Anda di halaman 1dari 14

COMIDA ANTICÂNCER

NUTRIÇÃO – FRUTAS, VERGURAS, LEGUMES, CEREAIS


INTEGRAIS – VITAMINAS E AMINOÁCIDOS – RADICAIS LIVRES

Confirmadíssimo: os vegetais afastam a ameaça de vários


tumores. Sem contar que, ao incrementar as porções de frutas
e hortaliças no prato, sobra literalmente menos espaço para a
gordura — e ela tem tudo a ver com o surgimento da doença

por CIDA DE OLIVEIRA

Não tire conclusões precipitadas: os alimentos destas páginas não


são milagrosos. Mas a ciência da nutrição, que investiga sua ação
anticancerígena, constata que eles de fato têm efeito preventivo.
“Vários levantamentos estatísticos apontam, e não é de hoje, que
nas pessoas habituadas a devorar vegetais os casos de câncer são
mais raros”, garante o gastrenterologista Dan Linetzky Waitzberg,
professor da Universidade de São Paulo. Mas, na hora do ver para
crer, isso só era observado em tubos de ensaio, nos chamados
testes in vitro. Só agora é que os pesquisadores passaram a
enxergar o mecanismo antitumor de vários nutrientes dentro de
organismos vivos — no caso, cobaias. É um belo avanço.

Na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, por exemplo,


concluiu-se que o sulforafane, presente na família dos crucíferos —
couves, brócolis, repolhos —, é capaz de brecar o avanço do
câncer colorretal em animais de laboratório. Já em Taiwan,
cientistas da Universidade Nacional Chung Hsing testaram o
licopeno em animais, nos quais provocaram de propósito um câncer
de fígado igual ao que acomete os seres humanos. O resultado? O
pigmento que dá o tom vermelho ao tomate e a frutas como a
goiaba simplesmente barrou a temida metástase, ou seja, impediu
que as células malignas se espalhassem pelo corpo.

A essa altura, você deve estar se perguntando: por que certos


nutrientes funcionam contra um tipo específico de tumor mas são
praticamente inertes contra outros? Nem os cientistas têm
respostas prontas, embora arrisquem algumas hipóteses. Uma
delas é a facilidade de alguns tecidos para acumular determinadas
substâncias, criando verdadeiras reservas. É o caso do licopeno, o
tal pigmento vermelho dos vegetais. Os pesquisadores notam que
ele tem uma afinidade especial com os tecidos da próstata e das
mamas, ficando concentrado bem ali, enquanto passa depressa por
outras partes do corpo — talvez sem o tempo necessário para agir.

O resveratrol da uva e do vinho, por sua vez, tende a ficar no


plasma do sangue e nos tecidos do sistema urinário. Já compostos
fenólicos, como o allium, que está na cebola, no alho e na
cebolinha, fariam escala no estômago e no intestino, atuando em
diferentes etapas do processo que leva ao câncer nesses órgãos.
No entanto, não movem uma palha contra tumores em outras
regiões.

Pode parecer confuso — e é. Não tente decorar quanto deve comer


disso ou daquilo, como se a travessa à mesa fosse um vidro de
remédio. O grande mérito de tantas pesquisas é ensinar — aos
médicos, inclusive — que um cardápio adequado (leia-se bem
colorido também) pode prevenir 30% dos casos de câncer, incluídos
aí tumores de boca, laringe, faringe, estômago e intestino, muito
freqüentes na população brasileira. Já é um feito e tanto se a gente
pensar que, não faz muito tempo assim, ninguém achava que havia
um caminho seguro para prevenir essa doença — muito menos
desconfiava que ele estaria no prato. “Hoje se tem clareza da
importância de comer frutas, verduras, legumes e peixes, limitando
ao mesmo tempo as porções de carnes vermelhas, sal e
embutidos”, resume Dan Linetzky Waitzberg. Segundo Sueli Couto,
nutricionista do Instituto Nacional de Câncer, o Inca, sediado no Rio
de Janeiro, a questão não é quantidade de vegetais, mas
regularidade. “Tem de comer sempre”, declara. “No mínimo, cinco
porções diárias, preferindo sempre grãos integrais aos refinados.”

