INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
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RESUMO
ções, funções e objetivos a partir do ponto de vista de diversos autores. São apresentados e
comentados alguns resultados recentes de pesquisas sobre a GC nas empresas (1997), bem
ABSTRACT
This article aims to difference the main aspects of Knowledge Management (KM)
and Competitive Intelligence (IC). Definitions, interpretations, functions and objectives are
presented based at different authors and point of view. Results of a recent research about
KM at the firms (1997), well as the difficulties to implement these systems. The close re-
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
INTRODUÇÃO
A maioria das empresas, principalmente as de menor porte, ainda não tem acesso
tagem competitiva. Uma pequena e restrita parcela de empresas tem acesso, mesmo que
ções de ensino). Na raiz deste problema está a falta da cultura da informação devida a di-
É importante, portanto, que seja feita uma diferenciação adequada entre esses ter-
A GESTÃO DO CONHECIMENTO
gerar valor a partir de bens intangíveis da organização” (SVEIBY, 1998). Ou seja, sua fun-
ção é gerar riqueza e valor a partir do gerenciamento de elementos que estão fora do con-
texto habitual de terra, capital e mão de obra, visão esta compartilhada por DRUCKER
(1993).
2
nizacional.
Ainda com relação ao tema, o GAERTNER GROUP (1998), por sua vez, define o
modo a gerar uma empresa mais inteligente e competitiva”. Este enfoque valoriza o com-
Yogesh MALHOTRA (1998a), também propõe a sua definição para Gestão do Co-
vação dos seres humanos, para afetar a competência da organização e sua sobrevivência
humano. Frisa, ainda, a questão da “ação”, ou seja, a agregação de valor à informação para
namento do negócio.
Ou seja, o ponto principal destacado por este autor está em se colocar o conheci-
ções tem que atender os seguintes objetivos, mantendo o foco no conhecimento e não no
dado ou na informação:
1
Equivalente ao “conhecimento explícito” de NONAKA e TAKEUCHI (1997).
2
Equivalente ao “conhecimento tácito” de NONAKA e TAKEUCHI (1997).
4
relação ao ambiente interno destaca-se um aspecto, ainda não comentado nas definições de
Em outra pesquisa4 com várias empresas do mundo todo, SKYRME (1997b) identi-
3
O tema da mensuração do Capital Intelectual é tratada em EDVINSSON e MALONE (1998).
4
Os resultados completos da pesquisa estão em SKYRME, David J. and AMIDON, Debra M. Creating the
Knowledge-Based Business, Business Intelligence, London, 1997.
5
área de GC.
O que fica patente nessas atividades são as questões relativas ao trabalho em equi-
MALHOTRA (1998a), por sua vez, oferece algumas sugestões como resposta a es-
sas questões:
quado e uma ligação adequada entre os vários indivíduos, grupos e níveis da or-
ganização.
6
a criação e transferência do conhecimento, que tem, por sua vez, algumas limitações
produz uma cultura organizacional equivocada. É o caso dos gerentes de projetos de gestão
do conhecimento que acreditam, depois de algum tempo, conhecer mais sobre a área que
está sob sua gestão naquele momento do que qualquer outro pessoal técnico especializado.
a diferença entre fracasso e sucesso”, e esses fatores estão sempre presentes na Gestão do
5
Segundo RUGGLES (1997), as “Bases de Conhecimentos” diferem das “Bases de Dados” e das “Bases de
Informações” por serem mais complexas na medida em que, além das idéias, contêm outros elementos
7
pelo GAERTNER GROUP (1998): “Um processo e uma infra-estrutura que visam apoiar a
posta de Tecnologia da Informação e de Comunicação. Estas, por sua vez, exigem e englo-
dois níveis nas organizações. Primeiro: as iniciativas que visam implantar a GC na corpo-
ração como um todo, com a criação de um órgão centralizado, um CKO (Chief Knowledge
se fazer um planejamento adequado, a partir dos moldes propostos por SANTOS JÚNIOR
para as Unidades de Informação. Os pontos comuns das propostas passam por duas dimen-
pação será com a dinâmica das mudanças e das relações de troca e reciprocidade entre o
ção e o marketing.
das atividades desenvolvidas pelo seu grupo. Sua preocupação estará voltada para o funci-
TAKEUCHI, 1997)
cimento.
