Anda di halaman 1dari 15

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo TC 00080/10
Administração Direta Estadual. Poder Executivo.
DENÚNCIA. Licitação. Pregão Presencial nº 231/2009.
Aquisição de Equipamentos Médico e Hospitalar. Vício
em edital. Conhecimento da Denúncia. Procedência da
denúncia. Recomendação de providências.

ACÓRDÃO AC2 TC 875/2010

RELATÓRIO

Cuida-se de examinar denúncia encaminhada a esta Corte de Contas pelo Exmo. Sr.
Ubiratan Pereira de Oliveira, Vereador do Município de João Pessoa, acerca de possíveis indícios de
direcionamento e preços superfaturados no procedimento licitatório na modalidade Pregão Presencial
231/2009, realizado pela Secretaria de Estado da Administração, através da Central de Compras.

O aludido pregão, não homologado, objetivou formar o registro de preços na Secretaria


de Estado da Administração –SEAD, destinado à Secretaria de Estado da SAÚDE -SES para aquisição de
equipamento médico e hospitalar, para atender aos hospitais da rede estadual, conforme especificações
cntidas no Anexo I do Edital.

Frise-se que à Secretaria de Estado da Saúde coube a responsabilidade pela descrição do


objeto (equipamentos médicos), bem como pelos pareceres técnicos.

A equipe responsável pela emissão de parecer foi formada por:

- Chistianny Onofre Brito Lira – Enfermeira e Assessora Técnica do Gabinete do


Secretário de Saúde;

- Waldemir Campos Rodrigues – Médico e Chefe do Núcleo de Assistência Hospitalar;

- Jair Vinnicius Ramos da Veiga – Major com lotação no Ministério do Exército e


Colaborador Técnico.

O valor total licitado foi da ordem de R$ 38.687.050,001.

De acordo com a documentação encartada2, foram credenciadas 14 (catorze) empresas,


foram classificadas 10 (dez) e, após encerrada a fase de lances, foram habilitadas 043 (quatro) empresas.

À vista da conclusão da Auditoria em seu relatório de fls. 160/172 e, com vistas a um


melhor esclarecimento acerca dos fatos denunciados especificamente quanto ao direcionamento e
sobrepreço especificamente nos itens do edital: 1 – aparelho de Anestesia tipo I; 06 – Monitor
Multiparamétrico para urgência; 07 – Monitor Multiparamétrico para UTI; 08 – Monitor Portal
Fisiológico Multiparamétrico com pressão Invasiva e 17 – Respirador Pulmonar Neonatal Pediátrico e
Adulto, juntei levantamento relativo às especificações comparativas e ainda àquela levantada no Sistema
SOMASUS do Ministério da Saúde e, bem assim, determinei fosse solicitado pronunciamento de
especialista no assunto.

1
Vide tabela anexa
2
vide ata do Pregão 231/2009 – fl. 19/25
3
Drager, Maquet, Intermed e Rizzi
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

Com vistas a dar cumprimento ao despacho do Relator foi realizada diligência no


Hospital Universitário da Universidade Federal da Paraíba, tendo a Auditoria produzido relatório com as
conclusões a seguir pontuadas:

1) Para o item 1 do edital - aquisição de aparelhos de anestesia tipo I, foi solicitada


gavetas e bandejas para monitores, rodízios com trava em no mínimo duas rodas, etc., tendo os três
concorrentes cotado apenas um produto, o equipamento Fabius Plus + Delta Infinite, onde se alegou
direcionamento.

A empresa Drager Indústria e Comércio Ltda. sagrou-se vencedora, com valor unitário
de R$ 94.000,00 e valor total R$ 2.820.000,00.

Alega o denunciante que de acordo com o Pregão 1429/2009 da Universidade Estadual


do Oeste do Paraná, “o Governo do Estado da Paraíba pagará 15% a mais do que o valor de apenas três
itens licitados no Estado do Paraná”. Afirmou ainda que a mesma empresa vencedora do Pregão objeto
da denúncia ofertou lance do Pregão da mencionada Universidade em valor inferior a este.

A Auditoria, após exame comparativo das características dos itens cotados ,concluiu que
“ a configuração do equipamento cotado pela DRAGER no Pregão Eletrônico nº 004/2009 –
UNIOESTE/HUOP, não é a mesma do aparelho cotado para o Pregão Presencial 231/2009/SEAD,
afastando a hipótese de sobrepreço.

2) Para o item 6 do edital - Equipamento Monitor Multiparamétrico para urgência,


foram realizados pregões em outros estados cujos valores são inferiores ao deste.

A empresa Rizzi Comércio e Representações Ltda. sagrou-se vencedora, com valor


unitário de R$ 46.000,00 e valor total R$ 6.210.000,00.

A Auditoria informa que os equipamentos licitados, embora semelhantes nos aspectos


gerais apresentem diferenças em grau de superioridade como é o caso do Monitor Multiparamétrico,
onde se pede tela LCD 15 e o constante de algumas atas e/ou resumo é de 12.

