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Este documento discute a legalidade do uso de samples (recortes de outras músicas) em novas composições musicais sem autorização do autor original. A lei brasileira de direitos autorais requer autorização prévia para a reprodução parcial ou integral de uma obra, o que parece proibir o uso de samples sem permissão. No entanto, a lei também prevê limitações aos direitos autorais em certas situações, como quando a reprodução for de pequenos trechos e não prejudicar a obra original, o que pode permitir o uso legal de samples em alg
Este documento discute a legalidade do uso de samples (recortes de outras músicas) em novas composições musicais sem autorização do autor original. A lei brasileira de direitos autorais requer autorização prévia para a reprodução parcial ou integral de uma obra, o que parece proibir o uso de samples sem permissão. No entanto, a lei também prevê limitações aos direitos autorais em certas situações, como quando a reprodução for de pequenos trechos e não prejudicar a obra original, o que pode permitir o uso legal de samples em alg
Este documento discute a legalidade do uso de samples (recortes de outras músicas) em novas composições musicais sem autorização do autor original. A lei brasileira de direitos autorais requer autorização prévia para a reprodução parcial ou integral de uma obra, o que parece proibir o uso de samples sem permissão. No entanto, a lei também prevê limitações aos direitos autorais em certas situações, como quando a reprodução for de pequenos trechos e não prejudicar a obra original, o que pode permitir o uso legal de samples em alg
1. INTRODUO. 1.1. O Porqu. 1.2. O Incmodo. 2. MTODO SAMPLE. 3. A
UTILIZAO DO SAMPLE. 3.1. Lei 9.610/98 (Lei Brasileira dos Direitos Autorais). 3.1.1. Primeira Concluso. 3.2. Direitos do Autor na Lei 9.610/98. 3.2.1. Segunda concluso. 3.3. Limitaes aos Direitos do Autor. 3.3.1. Terceira Concluso. 3.3.1.1. Reproduo de pequenos trechos da obra preexistente. 3.3.1.2. Que a reproduo em si no seja o objetivo principal da obra nova. 3.3.1.3. Que a reproduo no prejudique a explorao normal da obra reproduzida e que a reproduo no cause um prejuzo injustificado aos legtimos interesses dos autores. 3.4. Legislao Internacional. 3.4.1. Conveno Internacional para proteo aos artistas intrpretes ou executantes, aos produtores de fonogramas e aos organismos de radiodifuso (Decreto n 57.125/65). 4. CONCLUSO GERAL. 4.1. Resoluo do Incmodo 1. INTRODUO.
1.1. O Porqu.
Entre amigos discutamos sobre a legalidade de se usar samples em
composies sem a autorizao do autor da obra sampleada, a possibilidade de se usar trechos de outras obras de outros autores sem a infringncia de direitos autorais, enquanto fonogramas. Durante a discusso surgiram vrias opinies, como: que at 4 segundos (de sample) da obra poderia ser usada sem infringncia de qualquer direito do autor; que no haveria meno na lei a respeito de tempo e que no era legtimo qualquer utilizao.
1.2. O Incmodo.
Acreditamos que muitos pressintam do mesmo incmodo, qual seja, o de se
usar samples sem saber se esto ou na legalidade, ou na ilegalidade. Ademais, no encontramos material que trata do tema de forma satisfatria. Para resolver a questo, tentamos neste texto um norte para pr fim a esta indagao.
2. A UTILIZAO DE SAMPLE.
comum, ainda mais com a massificao dos softwares de produo e
edio musical, a utilizao de samples, que so, nada mais, que recortes de outras msicas que integram a obra que est sendo produzida. Em outras palavras, o sample decorre de uma obra j concluda, e este sample se aloja numa nova obra que tambm contm outros elementos, timbres e etc. Mais informaes em: Sampling (music)
