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Relacées homoldgicas entre literatura e artes plasticas Aguinaldo José Gongalves esime ees se roe rar sb = ester capa Tom ce or Faoraschave isast “Tisemaiean stung tosh sone cf rend th pica. Algumas consideragdes As vss formas de penquirigio cientica repos, quase sempre, em algums ob So, Obsesso esta que deve embasar-se no rinspio da perceprio, sem 2 qual se rorna ‘imposivel aproximae-se do objeto do deseo, Carinhar no sentido fvorivel da procura, insigar os pontas nevrlgicos que a determi~ ‘nam, rondar 2s pegadas que indiciam 0 ebo- 40 do objeto, tudo iso e Grme determins- (lo de estado de curiosidade ciemtica 0 prinipios fondamennis para o eabulho de Invetgieio € os instruments bisicoe para ‘que e possam vishumbra algumas inh ats (& fimigerads venlae Evidentemente, exes aspects do relevantes devem ser conduidos pela teovia, mas suas mais variadss verentes, sem preconceto metodoligico, ou fazendo do ro-preconceito a pripria metodologia, Mais ands tudo io ge totna imprescinglve ‘quurdo 0 objeto de nossa busca € a lingsa- gem artistic, 503s formas ene € inter comm ican, seus negaceis expressive © fon= tes prolfradoras de mistérioe que na verds- e, rio sio misrios, mas sentidos escond. os, sentidos sinds no desvendados pelos ‘mecansmos operaionais que se tem na ti ica reagio entre of eferentes do mundo (as suas mas varadas mangas) e a tetaiva de apreenio de sus natures, pata no dizer fe soa esncia. Sto muitos os caminhos para que se efeme esta bases que, ma verdade, sempre resulta no encontro com descami- ‘hos, maresdos pela mabilidade ~ prinipio fim de um novo percurso expar de nos sproximar de uma conscgncia,Tratace da consciéncia de mobilidade: nica verente {que Blo negaceia nossa condicio de exiten- (es cifeenciados,sensiveis e racionas ~ por liso mesmo wigizs~ capazes de aio termoe certeza da ean condicio as coisas. A imo- bilidade das coisas que nos cecam tle Inet sejaimpoma pela nosa certera de que ext coies so elas mesmas e nio ovis, pela imoblidade de noso pensamento. periate ela" Essa imobilidade do pensimentoa que alude Proust, epsz de imobiiar todee a5 coisas que nos ceream,sinteiza bem 0 que ‘stumas comegando 2 considera. Ditamos que 2 mobilidade, tates vezessugerda mas ‘io evidenciadi 20 noso pensamento, Somente ver 4 tona a partir d nstncia em que pasamos a obedecer a determinados procediments dtintos que se inter-eacio- ram. This procedimentos sio responsives pela constrogio da inagn que singslariza 0 ‘objeto conhecido e podem se dar por rela- (es de consighidade por relies de smal ‘dade, ou sinda pela eobneposilo de ambas, © 6 partir deses procedimentos que pode- ‘mos iar de relages analogias, homologics ‘Ao aludir 2 esas formas de elagio im- prescindives para qualquer fancionamento mental ¢ completamente indipensveis 6 estado das relagdes ene sistemas artstics, devo explicitar alguns pontos para que se prosiga 2 reflexio, Para explici-los, valee-me-ei de uma dis mais importantes influéncias que me conduziram & pesquisa das relages homoligins entre ss mas die eter honlgis nt eta eas plas tintos. Traa-se de uma passagem de Unberto Eco, escrita numa nota de rodapé, no conhecido texto Obra abet. Pact a complementacio de se jueo, 0 vemisloge inalano cits uma considera Jskobson. Varios a pasar: 0 de Roman Esti fora de divida que & peigoso exa- belecer simples analogs; mas & iguat- mente perigoso recust ¢individuazar ‘certs relies por win injustifieada fabia As analogs, pedpria dos exits simples fou das. incaligincissconservadorss. Gostriamos de lembrat uma fase de Roman Jakobson:“Aqueles que se ame- Grontam fxiiuente com as snlogas axriscadas, respondk gue embém etesto fazer andlogis perigoss: mas adoro at analogiasfecundas” (Ess dln itique gévoale, Paris, EA. de Minit, 1963, p. 