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‘Ano | — Nimero Natal/Dezombro 75 Séo Paulo - Brasil CrS_ 3,00 O$ Situ © Presépio é 0 simbolo terreno do Natal, uma visio pastoril do nas- cimento de Jesus. A Arvore de Na- tal 6 a visto do céu iluminado pelas estrelas, integrando o Natal na con- cepeio astrolégica da Antiguidade. ‘Mas o Natal-75 supera as dimensoes do pasado e se apresenta como um fato de natureza césmica. Nao é ape- nas o nascimento de uma crianca mitolégica ou sobrenatural. Eo ad- vento de uma nova era. A estrela mensagem dos Reis Magos transfor- ma-se na anunciacao da era sideral. A potencialidade divina do ser hu- ‘mano, revelada por Jesus, desenvol- ve-se no despertar das faculdades paranormais que permitem ao ho- mem terreno fazer-se astronauta. Descobrimos que a Terra esti envol- vida pela luz das constelagGes. A tranformagio crista do mun- do nao foi um momento histérico, é uma realidade continua, sequente, que nada pode deter, nem mesmo a loucura das guerras, dos crimes, da violéncia desencadeada pelos resi duos da brutalidade ancestral. O s0- nho da paz nao se deixa asfixiar pe- Tas ameagas atémicas. O homem descobre a sua imortalidde natural, integra-se na realidade eésmica im- perecivel. O Natal da Era Césmica 6 0 advento do Cristo Césmico, redi- vivo em espirito e verdade. Essa a visio nova do Natal que este nii- mero de MENSAGEM oferece aos leitores. E que fearo, o nosso dese- nhista, interpreta na concepgao gra- fica desta pagina. BOLUS 0 IRESP Entrevistado por NILSON FERREIRA, o Eng. ‘ui Mello conta A MENSAGEM como se faz fem Sio Paulo a reintegracio social e profis slonal dos egressos do sistema presidiério do Estado, E pede mals compreensio para essas criaturas, na maioria desprovidas de recursos € de habilitagio profissional. Miséria, Igno ncia e falta de orientacio respondem pelos Indices de criminalldade. IRESP necessita de maior apoio financeiro da Indistria e do Co- méreio. Ramalho e Bartira No desenvolvimento da série “Corpo e Alma e Sio Paulo” — a Histéria de Sko Paulo em novus dimensSes — J. HERCULANO PIRES ‘nalisa o mito de 050 Ramalho Bartira e ‘suas profundas ralzes histéricas. Sustenta que Ramalho era judea e conta a histéria do caf, a letra hebraica encontrada nas assinaturas do Patriarea de Santo André da Borda do Campo. ‘Revolugio na Histérla: quem fol ue descobriu 0: Brasil? ROBERT HENRI FOURCADE manda-nos de Paris uma andlise penetrante do esquema 0 simplérlo e violento do nosso tempo. J, AMARAL SIMONETTI estuda o problema a violéneia, seu primarismo brutal © suas consequéncias desumanas em todo o mundo. [Quais os motivos da onda de violencias flevasta. as nagies? Porque o homem civili- jzado retorna & selvageria? Porque, vottamos fo fanatismo das guerras de religiio? ERICO VERISSIMG Pees eee Excritor_profissonal Soo eee ‘Ne cnn paral de Erin Verio 0 Ue nan rece tmyerttne asnalar én pogo humanists ‘etods pra compreento € Sati ds prosiemas <,etnte cao ‘popta de O Terps e 9 Vento ene eacrra com Insets fm" Antares, una vio, tigea da destalriagho foment plteatia ‘ow coronds, reg mast toes ink etic du ata preserva om Ye (tber mm Sun Patio» tote ae neta! one es {een els Unite Brae de Excritares em It unde ‘Sintec ons Toms eget ‘sertr proto, valor oj consacraa coms’ simples ‘apr acon materia, sta an anaeL “cttnsca geet ies emcee Ge te-Temiimeos ‘ncecron Go imps Ge watt ath ade! sso aren do neatvam prctenive prectms Meda Bo ene rage ae Se eacrarion x more de Erica ma peipecia ext- En no, hnpenco 3: tens pocm’ der com bare, que Fee rae eae compicteu'ma motes © ‘ctr Sri! encendo cas ‘nds haweer pret MEIO AMBIENTE ect Shite inte de cear eae Mean esr ‘Sincare do ano, prone. serhtntadseaynr'dn meme ta pene, was ne “A VIAGEM” enbecinene as “contigs >t SAKHAROV. Sonics TABLOIDES 57) Toy sures peated ‘se denaoras a camcinbs a ate ‘S' pettce ewes somata" tales ermal aio" # pup ae “embrale Tr ignition neetan sity Siege means aes eres ecto made Quan ‘iden nleronas, do guomentopreseaie apetsenagie’crafiea allamcnie velsties” de tan ov reeurum etieases, stam de ina par e"umar'e errenesto ai HHNGAGEM sprateee = bon romps ty su uagoria eorenit a yemue " ot oman eae MENINGITE, VIGILANCIA en an oan cm ms iin a reve Tralee “mae” fe tomaao met pve © SONDAS EM VENUS Sst iy Cactus ‘coment dn Sen roan < ame dns steps Yes ¢ Sr spam Pégina 2 MENSAGEMDezembro 1975 i ‘Tema cangio de amor quero elevar ‘este Natal de angistias e tormentos, Notas suaves de piano a dedithar as teclas de suspirvs © lamentos. ‘Volto a0 passado, a0s poctas do absinto, As cadénelas de amor do. romantismo, ‘quero escapar a0 foraréa do instinto Que em elnzas transformou © Cristianismo, Quero Jesus ea Estrela de Belém, fos Rels Magos aos pés da manjedoura, Anjos eantando no horizonte, alem, para embalar no sonho a virgen loura, Quero © Natal da infaneia, @ meu Natal com vaquinhas © ovelhas de If branca, Sem logiea ot histori, intemp com a poesis do amor que 0 io espanea. Quero também a arvore do sono, cearreyada de doces « presentes TMuminada como 0 eeu risonho cecereada de amigos e parentes Poem dizer que sou um saudosista, lum quadrado, um corda carcomide. E mals belo sonhar como um artista ‘que salfar e-gritar ensandecido, Jesus amava os simples © as erianeas, ‘ensinava o amor is criaturas ‘Semeador de alegrias e esperancas, ‘condenava estroinices « Toucuras, ‘Quero 0 Natal com mnisica apropriad como a canedo dos sinos de Belém nada de fox, samba ow hatueads, de inovagies de nio se sabe quem. Quero velinhas trémulas acesas ‘com fosforos de eaixa, com palitos, nada de Tsqueiro a gis ou mais surpresas ‘que possam detupar 9 antigo to Que nio me Inventem diseos-voadores ‘ou missels_terroristas, genocidas, ‘© menino Jesus nfo quer terrores, ‘quer alegria e paz em nossas vidas. ‘Mas nil se esquecam, quero a estrela de ouro no presépio de amor de Sto Francisco, ‘uma estrela de prata, sem desdouro, tna Arvore de Natal em brilhe pisco ‘Sio Francisco de Assis fex 0 presépio, Latero fer a davore estrelada,-* Homenagem da terra em barro sépio, reveréncia do eéu em luv prateada. Meu presépio de infancia, intemporal, me fer viver a Infancia de Jess, eresci depois, eresceu 0 meu Nat © descobri a érvore da. luz. Passel jluminado a mocidade, E hoje quero, maduro, quase vetho, Jo mew natal de espirto e verdade faue Jesus prometeu ‘no Evangelho. Editoriais ESPIRITO HUMANO DO NATAL ‘Menlo em Sart enrlano, bless ee eee sts eee See. es eee en os eee eee lnceimento dos fencmienenparanormals imped Seen {he ov prodigon que he Seance de odow, gue podem a (0 seatide humane de Natal deoorre de suas propriaa stro ems ne Inearnou-se por abnetachn ‘intr stnecnda se tansiere da evtilcke par UMA BANDEIRA COSMICA Nao ston nem por acano ae se deta tla das nosis iqverae turiferay, cloearam, nthe pareca uma simples fixasie_ do assay hele ae fevels come antcrie de uta, 2m premio au deve ‘snrurioss do manda em ‘Stein, gee projets fo ininito guiada pelos prin- {ipl estes Ge nos Tormaeso nacional Nenhumg vandelea dos paises do mundo