3. A LEGALIDADE DO SAMPLE.
3.1. Lei 9.610/98 (Lei Brasileira dos Direitos Autorais).
No nosso direito interno (normas que s se aplicam no territrio brasileiro)
temos a Lei 9.610/98 que rege o instituto do Direito Autoral, neste est contida a proteo legal para os fonogramas, vejamos: "Art. 5 Para os efeitos desta Lei, considera-se: [...] VI - reproduo - a cpia de um ou vrios exemplares de uma obra literria, artstica ou cientfica ou de um fonograma, de qualquer forma tangvel, incluindo qualquer armazenamento permanente ou temporrio por meios eletrnicos ou qualquer outro meio de fixao que venha a ser desenvolvido; [...] IX - fonograma - toda fixao de sons de uma execuo ou interpretao ou de outros sons, ou de uma representao de sons que no seja uma fixao includa em uma obra audiovisual; [...] Art. 7 So obras intelectuais protegidas as criaes do esprito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangvel ou intangvel, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: [...] V - as composies musicais, tenham ou no letra;" (Grifo Nosso)
3.1.1. Primeira Concluso
Portanto, no caso sample, h uma composio musical fixada em um
fonograma. P.ex. uma composio fixada num fonograma de formato "MP3" ou "WAV". O terceiro sampleador faz um recorte (sampleia) faz a reproduo de parte do fonograma preexistente na composio da sua msica. Em outras palavras, existe uma msica X fixada num fonograma virtual (MP3), cujo artista Joo. Paulo (terceiro sampleador) est compondo msica sua, usando de sua criatividade, que futuramente a obra resultante ser a msica Z. Porm, pretende reproduzir (samplear) parte da msica X de autoria de Joo na sua obra para lhe agregar expresso, e assim o faz. Agora, o que nos interessa saber se esta reproduo depende de autorizao para no ser ofensiva a direitos autorais.
3.2. Direitos do Autor na Lei 9.610/98.
Passemos a verificar os direitos do autor, bem como os deveres dos terceiros
(os artistas que utilizaro o sample) em relao obra do autor. No Ttulo III da Lei 9.610/98 so apresentados os direitos do autor, os quais so de duas ordens: moral e patrimonial. Do art. 24 ao art. 45 da Lei, so apresentados estes, os quais se os levarmos em considerao certamente seria impossvel existir a legalidade do uso de samples. Reproduziremos aqui os dispositivos que achamos mais pertinentes, principalmente os destacados em negrito: Art. 24. So direitos morais do autor: I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; II - o de ter seu nome, pseudnimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilizao de sua obra; III - o de conservar a obra indita; IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificaes ou prtica de atos que, de qualquer forma, possam prejudic-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputao ou honra; V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada; VI - o de retirar de circulao a obra ou de suspender qualquer forma de utilizao j autorizada, quando a circulao ou utilizao implicarem afronta sua reputao e imagem; VII - o de ter acesso a exemplar nico e raro da obra, quando se encontre legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotogrfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memria, de forma que cause o menor inconveniente possvel a seu detentor, que, em todo caso, ser indenizado de qualquer dano ou prejuzo que lhe seja causado.
Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e
dispor da obra literria, artstica ou cientfica. Art. 29. Depende de autorizao prvia e expressa do autor a utilizao da obra, por quaisquer modalidades, tais como: I - a reproduo parcial ou integral; II - a edio; III - a adaptao, o arranjo musical e quaisquer outras transformaes; V - a incluso em fonograma ou produo audiovisual; X - quaisquer outras modalidades de utilizao existentes ou que venham a ser inventadas. Art. 30. No exerccio do direito de reproduo, o titular dos direitos autorais poder colocar disposio do pblico a obra, na forma, local e pelo tempo que desejar, a ttulo oneroso ou gratuito. 1 O direito de exclusividade de reproduo no ser aplicvel quando ela for temporria e apenas tiver o propsito de tornar a obra, fonograma ou interpretao perceptvel em meio eletrnico ou quando for de natureza transitria e incidental, desde que ocorra no curso do uso devidamente autorizado da obra, pelo titular. 