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em sua 6poca nao pareciam ter tanta importiinela, Cada forma de organizacao que a humanidade adotou foi o resultado de um verdadeiro parto, uma sempre gorou a outra apés muitas idas e vindas, avangos e recuos, até que uma classe, representada por um projeto de socie- dade, consiga vingar e se sobrepor a outra. ll - A COMUNIDADE PRIMITIVA. Os primeiros grupos humanos de que temos noti- cias foram os bandos. Eram grupos de homens e mulhe- res que viviam da caga e da coleta de alimentos. Esta- vam sempre se mudando de um lugar para outro. Viviam do que encontravam ao seu redor, forneci do pela natureza. Tudo o que era conseguido era repart do entre todos. Nao havia desigualdades. No entanto, o ser humano era dominado pelas for- gas da natureza, pelas chuvas, enchentes, feras selva- gens. Vivia, nessa época, em completa dependéncia da natureza. sii O desafio que se colocava era se libertar dessa dependéncia. A descoberta da ferramenta de trabalho foi o primeiro passo nessa direco. Milhares de anos se passaram e o ser humano foi aprendendo a manejar melhor suas més. Aos poucos, foi elaborando e descobrindo os instrumentos de traba- | Iho. No comego, essas ferramentas eram a pedra, 0 toco do lenha, um pedago de osso. Mais tarde, a pedra foi transformada em faca, pa, langa, machado. O ser huma- no aprendeu a transformar a natureza em beneficio pro- prio, até garantir alimentos para quando precisasse, Com 0 tempo, alguns bandos cresceram, foram se fixando em uma certa area e se organizando em tri- bos. Com o desenvolvimento das ferramentas, aos pou- cos foram aprendendo a criar animais e a plantar. 10 As tribos foram 0 primeiro tipo de sociedade organi zada, O nome dessa sociedade ¢é COMUNIDADE PRIMI TIVA, porque tudo 0 que era produzido pertencia a todos. Os bens eram propriedade comum de todos. Havia sim uma divisdo, mas era uma_diviséo de tarefas, motivada por diferengas de idade e, principalmen- te, de sexo. As mulheres cuidavam da casa, dos filhos, preparavam a comida, fabricavam objetos de cerdmica, plantavam. Como as mulheres ficavam mais tempo nos abrigos, comegaram a observar que, nos locais em que caiam sementes, nasciam plantas que produziam frutos, iguais aos da mata e dai comegaram a plantar, chegando & conclusao que podiam cultivar. Assim nasceu a agricultura, Os homens se dedicavam a caga, cuidavam dos rebanhos, lavravam a terra. Mas todos tinham a mesma importancia na comunidade. A divisdo de tarefas nao causava desigualdades sociais entre os membros da tribo. Todas as decisées eram tomadas em conjunto. O chefe da tribo era escolhido entre aqueles que tinham melhor capacidade de trabalho e de luta. Era respeitado pela sua coragem, experiéncia e dedicagao. Tinha um " papel de lider, de coordenador. Mas nao explorava nem oprimia as outras pessoas de sua tribo. ‘A descoberta de novas técnicas e de novos instru- mentos de trabalho possibilitou um grande aumento da produgao. Os homens passaram a produzir mais do que precisavam para viver, mais do que consumiam. Assim, comegou a existir uma sobra, um excedente, que inicial- / mente era trocado entre as tribos. Com o surgimento desse excedente, as tribos fo- ram deixando de ser comunidades iguais. Aos poucos passaram a ser sociedades onde ja existia uma desigual- dade. No principio, jé existia uma diferenga natural entre as tribos mais fortes e as tribos mais fracas. Ocorriam 12 guerras entre essas tribos @, a partir de uma certa épo- ca, os prisioneiros capturados foram sendo transforma- dos em escravos. O trabalho escravo aumentou ainda mais a produ- go de bens materiais. O excedente, a parte da produ- Ao que nao era consumida diretamente, era cada vez maior. Dentro das tribos, aos poucos, a produgao coletiva foi sendo controlada por alguns chefes de familia. Estes passaram a se apropriar de uma parte da sobra, do ex- cedente para proveito proprio e da sua familia. Também 0s escravos, que no inicio eram propriedade coletiva da tribo, foram se tormando propriedade particular de alguns chefes de familia. Surgiu também a propriedade privada da terra, que passou a ser cercada em pedagos. Nesses pedagos, a plantagao pertencia aos proprietérios. Neles eram reco- Ihidos os animais, como propriedade particular. No tem- po em que os homens eram apenas cagadores, nao fa- zia sentido pensar na terra como propriedade privada. Mas, com o surgimento da agricultura passou a exi uma situagao em que a propriedade particular da terra tinha um certo sentido. Com essas mudaneas, a divisdo natural do traba- lho, que existia entre os homens e as mulheres, também foi se transformando em uma divisdo que trazia desigual- dade: os frutos do trabalho masculino vao sendo consi- derados mais importantes porque trazem riquezas e va- lor para a tribo, enquanto o trabalho da mulher vai sendo desprestigiado porque aparentemente nao tem valor econdmico. Esse “momento” de ruptura (que deve ter durado séculos e ocorrido de forma desigual em diferentes regi- Ses) pode parecer um retrocesso. Poderiamos lamentar ‘© surgimento do trabalho escravo e o fim de uma socie- 13 dade sem explorados e exploradores, mas precisamos: entender que essa acabou sendo a forma que a humani- dade encontrou, naquela época, para se libertar da do- minagao exercida pela natureza. Até entéo, 0 proprio cres- cimento numérico da populagdo comegava a ficar amea- gado pela escassez de alimentos. Com o surgimento da produgao organizada (agricultura e pecuaria) e, poste! ormente, com o surgimento do trabalho escravo, ocorreu um grande aumento da produgao de alimentos e, a partir dai, novas etapas de progresso da humanidade pude- ram ocorrer. Hé milhares de anos atrds, 0 fim da dominagao exercida pela natureza sobre 0 ser humano veio com o io do proceso de exploragaio do homem pelo homem. Nao foi exatamente no mesmo século que toda a humanidade deixou de se organizar como comunidade primitiva. Na verdade, ainda hoje hé tribos que vivem as: No entanto, podemos identificar duas linhas prin- cipais, dois caminhos que foram predominantes na bus- ca de uma nova organizagao social. Na regiao do que hoje 6 a Europa, 0 surgimento do trabalho escravo se consolidou no modo de produgao escravista, dando ori- gem depois ao feudalismo e ao capitalismo. Por outro lado, em outras regides, principalmente na Asia, surgiu © modo de produgao asiatico, também baseado na ex- plora¢aio do trabalho humano, que acabou desembocan- do diretamente no capitalismo. ‘Comunidade Primitiva Europa Ocidental Asia ¢ outras resides Escravismo * Modo de Producio Asidtico Feudalismo 15 Ill- © MODO DE PRODUGAO ASIATICO Na comunidade primitiva homens e mulheres vivi am na natureza, usufruindo do que ela hes oferecia: a caga, a pesca, a coleta de frutos. Eram némades. O as- sentamento, a fixagao numa certa area, tornou-se possi- vel e necessario quando comegaram a se dedicar a agri cultura. Mais tarde, com 0 desenvolvimento dos meios de produgao (através de novos instrumentos