con. seguly ntti em sun signi eve ne Son Soecoee “Conn Bandera nen espletsal do Brasil ne mundo te amanda Nig so os foruetes¢ as sondas espaclais figura tee precorncae, mas ow ates do tee ffm de ajudar os selvagens ¢ slviclos faba “anttiae de vole : nar pelo expla gw a vsenca ¢prePria entrees poderoes (irlo to Natal be reveste de slevador siglen ti Simbslicos. esse sentido que. devemos. entender | "para cenlinuarinesapegsdos” a hm asad ‘stamos nu kia da Ranso, Ss" pore da lo tapiioy cmt gue todas an dims Tao send leit tide a santery as mail ae dy mito betesa_ da Tend, devemas ver em imerrer para eosin a ‘ate ea ‘bomen 0 Susy "tives “estefamos apenas arta Greta € uma inspiragio Wo, prdpelo tema de Ordem | brostesso do nonse atandarte nacional, coe Fen {ido"huyamo "implea e.desenveleimento ae | {atero de pas e prospeidade na comunidade sera dis aon scm ow sont inernos © estes ‘Seloiramy ne epi | tricromaniis “de Sncenienca incr com "carregada de profecias messe. sentido. desde = rates de ances 305 poe fo demais. hinos aficlals foram forlados nessa freind imopiraesa, podemos asinalar, entre muitas ‘ipuntinens 4 profeea de D. Bost fore rata, "ar referencias alegsrleas "eecldas por Franciceo Candido re logratien mi 1pos, “ras, Guraete do Mundo, de aborts de sera snpctornegaivos ¢ confit Sina fe ranula frne ne futre."Nio eatin, tented" porn braileira © nar revises para Soci hfe ince comersdos mh ‘Dezembro 1975 MENSAGEM Pigina 3 EXCLUSIVA IRESP - Reintegracao social de presidiarios Dublicagio da magnifiea entrevista do Br, Manuel Pedro Pimentel, Secretirio {da Justica do Governo do Estado, em ‘nosso mémero anterior. levou para todo © Brasil as informagées precisas sobre as pro- vidénclas que esto sendo tomadas em nosso Estado para a humanizagio dos_presidios, ceuja situaelo desumana em todo o mundo € juma das manchas mals desonrosas da nossa ivilzagio. O assunto & dos mais complexos € tem desafiado os especialisias, mesmo nas nnagées mais adiantadas. Para dar 0 necessé io desenvolvimento A questio, destacamos 0 nosso companheiro NILSON FERREIRA para entrevistar o Eng. Ruben de Mello, dire- tor do TRESP, Tnstito de Reintegragio Social ‘eProfissional. Nosso entrevistado tem no set ‘curriculo de atidades vasta fotha de servigos 8 coletividade: diretor da Federacdo © Centro ‘das Indéstrias do Estado, presidente do Sin. dicato de Serrarias consetheiro do SENAY, di- retor da Campanhia Paulista de Estradas de Ferro. engenheiro civil e diretor de IndGstrias ‘madeiras, eampo em que milita hi cinquents ‘Atualmente o Bng. Ruben de Mello em- penha-se no desenvolvimento do TRESP, com plena consciéneia da gravidade do problema ‘que enfrenta, de importincia fundamental pa- Fa a humanizacso do homem ¢ da sociedade, nesta fase de exasperante desumanizagio por que estamos passando no mundo. Encerramos nossas explicages aos leito- reese passamos ao texto da entrevista realizada ‘por Nilson Ferreira, que se constitui mum do- cumento da mais alta importancia, provando ‘ exlsténcla dos homens de boa vontade que Iufam pela paz na Terra, Rum presente de [Natal 20s nossos leitores, lembrando a le- genda natatina: "Gloria nas Alturas © pax 18 ‘Terra aos homens de boa vontade”, brig ne socedse™ ‘minh eps xo ei ao eee Ico ou relgoon eile pr eater ‘pinion ela spiel, Seu Am Bite asso sbrge toto © Hata de She Pasa 0 RES tem como ohjetve So tntintn Peis Go atae. > im Sto Pasa nf. Conc» nti es semelhanics Rin Grand oa “POM rece Sabvenges = Sin, see aoe smo RES inde ee tasuie ¢ Sebvenctet “saat os Deprtamenin ue com pine IRESr © ste recast ie stv tetas de gua nl falco (Conta, Pensa) © Instat amposte por tn See ee ‘Socata, Ato Jeraes, cs-Maeintie Medien 2 in om ge Hes ttclo'ae residartad gon ate tm ode is rues deponies ne RESE bem ‘Sime ts epacande de” atoniment, ‘Seve et pico to Se Tice‘ mates sce hepa ‘Ga que rape angst, peogsino = quia nsptagio Sci « tentamento. ‘ict co esa ar {aioe se meetin tt tow ae Atberge, Aliment, Ass Sactane’ witty tae tes Sher etans ow lal eigen, Proie tose de Samco ae Pare {Soio Clots do RESP x eva w= kad 0 IRES? scoparia renter 165 express mu lee to 6 ‘Sais ottaeoticente ate green & Pate te teearnee.s eater ‘tle do expresses ma sche? Pigina ¢ MENSAGEM Dezembro 1975 rts Ac ‘dive to tees sna de or periann “Dezembro 1975 MENSAGEM Pigina 5 NATAL: LENDA E HISTORIA ESFAZER uma lenda é como despetalar uma Mor. A lenda nasce da opular, como a flor nasce da terra. Mas, no caso do Natal, lenda ¢ realidade se ‘conjugam numa vivéncla histériea de quase dois milenlos, Impossivel despetalar essa flor milenar sem ferir a realidade hist rica, Mas é necessirio dividir os dois campos, © da Ienda e 0 da realidade, para que @ verdade sobre o Natal se imponha as mentes psitivas, anulando pelo menos em parte os motives da descrenga que avassala 0 século. #0 que procuramos fazer neste trabalho, com a tnica intencio de esclarecer o problema. realidade do Natal, loge de diminuir fa grandeza do Mestre, $6 faz aumen-” tia, a londa é como um poema ela ‘borado pela imaginacio mitolégica para homenagedlo. A lei do mito, como asst nnala Untersteiner, é metamorfose. Os ho- ‘mens da era mitoldgica, em que Jesus nascou, ‘io separavam razio da. imaginagio. 86 podiam aceitar Jesus transformando-o ‘num ‘mito. Mas hoje, na era da razioo mito é naturalmente rejeitado e a descrenga se instala thos coragbes vacilantes. Nosso trabalho pre- tende mostrar que nio hi razio para se des- ‘rer da realidade por causa do mito, ONDE JESUS NASCEU? Segundo 03 Evangelhos de Mateus ¢ Lu- as 0 nascimento de Jesus ocorreu em Belém ‘de Juda, bem distante da cidadesinha galileia ‘de Nanaré, onde viviam seus pais, JOsé © ‘Maria teriam sido obrigados a viajar para ‘Belém, nas vésperas do naselmento do menino, para atender as exigencias do recenseamento ‘de Quirino, Mas segundo as investigagdes his- {ricas modernas 1ss0 nio podia ter aconte- ‘ido, pois 0 recenseamento s6 fol feito pelo ‘menos dez anos apés o nascimento de Jesus, s dads sobre iss0, comprovados por ume. Osos pesquisadores universitarios, nao dei xam dlvidas a respeito. Entio, pergunta-se, Por que motivo os. evangelistas rogistraram & lenda no a verdade histérica? Os ‘Evangelhos foram .eserites muitos ‘anos depois da morte de Jesus. Durante esse Deriodo os apéstolos e os diseipulos do Jesus ‘vera de sustentar multas Iitas contra os Juudeus ortodaxos que ni aceitavam o Mestre como sendo o Messias das profecias, Para ue Jesus fosse aceito pelos judeus teniten- ts era necessario que @ sua vida, desde 0 ‘aseimento até a morte, estivesse rigorosa- mente de acordo com ab profecias bibllcas (Os apdstolos eos diseipulos aceitaram a lenda, ue thes parecia mais real que a prdpria res lidade, pols no Tugia das’ previsoes prote- tices, Judeus na maloria, s6"podiam aceltar lum "Messias enquadrado’ nas’ exigéncias da “lei”. Os dogmas judaicos vinham de uma revelagéo do préprio Deus ¢ era impossive! ‘20 homem tentar nega-los. Essa riglda posicao ‘ideista, que err ao mesmo tempo alicercada ‘a fe constituia o