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1 Introdução
Historicamente as empresas têm dado uma especial atenção à gestão de recursos.
A interação da empresa com o meio em que rodeia é um fator importante, visto que, a
empresa não é um organismo isolado e, integrar-se como parte ativa junto dos seus
fornecedores e clientes se torna questão fundamental para alcançar seus objetivos diante
do mercado, alcançando vantagens competitivas. É importante para uma atividade
normal de uma empresa, criar e manter relações não só com clientes e fornecedores,
mas também com concorrentes, clientes de clientes, consultores, organizações
governamentais, instituições de ensino e pesquisa, etc. A operação de uma dada empresa
é baseada na criação de laços de cooperação, comunicação e informação internamente e
externamente com uma rede de parceiros de negócios, ao qual exige da empresa um
forte investimento que deve ser considerado como objetivo a ser alcançado. O sucesso
empresarial é resultado de uma série de decisões estratégicas que atua em todos os
departamentos da empresa. Na logística assim como em outras áreas da empresa,
presenciamos uma verdadeira revolução tecnológica em termos de disponibilidade de
informação e meios de comunicação eficazes e eficientes. Neste sentido, dois aspectos
são apontados por vários estudiosos, como relevantes para a permanência das
organizações no ambiente em que estão inseridas. O primeiro, tem relação em prever o
futuro, o que nesse novo contexto, pode fornecer indicações de caminhos seguros para a
organização trilhar. O segundo, inclui a capacidade da organização em agregar valor aos
seus produtos e serviços, o que leva a organização a gerenciar não só aspectos
financeiros, mas também qualidade, inovação e outros atributos.
A valorização da logística na estratégia empresarial, tendo uma visão de
processo sistêmico, através de planejamento, organização e controle efetivo das
atividades, promove o melhor nível de rentabilidade nos serviços e distribuição aos
clientes e consumidores. Dentre as atividades logísticas, a gestão dos estoques exerce
papel fundamental no nível de serviço ao cliente, pois devido ao seu próprio conceito,
se torna a base do fluxo de negócios, ao qual influenciam diretamente na rentabilidade
da empresa. O processo de gestão dos estoques está condicionado às estratégias e
conceitos formulados pelos gestores, discriminados em teorias e modelos
diversos.Tradicionalmente, os estoques estando diretamente ligados à demanda, ao qual
a imprecisão da demanda futura, em complemento com as dificuldades em estimar os
custos causados por faltas, e com a exigência da manutenção de um ótimo nível de
serviço, a tendência é manter os estoques acima do necessário, absorvendo os custos
extras inerentes ao estoque excedente. A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso
futuro exige uma sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a
manutenção desnecessária. Devemos sempre ter o produto de que se necessita, mas
nunca podemos ter estoque, esse é o dilema das empresas com relação à gestão de
estoques.
O presente artigo busca mostrar o método de Reposição Contínua com base no
Gerenciamento de Inventário pelo Fornecedor - GIF ( Vendor Managed Inventory -VMI)
que é uma das ferramentas do REC – Resposta Eficiente ao Consumidor (Efficient
Consumer Response- ECR) para o gerenciamento e controle do nível de estoque, do
setor varejista integrado ao fornecedor, bem como a determinação do processamento de
pedido, e que satisfaça plenamente os objetivos de toda a cadeia de suprimento, ao qual
busca-se a otimização da manutenção de estoques à custos mínimos e, principalmente,
um melhor nível de serviço ao cliente.
