Uma mudana relevante no que diz respeito ao mito o reconhecimento que aquele
que migra nem sempre uma mulher. Entretanto, o tratamento das travestis, nesses casos,
atravs de uma imagem feminina. Os autores ressaltam que, em razo da marginalizao
vivenciada pela populao travesti em nossa sociedade, a prostituio se configura quase que
uma regra. J a prostituio masculina viril no algo que tem sido levado em conta no
mito.
A figura do estrangeiro tambm apresenta uma discordncia entre o mito e a
realidade. Ao contrrio do mito, em que o homem seduz a mulher para torna-la prostituta, na
realidade, alm dos casamentos que misturam amor e a profisso das mulheres, o matrimonio,
em muitos dos casos, tido como estratgia. Assim, essa figura aparece no como algum que
engana, alicia, mas como algum que auxilia nos anseios de migrar. Entretanto, o casamento
pode, em alguns casos, significar uma autoridade de um sobre o outro, j que algo que pode
ser rompido com facilidade.
s vezes, estrangeiros casam com brasileiras j sabendo que elas so
prostitutas, e nem sempre tais casamentos significam o fim da carreira da
mulher como trabalhadora sexual. Tambm temos encontrado casos de
casamentos feitos conscientemente entre prostitutas e clientes
especificamente para que um ou o outro possa se tornar estrangeiro
residente. (BLANCHETTE; SILVA, 2011, p. 88)