Outro debate importante tem ocorrido em torno do papel da tecnologia, que deve
ser vista como suporte à rede de conhecimento (um meio para o processo) e não um fim
A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
1999). A Inteligência pode ser vista, então, tanto como um processo - para criação de inte-
ligência -, como um produto - enquanto resultado desse processo - ou como função organi-
Quanto à Contra Inteligência, duas medidas básicas são recomendas pela Sociedade
segredo comercial e o controle efetivo da sua disseminação. A partir disso, o controle deve
ser amplo, incluindo até mesmo - e, muitas vezes, principalmente - os fornecedores na ga-
tamanhos, a tomar decisões informado sobre todas as coisas de marketing, P&D e investi-
mentos táticos para as estratégias de negócio de longo prazo” (SCIP, 1999). Três caracte-
rísticas destacam-se nesse processo: a sua continuidade, a sua legalidade e a sua ética.
ramento do(s) seu(s) competidor(es), onde quer que esteja(m) ou quem quer que seja(m),
em um específico mercado”. Essa visão, já enquanto processo, objetiva saber o que os ri-
vais do negócio vão fazer, preferencialmente, antes que eles façam. Portanto, a IC não deve
ge, de Boston -EUA- (citado por COHEN, 1999) define a Inteligência Competitiva como
“uma estratégia para a empresa descobrir o que se passa no ambiente de negócios do seu
setor, e esse conhecimento dá aos executivos condições de tomar atitudes que forneçam à
6
Ver McGONAGLE e VELLA. Protecting Your Company Against Competitive Intelligence. Greenwood
Publishing Group, january 1998; e WASHINGTON RESEARCHERS. How Competitors Learn your se-
11
empresa uma vantagem sobre seus concorrentes”. Essa definição coloca a IC em um nível
maior do que produto ou processo, mas a nível estratégico, passando a fazer parte do pen-
samento organizacional. Essa visão é compartilhada por outros autores, entre eles LESCA
et alli (1996), que não concebem uma inteligência que não seja estratégica e, portanto,
competitiva. Essa estratégia, por sua vez, tem que obedecer a rígidos padrões de ética e de
banco de dados que é facilmente acessado pelos gestores. Pode-se ter a impressão de que
competitivos, ou seja, na maioria das vezes está olhando para o mundo do lado de fora da
empresa. Segundo Leonard M. FULD (1998), um Sistema tem impacto sobre o outro, na
maioria das vezes, positivo, mas um não circunscreve o outro. Os SIC e os SGC podem
Segundo Arik JOHNSON (1998), “uma das maiores razões que compelem a usar a
primeira seja utilizada como estrutura ideal para a segunda. Tanto uma como a outra estão
criação de conhecimento, permitindo, assim, que a inteligência também consiga ser gerada
mais facilmente. Um SIC, por sua vez, é facilitado pela existência de um SGC.
Os SIC podem e são vistos “de cima”, em muitos casos, como sendo os próprios
cando-os, portanto, para esta categoria (DAVENPORT et alli, 1997). Uma relação mais
clara entre os dois tipos de sistema pode ser melhor observada na Figura 1.
[FIGURA 1]
CONCLUSÃO
pode ocorrer uma melhor exploração dos resultados da IC pelo ambiente interno.
Como pode se observar, um SGC não contém um SIC, nem vice-versa. São dois
cimento e inteligência.
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ligência Competitiva
SGC
SIC
Fluxos de informação
e conhecimento
Fluxos de informação
e inteligência
Organização
Ambiente externo