38). Uns analgia deixa de ser indevida quando ¢ eslocada como ponto de partida par uma verifeasio uleioe o problema agora conse em reduc os Aiversos fenémenos (ett modelos estaursis mais rigorosos para nels indviduar nio malt analogias, mas omolgias de esrutora, similaridades sstrucuis. Estamos cOnicis do fate que 1s pesquiss deceliwo ainda eto aquéma de uma formalizagio de tl géneo, que requer um método mais rigoroso, a sentincia 2 numeroses ives da obra, a coragem de empobreerulteriormente os menos pura delesobter tim modelo ‘mais manuseive. Continwamor pensando fests ensios como mum introdugio erala um triblho asim? Na verdad, hé mnitos anos, esa peque na nota encontads em Ob derta condurz 1 Marc PROUST No il Sayin Es ed np oid ol: Miro Quin, 9c Ri de ho, 193,513, 2 Umbena ECO, Ob sof inden et nes So Pao Pepe, 196960 Lassie Siete sinha incagapbes acerca dos srtes compa rads, Mais do que influgnca, ela posi 0 que compreendo como principio funda mental pa as abordagens criticas no tr tamento di questo. Sem que dvesse sido cecrits visndo especifcamente 2 slacio fete sistemas artticos, sua concepfl0 se incegea perfitamente 2 qualquer principio smetadoligico que se proponha 3 aprox mages aralpcas. Poa em pritia, es concepeda atua como ancoradouro para of _juiaos cxitcos que ants vezes se véer em. crite 20 4 defontarem com abordagens cequivocads, nfo 46 nos estudos das relagBes, entre sistemas diferentes, mas também nagucles relzados entre obrss perencentes so meamc sistema, Todos aqueles que se ‘empenhan nas relagdes mais fecundas ene ‘bjetos dete ditintos(efiro-me a objetos, ‘do mesmosistema ou de sistemas diferentes) io. de convie que, sobremado nos dias soi, pavow a exisir uma espécie de “fe ‘be” cada veo mais lta em se estabelecer al ‘gpm spa de rela eormparada. Nos con restos sugem of mais inuitados tpos de temas sob 2 insignia de Literatura Compa sad Em certo sentido, ea riguisima Sea o conhecimento passou a ser utlizada co- so redute“daquilo que slo se pode casi- fica" As eelagdes anabgicas imediaas sio simpli, evidentes e dsinteresantes. Uma ver que asim sejam,nio hi necesidade de seem dersonatradasA demonstragio 12 6 palha nas fies dos pr6pris abjetos compa ‘dos. Evilentemente os tragos amalégicos entre dois objetos de pesquisa sio ports fundameniis para que s# pois adentrar camadis mais sts, mais complons, que ruitas vezes nos conduzem 2 resultados fecundat. Dai s complementagio dé Umbero Eco 3s pulavras de Roman Jakobson: as relagbes analogicas mas fecun- as consistem em ports de entrada para que se detectem modelr einai rai rigoroios ‘que, na verdade, vio buscar correspondén- as, equvslencas homoligias entre estrura- rs disinns. As similridades estraturais ‘contistem em fandamentos internos ¢ abi= ‘ator aos stems comparados que podem ser compreendidos pelo arcabougo arguited- rico que o5constici. Uso aqui o signe argui- teénico no sentido metafirico, querendo falc do teor construtvo do trabalho de ace ve implica procedimentos imprescindiveis para sua realizacio, Buscar as equivaléncias hhomologicas entre sistemas distintos &veri- ficar posiveie correspondénciae entre tis procedimentos ¢ também verfcar as dife- rengas de operacionalizagio de recursos ‘oferecidos por cada um dos mes expresi- vos, Foram esas posibildades de se estabe- lecerem analogias fecundss, que padesiem ‘noe condutis 3 homologias de ett, que ‘me conduriram aoe extudos das artes com paradas, elegendo dois objets expecticas:a poesia lirics es pinta HHS alguns anos ~ posso dizer muitos anos, pos tati-se da décads de 70-—ronda- ‘a meu espiivo uma ida xa que chegou a roubar vias censs de minhasariculayes ments, Tatsva-se da questio do. mov mento absirata que ia e vinbs entre a ex presto poética © a expresso plistica, Baas sas expresbes tdo distinnas, wma formada pelos