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Unidade 1: BIOLOGIA BÁSICA

1.1 Revisando a biologia da célula

O controle e direcionamento da atividade celular pelo ser humano como fruto de


grandes esforços de pesquisa científica trouxeram ao longo do último século muitos
benefícios práticos para a saúde, sociedade, economia e ambiente da civilização
passada e contemporânea. Em função dos avanços revolucionários da biotecnologia
nos últimos 20 anos o engenheiro ambiental precisa de dominar novas ferramentas
tecnológicas geradas nesse campo para poder servir melhor a sua sociedade. Neste
capítulo pretende-se refrescar a memória e, principalmente, assegurar que o
estudante consolide um mínimo de conhecimento sobre a grande variedade de formas
e tamanhos de células que tantos benefícios têm trazido ao ser humano ao longo de
milênios.

1.2 A célula: unidade fundamental dos seres vivos

A superfície de nosso planeta é habitada por uma grande diversidade de criaturas


vivas que têm como unidade fundamental a “célula”, que assimila substâncias de suas
vizinhanças e as utiliza como matéria prima para gerar cópias dela mesma.

O estudo de uma célula individual pode nos levar a descobrimentos importantes que
podem ser usados para entender um organismo multicelular completo. De forma geral,
uma ampla variedade de organismos compartilha muitas características comuns na
sua estrutura e função. Isto nos permite fazer uma extrapolação do conhecimento
obtido de experimentos com células de um organismo a células de outros. Fazer isso
implica em tomar os devidos cuidados para não universalizar esse novo
conhecimento, lembrando que as células são apenas muito semelhantes, não
idênticas. Para começar a enxergar esse limiar, os conceitos biológicos chave
apresentados a seguir de forma bastante sintética serão muito importantes.

1.3 A diversidade biológica

Células vivas podem ser encontradas em qualquer lugar onde exista água em estado
líquido. Os níveis certos de temperatura, pH e umidade para um bom desenvolvimento
variam de um organismo para outro.

Organismos podem ser encontrados nos ambientes mais extremos apresentando uma
enorme variedade de formas, tamanhos e capacidades metabólicas. Esta grande
diversidade dá ao ser humano a oportunidade de explorar uma imensa quantidade de
ferramentas úteis. Para o aproveitamento inteligente dessas ferramentas uma
classificação sistemática desses organismos se faz necessária.

A taxonomia é conhecida como a arte de classificação biológica. A unidade básica


nesta classificação é a espécie, a qual é caracterizada por um alto grau de
similaridade em propriedades físicas e biológicas e diferenças significativas das
propriedades dos organismos relacionados. As espécies são nomeadas por uma
nomenclatura binária na qual a primeira palavra, que começa com maiúscula, é o
gênero ou nome genérico e a segunda palavra é o nome específico, normalmente um
termo descritivo. Em material escrito o nome completo é destacado usando formato
itálico ou sublinhado: Exemplo: Saccharomyces cerevisiae ou Saccharomyces
cerevisiae.

As mais importantes categorias da hierarquia taxonômica, organizada na ordem em


que devem ser empregadas, são: reino, divisão (ou filo), classe, ordem, subordem,
família, gênero e espécie.

Todos os sistemas biológicos, desde os microorganismos ao homem, possuem suas


exigências nutricionais que também pode servir de critério para sua classificação. No
caso das bactérias utiliza-se a seguinte classificação:

1) Fonte de energia:
a) Fototróficos: organismos que são capazes de utilizar a energia radiante;
b) Quimiotróficos: organismos que obtém a energia para as suas atividades a
partir de reações químicas que podem ocorrer na ausência de luz;

2) Fonte de carbono:
a) Autotróficos: organismos que podem se desenvolver completamente através de
uma dieta inorgânica, usando CO2 ou carbonatos como única fonte de carbono;
b) Heterotróficos: organismos que não podem usar CO2 como fonte exclusiva de
carbono, mas necessitam em adição aos minerais, uma ou mais substâncias
orgânicas, como glicose ou aminoácidos, como fontes de carbono;
3) Fontes de nitrogênio: nitrogênio atmosférico, compostos inorgânicos
nitrogenados, ou outros derivados de nitrogênio;
4) Fontes de enxofre e fósforo: enxofre elementar, enxofre inorgânico ou enxofre
orgânico;
5) Fontes de elementos metálicos: sódio, potássio, cálcio, magnésio, manganês,
ferro, zinco, cobre e cobalto;
6) Fontes de vitaminas.

