Nos trs casos, pistas talvez infinitsimas permitem captar uma realidade mais
profunda de outra forma intangvel. Pistas: Mas precisamente, sintomas (no caso
de Freud), indcios (no caso de Sherlock Holmes, signos pictricos (no caso de
Morelli) . (Idem, 2011, p.150)
Freud era um mdico; Morelli formou-se em medicina; Conan Doyle havia sido
mdico antes de dedicar-se a literatura. Nos trs casos, entrev-se o modelo da
semitica mdica: A disciplina que permiti diagnosticar as doenas inacessveis a
observao direta na base de sintomas superficiais, s vezes irrelevantes aos olhos
do leigo [...]. (Idem, 2011, p.150-151)
3. Anlise Epistemolgica
O autor se utiliza na obra da teoria do materialismo histrico de Karl Marx como forma
de enxergar as fontes histricas a partir de produes culturais produzidas e deixadas pelo
homem na construo de sua trajetria. Utiliza-se tambm da teoria metodolgica da
Escola dos Annales, partindo de um princpio, teoria (problemtica) que desencadeia toda
uma pesquisa j direcionada para solucionar o problema a qual se propes resolver. E por
fim, a sua marca registrada, o mtodo terico o qual se aplica o contedo do texto acerca
do paradigma indicirio: A micro histria; que se fundamenta no princpio de entender as
partes, muitas vezes marginalizadas e subestimadas, para entender o contexto do todo.
3.2 Fontes utilizadas: Sobre Morelli: E. Wind, Arte e Anarchia, Milo, 1972, p.52-
7, 166-8; R. Wolheim, Giovanni Morelli and the origins of scientific
connoisseurship, em On art and the mind. Essays and lectures, Londres, 1973, p.177-
201 (GINZBURG, p. 144); Comparao entre Morelli e Sherlock Holmes: E.
Castelnuevo, Attribution, em Encyclopaedia Universalis, vol II, 1968, p.782;
(GINZBURG, p. 145)
Este conhecimento pode ser visto em diversas reas de atuao, na medicina, onde
por meio dos sintomas o mdico consegue diagnosticar a doena; na investigao, onde
por meio das pistas e rastros o detetive pode desvendar o caso; ou at mesmo na histria
(e nas diversificadas reas das cincias humanas) por meio daquilo que no est explicito
na fonte, mas pode ser logicamente deduzvel a partir dos ndices e rastros inconscientes
deixados por ela.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
VIEIRA, BEATRIZ. Carlo Ginzburg (1939), cap. 12. In: Os Historiadores Clssicos
da Histria. RJ: Vozes: PUC-Rio, 2014, p. 241-267.