e técnicas), passam a produzir mais, além das suas necessidades elementares. Surgiu, entéo, um EXCEDENTE. Embora ainda se produzisse para consumo pré- prio e nao para vender em um mercado, que ainda nao existia, uma parte do que se produzia sobrava, nao era consumido imediatamente. Com a separacao da agricultura e do artesanato e 0 crescimento da populagao, torna-se necessério realizar ta- refas comuns e centralizadas entre varias comunidades. Surge, entéo, UM PODER que se encarrega de proteger os interesses comuns e repelir os contrarios. Esse poder se encarrega também de realizar grandes obras que benefi am todas as comunidades e que cada uma, isoladamente, no poderia realizar. Em determinadas regides do planeta, estas obras s4o, por exemplo, a construgao de canais, agu- des e reservatérios para regar a terra. No inicio, esse poder cumpre uma fungao social. Porém, ao mesmo tempo, co- mega a explorar, a viver do trabalho alheio. Paulatinamente, esse PODER CENTRALIZADO comega a apropriar-se nao sé do excedente de cada co- munidade, mas também das terras das comunidades. Estas terras passam a formar parte do que se considera embriao do ESTADO. ‘Este processo histérico se deu fundamentalmen- te em sociedades nao européias. Onde? Principalmente 0 Egito, Pérsia, Indostao, Java, Mesopotami |, algumas regides da Russia e as altas mese- tas (pequenos planaltos) da Asia. 16 Como a maioria das sociedades que se organize. ram desta maneira pertenciam a Asia, este tipo de orga- nizagao social foi denominada MODO DE PRODUGAO ASIATICO. Porém, nao podemos esquecer que também exis- tiram outras sociedades nao européias que se organiza- ram de forma parecida, embora nao estivessem na Asia. Por exemplo, algumas sociedades dos povos originarios de nossa América, antes da chegada dos espanhéis e portugueses, principalmente os incas. Isso também acon- teceu na Africa. aan Nas sociedades onde vigorou o MODO DE PRO- DUGAO ASIATICO, esse poder comum, que surgi almente a partir de uma fungao social, se transformou em um poder de exploragao. Porém, nao da exploragao de um individuo pelo outro. Aqui se trata da exploragao de toda a comunidade por parte de um poder centralizado. Este poder centralizado, embrido do ESTADO, se materi- alizava numa figura respeitada e reverenciada por todos ‘0s membros das comunidades. No Egito antigo era o farad, em outros lugares 0 rei-deus e no Peru foi o Inca. Nas origens da Comunidade Primitiva, 0 ainda estava submetido & natureza. Nao podia controla- Ja. Existia uma relagao imediata e direta com a natureza. ‘A medida que se vao elaborando ferramentas de traba- Iho € novos métodos e saberes humanos, entre o indi duo e a natureza (fundamentalmente a terra) se interpde a comunidade. Na Comunidade Primitiva cada individuo tinha um pedago da terra da sua comunidade. O indivi- duo podia semear e colher num pedago da terra porque essa terra pertencia & sua comunidade e ele era mem- bro dessa comunidade. Posteriormente, nas zonas nao européias onde vai vigorar 0 MODO DE PRODUGAO ASIATICO, surge um poder centralizado ao qual cada comunidade paga um tributo e cede seu excedente. Este poder centralizado passa a ser 0 proprietario da terra, substituindo a comu- nidade. - : No MODO DE PRODUGAO ASIATICO, cada in- dividuo pode trabalhar a terra porque essa terra pertence a. um rei ou a um faraé e sua comunidade esta subord nada a esse rei ou a esse farad. Desta maneira, com 0 Modo de Produgao Asiatico se produziu uma transigao para a formacao do Estado e para uma forma embrionaria de exploragao classista sem propriedade privada da terra. Nc Modo de Produgao Asiatico 6 a comunidade superior qu2 se apropria do excedente produzido pelo trabalho de cada comunidade particular. Essa comuni- dade superior recebe 0 tributo destinado a glorificar 0 DESPOTA (de care e osso) ou ao DEUS (representan- te imagindrio da tribo). Estas formas despdticas geraram um desenvolvimento econdmico atrasado e atrofiado, se ‘© compararmos com as sociedades que nao passaram por este tipo de despotismo. 18 A grande diferenga entre a Escravidao ocidental (da Grécia e Roma, por exemplo) e 0 Modo de Produgo Asiatico (do Egito antigo, da Pérsia, Indostao ou as altas mesetas da Asia) reside em que a escravidao ocidental se baseava na dependéncia de um individuo em relacao outro individuo. O dono grego ou romano - chamado Senhor de Escravo - tinha a propriedade privada da terra @ dos individuos que trabalhavam nela. O faraé egipcio ou 0 rei da Pérsia - chamado Déspota -(ndo tinham a propriedade privada nem da terra, nem dos individuos das comunidades que trabalhavam para eles. O Déspota explorava as comunidades porque se apropriava de seu excedente sob a forma de tributo. A exploragao do Déspotainao exclula a liberdade pessoal de cada membro da comunidade de trabalho, Sob o des- potismo, podiam coexistir escravos e camponeses livres. No Modo de Produgao Asiatico, o Estado (ou co- munidade superior) 6 proprietario das terras e supde-se que represente 0 conjunto de todas as comunidades. A exploragao dos camponeses é coletiva, nao individual. O despotismo oriental 6 uma forma politica que corresponde ao Modo de Produgao Asiatico. Baseia-se em: a) Auséncia da propriedade privada da terra. b) Subsisténcia da propriedade comunal da ter- ra, prépria de um modo de produgao anterior (a sociedade primitiva), subordinada agora ao despotismo do “monarca-deus”. ¢) Obrigacao imposta de realizar um trabalho ex- cedente para a “comunidade superior” (deus, faraé ou rei) d) Realizagao de grandes obras hidrdulicas (por exemplo grandes reservatorios de dgua) que nenhuma comunidade particular ou isolada poderia realizar. 19 | | e) Existéncia de um embriéo de burocracia esta- tal, com a existéncia de funciondrios especializados que rodeiam o rei ou o fara e que administram a “comunidade superior’ e seus trabalhos em grande escala, formando as ve- zes uma casta sacerdotal ou uma casta militar. Por que é importante saber que existiram este tipo de sociedades nao européias? Principalmente, para compreender que a histéria européia nao é a unica historia da humanidade. Ou- tros povos, outras sociedades, outras culturas, segui ram um caminho diverso do europeu. Embora nas escolas e universidades dos paises latino-americanos (Brasil, Argentina, México, etc.) habitualmente se ensine a historia européia como se fosse “a histéria de toda a a histéria real 6 muito mais complexa e ‘A mudanga de um tipo de sociedade para ou- tra no decorrer da histéria nunca foi linear. Na Euro- pa ocidental adotou-se certas formas (por exemplo se passou da comunidade primitiva & escravidao e dai ao feudalismo), mas em outros lugares a historia dos povos seguiu outros caminhos ( por exemplo da comunidade primitiva ao modo de produgao asiatico e dai ao capita- ismo). A escravidao - tipica na Grécia ou Roma - nao foi universal. O feudalismo tampouco. 