Depois de determinar os nutrientes apropriados ao cultivo das bactérias, é necessário


determinar o ambiente físico no qual estes microorganismos irão melhor se
desenvolver. Os três principais fatores físicos que devem ser levados em consideração
são: a temperatura, o ambiente gasoso e o pH.

Desde que a atividade microbiana e o crescimento sejam manifestações da ativação


enzimática, e desde que as taxas de reações enzimáticas aumentem com o aumento
da temperatura, a taxa de crescimento microbiano é dependente da temperatura.
Dependendo da faixa de temperatura na qual elas crescem, as bactérias são
classificadas como psicrofílicas, mesofílicas, ou termofílicas. As faixas de temperatura
na qual cada grupo é capaz de se desenvolver e as temperaturas ótimas estão
sumarizadas na Tabela 1.
Tabela 1. Faixa de temperatura aproximada para o crescimento de várias bactérias.
Tipos de Faixa de temperatura Temperatura
Bactérias para crescimento Ótima
Psicrofílicas -7 ~ 35oC 20 ~30oC
o
Mesofílicas 7 ~ 45 C 30 ~ 40oC
o
Termofílicas 40 ~75 C 45 ~ 60oC

Por outro lado, algumas células requerem oxigênio para seu crescimento e
metabolismo. Estes microorganismos são chamados de aeróbios. Outros
microorganismos são inibidos pela presença de oxigênio e crescem somente
anaerobicamente (anaeróbios). Outros têm a capacidade de crescer em ambas
circunstâncias, razão pela qual são facultativos. Ainda se conhecem microorganismos
que apresentam um ótimo crescimento em condições de baixa concentração de
oxigênio, são os microaerófilos.

Em processos aeróbicos, as aplicações microbiológicas mais importantes são a


fabricação de vinagre, alguns antibióticos e suplementos alimentares para animais
(ração).

Em processos anaeróbicos as principais aplicações estão na produção de alguns


álcoois (inclusive etanol) e digestão de resíduos orgânicos.

Algumas bactérias têm a habilidade de formar endosporos sob condições adversas.


Esporos são formas inativas de células capazes de resistir ao calor, à radiação e
substâncias químicas tóxicas. Quando os esporos retornam à ambientes apropriados
ao funcionamento celular, eles podem germinar e formar células normais, funcionais.

Existem dois grupos maiores de bactérias que se apresentam na forma de esporos: a


espécie Bacillus, que são aeróbicas e a espécie Clostridium, que normalmente são
anaeróbicas, morrem na presença de oxigênio no estado vegetativo, mas originam
esporos que não são afetados pelo oxigênio. Algumas bactérias, que no estado
vegetativo morrem rapidamente a 45oC, podem formar esporos que sobrevivem em
água fervente por várias horas. Conseqüentemente, quando se tenta matar
microorganismos por aquecimento (esterilização por aquecimento) e por outros meios,
a capacidade de formar esporos da bactéria pode criar sérios problemas.

1.4 Estrutura das células

É importante para o engenheiro conhecer as características dos diferentes tipos de


células, especialmente as que se referem às necessidades nutricionais, taxas de
crescimento e de liberação de produtos, formas de reprodução, assim como, a
capacidade e meios de locomoção. Estes fatores são de grande importância nas
aplicações práticas em que participam células. Outro aspecto de grande relevância é
as diferenças de morfologia, ou seja, a diferença entre dimensões, forma física e
estrutura entre os vários tipos de organismos. A morfologia de uma célula tem
influência na taxa de transferência de massa de nutrientes e também pode afetar as
características (mecânicas e dinâmicas) do meio de cultivo circundante.