Ratificando esta afirmativa, o Órgão Auditor, em seu 2º Relatório de fls. 3393/3400,


aponta que os monitores a que se referem os Pregões citados pelo denunciante não atendem aos opcionais
do parágrafo 678.2 (folhas M.1, M.2, M.3 e M.4) e fl. dos autos 3350/3353 e, ainda, que a comparação
do item 6 com o anexo, item E114 do SOMASUS (Sistema de Apoio a Elaboração de Projetos) “não se
justifica, pois além de não atender aos opcionais 678.1 (exceção análise de arritmia) e 678.2, também não
atende aos seguintes parâmetros: Tamanho da tela (máximo de 12 pol.), não é configurável, apresentação
simultânea de 8 curvas, não permite atualizações, outros (folhas M.5 e M.6), fls. 3354 e 3355 ”.

3) Para o item 7 do edital (678.5) – Monitor Multiparamétrico para UTI com


Capnografia, o denunciante afirma que a Secretaria de Saúde do Estado, no ano de 2009, porém no
Governo anterior, homologou em Ata o equipamento no valor de R$ 39.100,00, bem abaixo do alcançado
neste certame. Registrou ainda que, comparando com o seu correspondente no SOMASUS (Sistema de
Apoio a Elaboração de Projetos), o item E116 – Monitor Multiparâmentro com Capnografia possui o
valor também nferior ao alcançado neste certame.

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 2
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

A Auditoria informa que “a comparação deste item do edital com o item E116 do
SOMASUS, também não se justifica, pois além de não atender aos opcionais dos parágrafos 678.1
(exceção análise de arritmia) e 678.2, também não atende aos seguintes parâmetros: Não oferece débito
cardíaco (CO), tamanho da tela (máximo de 12 pol.), não é configurável, apresentação simultânea de 8
curvas, não permite atualizações, outros. Válido também para o item 8”. (FOLHAS M.7 E M.8) e fls.
3356 e 3357.

Para este lote a empresa vencedora foi a Rizzi Comércio e Representações Ltda. com o
valor unitário de R$ 69.000,00 e valor total R$ 4.587.000,00, correspondendo a 66 unidades do
equipamento.

4) Para o item 8 do edital – Monitor Portal Fisiológico Multiparamétrico com Pressão


Invasiva, o denunciante afirma que o valor homologado (R$ 39.100,00) no Pregão Presencial 384/2008
do Governo da Paraíba, traz em seu item 20, o mesmo aparelho com características técnicas superiores
ao equipamento especificado no item 8 do edital do pregão, objeto da presente denúncia.

Para a Auditoria existem parâmetros nos dois pregões a serem considerados como
quantidade de monitores, garantia, equipamentos cotados pelo próprio fabricante que “são determinantes
no custo final de cada aparelho e, considerando ainda a data de realização dos pregões, frete e
instalações, devido ao parágrafo 678.2 fica complicado determinar se há ou não indícios ou não de
superfaturamento”.

Quanto à alegação de direcionamento, a Auditoria assim se posiciona: “ Nossa opinião


sobre direcionamento é de que também não procede, uma vez que equipamentos fabricados e/ou
distribuídos pelas empresas DIXTAL, DRAGER, GE e MAQUET entre outras, à venda no País, atendem
e superam as especificações ora solicitadas”.

Para este lote a empresa vencedora foi a Rizzi Comércio e Representações Ltda. com o
valor unitário de R$ 64.950,00 e valor total R$ 3.897.000,00, correspondendo a 60 unidades do
equipamento.

5) Para o item 17 – Respirador Pulmonar Neonatal, Pediátrico e Adulto, o denunciante


fez comparação com a ata de um pregão realizado no Ceará, que adquiriu um Respirador Inter Plus –
Inter 5 da marca Intermed e diz que “ a diferença nos preços é totalmente injustificável, já que o
equipamento do pregão realizado pelo Estado do Ceará se assemelha não somente em suas especificações
técnicas, mas também no modelo (Inter 5 Plus) e na marca (Intermed)”.

Para este lote a empresa vencedora foi Intermed Equip. Médico Hospitalar Ltda., com
o valor unitário de R$ 47.000,00 e valor total R$ 705.000,00, correspondendo a 15 unidades do
equipamento.

A Auditoria informa que o equipamento cotado pela INTERMED, no pregão realizado


pelo Estado do Ceará, não contempla o monitor gráfico GMX, porque as especificações daquele edital
para esse item, ao contrário do que foi solicitado no pregão objeto da denúncia, não exige monitoração
gráfica (FOLHA 17.1) e fls. 3377.

O órgão Auditor afasta, também, a existência de sobrepreço e direcionamento,


porquanto, respeitante a este último aspecto “equipamentos fabricados e/ou distribuídos pelas empresas

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 3
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

ALLIANCE, DIXTAL, DRAGER, INTERMED, GE e MAQUET entre outras, à venda no País, atendem
e superam as especificações ora solicitadas”.