20 IV -O ESCRAVISMO Com o surgimento do trabalho escravo e da pro- priedade privada, o mundo passou por grandes transfor- magoes. Principalmente na regido da Europa Ocidenta a desigualdade se consolidou e os seres humanos se am em duas classes sociais: de um lado os SE- NHORES, donos dos escravos, das terras, das ferramen- tas de trabalho e de todos os bens materiais que sao produzidos. Do outro lado, os ESCRAVOS. Na socieda- de ESCRAVISTA, os escravos nao possuiam nada, nao podiam vender sua forga de trabalho nem emprega-la em beneficio proprio. Recebiam apenas a comida ne- cessaria para continuar sobrevivendo e produzindo para 08 senhores. 2t | Como os escravos nao podiam ficar com nada do que produziam, era natural que nao sentissem o menor interesse, a menor vontade de trabalhar. Para manter os escravos produzindo era preciso exercer a violéncia direta sobre eles. Para governar a sociedade e manter sob domi Nagao aquela quantidade enorme de escravos, evitar fugas e reprimir as revoltas, foi se organizando aos pou- cos todo um sistema de poder controlado pelos senho- res. Um sistema de governo baseado em autoridades, leis, tribunais. Um sistema garantido pela forca das ar- mas. A esse sistema, em seu conjunto, costumamos ‘dar 0 nome de ESTADO, trabalho escravo permitiu a formago de gran- des impérios. Até hoje existem grandes obras que foram |construidas através do trabalho escravo: as piramides | dos faraés, no Egito; os templos e palacios da Grécia; os teatros e aquedutos de Roma, Os escravos executavam a quase totalidade dos trabalhos bragais. Havia também uma certa quantidade de trabalhadores livres, como os artesdos, os comerci. antes e funcionarios do Estado. oe Os senhores, donos de escravos, se ocupavam apenas com as atividades pensantes, com as artes e com o divertimento. Vem dessa época a idéia, que existe até hoje na cabega de muita gente, de que o trabalho manual é uma coisa sem valor e que o importante sao as atividades intelectuai 22 No periodo do escravismo se desenvolveram as técnicas de cultivo da terra, com o aperfeigoamento de ferramentas de metal como 0 arado, a foice, a enxada. Milhares de anos apés o surgimento do escravismo, esse tipo de organizagao social passou a enfrentar uma série de dificuldades e comegou a entrar em decadéncia, até ser substituido por outro, que correspondia a um passo adiante no sentido do progres- so da humanidade. O escravismo, que em seu inicio funcionou como um tipo de organizagao social que impulsionou a produ- $40, jd nos primairos séculos da era crista deixou de fazé- 'o, transformando-se em uma espécie de freio que impe- | ia Novos progressos da humanidade. 23 Quais foram as causas disso? | 1) O enorme contingente de escravos exigia a manu- tengo de exércitos cada vez maiores, que nada pro- duziam, eram sustentados pelo trabalho escravo e funcionavam, portanto, como verdadeiros parasitas. 2) As guerras que eram travadas com 0 objetivo de ampliar 0 poder econdmico dos impérios e dos gran- des proprietarios acabavam destruindo boa parte das forgas produtivas. Lavouras eram queimadas, cida- des eram saqueadas, estradas interrompidas, além das milhares de mortes de animais e seres huma- nos. 3) Os escravos néo ganhavam nada com aquele traba- tho duro e, portanto, muitas vezes sabotavam as plan- tagdes e destruiam as ferramentas. 24 Aconteciam também rebelides dos escravos, como a famosa revolta de Spartacus, que muitos ja viram no cinema ou na televisao. Muitos senhores de escravos comegavam a achar melhor diminuir 0 grau de opressao para manter o nivel de crescimento da produgao. As vezes chegavam até a conceder a liberdade para os escravos ou pagar algum dinheiro para aqueles que trabalhavam mais, como estimulo para uma produti- vidade maior. E, desse modo, 0 sistema escravista comegou a ser substituido por uma outra forma de exploragao do trabalho humano. Muitos proprietdrios, pressionados pelo medo de revoltas ou pelo desinteresse dos escravos em produzir, comegavam a ver vantagens na entrega de pedagos de terra para cultura livre, em troca de uma par- te do que se produzia nela ou do pagamento de uma tenda em produtos. Propiciaram, entao a divisdo das terras entre os chefes militares, também como forma de protegé-las melhor contra invasores. ' Surgia assim um novo tipo de sociedade, de orga- nizagao do trabalho e da produgao, uma nova forma de divisdo da terra e de poder politico, a partir do terceiro ou quarto século da Era Crista. 25 V-O FEUDALISMO A transformagao que ocorreu na sociedade com 0 fim do escravismo nao acabou com a exploracao econémica e com a opressao politica. Os antigos propr etdrios de escravos se tornaram SENHORES FEUDAIS. Os escravos e uma parte dos soldados se tornaram SER- VOS. Nesse novo tipo de sociedade, chamada FEUDA- LISMO, jé nao hd mais correntes nom chicotadas, mas 6 © servo que trabalha e produz na terra, enquanto o fruto do seu trabalho é apropriado pelo senhor feudal. Pelo menos a maior fatia O FEUDO é uma grande extensdo de terra perten- cente a um senhor. Esse senhor feudal concedia pedagos de terra para os servos plantarem e produzirem os alimentos necessérios & sua sobrevivéncia. Mas boa parte de sua produgdo tinha que ser destinada ao senhor. hae at Além disso, o servo tinha que deixar sua roga trés ‘ou quatro dias da semana e ir cultivar outras terras do senhor. O servo estava preso a terra e devia total obedi: @ncia ao senhor. Cada senhor feudal exercia, no seu feudo, o po- que o senhor tinha direito, se quisesse, de dormir a pri- meira noite com qualquer noiva que se casasse em seu feudo. Durante 0 feudalismo, 0 rei de cada nagdo nao tinha forga para controlar politicamente todo 0 Estado, e concedia ao clero e aos nobres esse poder. Os feudos eram auto-suficientes. Produziam tudo } © que necessitavam. inna t Como os servos, ao contrario dos escravos, podi am ficar com uma parte daquilo que produziam, tinnam interesse no trabalho e a produgao sempre crescia. No feudalismo surgiram técnicas mais aperfeigo- adas para fundigdo de metais, a fabricagéo de moinhos de vento e de agua. Estes eram usados como fonte de energia nas oficinas de mineragao, de corte de madeira, de produgao de papel e de pdlvoray w=" der Se No feudalismo, nao havia mais uma dominagao basicamente pela forga. Agora, a dominagao se apoiava principalmente no controle das idéias. A Igreja teve um papel importante ¢ triste nessa 6poca. Ela foi se tornando uma grande proprietdria de terras que recebia dos senhores feudais como doages e herangas. Chegou a ser a maior proprietaria de terras | de toda a Europa. Dessa forma, 0 clero acabou se aliando a classe | dominante, passando a interpretar o Evangelho sempre sob 0 ponto de vista favorével aos ricos. Os sermées! pregavam que, na terra, era preciso sofrer para ganhar 0 reino dos céus. Desse modo, difundiam 0 conformismo 27 e a aceitacao da opressao que era exercida pelos se- nhores feudais. Além disso, a Igreja chegou a vender a “salvagao” dos ricos em troca de doagées e riquezas. Com tudo isso, seu papel foi o de ajudar a manter os privilégios dos po- derosos. Controlando a educagao, a Igreja espalhou essas idéias favoraveis a dominacdo. A isso chamamos DOMI- .NAGAO IDEOLOGICA. Os padres eram assessores especiais dos nobres dos reis, dirigindo, assim, indiretamente, o proprio Estado. io do feudalismo existia apenas um peque- no comércio. As estradas eram poucas e suas condigdes de tréfego eram péssimas. Os senhores feudais cobra- vam altos pedagios dos comerciantes que precisassem atravessar suas terras. Além disso, cada regido tinha uma moeda diferente e isso dificultava comércio. 