2 Em qualquer modalidade de reproduo, a quantidade de exemplares ser informada e controlada, cabendo a quem reproduzir a obra a responsabilidade de manter os registros que permitam, ao autor, a fiscalizao do aproveitamento econmico da explorao. [...] Art. 33. Ningum pode reproduzir obra que no pertena ao domnio pblico, a pretexto de anot-la, coment-la ou melhor-la, sem permisso do autor. Pargrafo nico. Os comentrios ou anotaes podero ser publicados separadamente. [...] Art. 37. A aquisio do original de uma obra, ou de exemplar, no confere ao adquirente qualquer dos direitos patrimoniais do autor, salvo conveno em contrrio entre as partes e os casos previstos nesta Lei. [...] Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1 de janeiro do ano subseqente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessria da lei civil. Pargrafo nico. Aplica-se s obras pstumas o prazo de proteo a que alude o caput deste artigo. [...] Art. 45. Alm das obras em relao s quais decorreu o prazo de proteo aos direitos patrimoniais, pertencem ao domnio pblico: I - as de autores falecidos que no tenham deixado sucessores; II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteo legal aos conhecimentos tnicos e tradicionais. (Grifo nosso)
3.2.1. Segunda concluso
Devemos nos atentar para o disposto no inciso I, do art. 29, Depende de
autorizao prvia e expressa do autor a utilizao da obra, por quaisquer modalidades, tais como: [...] a reproduo parcial ou integral (Grifo Nosso). de se notar que depende de autorizao do autor para reprodues parciais ou totais de sua obra. O que j aparelha meios impeditivos ao uso de samples sem autorizao. Ademais, como uma luz no fim do tnel, cabe ainda observar outras regras dispostas na Lei 9.610/98.
3.3. Limitaes aos Direitos do Autor.
No captulo IV do Ttulo III da Lei 9.610/98 so fixadas as limitaes dos
direitos do autor, melhor dizendo, em que situaes a lei no proteger os direitos morais e patrimoniais sobre a obra. Eis que surge dispositivo interessante, que merece reproduo literal: "Art. 46. No constitui ofensa aos direitos autorais: VIII - a reproduo, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plsticas, sempre que a reproduo em si no seja o objetivo principal da obra nova e que no prejudique a explorao normal da obra reproduzida nem cause um prejuzo injustificado aos legtimos interesses dos autores." (Grifo Nosso) Bom, aqui aparece uma luz para a facilitao do uso do sample sem a necessidade de autorizao e sem ofensa aos direitos do autor. Para melhor entender o disposto no inciso VIII do art. 46, vamos decomp- lo. Assim, para no constituir ofensa aos direitos do autor, tem que a reproduo conter as seguintes caractersticas: a) ser reproduo de pequenos trechos da obra preexistente; b) que a reproduo em si no seja o objetivo principal da obra nova; c) que a reproduo no prejudique a explorao normal da obra reproduzida; d) que a reproduo no cause um prejuzo injustificado aos legtimos interesses dos autores.
3.3.1. Terceira Concluso.
O dispositivo acima transcrito abre novamente as portas para o mtodo
sample sem a necessria autorizao do autor da obra preexistente e sem ofensas a direitos dele. Em contrapartida, a lei prescreve as condies que a reproduo deve apresentar para que no haja ofensa aos direitos do autor e no dependa de autorizao.
3.3.1.1. Reproduo de pequenos trechos da obra preexistente.
A Lei 9.610/98, interpretada num todo, estabelece trs formas de reproduo, a saber: reproduo total, reproduo parcial e reproduo de pequenos trechos (as duas primeiras dispostas no inciso I do art. 29 e a ltima disposta no, ora discutido, inciso VIII do art. 46). A reproduo total e parcial depende de autorizao do autor. E a reproduo de pequenos trechos, atendidas as demais condies, no precisa de autorizao. Outra relao entre as trs classes de reproduo a quantidade do contedo reproduzido, sendo total, parcial e de pequeno trecho. Aqui reside um problema interpretativo, pois, o que podemos considerar reproduo de pequeno trecho e reproduo parcial? Ambas poderiam cair no mesmo lapso temporal? Sobre fonogramas quanto tempo configuraria reproduo parcial e quanto tempo, a de pequeno trecho? O que entendemos que a lei fixa que a reproduo parcial ser reproduo cujo tempo maior que a de trecho pequeno, mas em contrapartida no fixa parmetros temporais para se saber quando parcial ou de pequeno trecho. Este problema interpretativo, com certeza, dever ser resolvido na seara jurisprudencial em discusses na justia. Em pesquisa jurisprudencial encontramos apenas o julgado da Apelao n 9162883-28.2006.8.26.0000 do TJSP, que no trata diretamente do sampleamento, mas, fornece interpretao para aplicao do disposto no inciso VIII do art. 46 da Lei, o que no coloca fim a discusso, que deve ser resolvida caso a caso.