alicerce da £6, pareciaInes ‘patural e irretorquivel. Nao. thes interesss- ‘yam 08 problemas bistéricos, Sobre essa {6 ingénua, que também de- corria das provas que possiam da sobrensti- ralidade de Jesus — um homem-deus, capaz e ensinar a verdade e produit milagres — apolaram-se depois as igrejas cristis que surglam do trabalho missionério dos apésto- Jos. Quando, mais tarde, igreja de Roma fassumiu a lideranca do’ movimento cristio ‘Jenga ao nascimento de Jesus em Belém fol comptetada e reforcada pelas elaboragdes teo. Jogieas de nomens formados na cultura mi toldgicn. A ingenuidade primitiva se revestia ‘do uma camada cultural Fespeitavel e a lenda se fizou como realidade divina e inabaldvel ‘Tentar critiea-la era um pecado quo lovaria © atrevido & condenacio das chamas etemas. ‘era em Belem, «cidade de Davi, que 0 Messias devia nascer, segundo as professias, ¢ 1ss0 fexcluia qualquer outra interpretacio, No in- teressava nenhum dado historico que pudesse ‘gar a reslidade sagrada das profecias Quando Renan, no sécwo pasado, atre- veu-se a pesquisar tivremente e de maneira ‘opyetiva as origens do Cristianismo, os and temas eairam sobre ele como os Talos de Ji piler Tancados sobre a eampanha romana, Mas Henan nao vactiou em alirmar eategori- camente em sua obra monumental: “Jesus ‘asceu em Nazaré, pequena cidade da Galilgia ‘que antes desse nasclmento no gosava. de nnenhuma colebridade.” ‘Se isso fosse dito al- ffuns séculos antes, Renan teria sido queimado vivo, pois além de tudo a Galilia era const. Gerada como a provincia impura -habitada pelos gentios, pelos pagios dissolutos. Como poderla 0 Mossias ter nascido em Nazare? ‘Je no bastava ter crescido 14? Depois de Renan as pesquisas histéricas soore Cristianismo eresceram no mundo. ‘Todas os anatemas foram ineapazes de deter 1 onda de investigagdes independentes, pres- tigiadas por nomes exponencials da cultura Imaginagao EQUIPE DE MENSAGEM. moderna. E todos os pesquisadores sérios ‘ndependentes, nfo ligados as igrejas eristis, confirmaram a tese de Renan. Hoje nio hi ‘mais diividas a respeito, Os recenseamentos {da Judéia, fetos por ordem dos romanos, £6 tinham por objetivo a cobranga de impostos (Que interesse teria Roma em deslocar as pos soas de um cidade para outra, se o que al- ‘mejavam era saber com seguranga onde de quem cobrar os impostos? ‘A FAMILIA SAGRADA José e Maria tiveram varios fos. Vi- viam em Nazaré tuma vida humilde e simples Nessa pequena familia operéria, pots José era carpintelro, Jesus pode ter sido'o primero fi Iho, mas a verdade historiea no “demonstra sso. Pelo contrario, ele parece ser o wtimo fio. Os Evangelhos mencionam irmlos @ fnmis de Jesus. Guignebert, sem diivida o mais importante dos grandes pesquisa ores modernos, considera que © mito da concepeao virginal e tiniea de Jesus nio nnasceu na Palestina, pois os Judeus no acel- tavam o mito da deusa-mae dos semitas e de varios povos da época, Hse mito se relactone- va com poder dos eis, que para serem si periores aos outros homens, deviam nascer da Tainha virgem. A lenda niio pode ter nascido ‘na Judéia, 0 que prova o silencio de Marcos Joto, bem como de Paulo © 0s demais apas- {los em stias epistolas do Novo Testamento, sobre’o naseimento virginal Os préprios relatos evangélicas deixam claro que a Sagrada Famila nlo se compunnha ‘apenas de trés membros. IE delzam peroeber ‘Que Jesus destacou-se entre os irmiios, sendo © Unico a impor-se a0 povo como um guia spiritual. Bra unico nesse sentido e nlo como {tho tinico. Na