Por fim, o Órgão de Instrução (fls. 3399) registra que “considerando a pesquisa realizada
por meio eletrônico pela Auditoria (fl. 3327/3390) a qual propiciou responder item por item questionado
pelo denunciante, não há como afirmar que houve indícios de direcionamento nem preços superfaturados
no pregão presencial nº 231/2009”.

E conclui:

a) Pela regularidade dos procedimentos adotados até então na licitação em debate,


sugerindo notificação aos gestores para enviar, após a conclusão do certame, os contratos ou documentos
equivalentes, observado ao disposto no art. 62, da Lei nº 8.666/93;

b) Pela Improcedência da denúncia, em função ao que dispõe o item 5.0.

O processo foi submetido à audiência do Ministério Público que, à vista do relatório da


Auditoria na direção da inexistência de ocorrências comprometedoras no procedimento adotado, opinou
pela (o):

1) Conhecimento e improcedência da denúncia ora analisada;

2) Determinação à Secretaria da Administração para enviar, após a conclusão do


certame, os contratos ou documentos equivalentes, conforme indicação da d.
Auditoria.

É o relatório, informando que, em razão das conclusões da Auditoria e Manifestação do


Órgão Ministerial, não foi estabelecido o contraditório e ampla defesa e que foi expedida a notificação
de praxe.

VOTO DO CONSELHEIRO RELATOR

Antes de passar a análise da presente representação, ressalto que recebi no dia 13 do


mês em curso, Denúncia Anônima acerca do procedimento licitatório em debate.

Registro que a denúncia aponta que estão sendo feitas compras através de registros de
preços do Rio de Janeiro e outros Estados, onde as empresas que participam superfaturam materiais com
até de 250% acima do valor de mercado, evitando que empresas idôneas participem de licitações.

Acrescenta, também, que o grupo é liderado pela empresa OSCAR ISKIN do Rio de
Janeiro, que ainda existe a RIZZI do para Paraná e outras, e que o contato na Paraíba é a empresa New
Service.

E, para comprovação do alegado, pede que confira os Pregões Presenciais 231/2009 e


238/009.

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 4
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

Ressalto que o primeiro pregão é o objeto deste processo, já o segundo, de acordo com
informações da Auditoria, não foi encaminhado a esta corte, a exemplo de todos os demais que
ocorreram no âmbito do Estado no exercício de 2009.

Destaco ainda, por relevante, que procedendo pesquisa no SAGRES, em nome das
empresas Rizzi Comércio e Rep. Ltda., Drager Indústria e Comércio Ltda, Maquet do Brasil
Equipamentos Médicos Ltda., entre outras, no período de 2008 a 2010, foi dado verificar que realmente
existem compras que, conforme descrição do empenho, são despesas não licitadas e fazem referência a
aquisições em registros de preços do Rio de Janeiro.

Pois bem, em razão destes fatos apontados pelos denunciantes, tanto na denúncia objeto
deste processo, quanto na anônima, debrucei-me na documentação encartada aos autos, solicitando
inclusive o processo licitatório original à Secretaria da Administração, já que, constatei não existir uma
seqüência lógica na numeração dos documentos do processo encaminhado a esta Corte.

Passo a apresentar os aspectos que entendi relevantes, os quais influenciaram para a


elaboração do meu juízo de valor acerca do presente certame:

Da Cronologia dos fatos:

10/07/2009 - Pedido da compra de autoria do Sr. Valdemir Campos Rodrigues


29/07/2009 – Autorização do Secretário
18/09/2009 – Oficio ao Diretor Executivo de Compras – Vivaldo Souza Felix
18/09/2009 – Gerente Executivo de Licitação – Arquimedes Gomes Rodrigues
18/09/2009 – Encaminhamento à Comissão
24/09/2009 – Autorização para realização do certame
09/10/2009 – EDITAL

Da PESQUISA DE PREÇOS

Preço Mínimo – R$ 56.996.638,00


Preço Médio – R$ 58.364.017,00

VALOR DA LICITAÇÃO – R$ 38.167.050,00, 33,03% a menor

Destaco que não consta dos autos justificativa para aquisição e destinação dos
equipamentos, e que as empresas ASSISTMÉDICA, OMNIMED, SCIENTIFIC, GE e MED SAÚDE
apresentaram impugnação ao Edital o que representa 50% das empresas classificadas, valor que entendo,
bastante significativo.

Acrescento que a Gerência Executiva da Central de Compras respondeu a todos os


pedidos de impugnação ao Edital, apoiado nos Pareceres Técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (fl.
669/679) os quais foram subscritos pelas seguintes pessoas:

- Chistianny Onofre Brito Lira – Enfermeira e Assessora Técnica do Gabinete do


Secretário de Saúde;

- Waldemir Campos Rodrigues – Médico e Chefe do Núcleo de Assistência Hospitalar;

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 5
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

- Jair Vinnicius Ramos da Veiga – Major com lotação no Ministério do Exército e


Colaborador Técnico.

