um processo fechado. Com
cicatrizes profundas entre as partes que estiveram em conflito e uma ignorância geral
nas camadas mais jovens, filhas e netas de gerações que durante mais de um século
contestaram o modo de produção das planícies do Sul.

Após 35 anos do arranque da Reforma Agrária, persistem divergências entre os lados


da barricada, com proprietários a contestar ocupações que representantes dos
trabalhadores legitimam, hasteando a "bandeira" de sempre, "a terra a quem a
trabalha". Quem por lá passou não esquece e insiste na sua razão.

Ao nível político, as interpretações também são diferentes. O PCP faz questão de não
esquecer essa página "heróica" da sua história. Partidos como o PSD ou o CDS nem
se referem à questão, e o Bloco de Esquerda ainda não existia quando os GNR deram
as últimas vergastadas nos trabalhadores. Quanto ao PS, um dos primeiros
impulsionadores da Reforma Agrária, a mudança radical de direcção política poucos
meses após as primeiras ocupações e a promulgação da Lei Barreto, que enterrou em
definitivo o processo legal de ocupação de terras, é assunto que nem quer comentar.

35 anos depois das ocupações, há novamente herdades ao abandono. Os


proprietários originais, que se opuseram à ocupação, já morreram e os herdeiros, após
receberem as terras, acabaram por as arrendar, abandonar ou subaproveitar.

"A terra a quem a trabalha" era a frase de 1974/75. Os que a ocuparam para trabalhar
reformaram-se ou morreram. Os filhos abandonaram o interior e os netos vêem com
mais bons olhos um comando de PlayStation nas mãos que o cabo da enxada. Os
proprietários que receberam as terras de volta, a maioria com melhoramentos em
relação ao tempo em que as perderam, tiveram uma recompensa acrescida: a União
Europeia paga-lhes para não trabalhar a terra. Aos herdeiros, só resta beneficiar-se da
política de subsídios e aguardar por um espanhol que veja nessas terras a
possibilidade de obter lucro…

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2. APLICAÇÃO DA TEORIA DA CRISE AOS ACONTECIMENTOS
RELACIONADOS COM A REFORMA AGRÁRIA

Conceito de Crise

Não existe uma única definição universalmente instituída de crise.


Segundo a OTAN é uma situação nacional ou internacional em que são postos em
risco os valores, interesses e objectivos prioritários das partes envolvidas. É uma
situação de instabilidade que pode provocar alterações significativas na vida normal de
um grupo de pessoas.

A crise consiste, numa percepção dos factos, avaliação da situação e na tomada de


decisões e na previsão das suas consequências. É um momento de ruptura no interior
de um sistema organizado que vai determinar os comportamentos e tomada de
decisão dos actores, na perspectiva do regresso a uma situação de equilíbrio.

Classificação das Crises:

Segundo os Níveis Afectados

• Global: As suas consequências podem alcançar toda a Humanidade;

• Internacional: Poderá afectar, quer dois ou mais países, quer destabilizar a


comunidade internacional;

• Nacional: Limita-se ao Estado nacional;

• Regional: Limitam-se a uma certa região e são essencialmente de carácter


económico, social, e de saúde pública (ex: epidemias), poderão também
alcançar o campo político;

• Local: Tem um raio de incidência limitado e uma curta duração pois se


perdurar durante muito tempo alcançará o nível regional ou até mesmo o
nacional.

Segundo a Natureza:

Políticas - São as mais complexas de resolver e as que têm efeitos mais


destabilizadores e prejudiciais par a sociedade. Podem resultar em conflitos bélicos e
revoluções. São também exemplos a aparição de grupos terroristas, golpes de estado.

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Sociais: Quando os actores que fazem parte de um mesmo sistema social se
confrontam (conflitos étnicos, religiosos, culturais); por consequência de movimentos
migratórios (imigração clandestina, movimento e massas) ou como protesto perante
novos desafios ou problemas estruturais (movimentos radicais violentos, atitudes de
desobediência massiva), estas manifestações alcançam o nível de crise quando as
suas consequências se reflectem na estabilidade do sistema.

Económicas: A sua tipologia é bastante vasta e vai desde as crises monetárias,


aumento de preços dos combustíveis, defesa dos direitos dos trabalhadores.

Ecológicas: São de um grau de impressibilidade e alcance elevados. Podem ser


produzidas por elementos da natureza (catástrofes naturais), por comportamento
humano (Centrais nucleares, desaparecimento de espécies, etc.); e no âmbito da
saúde pública (epidemias, doenças infecciosas, etc.)

Reportando-nos à situação concreta em análise – Reforma Agrária – podemos


afirmar que estamos perante uma situação de crise, uma vez que se identificam
situações de conflitos de interesses que originam um clima de instabilidade,
alterando o equilíbrio na vida de um grupo de indivíduos e onde, inclusivamente,
se registam confrontos.

Estamos perante uma crise regional que atingiu o Alentejo e parte do Ribatejo,
de natureza política, social e económica, uma vez que as raízes do conflito se
prendem com a propriedade da terra, salários justos, melhores condições de
trabalho, apoio social, resumindo uma verdadeira luta de classes em busca dos
direitos do trabalhador e da dignidade do trabalho.

As situações que levaram ao “boom” conflitual da Reforma Agrária, no pós-25


de Abril, tiveram as suas raízes ainda antes da Implantação da República e
constituem uma linha cronológica de sucessivas situações de crises
moderadas, repressão e latência.