Carla aos Gélatas, 44, 0 Apéstolo Paulo ¢ decisive, afirmando: “Deus fenviou seu filho nascido de mulher, nascido ‘sob a tei, a fin de quo cle resgatasse todos 08 ‘Que estavam sob ae,” Isso quer diver que, para salvar os homens, segundo a tradioio bfblica, Jesus teria de viver como homem, sob 0 jugo da lel mosaica. O nascimento vir. inal ¢ contrraio a essa tradicio e transforma Sesus numa entidade mitologica, RELATOS FANTASIOSOS Os historiadores se recusam a tratar do {que consideram como relatos fantasiosos dos Evangelhos, goralmonte de Mateus e Lucas, como sejam: a aparigio da estrela pegureira, a visita dos Reis Magos, a fuga para o Pgito, © massacre dos inocentes por ordem de He. odes, o nascimento na estrebaria da gruta, f proteedo dos animals para o- menino, fanunciagao dos anjos aos pastores, Todos ‘esses reiatos enquadram-se no campo da ha- slografia, ou seja, das biogratias miraculosas fos santos, Dessa manelra, o Natal Histérico fica Teduzido a0 nascimento do Jesus om Nazaré, na casa pobre do carpinisiro José sua esposa Maria, sem nenhuma ocorrénola 4g fatos sobrenaturais Um parto natural, & moda da época entre os judeus, com a assis- Figina @ MENSAGEM Desembro 175 éncia_possivel de parteira ¢ JESUS MENINO A Inna de Jesus io ¢ relat ns stvangelhos, ue se reterem apenas & visita do menuio ao’Templo de Jerusalém onde aie firs com os doutores dale, revelando sa- Saveaoria precoce. sso fato ¢ aceltvel is. toricamente. Os meninos, a0 alingit 12 anos, ‘deviam ser ievados a0 Templo pare a bingo aa viriudado, quo equivalia 20 que hoje cha- amos de emancipagio. Mas a bengéo $6 fra concedida se 0 menino que revelasse co- ‘hecimentos da Tord, que era a colegio de livros basieos da Biblia. Tinham, assim, de ser submetides a wn exame. Nuo ba nada de ‘trtordiniio de sobreaiual gue um mes ‘no prococs pnidesse sair-se bem do exame, ‘iscutindo com os rabinos de manera inte: gente. 1680 no. quer dizer que o menine esinasee novidades aos doutores db eh, que Sertamente se alogravam 20 deparar com Um ‘menino inteligente e demoravarm mals trpo ém conversa com cle. Esa estéria @ portan- to verossiml ‘Sobre a infincia de Jesus encontram-se muitos dados nos angelicos Apéerifos, ue nada mais sio do que copias detur: ‘padas, chelas de absurdos inaceltavels, dos quatro evangelhos candnices. A intencia. de Jesus decorreu, portanto, como a dos meninos Jjudous do seu tempo: entre os brinquedas em ‘asa 'e na vizianga, 0 sprendizado. do offcio Go pai ne carpintaria © es estudos na escola /éa Sinagoga. hide o mais nao passa de fan- tasia, Jesus 56 manifestou sa virtudes excep cionais na mocidade, quando, segundo expres- soes evangelicas, “chegou a hora de Cumprit 4 Sua missio". Livros mediinicos ou nao, pe Dcados entre nds, relatando fatos da intan- ela de Jesus, no merece 0 menor crédito. Sto simples fabulérios ingéntos, que 130 Taro se servom de mistfieagoes evidentes Fidiculas, como as de Rousteing, Ramatis © outros. familiares © de uma A DATA DO NASCIMENTO ‘A data do nascimento, a 25 de Dezembro, {i fimada pela Tgreja com’ base no mito solar ‘das olvilizagdes agrarias. Nessa data finda-se ‘0 inverno europeu © asigtieo. Os povos antigos comemoravam 0 nascimento da So, que vol tava a iuminar 0 mundo ¢ trasia de novo a ossibilidade das colheitas, das messes. A rimeira constelacio a seguir no horizonte é 48 da Virgem, que da nascimento 20 Messias, © que traz as messes. A constelagio, segundo (© mito, é virgem antes, durante e apés 0 par- to, 0 que foi adotado pelo