28 ‘Aos poucos, com o desenvolvimento do artesana- to, as trocas entre os feudos foram se intensificando. Eram formadas feiras nos cruzamentos das estradas, perto dos castelos. Alguns servos comegaram a aban- donar 0 trabalho agricola e passaram a se dedicar cada vez mais ao artesanato, transformando-se em ferteiros, sapateiros, marceneiros, teceldes, etc. Por volta do fim do primeiro milénio (ano 1.000), conforme cresciam as rotas de comércio terrestres, es- sas feiras foram se transformando em pequenas cida- des que eram chamadas “burgos”. Nos burgos comega- ram a surgir ricos comerciantes, que eram chamados “burgueses”, vindo dai a origem dessa palavra que todo mundo conhece. O crescimento desses burgos introduziu transtor- magées na sociedade feudal. | Nos feudos, a rigida exploragao dos servos tam- bém gerou inimeras fugas e revoltas, principalmente sob a forma de “seitas religiosas hereges’, isto é, que desafi- avam a linha oficial da Igreja. Isso forgou os senhores a ir abrandando, aos pou- cos, a relacao de exploragao a que submetiam os cam- poneses. Em muitos feudos, os servos se tornaram res- | ponsaveis por toda a produgao, entregando parte do que roduziam, mas sem ter mais que trabalhar alguns dias | na plantagao do senhor. Essa mudanga estimulou ainda mais 0 trabalho dos servos, que comegaram a produzir uma sobra, um excedente, que podia ser trocado por outros produtos nos burgos. Enquanto isso, naquelas cidades nascentes, cres- cia muito o numero de artesdos que sofriam uma explo- rago dupla: de um lado, os impostos e taxas exigidos pelo senhor feudal; de outro lado, os ricos comerciantes, ‘0s chamados burgueses, que controlavam 0 trabalho de dezenas e centenas de artesaos, vendendo-Ihes matéri- as-primas por pregos cada vez mais altos e comprando © produto final por pregos inferiores ao valor do trabalho nele empregado. ‘ Com isso, os artesdos ficavam endividados e cal-| am numa dependéncia total dos comerciantes burgue- ses. Esse artesanato era desenvolvido em pequenas of cinas, cujo dono, o mestre artesao, contratava o trabalho de alguns ajudantes e aprendizes, mas sem estabele- cer sobre eles uma relagao de exploragao. Por sinal, es- ses mestres também costumavam ser pobres @ suas condigdes de vida pioravam na medida em que caiam na dependéncia dos burgueses. Embora os artesdos fossem dominados e explo- rados pelos burgueses, tinham com estes um ponto de ista comum: o interesse em acabar com os privilégios e a exploragao exercida pelos nobres, representantes do sistema feudal decadente, que apds uns 10 séculos de existéncia, se converteu num freio que atrapalhava o desenvolvimento do comércio e da produgao. Na medida em que o feudalismo entra em deca- déncia e cresce a forga da burguesia, essas oficinas co- megam a perder importancia e centenas delas vao desa- parecendo, sendo substituidas por manufaturas que re- presentaram a primeira forma de produgao capitalista, conforme sera visto em seguida. 32 VI- O SURGIMENTO DO CAPITALISMO O crescimento do comércio provocou uma grande | transformacao no mundo. Surgiram estradas ¢ rotas co- | merciais por toda-a Europa. Governos e burgueses pro- | Moviam viagens maritimas em busca de alguns produtos Taros, para serem comercializados (viagens as Indias). Nessa época, os portugueses chegaram ao Bra- sil. Os espanhéis, franceses, ingleses e holandeses che- garam a outros lugares da América, transformando es- ses territdrios em colénias de onde tiravam riquezas para ajudar no desenvolvimento de seus paises. Isso propiciou a formagao de riquezas imensas, fruto do saque de ouro e pedras preciosas, acompanha- do da matanga de indios e na devastagéo da América Latina. Alguns comerciantes tornaram-se extremamente ricos e aplicaram esse dinheiro na Europa, na compra de terras e na produgao de mercadorias. Um passo mudanga do feuda- | ismo para 0 capitalismo se deu quando os comerciantes | uurgueses comegaram a investir suas fortunas na organi- | zagao de manufaturas. Antes, eles controlavam o traba- | 10 dos artesdos. Agora, contavam com milhares de | camponeses expulsos do campo a implorar trabalho e pas- | saram a reunir todos em um s6 ambiente de trabalho sob sua organizagao, com maquinas de sua propriedade. ‘As manufaturas eram grandes oficinas em que os burgueses forneciam a matéria-prima, os instrumentos de trabalho e todas as condigSes para a produgo, mas fica- vam com tudo 0 que os artesdos produziam em troca de| um pagamento. Era o inicio do trabalho assalariado como, © conhecemos hoje, marca registrada do capitalismo. Com a morte do feudalismo, nasce o CAPITALIS- MO. Agora, quem tem dinheiro (capital) contrata mao- de-obra assalariada e organiza a produgao de bens que serdo vendidos (mercadorias), com a unica finalidade de 33 acumular mais capital. O dinheiro aplicado na produgao para multiplicar é o que chamamos de CAPITAL. Por isso, chama-se CAPITALISMO 0 nome desse sistema . No capitalismo 0 trabalhador nao tem mais nada de seu: nem as ferramentas, nem o produto do trabalho. | Tem apenas a forga do seu braco para vender, como | mercadoria, em troca de um salario. ~~ © burgués, dono do capital e das mercadorias, | vive dos lucros desse trabalho. ‘A manufatura, que nés podemos considerar “avo” da fabrica medema funcionava com uma diviséo de traba- lho em que cada tr=t alhador fazia apenas uma parte do produto final, alravés «e uma tarefa simples. Tal divisdo do trabalho proporcionou um aumento enorme da producao, em comparagdo com o sistema anterior do artesanato. Na manufatura, cada trabalhador realiza apenas uma tarefa simples e isso faz crescer muito a velocidade da produgao, Mais importante ainda: isso torna possivel inventar maquinas para realizar essas tarefas simples. Em outras palavras: seria impossivel inventar uma maquina que fizesse um sapato inteiro. Mas, com a divisao de tra- balho, ja nao era tao dificil inventar uma maquina que cor- tasse a sola, outra que costurasse uma borda, outra que lixasse, outra que desse polimento, e assim por diante. O surgimento da m: 1 permitiu atrans- | formagao’ ffatura em industria. A chamada “Re- volugao Industrial’, nos séculos 18 e 19, foi o periodo em | que novas tecnologias foram criadas, descobrindo-se a eletricidadé, a siderurgia, a ferrovia, etc. Em 50 anos de produgao capitalista o mundo desenvolveu mais riquezas \ que nos 500 anos anteriores. No entanto, na primeira fase do sistema capitalis- | ta, a bu‘guesia controlava a produgao