Das impugnações ao Edital – Alguns exemplos:

Fls. 252 – Processo Licitatório (PL) - Aspectos impugnados:

ASSISTMÉDICA

Apresenta impugnação ao edital pelas seguintes razões (fls. 265/272 do PL):

- CARTA DE SOLIDARIEDADE DO FABRICANTE – a exigência de compromisso de terceiros


é vedado;

- Item I – Só a DRAGER atende. – Fluxo com volume abaixo de 500 ml de gás no fluxo total,
inviabiliza a anestesia a baixo fluxo, a escala exigida não é utilizável na prática, exclui 4 (quatro)
opções;

- Item II – O descritivo é idêntico ao equipamento PRIMUS C/ MONITOR KAPPA XLT DA


DRAGER – com possibilidade de ser estativa, auto teste inicial e fluxômetro eletrônico p/mistura
– só possuem estativa para suspensão de equipamento de anestesia os fabricantes AIR LIQUEDE
E DRAGE, no entanto, a primeira não produz equipamentos para anestesia, portanto, direciona
para o equipamento PRIMUS DA DRAGER, eliminado diversos outros equipamentos;

- PEEP – eletrônico de 0 a 20 Cm H2O – não tem aplicabilidade, trás riscos para neonatais, o
recomendável é que seja de 4 a 20 mm H2O, retira diversos equipamentos;

- Itens 6, 7 e 8 – Monitores Paramétricos – estão direcionados para a DIXTEL ATRAVÉS DO


DX 2020 - especificações copiadas do catálogo do equipamento, a exigência de 1’ a mais no
monitor tira uma série de concorrentes , a Philips recomenda que este tipo de monitor seja de 12’,
na concorrência foi exigida de 15’, que apenas o equipamento da DIXTEL tem;

- Itens 9 e 10 – a exigência de inclinação da tela em ângulo de 90o só existem nos equipamentos


da MAQUET, o que elimina todos os demais concorrentes - Nível de pressão mínima de 0 a 120
mm H2O só a MAQUET tem, os demais só vão até 100 mm H2O – Fluxo respiratório de no
mínimo 0 1 190 l/mim, elimina os demais que só vão até 180 l/mim

- – o parâmetro Tit/Titot (?) só tem a MAQUET.

- Itens 11, 12, 13 – Direcionado para a DRAGER tela 12,1’, 8 curvas, bateria - estimulador
neurovascular usado apenas em cirurgias e não em UTI – não há necessidade de bateria com
tempo maior a 15 minutos.

GE – HEALTCARE DO BRASIL

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 6
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

Apresenta impugnação ao edital, destacando uma série de alegações técnicas referentes


aos itens 1, 2, 6, 7, 8, 9 e 10, que são excessivas e que direcionam para os equipamentos fabricados pelas
empresas DRAGER, DIXTAL E MAQUET.

Pág. 428 a 431 - Processo Licitatório (PL) – Referente ao item 1 – Aparelho de Anestesia tipo I

BLOCO DE FLUXÔMETRO FLUTUADORES TIPO BAILARINA, COM DOIS FLUXÔMETROS


PARA 02 E DOIS P/N20, 1P/BAIXO FLUXO A PARTIR DE 0,02L E OUTRO P/ALTO FLUXO
FONTE BIVOLT AUTOMÁTICA 110/220V – 60HZ.

A empresa alega que todas as características são encontradas em vários equipamentos


oferecidos no mercado, porém, as mesmas combinadas direcionam para um único modelo de
equipamento, o aparelho de anestesia FABIUS PLUS comercializado pela empresa DRAGER.

Para os itens seguintes foram apresentadas diversas argumentações, reforçando que


havia, já no edital, direcionamento para a DRAGER.

Como dito linhas atrás, todos os recursos foram respondidos, tendo sido subscritos pela
Sra. Soneide Sobreira, Pregoeira e pelo Sr. Arquimedes Guedes Rodrigues, Gerente de Licitação e
aprovado e ratificado pelo Sr. Vivaldo de Souza Felix, Diretor Executivo da Central de Compras.

Destaco trecho constante dos diversos termos de RESPOSTA AO PEDIDO DE


IMPUGNAÇÃO (fls. 498-PL):

“Para os questionamentos de cunho técnico a presente peça foi


encaminhada para análise e pronunciamento pela área técnica
responsável, a qual emitiu as seguintes informações:

As especificações solicitadas no anexo I são as mínimas que atendem a


necessidade da administração estadual de saúde, sendo, portanto,
impossível alterá-las para atender ao interesse do impugnante..”