sign arifcins e 3 utes pelos sgnos natucas? pateciam comunicarse por sas lingua distints ¢ entecrucarse na prod Bo de senidos, Ao ler um poema, confor- me o poem, surgia em minha mente uma espécie de diagrama, deineando um dese ‘ho que nem sempre possufa um referent efinido. Ao contiri, quanto menos se 2 Bes dean dein pel ADE Jer-spte DU BOS sce pce Reis ais opie epee, GenePai, Shine, 1982p UL. Reingeso dia de Pa, 77s oa rinses pads ex 1728. fini © detenho, mie enriquecedar ce ocaava 0 fenémneno para ome espiivo, Os procedimentos constutivos do texto part iam querer determinar uma figura que expressase seus sentidos. liso fee com que me voltse 3 observagio de obnas de arte plitica de artis de minha prediesio (Cézanne, Mir6, Kandinsky, Mondrian, Paul Klee, René Magrie...e 2 mesma sensa¢io de aveso me atavessava 0 espitito: 36 rela 684s ere categoriasplisticas determina vam indeSnivel que #6 @ poema conse agin engendrat.E 0 que era mais fxcinante =e 20 mesmo tempo incémodo~residia no fato de que, ates de encontrar uma resol ‘0 para cada um dos sicernas, complexos & enigmstieos em si mesmos, pase a perceber ue um me fizis compreender um pouco mais 0 stro ¢ vice-vers, Tiatarnse da rmanifesagio do podtico, engendrado por ios distintos de expredo, mas cujo cai- ter singular advinhs, em todos les, do ‘modo de construgio que acabsva sempre no rmesmo rewlade: a composiio da metifo- ra, Entretinto, cada uum delee prviepiava, ‘em si, gragas a préprio meio de que ambos se valam, intincias sensoriis ¢ abstatas disnsas:na poesa pelo ritmo engendrado, co diagrams emergentee primordial: pin tur, plas clades nstaueads, emergéncia do postico, por formas tansfiguradas no ‘spare © recompostas ma simultaneidade do tempo. Mas isso era findsmental como Ponto de patda eno como ponto de che- ‘ada. Na chepada, muitas vezes cles se con- fandiam e niso resdia o fscnio de minhas perscrutaes. Anos depois, ji complet mente envolvdo por esse univeso inerse- ‘missico, buscando mas teoias e na bistéria da cultura os ingredientesnecesiios para a formulagio de minbas percepcées, I 3s rellexdes de Vasily Kandinsky" o grande Pinto absaate sobse"o esprieual na arte" © Fetes tonlias ete Uta tes isis ‘enconteinele pontos de convergéncia gue :uite me ausiarm na elzboragio de con- eppes sobre a relagdo enue sistemas dis tintos Anaiando, especiicamence 2 situa sodas artes do final do século XIX, 0 pin- (Dr se refere a um fenmeno bastante inte resante: artistas pertencentes a sistemas dis ints passaram a estabelecer Sntimas rel (Ges de apreximacio ene si. A propésita, Paul Valéry coments 0 mesmo fenémeno sum de seus dlkimos textos, denominado Sowwentspotiques, que consist numa con- cia pronunciada em Bruxelst, em 1942, anotada por um ouvinte. Comenta sobre a amizade de alguns pintoresimpres- sioniss com poets, sobretado Mallarmé, ‘com quem mantinham reunies ovdiniias, siscutindo questées estéxicas, relerindo sobre a arte visa e buscando cada um, a tsséncia de sua propria arte. Segundo Kandinsky, cada artita patiow 3 procure com certs pesisténca, a natura de seu bjeto, a naturezs de sua linguagem. Chega 2 stetizae ayucle Rudsueno por meio da Conhecida fase de Sécrates:"Conhece-te a ti mesmo”, que, de modo muito pardecla, estou a reger uma das vertentes da moder Hidade, nso sesidindo um paradox doe mais marcantes: 20 procuat 2 euincia de préprio meio de producio, cada arta Fasou mais e mais a observa, colocar sua xengio no sistema Visinho. Enwesnto, na sintese dese paradox enconteace a rexpor= ta para tal fenémenc: 2 questio dos limites fos virios sistemas de signos, dos vitios nnsios de expressio. Mais do que + questio foronlmene 2 ode eng 1 bo de compos gia soars © go te wepo ta ohn deste Ao ge tea crn elev eno de eben qu ov inde nerd d= Sao da mses #30 sano de pian Concgenle 0 gue