econémica, mas | ainda nao detinha o poder politico. Essa contradi¢ao nao podia durar muito Tempo. A classe dos nobres, apesar | de ja ser menos importante nessa época, ainda controlava a situagao politica. O conflito de interesses entre a no- 35 breza e a burguesia foi gerando uma situagao de crise. Para a burguesia interessava explorar a ciéncia, desco- brir novas técnicas, valorizar o trabalho para o desenvol- mento da produgao e crescimento dos lucros. Precisa- va de novas leis para facilitar esse processo. Nao era Possivel combinar o desenvolvimento econémico com a servido que os senhores feudais impunham, coma exis- téncia de uma nobreza que nada produzia, palacios que 86 viviam de festas e desperdicios. Nesse sentido, a burguesia surge, naquela épo- ca, como uma classe revolucionaria, que criticava os pre- /conceitos, as injusticas e os privilégios feudais, na medi- da em que estes freavam 0 desenvolvimento econdmico. Com esse interesse, a burguesia pregava a igualdade de direitos entre todos os homens, a justica, a fraternidade, a verdade apoiada na razao. Apés um longo periodo de choque com a nobreza, a burguesia terminou conquistando também o poder politico. / Isso ocorreu com a famosa Revolugao Francesa, / de (1789. Ali, a burguesia soube aproveitar o desconten- tamento e as revoltas dos trabalhadores, que na sua gran- de maioria tinham sido expulsos do campo para a cida- de, sofrendo uma situagaio de miséria que era agravada | Pelos desperdicios da nobreza. O | iberdade, Iqual- | dade, Fraternidade”, interessava tanto & burguesia quanto aos trabalhadores, naquele momento. Mas no momento em que a burguesia conquista 0 poder, passa a se confrontar imediatamente com a clas- se trabalhadora, uma vez que dependia de sua explora- )940 para garantir 0 crescimento do capital. Toda vez que se fazia necessario, a burguesia esquecia do lema berdade, \gualdade, Fraternidade”, substituindo-o pelas palavras “Cavalaria, Infantaria e Artilharia” na represso contra os trabalhadores. _ 36 O sentido que a burguesia da para aquelas pala: vras 6 bastante claro: igualdade entre os possuidores de Vale lembrar que, no Brasil, as mesmas idéias da Revolugao Francesa inspiraram a luta de Tiradentes, que foi enforcado em 1792 apés ter liderado a Inconfidéncia Mineira, um movimento para libertar nosso pais do do- io colonial portugués. inhamos no Brasil uma economia escravista. O sistema capitalista, que florescia na Europa, influenciava profundamente nosso sistema de produgao, mas acabaria demorando ainda mais de um século para se implantar com toda sua plenitude em nossa terra. ‘pds a Revolucao Burguesa da Franca, que se es- palhou por toda a Europa, comecou a ser instituida a cha- mada “Democracia Burguesa’, com um governo baseado na existéncia de trés poderes: um Legislativo, um Executi- vo @ um Judiciario, sendo os dois primeiros escolhidos pelo voto (sufrdgio universal). A monarquia foi abolida em mui- tos paises, sendo substitu(da pelo sistema republican. O conjunto de instituig6es dirigidas por esses trés poderes, incluindo as Forgas Armadas, funcionam, no fundamental, como ferramentas para defender os inte- resses de classe da burguesia. = 37 Vemos, portanto, que o Estado foi organizado de forma a garantir a exploragao capitalista. Mas para que seja reconhecido e respeitado pelo conjunto da socieda- de, inclusive pelos trabalhadores, é preciso vender a idéia de que o Estado é um organismo neutro. Desse modo, até hoje a classe dominante costu- ma dizer que o Estado esté acima da sociedade, é 0 mediador entre patrées e trabalhadores, e que todo o seu poder esté voltado parao bem comum. ~ Hoje em dia, para manter a dominagao sobre os trabalhadores, 6 preciso convencer toda a sociedade, através dos meios de comunicagao e do sistema esco- ar, de que 0 Unico modo de organizar a economia, Unico modo de viver e o unico modo de pensar sempre foi este que existe agora. Como se os interesses da bur- guesia fossem os interesses de todas as classes soci- is, de toda a sociedade. ~~ Aclasse dominante precisa difundir 0 mais ampla- mente possivel as suas idéias, para que os trabalhadores observem a realidade através dos doulos do capitalismo, que encobrem a exploragao realmente existente. VIl- COMO FUNCIONA A EXPLORAGAO CAPITALISTA © capitalismo dividiu as pessoas em duas clas- ‘ses fundamentais, com interesses opostos. De um lado, esto os trabalhadores que 86 tém a forga do brago para vender, em troca de um salario que mal da para viver. Do outro lado, estao os proprietdrios das industrias, dos ban- cos, da terras, dos meios de comunicagao, das ferra- mentas de trabalho, ou seja, os donos do capital. Esses capitalistas usam e exploram os trabalha- dores para produzir mercadorias e obter lucros. Com lucros, além de viverem com muito luxo, os burgueses melhoram suas fabricas, méquinas e outros meios de produgao, para explorar mais trabalhadores, produzir mais mercadorias e conseguir mais lucros. A produgao ¢ dirigida para lojas, shoppings, fei- ras, enfim, para 0 MERCADO, onde 6 comercializada. Ao contrario do que acontecia nas sociedades do passa- do, no sistema capitalista tudo que é produzido destina- se & troca, ao comércio. © mundo todo foi transformado num mundo de mercadorias. Mas, para que essas trocas se realizem, 6 preciso medir quanto vale cada coisa, cada mercadoria que vai ser vendida. Por exemplo: a gente pode dizer que um casaco pode ser trocado por 10 quilos de arroz, mas com certeza um casaco deve valer mais do que um cacho de banana. ‘Como 6 possivel comparar 0 valor de coisas tao | diferentes? ce t ~~ O que existe de comum entre um casaco @ 10 quilos de arroz, permitindo dizer que eles tém valor igual? Uma mercadoria vale mais que outra porque deu } mais mao-de-obra para fazer. Tem mais trabalho dentro dela. Por isso, medimos o valor de um objeto, de uma mercado- | fia, pelo trabalho, pelo tempo gasto para produzi-la. Quanto / mais trabalho tiver sido gasto para produzir uma mercado- 39 | la mais valor ela tem. O teripo gasto medido é um tempo | social e nao individual, calculado levando em conta 0 avan. / G0 tecnolégico da sociedade onde ela foi produzida, Para facilitar as trocas, aos poucos as pessoas | passaram a utilizar uma mercadoria que funciona como | equivalente de todas as outras: 0 dinheiro. Ao invés de levar um boi até outra cidade, para trocar por sal, podia- se entdo vender 0 boi no local e viajar mais rapido em busca do sal No capitalismo o trabalhador vende sua forca de trabalho como qualquer outra mercadoria, em troca de alario, pago pelo patrao, E de onde vem 0 lucro do patréo? Como o capita: lista pode ganhar muito mais do que gastou? Alguns pensam que o lucro nasce na hora da ven- da do produto, Mas se fosse assim, aquilo que um cap talista ganha na hora da venda, ele perderia na hora de comprar a matéria-prima. O que realmente cria riqueza, 0 que realmente gera | valor 6 0 trabalho humano, empregado na produgaio dos objetos. Em outras palavras, 6 o trabalho dos operatios nas fonte de todo lucro para o patrao, Outros imaginam que o lucro 6 resultado do capi- tal, que foi aplicado na compra de maquinas e matéria- prima. Mas a grande verdade é que as maquinas, sozi- nhas, nao sabem produzir nada. ) O salario que o trabalhador recebe por uma jorna- } da diaria,na verdade paga apenas uma parte do que ele produziu. __Uma parte da jornada é recompensada pelo sala- | iO que recebe, necessdrio para sobreviver e continuar | Produzindo. A outra parte de sua jornada é destinada a Produzir 0 lucro do patréo, que numa linguagem mais ‘exata recebe o nome de MAIS-VALIA. 