Vale ressaltar que no processo não consta qualquer análise técnica, conforme noticia a
Comissão que analisou os pedidos de impugnação, inclusive, nem mesmo em inspeção feita na Secretaria
foi apresentado qualquer documento que justificasse a quantidade licitada e ainda as especificações
técnicas que foram combatidas nos recursos.

Após preenchimento dos requisitos do edital foram apresentadas propostas pelas


empresas classificadas e não satisfeitas com o julgamento no sentido da desclassificação, foram
apresentados Recursos Administrativos por diversas empresas (OMNIMEDE LTDA., ALLIANCE S/A E
GE HEALTHCARE DO BRASIL COMÉRCIO E SERVIÇOS PARA EQUIPAMENTOS MÉDICO-
HOSPITALARES LTDA)

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 7
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

DA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS

RECURSO ADMINISTRATIVO

Durante a reabertura do procedimento licitatório o pregoeiro indagou aos representantes das


empresas licitantes presentes sobre a intenção de interpor recurso contra os atos praticados até aquele
momento, sendo feitas manifestações pelas empresas Omnimed Ltda., Alliance S/A, Ge Healthcare do
Brasil Comércio e Serviços para Equipamentos Médico-Hospitalares Ltda, no sentido de se interpor
recurso.

Segue alguns trechos dos Recursos Administrativos interpostos pelas empresas


desclassificadas.

MANIFESTAÇÃO DA GE HEALTHCARE DO BRASIL COMÉRCIO E SERVIÇOS PARA


EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES LTDA

Fls. 2898 – Ge Healthcare do Brasil Comércio e Serviços para Equipamentos Médico-Hospitalares Ltda.

“ Contra a desclassificação em todos os itens cotados e, contra a resposta ao pedido de


esclarecimento e impugnação impetrado pela empresa, e não respondido a contento,
queremos ainda fazer constar que o Sr. Jair Vinnicius Ramos da Veiga (Cooperador
Técnico) negou-se a responder a qualquer questionamento sobre o parece técnico e afirmou
que o mesmo seria irrevogável, desta forma interporemos recurso”.

Fls. 3100 do Processo Licitatório (PL) – Item 1 do edital – Não possui fonte bi-volt automática 110 a
220VAC– 60 hz

“Não há justificativa clínica para que um equipamento possua duas tensões elétrica em sua
composição, visto que os equipamentos são para uso exclusivo do Centro Cirúrgico e estes
possuem tensões elétricas “fixas” em suas tomadas. Portanto, essa solicitação somente
exclui nossa empresa e não agrega funcionalidade ao produto e ao seu principal alvo, o
PACIENTE.”

Fls. 3103 do Processo Licitatório (PL) - Não apresenta bateria recarregável no próprio equipamento:

“Não há nenhuma justificativa clínica para que um equipamento possua bateria recarregável
em sua composição, visto que em nenhum momento é mencionado no edital que o monitor
será utilizado para transporte e, ainda assim, os ambientes que irão receber o monitor
possuem gerador de energia para uso em situações emergenciais, atendendo assim a
monitorização de qualquer situação a que o equipamento seja submetido.”

Fls. 3106 do Processo Licitatório (PL) – Não possui volume corrente de 3ml a no mínimo 2.000ml

“fica claro pela análise do catálogo técnico apresentado que com o equipamento munido do
seu SW NEONATAL, é possível entregar de 2 ml a 2.000 ml para os pacientes ventilados,
portanto atendemos ao edital.”

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 8
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

Fls. 3106 do Processo Licitatório (PL) – Não possui freqüência respiratória de 4 a 150 bpm

“fica claro pelo catálogo técnico apresentado que com o equipamento munido de seu SW
neonatal, é possível entregar de 3 a 150 bpm para os pacientes ventilados, portanto
atendemos ao edital.”

Fls. 3108 – Item 14 – Não possui capacidade de monitoração simultânea de no mínimo 20 leitos

“ A análise não é correta, pois todos os documentos entregues (manual de usuário, catálogo
do produto e descritivo para proposta) comprovam que a central de monitoração apresenta
capacidade de monitoração simultânea de até 32 leitos. Para este edital, o produto está
configurado para a monitoração simultânea de 20 leitos.”
E continua:

“A administração nunca irá se deparar com equipamentos idênticos com medidas e


características iguais, e este fato é absolutamente comum e conhecido fls. 3111 do Processo
Licitatório (PL).

Fls. 3112 do Processo Licitatório (PL) – Argumento do direcionamento do objeto licitado:

“ Um exemplo claro desta distorção ocorreu no item 1 e 2, os quais desde o início estavam
abertamente direcionados à empresa DRAGER, conforme dito expressamente na
impugnação rejeitada por esta d. Comissão.

No entanto, os fatos falam por si. Foram classificadas 3 (três) empresas para participação
nos itens 1 e 2 quais sejam: (i) Drager (ii) Rizzi (iii) New Service.