Do mesmo modo que sobram evidências de que vitaminas,


minerais, fibras e outras substâncias presentes em frutas e
hortaliças podem barrar o avanço de tantos tipos de tumor, há
provas suficientes para incriminar o álcool, os embutidos e as
gorduras, especialmente as das carnes vermelhas. Estas —
ressalve-se — têm também seu lado bom, fornecendo proteínas de
excelente qualidade, ferro, zinco e vitaminas B12. Não se trata,
portanto, de bani-las do menu. “A recomendação é reduzir a
ingestão para duas porções semanais”, diz Sueli Couto, do Inca.
Ela, no entanto, insiste: “Pior do que comer carne sempre, é não
comer salada nunca”.
Além de repletas de substâncias protetoras, as saladas tornam a
refeição mais light. E, embora não haja consenso em torno do
assunto, a gordura corporal vem sendo examinada com
desconfiança. O peso extra, dizem cientistas — como os que
observaram isso em ratos, na Universidade do Texas, nos Estados
Unidos — contribui para reações inflamatórias dentro do organismo.

Até há pouco tempo, essas reações só eram associadas a doenças


cardiovasculares. “Hoje se sabe que elas podem aumentar em 30%
as chances de um câncer aparecer”, afirma Alfredo Halpern.
Portanto, a melhor dieta anticâncer é aquela leve, bem leve.

Vai um suplemento aí?

Diga não se você adota uma dieta balanceada. A menos, claro, que
um médico ou um nutricionista recomende, avaliando bem os seus
hábitos à mesa. Sem esse olhar, você corre o risco de engolir, em
cápsulas, altas doses de um nutriente em detrimento de outros. E
isso, por sua vez, pode acabar com o balanceamento das
substâncias protetoras no organismo. Ou seja, você fica sem
escudo contra o câncer.

SINAL VERDE
Ele se acende principalmente para alimentos cheios de fibras e
substâncias antioxidantes

CÂNCER DE PRÓSTATA
A abóbora, lado a lado com a cenoura, é famosa pela concentração
de betacaroteno. Afirmar que essa substância protege contra os tão
(mal)falados radicais livres não é chover no molhado. Ela ajuda
mesmo a restaurar o DNA de células danificadas por agentes
químicos, físicos ou biológicos. Quando o dano no material genético
de nossas células acontece, abre-se o caminho para a reprodução
desenfreada de exemplares defeituosos — eis o câncer. É possível
que o betacaroteno aja positivamente contra muitos tipos de tumor,
mas um trabalho recente da respeitadíssima Universidade de São
Paulo avalizou suas benesses especificamente para a glândula
masculina. Outros estudos apontam que o tomate, o feijão, a
lentilha, a ervilha, as uvas vermelhas, as amoras e a soja também
reforçam as defesas dos homens contra esse câncer — mas, aí,
tudo o que a ciência conhece é a relação entre o hábito de comê-los
e o aparecimento mais raro dessa doença, sem entender direito
qual seria a relação direta.
CÂNCER COLORRETAL
Cientistas da Universidade de Nova Jersey, nos Estados Unidos,
provaram que é possível reduzir um câncer colorretal já existente
consumindo verduras crucíferas, como a couve-manteiga e sua
prima couve-flor. Fazem ainda parte da família o repolho e os
brócolis. Os pesquisadores viram essa redução com os próprios
olhos — ao menos em ratos. E atribuem o efeito a um componente
desses vegetais chamado sulforafane. “Outra pesquisa com 520 mil
europeus apontou uma queda de 40% no risco dessa doença entre
aqueles que não deixavam faltar no prato, uma vez ao dia, pelo
menos uma dessas crucíferas”, relata Benedito Mauro Rossi,
oncologista do Hospital do Câncer, em São Paulo. O efeito do
sulforafane, aliás, parece potencializado à medida que aumentam
os teores de fibras no cardápio, quando comemos outras folhas,
como rúcula ou espinafre, e desfrutamos, por exemplo, de uma
laranja como sobremesa.

