AULA 9 – CONVERSORES
ISOLADOS - CONVERSOR FLYBACK
Prof. Marcio Kimpara
UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
FAENG – Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia
Sem isolação Isolados
Conversor Buck Conversor Forward
Conversor Buck Boost Conversor Flyback
Incorporação do
isolamento galvânico ao
conversor Buck-Boost
O indutor e o
transformador podem ser
Flyback é o conversor mais
integrados em um único
comumente usado em dispositivo magnético
aplicações de baixa potência
onde a tensão de saída precisa
ser isolada da fonte principal de
entrada.
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O conversor flyback é derivado do conversor buck-boost, com a
adição do transformador.
• É comumente usado no modo de condução descontínua;
• Não precisa de indutor de saída;
• Múltiplas saídas isoladas;
• Transformador indutores acoplados*;
• Modificando o sentido do enrolamento no secundário, pode-se
obter a tensão positiva ou negativa para a carga;
*No Flyback o elemento magnético na verdade não funciona
como transformador convencional, mas sim como indutores
acoplados, pois, idealmente, em um transformador não há
armazenamento de energia (toda a energia é instantaneamente
transferida do primário para o secundário)
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garantindo-se um sentido de correntes que mantenha a continuidade do fluxo. e a energia acumulada no campo magnético é enviada à saída. Quando a chave desliga. Outro arranjo possível para enrolamentos acoplados magneticamente é aquele em que a continuidade do fluxo é feita pela passagem de corrente ora por um enrolamento. correntes em mais de um enrolamento.Anote: Diferenças entre um transformador e indutores acoplados Um dispositivo magnético comporta-se como um transformador quando existirem. ao mesmo tempo. o diodo entra em condução. quando a chave conduz. No Flyback. Prof. de maneira que o fluxo de magnetização seja essencialmente constante. armazena-se energia na indutância do "primário" (no campo magnético) e o diodo fica reversamente polarizado. ora por outro. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 4 . para manter a continuidade do fluxo.
Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 5 . Vin Vin Modificando o sentido do enrolamento no Chave Chave secundário Prof. D Vin - L C Vo Adição do transformador + (indutores acoplados) D Circuito Buck-Boost Vin C Vo Modificando a posição da chave...
Conversor Flyback – Circuito Básico D Vcc C V1 Chave Sinal gate C V2 Possibilidade de múltiplas saídas isoladas Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 6 .
bem como o núcleo é considerado são considerados sem perdas. considere que: • O circuito magnético é assumido linear e o acoplamento entre primário e secundário é considerado ideal. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 7 . Prof. assim como os tempos de subida e descida) • Os enrolamentos do transformador. • Semicondutores sejam ideais (durante a condução a queda de tensão na chave e no diodo são desprezadas.Simplificações para análise Antes de analisar o circuito mostrado no slide anterior. • A tensão de entrada é constante e livre de ondulações.
porém o mesmo vale para outras saídas. caso o conversor seja de múltiplas saídas. Princípio de Operação – Análise Qualitativa Circuito Básico: A análise a seguir será feita para 1 saída. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II . D Vcc C Vo Chave Sinal gate Prof.
Neste estágio. o enrolamento primário do transformador é conectado à fonte de entrada Vcc com o “ponto” ligado no lado positivo. a corrente no primário cresce linearmente e ocorre o armazenamento de energia no transformador (indutor) D Durante toda esta Vcc etapa. Etapas de Operação – 1ª Etapa Quando a chave “S” é ligada. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II . Neste instante. o diodo “D” conectado em série com o enrolamento secundário fica reversamente polarizado devido à tensão induzida no secundário (potencial positivo aparece no terminal com “ponto” do secundário). com a chave ligada. Assim. existe corrente fluindo pelo enrolamento primário mas não pelo enrolamento secundário devido ao bloqueio do diodo. a carga é C Vo alimentada pelo capacitor (previamente S carregado em etapas anteriores) Prof.
fazendo com que a corrente decresça a medida que a energia armazenada no transformador durante a primeira etapa é transferida. a polaridade dos enrolamentos (indutâncias) se inverte. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 10 .Etapas de Operação – 2ª Etapa Tem início quando a chave “S” é desliga após conduzir por certo tempo. A corrente passa a fluir no secundário carregando o capacitor e alimentando a carga. A reversão de polaridade da tensão no secundário faz com que o diodo “D” entre em condução. D Vcc C Vo S Prof. O caminho para a corrente no primário é interrompida e de acordo com as leis da indução magnética.
duas situações podem ocorrer: ❶ A energia armazenada no primário foi totalmente descarregada. 2ª Etapa Durante a segunda etapa. configurando o modo de condução descontínua existe uma terceira etapa ❷ A energia armazenada no primário não foi totalmente descarregada e o período de chaveamento iniciará um novo ciclo. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 11 . Prof. o que configura o modo de condução contínuo.