Ao analisar as propostas das 3 (três) empresas, nos deparamos com o seguinte fato: AS
TRÊS EMPRESAS OFERTARAM OS MESMOS EQUIPAMENTOS, TODOS
FABRICADOS PELA DRAGER, O QUE COMPROVA O DIRECIONAMENTO DO
OBJETO.”

Fls. 3399 – processo TC – Relatório da Auditoria – Indício de Direcionamento - Alegações do


Denunciante
“Em decorrência do descrito nos itens anteriores, fica evidente existir interesses escusos
que pouco primam pela transparência e pelo interesse público na conclusão do
procedimento licitatório ... o conluio parece ter origem na primeira fase do processo: a
pesquisa de preços e a elaboração do edital.

O alto grau de especificações dos produtos listados no edital, longe de buscar a


qualidade e a eficiência dos equipamentos, apontam para um claro direcionamento para
algumas marcas de fabricantes, ofuscando o principio basilar dos procedimentos
licitatórios que é a maior concorrência, e, conseqüentemente, a disputa salutar pelo
menor preço aos itens solicitados, configurando, assim, o principio correlato da
competitividade...”

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 9
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

RAZÕES OFERECIDAS PELA EMPRESA OMNIMED – Alguns trechos:

Fls. 3027 – O nome “BIS” é marca registrada de um fabricante, não pode ser exigido na licitação – o
limite para que exista vida é 50 a 400 mm hg, fora desta faixa não há vida, portanto, a exigência de 25 a
400 mm hg, é descabida, só existe para direcionar – idem para a faixa de 5 a 250 bpm, só há vida entra 30
e 250 bpm, portanto exigência para dirigir.

Fls. 3265 (do processo TC) – a OMNINED impugnou o edital porque havia direcionamento para duas
empresas nos itens 4, 6, 7,8, 11,12,13 e 14.

Fls. 3027 do processo da licitação – Recurso da Omnimed referente aos itens 6, 7 e 8 do edital .

“para o parâmetro nível de consciência/sedação (BIS) já havíamos mencionado em nossa


impugnação, deveria ser solicitado apenas nível de consciência/sedação visto que BIS é uma
marca registrada”. O nome “BIS” é marca registrada do fabricante ASPECT.”

Fls. 3028 do PL – Razões que motivaram a desclassificação.

“Não apresenta três diferentes modos de visualização de telas, sendo que uma delas deverá
destacar os valores numéricos.”

É de se registrar que a empresa apresentou diversas telas impressas mostrando que o


equipamento atende, não cabendo razão para a desclassificação, e se oferece para que seja feita
diligência.

Fls. 3032 do Processo Licitatório Original (PL) – Razões que motivaram a desclassificação.

“Não apresenta cursor vertical e horizontal para ser colocado em curvas na medida de
pressão de oclusão da artéria pulmonar (capilar) com congelamento da tela e cursos de
varredura para medição exata do capilar pulmonar...”

Salienta-se que a empresa apresenta o seu catálogo do produto, registrado no Ministério


da Saúde, inclusive com tela impressa onde afirma que é capaz de atender a exigência.

EMPRESA ALLIANCE

Fls. 3047 – Em diversos itens indica as páginas de sua proposta em que estão plenamente atendidos os
itens ditos como não atendidos pela comissão.

Não obstante estes fatos que saltam aos olhos do Relator, vale que ressaltar que em
28/09/2009, como dito linhas atrás, foi expedido ofício pelo Governo do Estado ao Sr. Joaquim da Silva
Luna, General de Divisão do Exército, solicitando daquele Ministério o Major Jair Vinnicius Ramos
Veiga para cooperar tecnicamente na licitação a partir do dia 07/10/2010, até a conclusão da mesma.

Já no dia 29 daquele mês foi expedido ofício pelo Chefe do Gabinete do Comandante do
Exército Brasileiro, Gen. Div. Joaquim Silva e Luna, informando acerca da autorização para o Major Jair
Vinnicius Ramos Veiga apoiar o procedimento licitatório (fl. 2957 do PL).

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 10
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

Merece registro que o Major Jair acompanhou a fase final da licitação e, quando da
realização da sessão de abertura das propostas, na qual as empresas recorrentes foram impugnadas, foi
chamado a responder questionamentos dos licitantes que, em suma confirma a posição da Secretaria em
não acatar as alegações dos impugnantes. Não consta nos autos qualquer documento que enfrente os
questionamentos feitos.

Anoto também fl. não numerada do vol. VII do Processo Licitatório Original (PL), Oficio
do Sr. Irapuan Leal de Oliveira, Assessor Jurídico da Secretaria de Administração, não querendo se
pronunciar sobre os recursos, antes do parecer técnico da Comissão, a quem remete as impugnações.

Abaixo, segue transcrição (Vol. 7 do PL_ – última folha, também não numerada) da
resposta produzida pela Sra. Christiany Onofre Brito Lira , Assessora técnica do Gabinete do Secretário
da Saúde, em 03 de março de 2010, quanto à indagação das empresas que interpuseram os recursos,
conforme Ofício 002-1-/ASJUR/SEAD, donde se observa sugestão para revogar a Licitação.