CÂNCER DE MAMA
As fibras, abundantes na melancia, por exemplo, são poderosas
contra esse tipo de tumor. Uma das explicações é que elas passam
mais lentamente pelo aparelho digestório, o que aumenta a
saciedade e, por tabela, diminui a vontade de cair de boca em
açúcares e gorduras. O risco de quilos a mais, assim, despenca. “O
excesso de peso tem ligação estreita com o aparecimento da
doença nas glândulas mamárias, sobretudo em mulheres que já
passaram pela menopausa”, afirma o endocrinologista Alfredo
Halpern, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Entre outros
motivos porque, quando há muita gordura, o corpo tem matéria-
prima à vontade para fabricar hormônios que alimentam o tumor.
Bem, se as frutas da dieta têm muitas fibras e ainda por cima são
vermelhas — como a melancia do nosso exemplo —, tanto melhor.
O consumo regular de licopeno, o pigmento vegetal dessa cor, anda
cada vez mais associado à baixa incidência desse câncer.

Também são fortes os sinais de que os polifenóis estão ligados à


proteção das mamas. Daí a recomendação dos cientistas de que as
mulheres consumam toda semana suas fontes — uvas vermelhas,
amora, morango, cereja, vinho tinto... Quanto às isoflavonas,
célebres componentes da soja, elas também atuam pra valer contra
esse tumor. Na última década, diversos estudos, feitos sobretudo
com populações orientais, confirmaram o elo entre o alto consumo
do grão e a baixa incidência de câncer de mama e — atenção — de
próstata também!

SINAL VERMELHO
Pode parar! Álcool, sal, carne vermelha e embutidos além das
quantidades recomendadas estão fortemente relacionados a vários
tipos de tumor

BEBIDA ALCOÓLICA
Diversos estudos associam álcool ao câncer de boca, esôfago,
fígado, reto e, muito possivelmente, ao de mama também. As
evidências tornaram-se mais fortes dos anos 1990 para cá. O
Instituto Nacional para a Pesquisa do Câncer, nos Estados Unidos,
recomenda que os homens ingiram, no máximo, dois drinques por
dia. Já as mulheres, apenas um. Os cientistas ainda estão
pesquisando como o álcool causa a doença. No caso do aparelho
digestivo, fi ca mais claro: a agressão é por meio do contato direto
com as mucosas. De um jeito ou de outro, o excesso de bebida
alcoólica danifi ca o DNA, aumentando as chances de surgirem
células malignas.

SAL EM EXCESSO
Ele já carrega má fama porque faz o organismo reter mais água do
que deveria, contribuindo, assim, para o aumento da pressão
arterial. “Só que, ainda por cima, irrita a mucosa do aparelho
digestivo de tal maneira que provoca lesões capazes de evoluir
para um câncer”, avisa Sueli Couto. Segundo ela, só afastar o
saleiro da mesa não basta. Lembre-se de que a maior concentração
do sal está nos alimentos industrializados. Então, evite ao máximo
molhos, condimentos, macarrões instantâneos e comida pronta em
geral. Prefi ra, de longe, as preparações caseiras.

FUJA DOS EMBUTIDOS


Salsicha, salame, presunto e mortadela — outras armadilhas
armadas no prato — são, de longe, os maiores vilões. Não bastasse
serem produzidos com carnes vermelhas geralmente muito gordas,
ainda levam na fórmula aditivos químicos chamados nitratos, que,
no estômago, podem se transformar em nitritos. Estes, por sua vez,
se convertem em nitrosaminas, verdadeiros agentes cancerígenos,
perigosos sobretudo para o estômago e o esôfago. E atenção: até
as carnes brancas perdem suas vantagens nutricionais quando
transformadas em embutido. “Como recebem os tais nitritos e são
defumadas, também se tornam nocivas”, alerta Benedito Mauro
Rossi, oncologista do Hospital do Câncer, em São Paulo.

