Raul Bopp (1898-1984) foi um poeta, cronista e jornalista brasileiro. Fez parte
da Primeira Gerao do Modernismo e foi tambm diplomata. Nasceu na Vila Pinhal,
que pertencia ao municpio de Santa Maria, Rio Grande do Sul, no dia 4 de agosto de
1898. Descendente de imigrantes alemes fixados no Rio Grande do Sul com um ano
de idade mudou-se com a famlia para Tupanciret. Em 1914 realizou vrias viagens
pelo Brasil, exercendo diversas profisses, desde caixeiro at pintor de paredes. Em
1917, de volta a Tupanciret iniciou seus trabalhos como escritor com a fundao dos
semanrios O Lutador e Mignon.
Em 1918, Raul Bopp ingressou na Faculdade de Direito de Porto Alegre,
estudou tambm no Recife, Belm e Rio de Janeiro. Em 1920, percorreu
demoradamente a Amaznia, extraindo da natureza dessa regio os motivos para a
elaborao de uma futura obra.
Em 1926, foi para So Paulo, onde manteve contato com o Grupo Verde
Amarelo, de Plnio Salgado, Menotti del Picchia e Cassiano Ricardo. Em 1928,
aproximou-se de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, integrou o Movimento
Antropofgico e acabou gerente da Revista de Antropofagia.
Em 1931, Raul Bopp publicou o poema narrativo Cobra Norato, inspirado em
sua ida Amaznia, concebido a princpio como um livro para crianas, tornou-se uma
das melhores realizaes do Movimento Antropofgico. A estrutura da obra pico-
dramtica, tendo como contedo as aventuras de um jovem que estrangula a Cobra
Norato na selva amaznica. Publicou tambm: Urucungo, Poemas Negros e
Poesias (1947).
Como jornalista e diplomata, Raul Bopp viveu em Los Angeles, Sua, Rio de
janeiro, Braslia e Porto Alegre. Escreve artigos e memrias, entre eles: Os
Movimentos Modernistas (1966), Vida e Morte da Antropofagia, Amrica, Notas de
um Caderno sobre o Itamaraty e Memrias de um Embaixador.
Raul Bopp faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 2 de junho de 1984.
Autor de Cobra Norato (1931); Urucungo - Poemas
Negros (1932);Poesias (1947); Antologia Potica (1967); Putirum: Poesias e Coisas
do Folclore (1969);Mironga e Outros Poemas (1978). "Bopp Passado a Limpo" por Ele
Mesmo (1972); Sambur: Notas de Viagens & Saldos Literrios (1973); Vida e Morte
da Antropofagia (1977);Longitudes: Crnicas de Viagens (1980).
A COISA TIL
Meio-dia
Mastigai o poema,
e horizontes palpveis.
Chega a noite. Toda a noite
Uma fruta (ou mesmo a harmonia),
Bate-pilo.
o agrio, as greves e as alfaces,
Coco de Pagu
MONJOLO
Eh Pagu eh!
Negro passa a vida ouvindo
Di porque bom de fazer doer.
Bate-pilo.
Mexe-mexe bamboleia
umbilical e molengo
de no-sei-o-que--que-tem.
Eh Pagu eh!
Eh Pagu eh!