1. Apresentação...........................................................................................................................2
2. Objetivos.................................................................................................................................2
3. Potencialidades e Desafios......................................................................................................3
3.1 Potencialidades..................................................................................................................3
3.2 Desafios.............................................................................................................................4
4. Benefícios e Riscos do Biodiesel............................................................................................5
4.1 Benefícios..........................................................................................................................5
4.2 Risco na produção do Biodiesel........................................................................................6
5. Biodiesel é solução, mas para quantos?..................................................................................8
6. Conclusão..............................................................................................................................11
7. Bibliografia...........................................................................................................................11
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1. Apresentação
Em 1997, em ação coletiva mundial, muitos países foram signatários do Protocolo de Kyoto,
se comprometendo com a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, tendo os
países mais industrializados se comprometido com metas. O Brasil, apesar de não estar entre
os países que cumprirão metas, buscou repensar políticas que permitissem colaborar com os
objetivos mundiais.
2. Objetivos
As expectativas criadas pela nova geração de biocombustíveis passam por inúmeras questões
de vital importância para o mundo contemporâneo. Destacam-se as de caráter ambiental com
medidas mitigadoras do efeito estufa e as oportunidades de geração de emprego e renda em
toda a cadeia produtiva dos biocombustíveis.
3. Potencialidades e Desafios
3.1 Potencialidades
As projeções mundiais previstas para 2020 pela IEA - International Energy Agency -
assinalam crescente substituição das fontes de combustível de origem fóssil pelas fontes
renováveis de origem de biomassa, dentre elas as derivadas da cana-de-açúcar e do milho,
para a produção de etanol, e as derivadas dos óleos vegetais de canola, de soja, de mamona,
entre outros, para a produção de biodiesel.
A busca pelo aumento da capacidade de produção de biodiesel vem sendo pautada pelas
expectativas de consumo crescente nos próximos anos.
A estimativa da Oil WorlcL para 2007 é a produção de 16,7 milhões de m³, contra os 10
milhões de m³ produzidos em 2006. O acréscimo significativo na produção mundial será dado
pela União Européia e os Estados Unidos, detentores das maiores capacidades de produção no
mundo.
3.2 Desafios
Existem duas tecnologias que podem ser aplicadas para a obtenção de biodiesel a partir de
óleos vegetais (puros ou de cocção) e sebo animal, tecnologia de transesterificação e a
tecnologia de craqueamento.
configurar um curso histórico no Brasil de investimentos em energias mais limpas tais como o
álcool e as hidrelétricas.
4.1 Benefícios
Ainda não há números referentes à economia que teremos com o emprego do biodiesel, mas o
grande benefício não é simplesmente financeiro ou ambiental, e sim social, já que o programa
prevê que famílias assentadas pelo Governo produzam o óleo de mamona para ser adicionado
ao diesel e cabe lembrar que nosso País só não atingiu a auto-suficiência em relação ao
petróleo por conta desse combustível. Vivemos um momento de grande apreensão mundial
em função da escassez do combustível fóssil e do valor altíssimo do barril de petróleo.
Portanto, o incentivo à pesquisa, respaldado por ações governamentais como a que acabei de
mencionar, colocam o Brasil numa condição privilegiada em relação aos demais. O potencial
bioenergético brasileiro é sem dúvida um dos maiores do mundo, e devemos explorá-lo com
responsabilidade ecológica e social. No que diz respeito à geração de emprego e renda cito
aqui um exemplo: nas regiões mais pobres do País, como o semi-árido nordestino, onde mais
de dois milhões de pessoas convivem com a fome, muitas famílias cultivam a mamona em
pequenas propriedades para o seu próprio sustento. Para se ter uma idéia, um hectare de
mamona pode produzir mais de 1.000 litros por ano de biodiesel. Ao mesmo tempo, o grão da
mamona atua como adubo e ajuda na agricultura orgânica. Por outro lado, a agricultura
familiar, que está sendo dessa forma incentivada pelo Governo Federal, tem um peso
significativo em termos de geração de empregos. Hoje ela ocupa 25% das terras cultivadas e
envolve cerca de 14 milhões de pessoas. Além disso, em alguns Estados já há experiências
com esse tipo de combustível.
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Com relação à emissão de poluentes, os ensaios demonstraram benefícios diante dos dois
principais problemas dos motores diesel. A emissão de material particulado e óxidos de
nitrogênio representam os desafios atuais, informa André Bueno. Segundo o autor da
pesquisa, os testes apresentaram uma redução média de 14% para a emissão de material
particulado com a adição de 20% de biodiesel ao óleo diesel. “Este fato constitui um forte
argumento para a utilização do biodiesel nos grandes centros urbanos, onde os prejuízos
causados à saúde pelas partículas emitidas pelos motores diesel são acentuados”, observa. As
emissões de óxidos de nitrogênio também apresentaram resultados favoráveis ao emprego do
biodiesel, tendo sido registrada uma redução de cerca de 5% para essas substâncias poluentes.
A adoção do biodiesel para combater o aquecimento global pode ser um erro uma vez que o
uso deste combustível pode aumentar as emissões de dióxido de carbono (CO2) em
comparação com o combustível derivado do petróleo. Estas conclusões surgem num estudo
divulgado esta segunda-feira na revista Chemistry & Industry.
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Isto porque o combustível tradicional emite 85 por cento dos gases de efeito de estufa na fase
final de consumo, quando queimado pelo motor, enquanto dois terços das emissões
provocadas pelo biodiesel ocorrem durante as colheitas das plantas necessárias, quando é
emitido óxido nitroso (N2O), duzentas vezes mais potente como gás de efeito de estufa que o
CO2.