detndemos come “Sr ds mie ai anterior mente 1 nos smote less eV ancy que mosino eter prado Gira oa psagem do sel, tame empress posse Camentsposia is) oma ae So ten foNs pop mare do igo Bgiico Senta por Saute «apres por fest tem ea tempore ume thor component insineco. Eaten ‘peso ateme do veo ve ean ds grandes anos da rode, pes frou rua ede composconl gv 7 Nontop FRYE, "Cita ca: tors dor simbole At eit, Sd Pats Cali 7, sem. negar sua naturees temponil, sangou para as modalidadss espaciais Desnecessixio neste ensaio exemplifcarmos tal fenémene, dada a constincis dase procedimento ds palavra posta na condicio material da folha fem branco, que por i mesma deixou de ser fom repositério de versos para se tomar parte dos sentidos construidos ou sugeridos ppelas possibildadss ds montagem. Ainds mais: tais procedimento vio além do verso, ‘marcando as composgbes narrativas moder- ras que tém o seuiniio antes de Rimbaud, ‘mas obras de artists como Gustave Flsubert les passam 2 ize ds metonimi o sea fio de prumo, o que eva Marcel Prous vler- se da metifora csi olen para se refer 40 trabatho do autor de Madane Boson: As ‘stratégias de motvagio do signo se expan- diam para a fas ou pars © verso, bem como para 2s suas relagbes discursive 6 nfo 4 possivel imaginarmos uma leturalegiima de um grande poems lirica de nota século sem adentearmos sus estratura compericio- nal, sua distibuigas no espa, sua dimensio itifica, bem comp as deestruturagder de palavras, © conereto universo sonore que ‘muita vezes parece dominar 2 infia-estru- ‘urs do texto; enfim, 2 materalidede do dit. curso poética. Muits vere, 0 espap9 entre 5 signos ou a cistibuigio do signo no ‘espago do poema & responsivel por efeitos de sentido que jamais seriam conseguidos se ‘nos mantvéssemos apenas na efera da tem= oralidade. Até mesmo esa temporalidade € rmuits vezes enriguecida, & expandida na csfera do poems, grap 408 procedimentos 6e teor espacial dos elementos consitivas o texto, so tudo € verdade, mesmo anter de considerarmos + patiipasio da leivor {sem todos exes casos, é decisiva.A poe- Sia que se iniciou no século XIX e que se eservolveu no século XX nfo preseinde eae Soeligeas ene Hotes pias do otho do Ieitor-cbservador. A sus cont= ‘ante procurs de uma iconiaagio ou de uma cspécie de diagramagio mental exige que o- leitor “olbe” para sta organzapio grfica, observe o seu desenho até mesmo para que poss aproximarse um poco mais de sua verdadsia entonagio, ergo decsiva dessa forma de poesia, Nao nos referimos aqui a toma espécie exclusiva que se relia « prior no espaga, como a poesia concretae, mais recentemente, a poesia visual Por outta lado, 20 tocar essa questio, nto podemos ignosar as marcas da poesia concteta ma tra~ Jetria a poesia contemporines, sobretudo 1 brasil, Dirsevia que 4 meade do sécula a0 Bra carcterizou-se pela segunda crise do ‘vets, entendendo que a primeira ¢ deciciva ‘rise se dew no final do século XIX com a potsia d= Rimbaud e de Mallamé. A ques~ {do dos limites dos signos das virie artes, questionados ¢ ampliados por ees dois sgondes poets, inzodusiu de mancira mais acid o problema do epago no matamen- £0 do signo poético nz poets lirica, No Brasil do final da década de 50 ¢ durante at Aéeadas de 60 €70,0 que ocorrew foi um i= ‘enso movimento da poesia concredist, ide~ rado sobretudo pelor conhecidos itmios Campos ¢ por Décio Pignitari.O exficela- ‘mento do verso confers lugar a dimensbes utes que a palavra pode ocupie, por meio de saz materatdade e de seur didlogos, ‘como os procedimentos anageamsticos den tro de uma outa sintaxs, uma sntaxe quase plisica que confere um espécie de mecanis- ‘mo lidico por excelénci apresentando 0 potencial do verbo numa condigio de nio- vetho, antinareatvo e altmente metonimi-

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