LIMITE AS CARNES VERMELHAS


E não estamos falando apenas da suculenta picanha da foto. Carne
de porco e de cordeiro, assim como as processadas, como
hambúrguer, rosbife e bacon, também devem ser limitadas a duas
porções semanais. Nos outros dias, coma peixes e aves. O
problema é a gordura saturada — que por si só já é um ingrediente
cancerígeno — e substâncias que lhe dão cor, como o ferro-heme,
ou ferro orgânico, aquele mesmo que combate a anemia. Pesquisas
americanas associam sua ingestão excessiva ao aparecimento do
câncer colorretal. Quando a carne é esturricada na grelha ou na
frigideira, o perigo aumenta. Há uma reação química nesse
processo que libera outras substâncias cancerígenas — bem
naquela casquinha escura e crocante.

Fonte:
http://saude.abril.com.br/edicoes/0298/nutricao/conteudo_278760.s
html

--------------------------------------------

NOTA:
O leite e seus derivados, também podem, segundo várias
pesquisas, ser a causa de vários tipos de câncer: câncer de mama,
câncer de ovário, etc, bem como várias outras enfermidades, como
a obesidade, diabetes tipo 2, osteoporose, alergias, otites de
repetição (em crianças), etc.

Leia os textos abaixo, e reflita sobre se vale a pena, utilizar o


leite e seus derivados como alimentos do nosso dia-a-dia:

Leite
Dr. Wilson Rondó Jr.
é especialista em medicina preventiva, nutrólogo e cirurgião
vascular. Mantenha-se informado sobre seu trabalho e sobre os
serviços oferecidos pela W.Rondó Medical Center pelo site
www.drrondo.com

O leite, alimento destinado pela natureza a alimentar os jovens de


cada espécie, é especialmente designado para o rápido cresci-
mento das crianças. Nenhuma espécie de mamíferos consome leite
na idade adulta.
Para quase 25% das pessoas, a intolerância aos laticínios
pode causar reações alérgicas, digestão pobre e o
aparecimento de alteração de mucosa gastrintestinal. O
organismo humano, em geral, não processa facilmente o leite
de vaca, o creme de leite ou o queijo. Temos a tendência de
ingerir em excesso esse tipo de alimento, o que provoca
contínua e cumulativa tensão nos órgãos de excreção e no
sistema venoso.
Mesmo as pessoas que não apresentam sensibilidade aos
laticínios reportam o aumento de energia a paparem de
consumi-los. Por causa da alta taxa de gordura encontrada
nesses alimentos, a diminuição de seu consumo significa
redução proporcional efetiva na perda de peso, assim como a
diminuição da pressão sangüínea e dos níveis de colesterol.
Há dois elementos no leite e seus derivados que devem ser
quebrados por enzimas orgânicas: lactose e caseína.
A lactose é quebrada pela enzima lactase, e a caseína é quebrada
pela enzima renina. Por volta dos 4 anos, a renina passa a não
existir mais no trato digestivo, assim como a lactase numa parcela
da população. Essa é a forma em que a natureza nos mostra o
momento de descontinuarmos certos alimentos.
A caseína é uma proteína do leite que se encontra trezentas vezes
mais no leite de vaca do que no leite humano. Tem a consistência
de cola, promovendo aderência de muco nas membranas celulares,
especialmente no sistema respiratório.
O corpo humano não possui mecanismo digestivo para degradar
a caseína, promovendo o aumento de secreções, muco, irritações e
obstruções do sistema respiratório, o que induz o aparecimento de
asma, bronquites, sinusites, coriza, infecções de ouvido, etc. O leite
e seus derivados são os principais causadores de alergias.
Os indivíduos com intolerância à lactose apresentam
normalmente gases, distenção abdominal, cólicas e diarréia, que
somem poucas semanas após a suspensão do leite e seus
derivados. Cerca de 40% das crianças abaixo de 6 anos
apresentam otite de repetição, associada ao leite de vaca. Há
evidências de que bebês de até 6 meses que bebem leite de vaca
tem incidência aumentada de diabetes Tipo I. De acordo com o
médico Hans Michael Dosch, da Universidade de Toronto, uma das
proteínas do leite é muito parecida com as moléculas da superfície
das células Beta do pâncreas, que produzem insulina. Quando o
sistem imunológico reconhece a proteína do leite como corpo
estranho, ataca-a, e isso causa ataque similar às células Beta,
destruindo sua habilidade de produzir insulina e eventualmente
causando diabetes.
O leite comercial é conhecido como o maior causador de defi-
ciência de ferro em bebês, não sendo aconselhável o uso de leite
de vaca antes do 1 ano de idade. Somando-se a isso, há o risco
dos pesticidas, antibióticos e resíduos hormonais. Quanto mais
gordurosos são o leite e seus derivados, mais se encontram os pes-
ticidas, pois estes têm afinidade pela gordura.