Por não existir corrente nos enrolamentos primário e secundário. D Vcc C Vo S Prof. Nesta etapa o capacitor de saída fornece a energia para a carga. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 12 . as tensões sobre ambos também são nulas.Etapas de Operação – 3ª Etapa (apenas para o modo descontínuo) Nesta etapa a corrente i2 se torna nula e o diodo “D” é bloqueado. A etapa 3 se encerra quando a chave “S” é ligada e o circuito volta para a etapa 1 novamente e a sequência se repete.
Operação do conversor no MCD – reg. permanente 1º Subintervalo VD N2 V2 V1.dt N1 dt L1 L1 Vo V1 Vin Vin IC Io I1_ máx . Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 13 .DT R di1 L1 V1 L1 I1 I S I2 ID 0 dt Prof. Vin D N1 V2 V1 Vo N2 C V2 Vin . Vo VS 0 di1 . N1 S VS VD V2 Vo N2 di1 V1 Vin VD Vin .
I1 V2 . permanente 2º Subintervalo VD V2 Vo di2 Vin D V2 L2 . Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 14 . N2 I D IC Io N1 I 2 _ m áx I1 _ m áx IS 0 N2 VD 0 Prof. Operação do conversor no MCD – reg.t D S L2 VS N1 V1 V2 .I 2 VS Vin V1 V1 Vo . V2 Vo dt V1 C Vo I 2 _ mín I 2 _ máx . N2 P1 P2 N1 V1. N2 I1 _ m áx N2 N1 ID I2 I 2 _ m áx N1 VS Vin Vo .
Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 15 . Operação do conversor no MCD – reg. permanente 3º Subintervalo VD Vin D No secundário: V2 V1 Vo C V2 0 S I2 0 VS No primário: VD Vo V1 0 ID 0 I1 0 IC Io VS Vin IS 0 Prof.
Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 16 . I1(t) IS (t) Formas de Onda MCD I1_ máx Conversor Flyback - Correntes D t I C (t ) Vcc Ic Io C Vo S I2 Io t I2 (t) ID(t) I 2 _ máx ton toff t tD tX Ts Prof.
Formas de Onda . Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica deTsPotência II 17 . Vin Tensões N1 Vo t D N2 Vcc VS (t ) C Vo N1 Vin Vo N2 S Vin t V D (t ) N2 Vo Vin V2 (t ) N1 N2 Vo Vin N1 ton toff t Vo t tD tX Prof.MCD V1 ( t ) Conversor Flyback .
t D 0 N2 N2 ton toff tD Vo D N2 tX Ts Vin f S .Vo N1 1 D 1 D .TS Vin .D N 2 tD t D toff f S .D.Vo N1 Vo N1 Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 18 .D N 2 Vin N 2 1 f S .segundos Vin N1 N Vo 1 Vin .t D N1 Isolando tD: Para operar no modo descontínuo: Vin .TS Vo .Relação entre tensão de saída e entrada (ganho estático) V1 ( t ) Balanço volts.
t D L2 I 2 _ m áx 0 (MCD) Correntes No primário I1_ máx Vin I 2 _ máx I1_ máx .DT L1 iL 2 i L1 Vin .t D L2 Vo .D L1 ton toff t I1 _ m áx. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II . f S tD tX Ts Prof. Cálculo das indutâncias No secundário Vo I 2 _ mín I 2 _ máx .
TS tX Ts Chave I1(t) IS (t) I S _ m éd I in I1_ máx 1 I S _ m éd .I1 _ m áx I S _ m éd t 2 Prof. Área T D. Esforços de corrente nos semicondutores Diodo I2 (t) ID(t) I D _ méd I o I 2 _ máx 1 I D _ m éd . Área T ton toff t t D .I 2 _ m áx I D _ m éd I o tD 2. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II .
2439 V N 15 1 1 in 2 1 Vo N1 5 10 Prof. Exemplo de Projeto Dados de Projeto .Frequência de operação: fs = 20kHz .Relação de transformação: N1/N2 = 10 P 15 ❶ Cálculo do valor médio da corrente na carga: io 1A Vo 15 ❷ Definição do valor do duty cicle máximo: 1 1 D D D 0.Tensão de saída: Vo = 5V .Tensão de entrada: Vin = 15V . Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 21 .Potência na carga: P = 15W .