40 trabalho o valor de sua diaria completa. Nas outras 4 ho- | ras ele s6 produz o lucro capitalista. E quanto mais meca- | nizada for a fabrica, ou seja, quanto mais rapido ele pro- duz, em menos tempo de trabalho ele paga o seu salario. Eo que 6 0 salario? Ea quantidade de dinheiro que o trabalhador re- cebe em troca de seu trabalho. Seu valor é calculado com base no que ele necesita para sobreviver e man- ter, com seus filhos, a m&o-de-obra futura da empresa. © capitalismo vé o trabalho humano como uma merca- doria que, como qualquer outra, tem como valor a quan- dade de trabalho necesséria para crid-la. Para criar a forca de trabalho é necessdrio que o operario se alimen- te, tenha onde morar, tenha o que vestir, etc. E 0 salario € definido estritamente a partir desse calculo. Em paises como o Brasil costuma acontecer de o saldrio nao ser Suficiente nem para garantir esse minimo. ___ Ea forca de trabalho é uma mercadoria especial Por ser a Unica capaz de gerar um valor superior aquilo que foi necessério para sua produgao. Esse valor a mais 6 a chamada mais-valia, Assim, para o burgués 0 dinheiro serve para gerar mais dinheiro, ou seja, produzir mercadorias, vendé-las e comprar mais matérias primas que serao transforma- das pelo trabalhador em novas mercadorias, e portanto em dinheiro. E esse dinheiro, que acaba voltando para a mao do capitalista, 6 sempre maior que 0 aplicado no ) inicio da produgao. ) trabalhador, ao contrario, s6 tem a forga de tra- balho para vender. O que ganha é trocado pelas mercado- rias de que necessita para viver e continuar trabalnando. Por ai ja é possivel perceber que o interesse do ca- | pitalista é exatamente 0 oposto do interesse do trabalha- dor. O choque de interesses entre ambos ¢ inconcilidvel, a longo prazo. O que é bom para um nao é bom para 0 outro. VIII - A LUTA DOS TRABALHADORES RUMO AO. SOCIALISMO As condigées de trabalho no inicio do capitalismo eram as piores possiveis. Trabalhavam homens, mulhe- res, criangas de todas as idades, até 16 horas por dia. Na Inglaterra, érfaos de até seis anos de idade ram confinados em casardes nas vizinhangas das fé- bricas e sé saiam dai para trabalhar como ajudantes, carregadores e faxineiros ao lado das maquinas. Nao havia a menor protegao ao trabalho. Em muitos locais, os trabalhadores, que tinham sido expulsos da area rural, dormiam na propria fabrica, Muitos operdrios reagiam a essa situagao de for- ma individual, quebrando as maquinas e agredindo os patrdes. Este comportamento tornou-se tao usual que a pena de morte foi decretada para quem danificasse qual- quer maquina nas fabricas. Os trabalhadores, porém, foram percebendo que esse tipo de reacao nao levava a nada. O trabalho coletivo na fabrica, a linha de montagem, onde o trabalho depen- de do outro, foi mostrando que se a fora dos trabalha- dores unidos era capaz de produzir tantas riquezas para os patrées, essa mesma forga poderia organizar uma poderosa ferramenta de pressao: a greve. A greve, paralisando a prodinde atinge o nervo ismo, que € o lucro do patrao. E possivel afirmar que ali onde nasceu a primeira fabrica, aconteceu a primeira greve. ‘Ags poucos, os trabalhadores foram se organizan- do em associagées, ligas de ajuda muitua, sindicatos. O sindicato nasceu como uma ferramenta de luta, construida elos operdrios que trabalhavam nas fabricas, para defender Qs interesses de toda a classe trabalhadora: aumento de salarios, melhores condigdes de trabalho, protegéo ao trabalho das mulheres e das criangas, reducdo da jornada. Até hoje os patrées tentam controlar os sindica- tos. No comego, simplesmente proibiram a sua existén- cia. Depois, em alguns paises, os patrées, junto com o governo, foram criando leis que limitam a sua atuagao impedem o seu fortalecimento e crescimento. Muitas greves foram necessarias para que os tra- balhadores conseguissem a redugao da jornada de tra- balho para 10 horas didrias. De inicio, apenas para as mulheres e criangas. Depois, para todos os operarios. Mais tarde, apés muitos anos de luta, os trabalhadores conquistaram a jornada de oito horas didrias. Em 1857, no dia 8 de margo nos Estados Unidos da América, 129 operdrias morreram queimadas pela for- ¢a policial, numa fabrica téxtil Cotton, em Nova York. Elas ‘ousaram reinvidicar redugao da jomada de trabalho de 14 para 10 horas didrias e o direito a licenga-maternidade. Em 1910, o Congresso Internacional das Mulheres Socialistas instituiu 0 8 de margo como Dia Internacional da Mulher, em homenagem a essas mulheres. ‘Também nos Estados Unidos, na campanha pe- las oito horas de trabalho, o movimento operdrio foi vio- lentamente reprimido. Na cidade de Chicago, em 1886, ocorreram lutas importantissimas, com repressao poli al, prises em massa e até enforcamento dos principais ideres da manifestacao ocorrida em 1° de m: 45 Essa data se tornou, entao, um dia de solidarie- dade internacional entre os trabalhadores de todo o mun- do. Um dia para relembrar as conquistas e reforgar as lutas da classe operaria. Ao longo dos anos, os patrées sempre tentaram transformar 0 1° de Maio em dia de festa. Um feriado Foi na luta por melhores condigées de trabalho ¢ por melhores salarios que os trabalhadores foram perce- bendo que essas conquistas melhoravam em parte a sua vida, mas 1ndo eliminavam a exploracao dos patroes. Continuava de pé todo um sistema de opressao garanti- da pela lei, pelos governantes, pelo poder politico. Os trabalhadores sentiam, também, que a domi- | nagéio fo se dava apenas na fabrica. Quando 0 operario chegava em casa, depois de | um longo dia de trabalho, sabia que nao havia comida suficiente para a familia toda, seus filhos nao tinham es- 46 cola, os problemas eram tao graves quanto os enfrenta- dos na produgao Os trabalhadores foram também sentindo a ne- cessidade de se organizarem nos bairros, se unirem em associagdes de moradores, em comunidades, para lutar por melhores condigées de moradia e de vida.F o ram tomando consciéncia de que a pol so di Querendo ou nao, a gente faz politica sempre que luta para mudar toda essa situagéo. E também faz pol ca quando se cala, porque esse 6 um jeito de concordar com toda a opressao existente; como diz 0 velho ditado “quem cala consente”. Nessa luta para conquistar nosso direitos, é preci so construir varios tipos de ferramentas. Mas, para unir todas as nossas lutas, preciso construir uma ferramen- ta voltada diretamente contra o poder politico dos pa- 47 trées. Essa ferramenta 6 0 PARTIDO POLITICO. PARTIDO POLITICO é formado para represen- tar os interesses mais gerais de uma parte da popula- ¢40, de uma classe, que quer lutar para organizar a soci edade de acordo com as suas necessidades. Para os trabalhadores, o partido politico 6 uma fer- | ramenta que une as lutas das diferentes categorias, a luta dos diferentes bairros, do campo e da cidade, numa diregao: a superagao da sociedade capitalista, a conquista de um mundo justo. 