“que não cabe mais análise da documentação tendo em vista a total perda de objeto uma
vez que as propostas já expiraram, nos termos do art. 64 da Lei 8666/93...

Desta forma, como até a presente data não houve a homologação do certame, o que por seu
turno, impediu a convocação do licitante vencedor para assinatura da ata de registro de
preços, bem como não há amparo legal para a prorrogação das propostas, essa assessoria
entende que o certame deverá ser revogado.”

Acrescento, por fim, que de acordo com informação4 do portal Paraiba1, de 25/02/2010, o
Ministério Público Federal divulgou que determinou a abertura de Inquérito Civil Público para apuração
de possível prática de atos de improbidade administrativa na licitação para aquisição de equipamentos
hospitalares pela Secretaria da Administração do Estado, através do Pregão objeto desta denúncia.

Por todo o exposto, entendo que são totalmente procedentes os reclamos suscitados pelo
denunciante.

De fato, as exigências ora impugnadas destoam dos preceitos e orientações traçadas no


ordenamento jurídico de regência, terminando por atribuir ao certame um caráter de restrição, capaz de
afastar da disputa potenciais interessados com plenas condições de atender a expectativa de contrato
lançada no presente certame.

Por tratar-se de procedimento administrativo complexo, vale dizer, composto de diversos


atos, a licitação, além de obedecer à legislação de regência, também obedece a uma orientação traçada
por princípios de direito público, tanto aqueles impostos à Administração como um todo (caput do art.
375 da Constituição Federal), como aqueles específicos do procedimento de Licitação (art. 3º6 da Lei
8.666/93).

4
vide fl. 204
5
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (grifo nosso)
(...)

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 11
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

Ademais, além destes princípios, encontram-se implícitos no corpo da legislação alguns


outros princípios, como a supremacia do interesse público sobre o privado.

Pois bem, ao se estipular condições prévias, deve o administrador proceder a uma


conjugação desses importantes fatores, de modo a evitar um excessivo número de exigências que só
levam a constituir em mero fator de restrição ao universo de licitantes.

No caso dos autos, esta afirmativa fica evidente. Os fatos levantados e argüidos pelos
recorrentes levam-me a concluir que as especificações e exigências excessivas realmente destinavam a
aquisição em determinados fornecedores e fabricantes (Drager Indústria e Comércio Ltda., Rizzi,
Intermed e Maquet), como bem demonstrado nas peças integrantes do processo.

Por oportuno, entendo que, nos procedimentos licitatórios desta espécie, devem ser
observadas, as especificações do Sistema SOMASUS do Ministério da Saúde, para que incidentes como
estes não venham a se repetir.

Assim, restando inconteste a configuração do ilícito administrativo, voto no sentido de


que esta Câmara:

1) Julgue procedente a denúncia quanto ao Pregão Presencial 231/2009, realizado pela


Secretaria de Estado da Administração –SEAD, destinado à Secretaria de Estado da SAÚDE –SES, para
aquisição de equipamento médico e hospitalar;

2) Determine o cancelamento do Pregão Presencial 231/2009 realizado pela Secretaria


de Estado da Administração, se ainda não feito, de tudo informando a este Tribunal, no prazo de trinta
dias, sob pena de multa;

3) Recomende ao Sr José Maria de França, Secretário de Saúde, a Sra. Christiany


Onofre Brito Lira, Assessora Técnica do Gabinete do Secretário da Saúde; o Sr.Waldemir Campos
Rodrigues, Médico e Chefe do Núcleo de Assistência Hospitalar; o Sr. Jair Vinnicius Ramos da Veiga,
Major com lotação no Ministério do Exército e Colaborador Técnico; o Sr. Irapuan Leal de Oliveira,
Assessor Jurídico da Secretaria de Administração; a Sra. Soneide Sobreira, Pregoeira, o Sr. Arquimedes
Guedes Rodrigues, Gerente de Licitação e o Sr. Vivaldo de Souza Felix, Diretor Executivo da Central

6
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a
Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos.
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter
competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato;
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional;
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196,
de 2005)
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas,
até a respectiva abertura.

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 12
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

de Compras, que observem com rigor a lei das licitações, notadamente o disposto no art. 3º7 da lei de
licitações e contratos;

4) Encaminhe-se cópia da presente decisão à DIAFI com vistas a subsidiar o Relatório


produzido pela Auditoria, tendo em vista a abertura do Processo TC 6139/10;

5) Envie a Procuradoria-Geral de Justiça e, bem assim, ao Ministério Público Federal,


cópia da presente decisão para providências que entender cabíveis;

6) Oficie-se o denunciante e denunciado, dando-se-lhes ciência da presente decisão.