❸Cálculo do intervalo de tempo da segunda etapa (tD) t D 15 03.t D 5 3 10 6 L2 454 nH L2 L2 I 2 _ m áx 33 Prof.I 2 _ máx I1 _ m áx 33 I1_ máx 3. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 22 .3 A N1 10 ❻ Cálculo da indutância no secundário: Vo .2 1 Vin .Vo N1 20 10 5 10 ❹ Cálculo do valor da máxima corrente no secundário: 2 io 2 1 I 2 _ máx I I 2 _ máx 33 A 2 _ m áx tD f S 3 10 6 20 10 3 ❺ Cálculo do valor da máxima corrente no primário: N2 1 I1_ máx .D N 2 tD t D 3s f S .
000 ❽ Esforços de tensão e corrente nos semicondutores: Chave “S” Diodo “D” P 15 iD _ med I o 1A iS _ med 1A (se eficiência=100%) Vin 15 iD _ máx I 2 _ máx 33 A iS _ máx I1_ máx 3.3 20.❼Cálculo da indutância no primário: Vin .5V 10 Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 23 . f S 3.2 L1 45.D 15 0. 1 6.4 H L1 L1 I1 _ m áx.3 A N1 N VS _ m áx Vin Vo VD _ m áx Vo Vin 2 N2 N1 VS _ m áx 15 5 10 65V VS _ m áx 5 15.
I pri _ max . Para o ferrite. f op Pout 1 Pin ( núcleo) 2 O transformador precisa satisfazer: 2 Onde armazenar a energia W 1 L pri . 3.ton Vin . f s L pri . r = material magnético e g = entreferro 2. H = intensidade do campo magnético. r é da ordem de 1500 enquanto que para o entreferro ele é da ordem de 1. Para uma densidade de fluxo magnetico uniforme B r . a intensidade do campo magnético no entreferro é muito maior que a intensidade do campo magnético no ferrite. Prof.I pri _ max 2 ? 2 1.H g A Onde: = permeabilidade.H r g . Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 24 . Deste modo. a energia é virtualmente armazenada no entreferro. Projeto Transformador Vin .Dmax Enrolamento primário: I pri _ m áx L pri L pri I pri _ max . A energia armazenada é proporcional ao quadrado da intensidade do campo magnético. Assim.
Projeto Transformador O transformador do Flyback normalmente utiliza gap Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 25 .
4 L pri I pri _ max 108 Ac área da seção 2 Comprimento airgap (cm): l g transversal do núcleo (cm²) Ac Bmax 2 Bmáx máxima densidade de fluxo (Tesla) L pri L em mH Número de voltas: N pri 1000 AL parâmetro fornecido pelo fabricante AL Número de voltas no secunário da saída de mais alta potência: N pri Vout V fwD 1 Dmáx VfwD queda de tensão no diodo N sec (quando em condução) Vin . Projeto Transformador 0. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 26 .Dmáx Para determinar o número de voltas no secundário de saídas adicionais: N sec( n ) Vout( n ) VD N sec(1) Vout(1) VD1 Prof.
Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 27 . Projeto Transformador (a) Figure: Flyback transformer secondary arrangements: (a) center-tapped secondaries. (b) Prof. (b) isolated secondaries.
Técnica de enrolamento do transformador Limitações no projeto: 1. Ressonância entre a indutância de dispersão do transformador e a capacitância dreno-fonte do MosFet. Para uma determinada densidade de fluxo máxima e frequência de funcionamento. Prof. 2. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 28 . as perdas no núcleo e a densidade de fluxo de saturação do material magnético reduzem com o aumento da temperatura. Escolha adequada da densidade de fluxo máxima e da densidade de corrente nos enrolamentos. Ressonância entre a indutância de magnetização do transformador e a capacitância dreno-fonte do Mosfet. Existem duas ressonâncias: 1. Indutância de dispersão. 2.
Efeito da indutância de dispersão do transformador Tensão no transistor (MOSFET) VDS 1 f1 2 Ldp * Cds Vclamp 1 f2 2 Lmp * Cds Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 29 .
o que reduz a ressonância devido à indutância de dispersão Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 30 . Utilizando a técnica chamada de interleaved (as camadas dos enrolamentos são intercalados) é possível obter um melhor acoplamento.
Adição de Snubber Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 31 .
• Modo de condução contínuo Vantagem: Pico de corrente na chave e no diodo são menores. ondulação de corrente no capacitor de saída é menor. Desvantagem: Pico de corrente na chave e no diodo são maiores. Características Flyback Flyback é o conversor mais comumente usado em aplicações de baixa potência • Modo de condução descontínuo Vantagens: Transformador menor. tempo de recuperação reversa do diodo de saída é menor. possui zero no semiplano direito dificultando a compensação (controle) Prof. ondulação de corrente no capacitor de saída é maior que no modo contínuo. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 32 . Desvantagens: Transformador maior.