dogma da virgin- ade de Maria, (© frade Dionysius Exigus, que fixow 0 ‘ano do nascimento de Jesus, errow nos ealeu- 108. Segundo os proprios eriticos da Tgreja, 0 ferro foi de 6 ou 7 anos. A verifieagao desse ferro aumenta a idade de Jesus na cruciticagao, Ele devia ter, entio, 39 ou 40 anos. Quanto & realidade da existencia de Jesus nfo ha ddvi- da, 0 testemunho dos apdstolos, que viveram com ele, seria suficiente para provicla Acditora PAIDEIA LANCA AGONIA DAS _RELIGIOES As religides estao morrendo. Com elas morre a Civilizagéo. Sermao leigo de Natal aos descrentes e ateus RMAOS, Irmis ¢ Respetivos Filhos. ‘Nilo falarei aos vossos netos, porque ml- ‘nha voz cansida no chegaria 1a, Blas ‘odes reter os flhos convoseo, espero que me entendam, O Natal no existe 86 para 05 crentes. Na verdade ele existe mais para os eserentes e 05 ateus. Quando Deus 0 fee hhomem, nascendo entre os homens, fol para falar a eles e no a santos ou anjos. Quero, pois, falar a vés como um lelgo falando a eigos, 1ss0 fica muito bem num mundo leigo ‘como © nosso e concorda com 0 que fer. 0 Cristo de Deus, que também era um. lelgo pregando a lelgos, num mundo de judeus’ © ‘Pagios. Nuo pensem que sou contra uns e outros, faco por minha conta uma compara ‘eto e mada mals. Mas nao me comparo & mim fo Senhor, e s6 me ponho no -lugar de um servigal d'Ele, para servir no que possivel for. © nascimento de Jesus ja © sabeis como foi, apesar de vossa descrenca ou atelsmo. Quem descré nilo nega, 50 faz guardar-se de engano. E quanto aos ateus, falte-nes apenas Jum M para serem envangelistas ou pelo menos lum deles. Ora, como dit 0 ditado: “Mateus, primeiro os teus", © também J ful ateu, 6 {usto e certo que fale primeiro a vés, antes de falar aos crentes depois da mola noite, Per guntareis porque‘deixeia cles para depois. Nao disse 0 Senhor que os ultimos sero os pri- meiros? # esse 0 vosso caso no tocante cesta palavras de Salvagio, Sabeis também, meus irmios (tudo sa- bbeis mas nada fazeis) que Senhor niio velo ara os silos, mas para curar os doentes, ‘Como os doentes, hoje, estio desprovidos de Tecursos para pagar médicos e hospitals, © ‘a imprevidéneia os deixa na mio, 0 Senior ermitiu que os missioniirios da cura aivina ‘se multipliquem dia a dia na Terra, pois so eriaturas que, nio tendo cursos nem ordent. ‘ebes sacerdofals, no se importam de ser ppagas com vossos miudos e notinhas esface- Jadas de um cruzeiro. Prestai, pois, muita ‘tencio, Nao venho curar-vos mas indicar- Vos © caminho possivel da cura. extra-terrena A caso nfo estamos na Era Cosmica? Quem Vos diz que esses missiondrios nao vieram de Saturno ou Jupiter, como ajudantes de forna- Tha num disco voador? ‘Mas voltaremos ap assunto natalinos que € 0 nosso. Como sabels, Jesus nascet nutna estrebaria, entre bols, vacas @ cavalos, 20 contrario do Buda, que nasceu num palécio real. A pooreza @ simplioidade foi a marca de torla'a sua vida. E até na morte o puseram entre dois ladrOes, um de maus ‘hofes ¢ ‘outro born, para se ver que nfo fazia distin- hes entre os homens, por piores que fossern, Sabeis também, pois’ tudo sabels mas nada fazeis, que 0 Senhor fol tratado com desdém ‘orgulhioso pelos Judeus © pelos romanos, que © perseguiram, prenderam, acoltaram, ‘ori eiflcaram e depois deram fim no seu cadaver ‘Tudo isso devemos lembrar hoje, pois nio seria bom ficermos s6 nas coisas alegres co- ‘mo 08 anjos cantando no horizonte, os Reis Magos trazendo-the ofertas valiosas, a Estre- Ja do Bolém brilhando sobre a estrebaria, Falei