1.4.1 Células Procariontes

Estas células têm como características:

a) Não possuem membrana envolvendo o núcleo;


b) são relativamente pequenas e simples e não se associam a outras células, são
unicelulares;
c) as células possuem apenas duas regiões internas distinguíveis
estruturalmente: o citoplasma e a zona nuclear (ou nucleoplasma);
d) podem ser esféricas, espirais ou em forma de bastonetes e sua dimensão é de
0,5 a 3 µm. Seu volume é da ordem de 10-12 ml por célula, sendo 50 a 80%
água.
e) crescem rapidamente e são muito comuns na biosfera;
f) são bioquimicamente versáteis pois se adaptam facilmente ao meio ambiente,
aceitando uma grande variedade de nutrientes;
g) devido ao seu rápido crescimento e sua versatilidade, são muito utilizadas em
pesquisas biológicas e processos bioquímicos.

Na Figura 1a estão ilustradas as características básicas da célula procarionte. A célula


está envolvida por uma parede rígida, com aproximadamente 200Å de espessura.
Esta parede confere forma e rigidez à célula, pela qual ela pode resistir a uma ampla
variedade de ambientes externos. Imediatamente dentro desta parede está a
membrana celular, a qual tem geralmente uma espessura de 70 Å. Esta membrana
tem uma estrutura geral comum para as membranas encontradas em todas as células.
Estas membranas possuem uma importante função: elas, em grande parte,
determinam quais as espécies químicas que podem ser transferidas entre a célula e
seus ambientes, bem como a taxa desta transferência. Dentro da célula está presente
uma ampla, mas não muito bem definida, região denominada zona nuclear, a qual é o
centro de controle dominante das operações celulares. A zona nuclear contém ácido
desoxirribonucléico (DNA), o qual contém informação genética que determina a
produção de proteínas, outras substâncias e estruturas celulares. As manchas escuras
granulosas que aparecem no interior da célula são os ribossomos, que são os sítios de
importantes reações bioquímicas para síntese de proteínas. Os ribossomos são
compostos por proteínas e ácido ribonucléico (RNA). O citoplasma é o fluído que está
ocupando o restante da célula e o citosol é a suspensão coloidal de grandes
moléculas orgânicas. Nesta figura não é possível visualizar, mas existem regiões
chamadas de grânulos de armazenagem.

Na alga azul-verde (cianofícea), outra membro desta família, novamente estão


presentes os ribossomos, a zona nuclear e a parede celular. Este microorganismo,
porém, é constituído por um mecanismo bioquímico que permite utilizar a luz solar
como fonte de energia, uma capacidade verificada pela presença de membranas
fotossintéticas.

A Figura 1 ressalta algumas das principais diferenças entre as células procariontes e


eucariontes.
1.4.2 Células Eucariontes

Estas células tem como características:

a) possuem membrana envolvendo o núcleo;


b) normalmente são de 1.000 a 10.000 vezes maior do que os procariontes;
c) todas as células de organismos superiores pertencem a esta família;
d) sua estrutura interna é considerada mais complexa do que a das células
procariontes;

A célula é envolvida por um plasma, uma membrana similar à encontrada em


procariontes. Na superfície externa dessa membrana há uma camada celular,
ou parede.

( (
a b
Figura 2. Estrutura interna de células: (a) procariótica (b) eucariótica

Um complicado sistema de membranas, denominado de retículo endoplasmático,


interliga a membrana celular ao interior da célula. Nestas células o núcleo é envolvido
por uma membrana porosa e sua principal função é controlar a atividade catalítica dos
ribossomos. Estes ribossomos, que são sítios reativos vistos em procariontes também,
estão fixados na superfície do retículo endoplasmático. Os ribossomos são de certo
modo análogos a cristalitos de metal impregnados dentro de suportes porosos para
catalisar reações químicas nos processos industriais. Um retículo endoplasmático
altamente invaginado tem a mesma finalidade que um suporte poroso tem para os
metais catalíticos: ele aumenta a área superficial disponível por unidade de volume.

O núcleo é envolvido por uma membrana dupla com poros de 40 a 70mµ de diâmetro,
contendo cromossomos citologicamente distintos. O núcleo controla as propriedades
hereditárias e todas as atividades vitais da célula. Os cromossomos são corpos longos
encontrados nos núcleos das células. Esses núcleos contém os genes organizados
em seqüência linear como nucleoproteínas (proteínas mais ácido nucléico). Existem
outras regiões internas envolvidas por membranas unitárias que são conhecidas
coletivamente como organelas. Catalisando reações que são a principal fonte de
energia da célula, as mitocôndrias são organelas com uma estrutura interna
extremamente especializada e organizada. As mitocôndrias contêm enzimas
transportadoras de elétrons e estão presentes em todas as células eucarióticas que
utilizam oxigênio no processo de geração de energia. Nas células fototrópicas, as
quais utilizam a luz como fonte primária de energia, o cloroplasto é a principal organela
responsável pelo fornecimento de energia à célula.