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Os canais de distribuição podem ser vistos como um conjunto de organizações
interdependentes envolvidas no processo de tornar o produto ou serviço disponível para
o consumo ou uso. Os canais não só satisfazem a demanda através de produtos e
serviços no local, em quantidade, qualidade e preços corretos, tem papel fundamental no
estimulo à demanda, através das atividades promocionais dos componentes ou
equipamentos atacadistas, varejistas, representantes e outros. É uma rede orquestrada
que cria valor aos usuários finais, através da geração das utilidades de forma, posse,
tempo e lugar principalmente. É só através da distribuição que produtos e serviços
públicos e privados se tornam disponíveis aos consumidores, já que o produto precisa
ser transportado para aonde os consumidores tem acesso, ser estocado e trocado por
outro tipo de recurso par que se possa ter acesso a ele. Verifica-se então que os quatro
tipos de utilidade (forma, tempo, lugar e posse) são inseparáveis, não existe um produto
completo que não compreenda essas quatro formas, sejam estas voltadas para um
objeto, idéia ou serviço. São realizadas diversas funções mercadológicas para satisfazer
a demanda por produtos e serviços, para que as empresas se tornem viáveis no longo
prazo, sempre devem facilitar o processo de busca dos consumidores, reduzir o seu
tempo de espera e estocagem. Podem ser definidos como uma rede organizada de
agencias e instituições combinadas, que desempenham atividades necessárias para ligar
produtores a usuários. O que demonstra a necessidade de os participantes do canal
atuarem de maneira coordenada, compartilhando objetivos comuns no que se refere a
imagem do produto e serviços a serem oferecidos, os participantes (produtores,
atacadistas e varejistas) tem o apoio dos facilitadores dos canais de distribuição, que são
as empresas de pesquisa de mercado, de transporte, de seguros, de propaganda,
depósitos, instituições financeiras e consultores. Este tem como principal diferença, em
relação aos intermediários, o fato de não tomarem posse do produto. Os canais evoluem
procurando ajustar-se as mudanças macroambientais, o aparecimento de canais de
distribuição, incluindo intermediários e organizações de apoio, pode ser entendido como
uma resposta a necessidade de eficiência nos processos de troca, minimizando
discrepâncias em suprimentos, rotinização e facilitação do processo de busca. Essa
evolução ocorre desde a chamada distribuição dos mercados de massa (anos 50 e 60),
caracterizada, principalmente, por vendas diretas e/ou pela rede do distribuidor,
passando por evolução e ampliação do uso da rede do distribuidor nos anos 70 e 80,
com distribuição segmentada usando marketing direto, e chegando a conhecida matriz
dos anos 90. Os canais de distribuição existem para aumentar a eficiência do processo,
facilitar o processo de busca para torna-los mais disponíveis, melhorar o contato com os
consumidores antes, durante e o após venda. Os agentes que fazem parte do canal
existem para desempenhar funções, tais como carregamento de estoques, geração de
demanda, vendas, distribuição física, serviço pós-venda, crédito etc... . Os agentes dos
canais de distribuição realizam as atividades de negociação envolvendo compra, venda e
transferência de títulos, podendo ter diversos níveis, dependendo do número de
membros, os que não fazem parte desse fluxo não estão no eixo do canal e são
consideradas empresas facilitadoras.
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Fluxo de pagamentos existentes no sistema, um dos aspectos mais motivadores da
temática sobre canais de distribuição, porque é a possibilidade de estudar o
comportamento de seus integrantes, funções que desempenham, possibilidades de
melhora pela presença de empresas facilitadoras e principalmente, pela forma como se
relacionam. São de fundamental importância a motivação, as relações de conflito e
cooperação, e como se dão os contratos entre seus participantes e forma de melhora
destes. De maneira geral, os relacionamentos entre os membros do canal tendem a ser
de longo prazo, com base em confiança e compromisso, reconhecimento mutuo e, mais
do que isso, em um sentimento de que o sucesso de um dos agentes depende do dos
demais no canal. Trocar de canal envolve custos bastante elevados, desde os ligados a
procura por novos canais até os relativos a especificidades da força de vendas, perda de
vendas, liquidação de estoques, treinamento e outros, formando uma grande barreira à
saída. O canal deve trabalhar integrado, com vistas à satisfação do consumidor final, em
um processo estável e rentável para todos os seus agentes.
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tempo gasto desde a averiguação de que o estoque necessita ser reposto até a entrega
efetiva do material no almoxarifado da empresa.
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pois, dessa forma, teriam muito mais flexibilidade na hora de vender, podendo prometer
prazos curtos ou mesmo imediatos para as entregas. O não atendimento de um pedido,
no rompimento, na quantidade e prazo solicitado pelo cliente, traz, certamente, prejuízo
à empresa. Embora seja muito difícil quantificar monetariamente esse prejuízo. Os
principais itens responsáveis por elevados estoques são, matéria-prima e material em
processo não necessários ao balanceamento ótimo do ciclo de produção, produto
acabado que não possa ser vendido e/ou acima do nível necessário para satisfazer a
futura demanda e a capacidade de produção.
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Diversos relatórios para administração por fornecedor, pedido de compra ou material.