de novo da estrebaria e falel bem. Sabeis porque Jesus preferin nascer ali e nao nna casa dos pais em Nazaré? Nao fo! por causa de Davi, como se diz, mas porque ele ‘sabia que os animais inocentes ¢ sofredores © entenderiam melhor que os homens. Nos, homens, temos mals inteligéncla que os an! ‘mals, mas somos orgulhosos, fttels, estipt. dos € maus. Jesus sabia que ia softer entre os hhomens ¢ preferiu nascer entre as criaturas mais humildes da Criacio de Deus. 1880 n0s deve tocar 0 coracio nesta noite. Quando co ‘megou @ ensinar, Jesus sempre nos indicava s animals como modelos. Sabels, por certo, due ele dizia: “Sede simples como as pombas € prudentes como as serpentes”. Sabels, ir- ‘mos, mas néo fazeis, Quando falais de vosse eserenca assemelhai-vos aos saduceus tre: vides ,e quando negnis a existencia de Deus coloeai-vos acima dos outros até mesmo aclma de Deus, negando a ele o que vos deu no tira nem mesmo na morte, que é a exis- téncia miserdivel que levais, Sim, miservel por 6s, no por Ele, que vos deu tudo para serdes Tioos e felizes, mas, como tudo negais, nada tendes, ‘Jesus veio lembrar-vos que sois herdei- ros de Deus, mas como o negais, no podcis, entrar na heranca. Como poderieis herdar de ‘alguém que ndo existe? Se fosseis menos or sulhosos poderieis entrar na partilaa, Mas vs ‘esmos criastes esse impedimento juridico, ue nem os rébulas mals espertos poderiam ‘fastar do caminho legal. Fico as’ vezes a Pensar que 0s animais do campo, a0 com frdrio do que pensais, tem mais inteligencia do que vss, meus pobres irmiozinhos ‘pecs ores. Sos os responsiveis nioos pela vossa. ‘condigio miseravel e nao quereis sair dela de maneira alguma. Alem disso, viveis. tando contra 0 pressio dos risoas. Ora, nao vedes que eles 20 menos fingem erer em Deus, finger servi-io e auxiliam as obras das igre. Jas? Se Deus no conta com vés e recusasse ‘aeles, com quem ficaria? Pensai com a eabec, inmost Jesus veio pobre, viveu ¢ morreu pobre, espezinhado pelos poderosos do mundo, para: vos dar o exemplo de como proceder. Mas v6, mesmo quando bem afortunades ou ficos, teimais em considerar-vos pobres, deserdados. clamais sem cessar contra os pobres immaos Alegais que sois desprezacios, perseguidos, _Presos, espancados e até mortos ‘por causa dt Vossa pooreza. O Sennor também nio sofrett tudo 1830 por vos? Sols, acaso, melhores que 9 Senor? Fieai na vossa ¢ deixai a eles na eles. Se ganhassels na Loteca vetieis loo 4 aesvantagem deies. a pooreza tem as sits ‘amarguras, mas a riquesa também tem @3 Gein, Proctra: tazer o que sabets. Sede paciens tes, aocels, nonestos, sem fingimentos, © terels 4 paz de consciencia ea leveaa de coracso, que sio a maior riqueza, sem vos dar os in: omodos aa nqueza. A vida é eurta ¢ con: ‘em vive-ia sem provocar tormentas, Um dia todos morremos, e por mais fantasia que se faca, a morte é sempre a mesma para todos, ‘A neranga do rico e do pobre ea mesma: ‘Sete paimos ae terra ou as cinzas do cre matorio. De que valem tantas disputes int tease ‘Nao sei se consegui convencer-vos. Nem era esse a minna intengio. Que pode pretender lum inmo lelgo num sermio de Natal? Mas Jeigo tambem era Jesus, O que mo dot e pensar ‘as eriangas que iicaram sem pai neste Natal por vosss culpa. Mas quem sabe se consogui Yocar um pouco na vossa conseiéncia? 1350 ‘me deixa tranguilo, Fical tranguilos também, © mundo é uma bola.e no para nunca de airar. Ide na paz de Deus! Decembro, 1975 MENSAGEM Pagina 7

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