DECISÃO DA 2ª CÂMARA

VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os autos do processo TC n.º 00080/10, que trata


de Denúncia apresentada a esta Corte de Contas, pelo Exmo. Sr. Ubiratan Pereira de Oliveira, Vereador
do Município de João Pessoa, acerca de possíveis indícios de direcionamento e preços superfaturados no
procedimento licitatório na modalidade Pregão Presencial 231/2009, realizado pela Secretaria da
Administração, e

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o pronunciamento do Órgão Ministerial, o


voto do Relator e o mais que dos autos consta,

ACORDAM os membros do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, em


sessão plenária realizada nesta data, em:

1) Julgar procedente a denúncia quanto ao Pregão Presencial 231/2009, realizado pela


Secretaria de Estado da Administração –SEAD, destinado à Secretaria de Estado da SAÚDE –SES, para
aquisição de equipamento médico e hospitalar;

2) Determinar o cancelamento do Pregão Presencial 231/2009 realizado pela Secretaria


de Estado da Administração, se ainda não feito, de tudo informando a este Tribunal, no prazo de trinta
dias, sob pena de multa;

3) Recomendar ao Sr José Maria de França, Secretário de Saúde, a Sra. Christiany


Onofre Brito Lira, Assessora Técnica do Gabinete do Secretário da Saúde; o Sr.Waldemir Campos
Rodrigues, Médico e Chefe do Núcleo de Assistência Hospitalar; o Sr. Jair Vinnicius Ramos da Veiga,
Major com lotação no Ministério do Exército e Colaborador Técnico; o Sr. Irapuan Leal de Oliveira,
Assessor Jurídico da Secretaria de Administração; a Sra. Soneide Sobreira, Pregoeira, o Sr. Arquimedes
Guedes Rodrigues, Gerente de Licitação e o Sr. Vivaldo de Souza Felix, Diretor Executivo da Central

7 7
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa
para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos.
Lei 8.666/93 - Art. 3º § 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter
competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato; (grifo nosso)

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 13
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

de Compras, que observem com rigor a lei das licitações , notadamente o disposto no art. 3º8 da lei de
licitações e contratos;

4) Encaminhar cópia da presente decisão à DIAFI com vistas a subsidiar o Relatório


produzido pela Auditoria, tendo em vista a abertura do Processo TC 6139/10;

5) Enviar a Procuradoria-Geral de Justiça e, bem assim, ao Ministério Público Federal,


cópia da presente decisão para providências que entender cabíveis;

6) Oficiar o denunciante e denunciado, dando-se-lhes ciência da presente decisão.

Presente ao julgamento o representante do Ministério Público Especial.

Publique, registre-se e cumpra-se.

TCE – Sala das Sessões da 2ª Câmara – Mini-Plenário Conselheiro Adailton Coelho Costa.

João Pessoa, 03 de agosto de 2010.

Conselheiro Arnóbio Alves Viana


Presidente

Conselheiro Fernando Rodrigues Catão


Relator

Representante do Ministério Público Especial

8 8
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa
para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos.
Lei 8.666/93 - Art. 3º § 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter
competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato; (grifo nosso)

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 14
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC Nº 00080/10

Proponentes Vencedores ITEM QUANT. VALOR VALOR TOTAL -


UNITÁRIO - R$ R$
Drager Indústria e Comércio Ltda 01 30 94.000,00 2.820.000,00
Drager Indústria Comércio Ltda 02 10 215.600,00 2.156.000,00
Drager Indústria Comércio Ltda 04 12 64.000,00 768.000,00
Rizzi Comércio e Representações 06 135 46.000,00 6.210.000,00
Ltda
Rizzi Comércio Representações Ltda 07 66 69.500,00 4.587.000,00
Rizzi Comércio e Representações 08 60 64.950,00 3.897.000,00
Ltda
Maquet do Brasil Equipamentos 09 45 45.950,00 2.067.750,00
Médicos Ltda
Maquet do Brasil Equipamentos 10 25 99.000,00 2.475.000,00
Médicos Ltda
Drager Indústria e Comércio Ltda 11 135 32.800,00 4.428.000,00
Drager Industria e Comércio Ltda 12 66 33.200,00 2.191.200,00
Drager Indústria e Comércio Ltda 13 60 34.500,00 2.070.000,00
Rizzi Comércio e Representações 14 12 85.800,00 1.029.600,00
Ltda
Drager Indústria e Comércio Ltda 15 20 55.000,00 1.100.000,00
Intermed Equip. Médico Hospitalar 17 15 47.000,00 705.000,00
Ltda
Intermed Equip. Médico Hospitalar 18 35 47.500,00 1.662.500,00
Ltda
Valor total Licitado 38.167.050,00

Itens não cotados: 03, 05 e 16.

\\Frc2\c\Meus documentos\Assessoria\CAMARA\ACORDAO\denúncia\SEADM-00080-10.doc 15

Anda mungkin juga menyukai