O complexo de Golgi, os lisossomos e os vacúolos são as organelas restantes e, em


geral, eles servem para isolar as reações químicas ou certos compostos químicos do
citoplasma. Esta separação é desejável, seja do ponto de vista da eficiência da
reação, seja do ponto de vista da proteção de outros componentes celulares do
conteúdo agressivo dessas organelas.

Uma comparação mais detalhada entre procariontes e eucariontes pode ser


observada na Tabela 2. Recentemente tem-se mostrado que as diferenças entre
células eucarióticas e procarióticas são mais complexas do que se pensava. Existem
evidências de que um ancestral universal deu origem a três diferentes formas de vida:
eucariotos, eubactérias (ou bactérias verdadeiras) e arqueobactérias. Na Tabela 3
podem-se observar as diferenças mais marcantes destes grupos.

1.4.3 Tipos importantes de células

Tabela 2. Uma comparação entre procariontes e eucariontes.

Característica Procariontes Eucariontes

Genoma:

No de moléculas de Uma Mais de uma


DNA

DNA em organelas Não Sim

DNA observado Não Sim


como
cromossomas

Membrana nuclear Não Sim

Divisão mitótica e Não Sim


meiótica do núcleo

Formação de Sim Não


diplóide parcial

Organelas:

Mitocôndria Não Sim

Retículo Não Sim


endoplasmático

Aparelho de Golgi Não Sim

Aparelho Clorosomas Cloroplastos


fotossintético

Flagelos Proteína única, Estrutura


estrutura simples complexa, com
microtubos

Esporos Endósporos Endo e exo-


esporos

Resistência ao calor Alta Baixa

1.4.3.1 Bactérias

a) As bactérias mais freqüentemente estudadas medem aproximadamente, 0,5 a


1,0 por 2,0 a 5,0 µm;
b) são organismos geralmente envoltos por uma parede rígida;
c) em muitas espécies a superfície externa da parede celular é recoberta com
uma camada viscosa e pastosa denominada cápsula ou camada de muco;
d) são tipicamente unicelulares, podendo existir em 3 formas básicas: esférica,
espiral e bastão (Figura 3);
e) a maioria não pode utilizar energia luminosa;
f) são capazes de se mover e de se reproduzir por divisão em 2 células filhas
(fissão binária, vide Figura 4). O processo de fissão binária envolve várias
etapas: alongamento da célula, invaginação da parede celular, distribuição do
material nuclear, formação da parede celular transversa, distribuição do
material celular em duas células, e separação em duas novas células. Este é
um processo de reprodução assexuada.

Tabela 3. Divisão recente dos principais grupos celulares definidos em base a critérios
evolucionistas.

Grupo Estrutura Propriedades Grupos


celular constituintes

Eucariotos Eucariótica Multicelular; Plantas


diferenciação (sementes de
extensiva de plantas,
células e tecidos. samambaias,
musgos).
Unicelular,
cenocítica ou Animais
micelial, pouca ou (vertebrados,
nenhuma invertebrados)
diferenciação. Protistas (lgas,.
fungos,
protozoários)

Eubactéria Procariótica Química celular Maioria das


similar aos dos bactérias
eucariótos

Arqueobactéria Procariótica Química celular Metanogênicos,


diferenciada halofílicos,
termoacidófilos

1.4.3.2 Leveduras
Estes microrganismos:

1) constituem importante subgrupo dos fungos;


2) não são capazes de extrair energia da luz solar;
3) são células simples e pequenas, de 5 a 30 µm m de comprimento por 1 a 5 µm de
largura;
4) possuem reprodução assexuada
ssexuada (brotamento e divisão)
divisão) e sexuada (conjugação de
2 células haplóides para formar uma célula diplóide). Vide Figura 5.