Os resultados desta pesquisa podem ter enormes implicações nas decisões políticas, uma vez
que vários países e mesmo a União Européia têm colocado o aumento do uso de biodiesel
como meta para combater a emissão de gases de efeito de estufa e o aquecimento global.
No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente
importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais, importantes bolsões de
biodiversidade. Embora, aqui no Brasil, essas lovouras não tenham o objetivo de serem
usadas para biodiesel, essa preocupação deve ser considerada.
Depois do anúncio, no dia 18, de que 26.130 quilõmetros quadrados de floresta foram
derrubados entre agosto de 2003 e agosto do ano passado, o segundo maior índice de
desmatamento registrado na Amazõnia, 6% superior ao período anterior, o temor é que, ao
direcionar a produção de soja para um mercado que, por causa de aspectos estratégicos, é
mais ágil que o das commodities agrícolas, a velocidade da destruição de florestas para
plantio de lavoura na região aumente rapidamente.
A indústria da energia, pela possibilidade de ganhos maiores que oferece, numa conjuntura de
alta do petróleo e aumento da demanda por produtos menos poluentes, pode levar a uma
catástrofe se não houver controle por parte do governo - diz o professor Edmilson Moutinho
dos Santos, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP).
Temos mais de 60 milhões de hectares disponíveis no cerrado, áreas que eram pastagens ou
que já foram devastadas por madeireiros.
Para o diretor da ONG Amigos da Terra, Roberto Smeraldi, o governo deveria calcular o custo
social e ambiental da expansão da soja e negociar com os produtores.
Aos poucos, parece estar se formando um quase-consenso em torno da tese de que o Brasil
poderá ser um dos líderes de uma revolução no campo da energia, baseada na produção de
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Pode-se começar com o que tem dito um dos pensadores mais lúcidos sobre a problemática
brasileira, o professor Ignacy Sachs, do Centro de Estudos sobre o Brasil Contemporâneo, na
França. Ele lembra que não voltaremos ao regime de 'petróleo barato' e que em uma ou duas
décadas atingiremos o pico dessa produção. Esses dois fatores, associados à necessidade de
reduzir a emissão de gases que intensificam mudanças climáticas, exigem novas alternativas.
E os Departamentos de Energia e de Agricultura dos Estados Unidos já calcularam que em 25
anos se pode chegar a 1 bilhão de toneladas de biomassas por ano, como matéria-prima para
biocombustíveis.
Nesse contexto, pensa Sachs, são extraordinárias as possibilidades de, com as biomassas,
contribuir também para reduzir o grave problema de trabalho e renda de 2,5 bilhões de
pessoas que vivem da agricultura no mundo.
Se forem incluídas num programa 500 famílias, cada uma delas recebendo 10 hectares para a
produção de dendê, mais 10 para produção agroflorestal, vai-se conseguir gerar, na primeira
área, trabalho para uma pessoa e para mais duas nas outras atividades - sem falar em que uma
agrovila com 500 famílias (5 mil hectares de dendê) justifica a implantação de uma usina de
esmagamento, com novos postos de trabalho, aos quais se acrescentarão outros nas áreas de
transporte, alimentação, serviços técnicos, serviços sociais. É preciso, entretanto, contar com
assistência técnica da Embrapa e com uma estratégia decidida de fazer da biomassa o suporte
também da geração de trabalho e renda, além da produção de alternativa energética.
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Mas o programa do biodiesel corre riscos de não cumprir esse papel estratégico de aliar a
produção de uma alternativa energética à finalidade social. Pode até repetir erros e agravar
alguns problemas. É o que diz, por exemplo, estudo da Fundação LaGuardia (ítaloamericana)
e do economista/ ecologista Luiz Prado, que foi secretário do Meio Ambiente do Espírito
Santo e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro. Dizem eles
que é alto o risco de o programa gerar concentração da renda e da propriedade rural,
contribuir para o êxodo de populações para as periferias urbanas e repetir erros que deveriam
ter sido evitados já no Proálcool (além desses, a expulsão das culturas de alimentos para longe
dos maiores centros consumidores, contribuindo para o encarecimento de preços).
Lembra esse trabalho que o Brasil, que já foi o maior produtor mundial de mamona, hoje
cultiva cerca de 180 mil hectares de 1 milhão que existem no mundo (a Índia é a maior
produtora, em 600 mil hectares). Perdeu sua posição exatamente porque faltaram políticas
públicas para o setor. A Embrapa já desenvolveu variedades de sementes de alta produtividade
no semiárido - até 1.500 quilos por hectare, sem adubação, com teor de óleo de 48,9% e altura
média de 1,90 metro (que facilita a colheita). Mas em alguns testes, por falta de assistência
técnica, a produtividade caiu para 450 quilos por hectare.
O estudo recomenda que, para beneficiar pequenos produtores, num estágio inicial, se
concentrem esforços na produção de óleo e na busca de um parceiro tecnológico com
interesse na produção e exportação de biodiesel - além de usar o produto para consumo na
própria região, em veículos automotores e motores estacionários nas áreas mais remotas (onde
o diesel custa mais caro). Além disso, associados, os pequenos produtores poderão
candidatarse a financiamentos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, da
Convenção de Mudanças Climáticas.
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São ponderações que precisam ser ouvidas. O Brasil está diante de uma possibilidade
excepcional. Não pode perdêla, nem deixar de utilizá-la para resolver nossos graves
problemas de concentração da renda e geração de postos de trabalho.
6. Conclusão
7. Bibliografia