3.3.1.2. Que a reproduo em si no seja o objetivo principal da obra nova.
Importante a complementariedade desta condio com a anterior analisada.
O pequeno trecho reproduzido no pode se converter no contedo principal da obra. Aqui exsurge novamente o problema interpretativo, s que com menos intensidade do que na condio anterior. Parece-me que esta condio limita a utilizao de samples sem autorizao de vocais que marcam o objetivo principal de uma composio nova. Do contrrio, permite da utilizao de samples de percusses que nem sempre marcam o objetivo principal da obra, que assim no caracterizaria infrao aos direitos do autor e no dependeria de autorizao.
3.3.1.3. Que a reproduo no prejudique a explorao normal da obra reproduzida e
que a reproduo no cause um prejuzo injustificado aos legtimos interesses dos autores.
A reproduo do pequeno trecho no pode depreciar o valor da obra
reproduzida, de modo que sua explorao comercial no seja prejudicada. Bem como, no pode prejudicar os interesses dos autores que decorrem dos direitos a ele reservados conforme exposto acima.
3.4. Legislao Internacional
3.4.1. Conveno Internacional para proteo aos artistas intrpretes ou executantes,
aos produtores de fonogramas e aos organismos de radiodifuso (Decreto n 57.125/65). O Brasil signatrio pas que insere uma Conveno internacional no seu sistema de normas e que, portanto, tem fora e validade no nosso territrio da Conveno Internacional para proteo aos artistas intrpretes ou executantes, aos produtores de fonogramas e aos organismos de radiodifuso, a qual foi ratificada no nosso ordenamento pelo Decreto n 57.125, de 19 de Outubro de 1965. No artigo 3 da Conveno so estabelecidos conceitos legais, os quais, quase na literalidade, foram reproduzidos por nossa Lei de Direito Autoral (Lei 9610/98). Artigo 3 Para os fins da presente Conveno, entende-se por: b) "fonograma", tda a fixao exclusivamente sonora dos sons de uma execuo ou de outros sons, num suporte material; [...] e) "reproduo", a realizao da cpia ou de vrias cpias de uma fixao; (Grifo Nosso) Importante observar que na alnea b) do artigo 3 a Conveno considera como fonograma a fixao num suporte material. de se notar que a Conveno foi assinada em Roma na data de 1961, cuja poca no havia os fonogramas virtuais, decorrentes do uso dos computadores. Como vimos anteriormente, a legislao brasileira no adjetiva no conceito de fonograma a expresso num suporte material, o que admite na conceituao a insero das execues fixadas em suporte virtual. No artigo 7 so fixadas as protees aos artistas e intrpretes, in verbis: Artigo 7 1. A proteo aos artistas intrpretes ou executantes prevista na presente Conveno, compreender a faculdade de impedir: a) a radiodifuso e a comunicao ao pblico das suas execues sem seu consentimento, exceto quando a execuo utilizada para a radiodifuso ou para a comunicao ao pblico j seja uma execuo radiodifundida ou fixada num fonograma; b) a fixao num suporte material sem seu consentimento, da sua execuo no fixada; c) a reproduo sem seu consentimento de uma fixao da sua execuo: I) se a primeira fixao foi feita sem seu consentimento; II) se a reproduo fr feita para fins diferentes daqueles para os quais foi dado o consentimento; III) quando a primeira fixao, feita em virtude das disposies do artigo 15 da presente Conveno, fr reproduzida para fins diferentes dos previstos nesse artigo. (Grifo Nosso) Pelo disposto no artigo 7 da Conveno, a arte de samplear somente seria permitida desde que o autor assim o autorize. No artigo 15, a Conveno permite que o Estado Brasileiro por intermdio da Lei de Direitos Autorais fixe excees s regras do artigo 7, vejamos: Artigo 15 1. Qualquer Estado contratante pode estabelecer na sua legislao nacional excees proteo concedida pela presente Conveno no caso de: a) utilizao para uso privado; b) curtos fragmentos em relatos de acontecimentos de atualidade; c) fixao efmera realizada por um organismo de radiodifuso, pelos seus prprios meios e para as suas prprias emisses; d) utilizao destinada exclusivamente ao ensino ou investigao cientfica. 