Na reprodução por brotamento, uma pequena célula descendente começa a crescer


ao lado da célula-mãe;
mãe; a separação física da célula-filha
célula da célula-mãe
mãe pode não ser
imediata, e a formação de um aglomerado de células de levedura
levedura envolvendo várias
gerações é possível. A Fissão ocorre pela divisão da célula em duas novas células
iguais. A reprodução sexuada ocorre pela união de duas células haplóides (cada uma
tendo um único cromossomo) com a dissolução da parede adjacente pa para formar
uma célula (2

Figura 3. As três formas mais comuns encontradas nas bactérias.


Figura 4. Esquema da multiplicação bacteriana por fissão binária transversa.

cromossomos por célula). O núcleo na célula diplóide suporta uma ou várias divisões e
forma ascosporos; cada um desses eventualmente torna-se uma nova célula haplóide
individual, a qual pode então suportar reprodução subseqüente por brotamento,
fissão, ou novamente fusão sexuada. Os ascosporos, que são um estágio normal no
ciclo reprodutivo destes organismos, não devem ser confundido com os endosporos,
os quais são um mecanismo de defesa contra ambientes antinaturais.

Na produção de bebidas alcoólicas, as leveduras são os mais importantes micróbios


industriais. Em adição a fabricação de cervejas e vinhos, as leveduras anaeróbicas
produzem álcool industrial e glicerol. Servem também como suplemento protéico de
alimentação animal.

1.4.3.3 Bolores

Sobre estes microrganismos pode-se dizer que:

1) são fungos superiores com uma estrutura vegetativa denominada micélio;


2) os micélios são compostos por hifas (sistema de ramificação tubular) e em alguns
casos podem ser muito densos;
3) os bolores não contém clorofila e eles geralmente não se movem;
4) sua reprodução, que pode ser sexuada ou assexuada, é tipicamente realizada por
meio de esporos (vide Figura 6).

Algumas ramificações dos micélios podem crescer no ar e esporos assexuais


chamados de conidios são formados nestas
Figura 5. Reprodução de leveduras por gemulação assexual (nas fotos). Os números
indicam o tempo transcorrido em minutos. A figura superior mostra além da
reprodução assexuada (gemulação e fissão) o ciclo de vida com reprodução sexual.

ramificações aéreas. Os conídios são aproximadamente esféricos em estrutura e


freqüentemente pigmentados.

Bolores usualmente formam células longas altamente ramificadas e podem crescer


facilmente em superfícies úmidas e sólidas com nutrientes (vide Figura 7). O tamanho
típico de um filamento é de 5 a 20µm. Quando crescem em cultura submersa os
bolores formam agregados em forma de contas (pellets). O tamanho típico de um
pellet varia entre 50µm a 3mm dependendo do tipo de bolor e das condições de
crescimento.
Figura 6. (a) A estrutura micélial
micéli dos bolores. (b) A hifa do Aspergillus e Pencillium,
que são duas variedades de bolores
bolor importantes industrialmente.

A formação de pellets pode causar alguns problemas de transferência de massa


(nutrientes) no seu interior, especialmente do oxigênio necessário na respiração do
bolor. Por outro lado, a formação de pellet reduz a viscosidade do meio, condição que
pode melhorar a transferência de oxigênio.

As classes mais importantes industrialmente são os Aspergillus e Penicillium. Os


produtos mais utilizáveis destes organismos incluem os antibióticos, ácidos orgânicos
e catalisadores biológicos.

A linhagem A. niger normalmente produz ácido oxálico (HO2CCO2H). Limitações de


nutrientes de fósforo e certos

Figura 7. Estrutura e reprodução assexual dos bolores.


metais como ferro, manganês e cobre, resultam na produção de ácido cítrico
[HOOCCH2COH(COOH)CH2COOH]. Este método de limitação é a base para o
processo bioquímico comercial de produção de ácido cítrico.

Uma melhora na produção de penicilina foi alcançada pelo uso de radiação ultravioleta
de esporos do Penicillium com a finalidade de produzir mutantes na linhagem do
Penicillium original.

Um outro exemplo importante do uso da genética na engenharia bioquímica é a


tecnologia do DNA recombinante, que provém de um controle cuidadoso e alterações
genéticas em certos organismos.