48 IX - O SOCIALISMO trabalhador foi compreendendo que a raiz de todos os problemas estava no funcionamento da socie- dade capitalista, que divide as pessoas entre explorados © oxploradores, deixando os frutos do trabalho coletivo apenas nas maos dos patrdes, dos capitalistas. O traba- lhador foi aprendendo que ¢ necessario lutar para trans- formar essa sociedade. ae ~~ Dessas experiéncias de luta foi nascendo, aos poucos, a proposta de se lutar por um novo tipo de soci edade, A SOCIEDADE SOCIALIST. Uma sociedade governada de acordo com os interesses e as necessida- des da maioria da populago, que so os trabalhadores Ja na metade do século passado, um estudioso chamado Karl Marx, participante ativo do movimento ope- rério que estava crescendo na Europa, organizou e revo- lucionou essas idéias extraidas da propria pratica dos trabalhadores. Marx fez um rigoroso estudo sobre os mecanismos de funcionamento da sociedade capitalis- ta, trazendo ensinamentos importantes para a luta dos trabalhadores, e elaborou melhor a proposta do socialis- mo, que passou a ser chamado “soci Segundo essa proposta, na sociedade socialista (08 meios de produgao (fébrica, maquinas, terras, etc.) deixam de ser propriedade particular. Passam a ser con- trolados pelos préprios trabalhadores que decidem tam- bém sobre toda a distribuigao dos frutos da produgao. 49 No socialismo, j& no é mais a procura do lucro que governa a produgao. A produgao dos bens tem que ser Planejada de acordo com as necessidades da populagao, De acordo com Marx, a luta pela superagao do capitalismo e pela construgao de uma nova sociedade passa por varias fases. Num primeiro momento, os trabalhadores tm que Se organizar para conquistar poder politico, para con- trolar 0 Estado. Dirigindo o Estado, os trabalhadores vao governar de acordo com os interesses da maioria da Populagao. A minoria capitalista tem que se submeter & vontade dessa maioria Com o Estado dirigido pelos trabalhadores, tem inicio a construgao do socialismo. aa 50 Ainda de acordo com Marx, essa construgao 6 um Processo muito demorado, podendo-se prever duas fa- ses distintas. Na primeira etapa, ainda continuam existindo clas- ses sociais e as medidas tomadas pelo Estado voltam- se para enfraquecer cada vez mais as antigas classes dominantes e para diminuir as desigualdades econémicas. Na etapa posterior, a economia socialista i tera se desenvolvido tanto, que podera reinar uma com- Pleta igualdade econémica: todos realizam com amor 0 seu trabalho e recebem de acordo com suas necessida- des. Deixam de existir as classes sociais e, gradualmen- te, o proprio Estado vai se extinguindo. A partir de um estudo aprofundado dos mecanis- mos de funcionamento da atual sociedade, podemos verificar que as contradigées geradas pelo capitalismo — pobreza, desigualdade, exploragao —funcionam também como semente para a transformagao. ~ No entanto, é preciso ter claro que em cada pais 08 trabalhadores devem partir da propria realidade em que vivem para descobrir 0 caminho mais adequado para conseguir a transformagao e definir como construir 0 so- cialismo segundo as préprias raizes daquele povo Ao longo do século XX, em varios paises os tra- balhadores conseguiram conquistar 0 poder politico. To- das essas vit6rias revolucionarias foram alcangadas com muita luta e com muito sangue. E muito importante a gente conhecer essas expe- riéncias(nao para copiar ou fazer receita, mas para apren- der 0 que houve de acerto e de erro em cada processo de luta, e de construgao do socialismo, para conhecer todas as ligdes que esses povos trouxeram para a luta dos trabalhadores de todo o mundo. 51 Em 1917, aconteceu a primeira Revolugéo Operaria vitoriosa na histéria da humanidade, dando inicio Aconstrugo da URSS-Uniao das Republics Socialistas Soviéticas. Em 1945, triunfou a luta pelo Socialismo na lugoslavia, Albania, Vietn& (norte) e Coréia (norte), ao mesmo tempo em que a Poldnia, Alemanha Oriental, Checoslovaquia, Hungria, Roménia e Bulgaria, esmagadas pelo nazismo, iniciavam um processo de reconstrucao nacional também sob orientagao socialista. Em 1949, foi a vez da Revolugao Chinesa; em 1959 © socialismo comegava a chegar em nosso continente, através da Revolugao Cubana. Em 1975, termina a Guerra do Vietna, com a reunificagao do norte e sul do pais, ao mesmo tempo em que também Laos e 0 Cambodja acompanham o Vietna na construgao do socialismo. Nesse mesmo ano ocorrem importantes mudangas na Africa, com o fim da dominagao portuguesa sobre Guiné, Angola e Mogambique, que iniciam sua caminhada rumo ao socialismo, ao mesmo tempo em que outros povos africanos trilham caminhos proprios ¢ muito originais, na mesma diregao. Em 1979, toda a América Latina foi sacudida pelo impacto da Revolugao Sandinista na Nicaragua, que trouxe novas cores a luta pelo socialismo em nosso continente e deu um formidavel impulso aos revoluciondrios dos paises vizinhos, El_ Salvador e Guatemala. A luta pelo socialismo no século XX exigiu um esforgo gigantesco e consumiu inumerdveis vidas humanas. O melhor das energias, da criatividade e da solidariedade humanas foi empenhado nessas experiéncias. Algumas chegaram ao poder outras nao. 52 incontaveis herdis e heroinas de praticamente todos os cantos do planeta na busca por uma sociedade mais jus- | ta, al6 0 final do século a maioria das experiénoias soci- alistas tinha terminado. Nao tinha sido possivel dar con: ta de resolver o desafio fundamental do desenvolvimen- to das forgas produtivas com igualdade social e controle popular sobre o Estado Socialista. } Muitos paises voltaram ao capitalismo e, fragilizados, tornaram-se presa facil das empresas | multinacionais, das méfias e das quadrilhas que se orga- nizaram no interior do Estado com a finalidade de extrair da catastrofe, privilégios - por exemplo, nos enormes pro- cessos de privatizacdo das empresas estatais. Voltando @ periferia do mundo capitalista, esses paises tornaram a repreduzir nas suas sociedades as grandes desigualdades e injustigas tipicas desse siste- ma e que geragées inteiras desconheciam: exclusao so- cial, fome, miséria, doengas, sucateamento da satide © da educacao, desemprego, elites predadoras controlan- do todo o Estado e os meios de comunicagao de massa. Os povos, aos poucos, voltaram a reagir, ora rei vindicando seus herdis e martires e a recuperagao dos direitos sociais extintos, ora buscando se rearticular em Novas lutas sociais @ recolocando