Estes sistemas baseados no Kardex, os estoques são determinados entre o ponto máximo
e mínimo, no qual estes ainda são baseados no sentimento (feelling) do departamento de
marketing ou comercial para identificar o momento de geração do ressuprimento e das
quantidades máximas desejadas. Portanto apresar das informações constantes no
sistema, e de relatórios disponíveis o pedido e a quantidade depende do analista e da
decisão tomada das quantidades desejadas até o próximo pedido. A questão que se
coloca neste momento é de escolher a melhor política de atendimento, ou seja, a que
minimiza os custos logísticos totais para determinado nível de serviço. E qual deverá ser
a melhor solução para efetuar a política estabelecida, no caso o menor custo para o
melhor nível de serviço, ou seja, obter o estoque correto no tempo certo ao menor custo
necessário. A definição de uma política de estoques depende de definições claras para
questões de quanto pedir, quando pedir, quanto manter em estoques de segurança e onde
localizar. A resposta para cada uma dessas questões passa por diversas análises, relativas
ao valor agregado do produto, à previsibilidade de sua demanda e às exigências dos
consumidores finais em termos de prazo de entrega e disponibilidade de produto. A
decisão pela redução contínua dos níveis de estoque na cadeia de suprimentos depende
da necessidade do aumento da eficiência operacional de diversas atividades, como
transporte, armazenagem e processamento de pedidos.
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O GIF dispensa uma das atividades que mais tomam tempo do gestor de
estoques que é controlar os níveis de inventário de cada item e fazer o pedido quando
eles atingirem o seu ponto mínimo. As informações de venda são inseridas
automaticamente no banco de dados através do PDV e informando ao sistema o
posicionamento dos estoques, sem que haja necessidade de ingerência humana neste
processo. O fornecedor recebe arquivos relatando estoques e vendas item à item
periodicamente do varejista, através de troca eletrônica de dados - TED, ou via Internet.
Assim o fornecedor pode programar melhor sua produção e entrega se tiver uma maior
visibilidade da demanda, esta programação se evidencia na diminuição e até mesmo
extinção de distorções praticadas por cada membro da cadeia de suprimentos, quanto
maior qualidade de informações a cadeia obtiver da demanda estoques mais ajustados a
cadeia irá obter. Por outro lado quanto mais afastado o consumidor estiver dos elos da
cadeia pior será a visibilidade da demanda.
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REVISÃO DE LITERATURA
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comunicação entre computadores. Na reposição contínua o papel do vendedor
(fornecedor) e comprador (cliente) muda radicalmente, pois muda o processo de pedido,
devido à reorganização do reabastecimento.
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transporte utilizado pelos clientes. Os estoques recebidos no centro de distribuição
permitem o atendimento da demanda consolidada das lojas pertinentes ao cliente
(varejista). Com a Separação na doca os estoques são recebidos no Centro de
Distribuição não é armazenada, mas rolada para embarque para as lojas de varejo em 24
horas normalmente. Minimiza o armazenamento de produtos no centro de distribuição
do varejista Isso pode ser paulatinamente aplicado para finalmente cobrir a maior parte
do volume do varejista.
Considerações Finais
A logística é considerada fator chave para o incremento do nível de serviço ao
cliente, através das atividades primárias da logística que são: transporte, manutenção de
estoques e processamento de pedido e várias atividades de apoio adicionais.
Particularmente, o estoque consome grande soma do capital, e ao mesmo tempo é
necessário para manter o nível de serviço ao cliente. A administração dos níveis de
estoques deve ser cuidadosamente aplicado, dentre as técnicas existentes, tendo em vista
a preocupação de dirigir esforços em minimizar o inventário e almejar o nível de
serviço desejado, objetivando qual a melhor política de atendimento de nível de serviço
e o custo de manutenção de estoque.
O modelo de reposição contínua, através do gerenciamento de estoque pelo
fornecedor, é um importante instrumento de gestão de estoques para todos os tipos de
organizações, especialmente para aquelas do setor varejista. Para a aplicabilidade deste
modelo necessita de conceitos desenvolvidos sob a visão sistêmica da logística. Os
conceitos logísticos avançam até o conceito do modelo de gerenciamento da cadeia de
suprimento e da resposta eficiente ao consumidor, dos quais necessitam de algumas
ferramentas para a sua efetivação. Dentre as ferramentas necessárias, a tecnologia da
informação é fator preponderante para o sucesso do modelo. O gerenciamento da cadeia
de suprimento se constitui de relações entre fornecedores, clientes e clientes de clientes,
tornando-se elos desta cadeia de suprimentos. A reposição contínua do fornecedor para
o varejista, é a materialização da integração entre os elos da cadeia, o qual caracteriza a
gestão dos estoques do varejista pelo fornecedor o principal fundamento dessa
integração entre organizações, justificando o diferencial competitivo.
Sendo assim, a pesquisa bibliográfica e fundamentação teórica tornaram claros
os conceitos em que este artigo se baseou.
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Referências
HIRANO, S. Pesquisa Social: projeto e planejamento. 2 ed. São Paulo: T.A. Queiroz,
1988.
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