Existem também os actinomicetos, que são um grupo de microorganismos com


algumas propriedades de fungos e outras de bactérias. Estes organismos são
extremamente importantes na produção de antibióticos, porém são suscetíveis a
infecções e doenças causadas por vírus.

1.5 Algas e Protozoários

Estes eucariontes são relativamente grandes e possuem uma estrutura bem


organizada. Como exemplo, temos a alga Euglena, que possui flagelos para
locomoção, falta uma parede rígida e possui uma mancha sensitiva a luz. A célula,
guiada pela mancha, se move em resposta a estímulos pela iluminação. Muitas
diatomáceas (outro tipo de alga) possuem exoesqueletos de arquitetura complexa os
quais são impregnados com sílica. Estes exoesqueletos são amplamente empregados
como agente filtrante na indústria.

As algas possuem interesses comerciais que estão concentrados no seu


aproveitamento como gêneros alimentícios e suplementos alimentares.

Assim como as algas podem ser vistas como plantas primitivas, os protozoários, que
não podem aproveitar a energia luminosa do sol, são considerados animais primitivos.

Embora os protozoários não sejam empregados na manufatura industrial de outras


células ou produtos, suas atividades são significativas entre os microorganismos que
participam do tratamento biológico de resíduos. Esses processos são amplamente
utilizados em grandes centros urbanos e grandes plantas industriais ao redor do
mundo. Nesses casos uma mistura complexa de diferentes nutrientes estão presentes
em esgotos e resíduos industriais, precisando para o tratamento biológico desses
rejeitos da sociedade uma grande e variada coleção de diferentes organismos. Esses
organismos competem por nutrientes, devoram uns aos outros e interagem de
diversas formas, de acordo com as características desses sistemas ecológicos em
escala pequena.

1.6 Células de plantas e animais


A utilização destas células faz parte do que se conhece hoje como “tecnologia de
cultivo de tecidos” para produção de vários compostos de alto valor agregado que que,
demandam para sua síntese,
síntese equipamento enzimático bastante complexo. Sendo
ambas, células eucarióticas, estruturalmente apresentam uma complexidade muito
maior que as procarióticas. Coerente com isso, os dois tipos de célula possuem núcleo
e várias organelas dentro do citoplasma (vide
( Figura 8).

Muitas vacinas, medicamentos de última geração e outras utilidades bioquímicas são


produzidas pelo crescimento de células animais em biorreatores, isto é, pela
propagação celular fora do animal.

Melhorias nas técnicas de cultivo para estas células derivadas de tecidos e métodos
emergentes de manipulação genética para células de plantas e animais oferecem
grande potencial de expansão para utilização comercial destas células superiores.

Visto que as plantas produzem muitos compostos importantes comercialmente


incluindo perfumes, tintas, remédios, entre outros, há um potencial significante para
futuras aplicações da cultura celular de plantas.

1.5 Considerações finais

Na nossa breve jornada através deste capítulo aprendemos a enxergar a relevância


relevância do
estudo da estrutura da célula e de sua classificação como parte de um mundo
extremamente diversificado que oferece grandes benefícios potenciais para o ser
humano. Esse conhecimento, complementado com o do capítulo 2, vai ser de crucial
importância
ância para maior aproveitamento da leitura nos capítulos restantes.

Figura 8. Esquema de dois tipos primários de células eucarióticas.


eucarióticas. Nenhum dos
esquemas está completo, mas cada um resume as principais diferenças e
semelhanças de cada célula.

1.6 Sugestão para estudos complementares


Para leitura adicional, consultar:

1. Atkinson, B., Mavituna, F. Biochemical Engineering and Biotechnology Handbook.


2a ed., Stockton Press, New York, 1991.
2. Bailey, J. E., Ollis, D. F. Biochemical Engineering Fundamentals. 2a ed., McGraw-
Hill, New York , 1986.
3. Shuler, M. L., Kargi, F. Bioprocess Engineering. Prentice Hall, Englewood Cliffs,
1992.

Para exercícios didáticos e visualização de imagens:

http://www.cellsalive.com/

http://www.biology.arizona.edu/cell_bio/cell_bio.html

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