A crise parte sempre de um conflito de interesses – já referido para a situação em


análise - que já existia mas que se encontrava latente (Conflito Brando). Desde antes
da Implantação da República que se verificavam sentimentos de injustiça e revolta por
parte dos trabalhadores rurais, vitimas de exploração por parte dos proprietários das
terras. No entanto, o estado de latência nunca se alterou, dadas as condições políticas
e sociais extremamente repressivas em vigor.

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O estado de latência perdura até 1910-1911, altura em que os trabalhadores começam
a insurgir-se publicamente, pois a exploração por parte dos proprietários começa a
tornar-se insuportável e o clima político existente após a I República é mais propício à
sua insurreição (Catalisador Geral) através de greves, motins e manifestação e alguns
conflitos locais (Desafio). Esta crise foi absorvida, sem chegar a uma fase de fortes
confrontos e retornando ao estado de latência, dada a força dos poderes repressivos
dos proprietários e do Estado (resistência).

Um segundo ciclo conflitual pode ser identificado nas décadas 40 a 60. Tendo como
ponto de partida a situação de latência decorrente da fase anterior (Conflito de
Interesses), ressurge nesta época fruto de uma nova motivação dos trabalhadores
para a luta, dado o incrementar da sua educação política e da sua consciência social,
muito graças às acções dos primeiros Sindicatos e das estruturas (clandestinas) do
Partido Comunista Português (Catalisador Geral), continuando a observa-se várias
manifestações, greves e tumultos mas desta vez com uma maior intensidade e
durabilidade (Desafio). Este ciclo de conflitualidade é marcado pela forte repressão
exercida pelas forças policiais sobre os trabalhadores uma vez que o apoio do governo
continuava a manter os proprietários numa situação bastante privilegiada
(Resistência), registando-se as mortes de alguns trabalhadores que ficarão
eternizados como mártires da luta (Confrontação).

Desde os anos 60 até ao 25 de Abril de 1974, a situação conflitual foi contida (através
dos meios repressivos e de coacção), considerando-se como um novo estado de
latência, alimentado pelo grande desequilíbrio de poder existente entre as duas partes
do conflito, em que os proprietários partiam numa posição privilegiada para uma luta
desigual.

O conflito de interesses manteve-se. O catalisador geral manteve-se. E o Catalisador


Específico, a nosso ver, acaba por ser o 25 de Abril de 1974.

Com a Democracia, os trabalhadores ganham o direito a expressar a sua indignação e


revolta sem a repressão de outrora e com o apoio das estruturas sindicais e partidárias
já devidamente legalizadas. Ideologicamente, torna-se agora possível a
implementação da Reforma Agrária, que surge agora como solução para os problemas
de desigualdade social sentidos pelos trabalhadores e como resposta aos anseios e
sonhos de há quase 100 anos.

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O Desafio é aqui o início dos movimentos de ocupação de terras, em que os
trabalhadores enfrentam os proprietários e os desalojam. O poder é transferido da
classe proprietária para a classe proletária.

Estas ocupações ocorrem de forma pacífica, porque o Estado legisla em prol da


entrega das terras aos trabalhadores; a resistência dos latifundiários a entregar os
seus terrenos é exercida de forma subtil, através da venda apressada de produções e
alfaias.

Poderia então, criar-se a ideia de que se tinha atingido a resolução do conflito através
de um Compromisso entre as partes. No entanto, assim não foi…

Em 1976, fruto de alterações ao sistema político introduzidas pelo 25 de Novembro de


1975, iniciou-se a Contra Reforma Agrária, que foi legitimada em 1977 pela Lei
Barreto. As terras ocupadas começaram a ser devolvidas aos proprietários.

Ao contrário do que sucedera na fase de ocupação, esta fase caracteriza-se por fortes
confrontos. Os trabalhadores não aceitaram entregar as terras com a mesma
serenidade com que o tinham feito os proprietários (Resistência). É esta forte
resistência que leva à fase de Confrontação, que até aqui não houvera surgido de um
modo totalmente claro e indiscutível.

Os trabalhadores saíram derrotados, atingindo-se o estado de Resolução da Crise,


através da cedência do desafiado, persuadido pela utilização de meios militares e
policiais.

No entanto, o Conflito de Interesses não acabou. 35 anos depois, na mesma região


conseguem observar-se indícios de similaridade com as situações de desequilíbrios
sociais, desemprego e de abandono e subaproveitamento de terras verificadas nos
períodos áureos do conflito.

Se o conflito estará mesmo sanado ou se a actualidade será uma nova fase de


latência, só o tempo o dirá…

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CONCLUSÃO

A Reforma Agrária em Portugal constitui-se, efectivamente como uma situação de


crise.

Foi possível identificar no contexto do desenrolar dos acontecimentos todas as fases


que constituem os momentos da teoria da crise, sendo que durante o primeiro período
apenas se manifestaram algumas destas fases, dado o clima de repressão e coacção
que se vivia na época.

O conflito de interesses nunca foi dado como encerrado, decorrendo durante quase
100 anos, através de ciclos oscilantes de insurgência que retornaram sempre ao
estado de latência. Apenas com o 25 de Abril de 1974 e com as alterações sociais e
políticas introduzidas, com a passagem de poder do patronato para o proletariado
podemos assistir ao confronto propriamente dito, mais precisamente na fase de
ocupação-desocupação das terras, em que se assistiram a vários confrontos violentos
entre as duas classes.

35 anos depois, poder-se-á questionar se o conflito de interesses terminou ou, se pelo


contrário, estará novamente em estado latente…

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BIBLIOGRAFIA

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