no horizonte historico a busca por uma sociedade justa, a partir dos acertos e erros de sua trajetéria. X- 0 DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO $$ Ce TALISMO Desde que o capitalismo surgiu, na Europa, ha mais de 200 anos, tem sofrido muitas mudangas e Passado por diferentes estagios, que correspondem a niveis mais avangados de desenvolvimento econdmico da sociedade. O crescimento do mercado capitalista foi impondo regras ¢ leis para a produgao de bens, Por exemplo, onde se implantava um certo ramo industrial, a produgao artesanal ou do pequeno produtor era destruida, O surgimento da industria, da produgao em série, diminui de tal forma os custos do processo, que o dono da fabrica sempre acaba sufocando os pequenos concorrentes, presos a métodos antigos. O capitalismo, em seu inicio, declara o reinado da concorréncia, da competicao entre os produtores. Cada capitalista deve melhorar sempre a sua maquinaria, tornar mais poderosa a sua capacidade de competir. E a lei do mais forte! Mas, em alguns periodos, a produgo que cresceu tanto, o: totalmente comercializada. Essa SUPERPRODUGAO no tem para onde ser escoada, os estoques ficam enormes, milhares de produtos apodrecem nos armazéns, sem chegar ao consumidor. Sao os periodos de crise capitalista. A produgao cresceu mais do que o mercado. As fabricas param, ha muitas faléncias e 0 desemprego cresce. Até que, devagar, e as custas de muito sofrimento dos mais Pobres, o sistema vai retornando a um ponto de equilibrio @ a produgao comega novamente a crescer, até que sobrevenha nova crise. E assim sucessivamente. 54 A partir de uma certa época, no final do século 19, © capitalismo comega a viver uma transformacéo mais profunda. Em cada pais, os grupos que cresceram mais na concorréncia foram engolindo os demais. Por exem- plo: num certo ramo industrial, as 100 empresas que exis- iam antes dao lugar a meia duzia, que controlam e en- golem todas as demais. A lei é crescer ou desaparecer, Surgem assim os chamados MONOPOLIOS. Esses grandes grupos entram em acordo para planejar a quantidade de mercadorias que devem ser produzidas, quais e por qual prego deverdo ser coloca- das no mercado. Como conseguem controlar toda a pro- dugao do ramo, conseguem impor o prego desejado ou fazem 0 produto desaparecer do comércio, como acon- tece com freqiiéncia no Brasil Dessa forma, as empresas mais fortes de um cer- to ramo industrial pararam de brigar entre sie passam a planejar conjuntamente sua convivéncia, de maneira que todas elas consigam grandes lucros. O capitalismo pas- 55 | Sou, assim, de sua fase CONCORRENCIAL, para a eta- | pa atual do CAPITALISMO MONOPOLISTA. Na medida em que os monopdlios foram crescendo e passaram a controlar setores inteiros da economia de um pais, entraram também num processo de fuséo com os bancos. Dessa forma, as industria nao precisariam mais recorrer aos empréstimos bancérios de grupos econémicos concorrentes, mas integrar, incorporar um banco e garantir assim sustentagao financeira permanente. Foi assim que nasceu o chamado CAPITALISMO FINANCEIRO, que significa a fusao do capital industrial com o capital do banco. Dessa forma, ainda mais fortalecidos, os monopélios partem para a conquista de novos mercados, agora em outros paises. Vendem, exportam os produtos para esses paises, 56 principalmente para os que ainda nao tém uma industria desenvolvida. No Brasil, a industria sempre foi dependente dos monopélios internacionais. Até 1930, era a Inglaterra que controlava quase toda a produgao capitalista rio Brasil. Exportou para 0 Brasil tecidos, perfumarias, trilhos para as ferrovias bondes, pontes e viadutos metalicos, etc. A partir de 1930, este predominio foi cedendo lugar & penetragao das empresas e capitais norte-americanos. Com o passar dos anos, comegou a ser mais vantajoso para os monopélios exportar capital, ou seja, a propria industria, a tecnologia, 0 dinheiro, e néo apenas vender os produtos. Por exemplo: em vez de vender o carro, a Volkswagen da Alemanha decide instalar uma fabrica em So Bernardo, a Fiat em Betim, a General Motors em S4o Caetano, a Bosch em Campinas, a Volvo em Curitiba, e assim por diante. Nessa nova situagao, os capitalistas internacionais se aproveitam do atraso do desenvolvimento capitalista de alguns paises, como os da América Latina. A mao-de-obra é mais barata, a matéria prima também, quase nao tém que pagar impostos e praticamente'ndo existem limites a remessa de lucros que podem fazer, a cada ano, desses paises pobres para as matrizes desenvolvidas. Mas, logicamente, essas empresas ainda ficam fazendo alarde de que contribuem para o desenvolvimento de nossos paises. A presenga dessas empresas estrangeiras, conhecidas hoje como MULTINACIONAIS, que dominam inteiramente os paises pobres traz também interferéncia em nossa situagao pol a 57 As multinacionais pressionam para aprovar ou derrubar leis, elegem parlamentares e até derrubam governos, quando necessério para garantir seus interesses, ) Nessa etapa o capitalismo monopolista recebe 0 | nome de IMPERIALISMO. ___ Comoimperialismo, os paises da América Latina, Africa e Asia tornaram-se totalmente dependentes da multinacionais, dos empréstimos, da tecnologia dos paises mais desenvolvidos, que sustentam sua abundancia & custa da miséria e exploragao dos nossos povos. x XI- CAPITALISMO NA ETAPA NEOLIBERAL, Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), © mundo foi dividido entre o “campo capitalista” e 0 “campo socialista”. iis As experiéncias de construgao das sociedades socialistas, que foram chamadas de “socialismo real”, chegaram a cobrir mais de um tergo do planeta. Vivemos 0 periodo da “Guerra Fria’, no qual 0 embate entre os dois sistemas se deu de forma aguda nas areas politica, econdmica, ideolégica, cultural e militar, evitando 0 confronto nuclear que levaria a catdstrofe. Nos anos 80, o campo socialista do Leste Europeu, incluindo a URSS, comegou a dar sinais de crise poi nao havia conseguido, por questdes internas e externas (Guerra Fria), promover um desenvolvimento econémico @ tecnoldgico mais vigoroso, nem construir instrumentos de participacao politica que garantissem um Estado Socialista efetivamente controlado pelos trabalhadores. Com o aprofundamento da insatisfagao popular, aquelas primeiras experiéncias do socialismo comegam a tui trazendo a tona tensdes étnicas, religiosas e px que nao haviam também sido superadas naquelas sociedades. Todo este processo culminou, em 1989, com a emblematica queda do “muro de Berlim’, que dividia a Europa capi fa e€ Com o subsequente ista da social esfacelamento da URSS - Unido das Repiblicas Socialistas Soviéticas em paises auténomos, que voltavam ao sistema capitalista, assim como todo o Leste Europeu © “campo capitalista’, por outro lado, foi rearticulado por suas elites @ repensado em escala mundial, a partir dos anos 80, com os governos Reagan nos EUAe Thatcher na Inglaterra. 59 fe eet

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