2. Sem prejuzo das disposies do pargrafo 1 dste artigo, qualquer Estado contratante tem a faculdade de prever, na sua legislao nacional de proteo aos artistas intrpretes ou executantes, aos produtores de fonogramas e aos organismos de radiodifuso, limitaes da mesma natureza das que tambm so previstas na sua legislao nacional de proteo ao direito do autor sbre as obras literrias e artsticas. No entanto, no podem institui-se licenas ou autorizaes obrigatrias, seno na medida em que forem compatveis com as disposies da presente Conveno.(Grifo nosso) Assim, a legislao brasileira sobre direitos do autor, que se faz pela Lei 9610/98, pode excepcionar os direitos protegidos pela conveno, desde que as limitaes sejam da mesma natureza das que tambm so previstas sobre as obras literrias e artsticas, bem como no haja instituio de licenas ou autorizaes compulsrias. Como examinado anteriormente a Lei 9610/98 previu estas excees estabelecendo limitaes aos direitos do autor e no ferindo a Conveno, j que atende as condies impostas no item 2 do art. 15 da Conveno.
4. CONCLUSO GERAL.
Com a exposio podemos chegar a algumas concluses.
O fonograma o suporte onde se fixa a execuo de uma composio musical. No plano material, o CD; no plano virtual, o MP3. A reproduo a cpia do fonograma, seja integral, parcial ou de pequenos trechos. O uso do sample numa composio musical a reproduo de um fonograma numa obra a ser construda, que ainda est em processo de composio, de modo que far parte desta futura composio, conforme exemplos j expostos. A reproduo em regra para ser lcita depende de autorizao do autor da obra. Excepcionalmente, quando for reproduo de pequenos trechos da obra no depender de autorizao.
4.1. Resoluo do Incmodo
Ns que somos compositores de msica, usamos constantemente samples
nas nossas composies. E frequente o uso de samples de outras msicas que nem sempre temos autorizao para reproduzir. Ento, para ser legtima a reproduo do sample na nossa composio sem a necessidade de autorizao, a reproduo h de ser de pequenos trechos da obra sampleada e atender s demais condies, conforme explanamos anteriormente. O sample reproduzido tambm no pode ser o objetivo principal da obra, seno, caso contrrio, h a necessidade autorizao do autor. A legislao fixa estas condies para que podemos samplear sem a necessidade de autorizao. Porm, estas condies no tm parmetros pormenorizados de modo que saibamos com preciso o que pode e o que no pode ser sampleado. Entendo que devemos, sim, samplear, mas, conscientes de que o sample no seja reproduo total da obra e acima de tudo no fira os interesses do autor da obra sampleada. Algo que acho que feriria os interesses do autor da obra sampleada p.ex. o compositor auferir volumosas quantias pela explorao da sua obra que contm samples do autor da obra sampleada; certamente este sentira que seus interesses foram afetados. Ou ainda, usar samples de uma obra e no reconhecer sobre estes samples o seu verdadeiro autor. Bom, esperamos com este texto ajudar a inform-los sobre o uso legal dos samples em suas composies. No pretendi esgotar o tema. Escrevi o texto na medida em que pesquisava sobre. Por favor, insira nos comentrios pontos que possam acrescer ao contedo do texto, apontamentos de erratas do texto, dvidas e o que lhe aprouver. Tentamos evitar o uso do juridiqus no texto, j que a inteno deste blog so os autores das obras que nem sempre tem formao jurdica. Obrigado pela leitura.