“Ao contrário do que diz a publicidade, os


laticínios não são a melhor fonte de
cálcio.”
Ao contrário do que diz a publicidade, os laticínios não são a melhor
fonte de cálcio. A absorção é pobre por causa da pasteurização, do
processamento, do alto teor de gordura e da relação de dese-
quilíbrio quanto ao consumo de fósforo. Resíduos hormonais e aditi-
vos encontrados nas pastagens do gado influem na incompleta
absorção de cálcio e outros minerais. Em testes realizados com
animais, os bezerros que foram alimentados com o próprio leite ma-
terno, mas primeiramente pasteurizado, não viveram mais do que
seis semanas.

(trecho do livro “Prevenção: A Medicina do Século XXI”, Wilson


Rondó Jr., São Paulo, SP, Editora Gaia, 2000 – páginas 52 e 53).

“Prevenção: A Medicina do Século XXI”, A guerra ao


envelhecimento e às doenças; Dr. Wilson Rondó Jr., São Paulo,
Editora Gaia, 2000.

Para adquirir este livro:

Editora Gaia Ltda


(uma divisão da Global Editora e Distribuidora Ltda)
Rua Pirapitingüi, 111-A – Liberdade
CEP 01508-020 – São Paulo – SP
Tel: (11) 3277-7999 – Fax (11) 3277-8141
e-mail: gaia@dialdata.com.br

----------------------------------

DOS DERIVADOS DO LEITE AO CÂNCER DE MAMA

Capítulo 1
Um caso extraordinário

Dr. Raphaël Nogier,


Clínico em Lyon, consultor junto à Organização Mundial de Saúde,
lecionando e encarregado das relações internacionais junto ao
grupo lionês de estudos médicos, profere regularmente
conferências em uma quinzena de países. Já publicou inúmeros
artigos no exterior.

Na vida de um homem há encontros em especial que deixam pela


vida inteira um traço indelével. Assim, algumas pessoas nos
marcam com sua contribuição.
O mesmo ocorre com um médico. Nós clínicos, passamos a
metade de nossa vida fechados em nossos consultórios. Voltamos à
noite cansados, mas ao mesmo tempo felizes com os resultados
obtidos, assim como deprimidos por termos cruzado com tanta
miséria humana.
Num dia de consulta desfilam todo tipo de pacientes: tímidos,
covardes, frouxos, fanfarrões, corajosos, mas raramente seres
excepcionais.
Eu os chamo de “príncipes”, eles ou elas, os que saem do normal
e cujas reações são belas, tão imprevistas que são. Aqueles ou
aquelas cujo essencial é invisível aos olhos.
Nesse dia, eu iria encontrar uma princesa.
Quando ela entrou na sala do meu consultório, essa pequenina
mulher me olhou com olhos espantados do alto de seu metro e
meio. Magra, miúda, ela se sentou com distinção. Depois das
apresentações de costume, eu lhe perguntei:
– Em duas palavras, me diga do que padece.
– De um câncer de mama!
Eu ergui os olhos do papel:
– Me conte.
Ela se expressou com tato e polidez. Sem nenhuma queixa, ela
descreveu seus males como se fossem os de outra pessoa.
A história havia começado em 1985. Ela tinha 27 anos. Seu
ginecologista tinha descoberto um grave tumor no seio esquerdo no
quarto supero-externo. Ele imediatamente lhe indicou um cirurgião
que, praticando a ablação do seio, infelizmente constatou que
inúmeros gânglios sob o braço, estavam também contaminados.
Depois da operação, ela passou por tratamentos de quimioterapia
e uma radioterapia, consultando regularmente seu cancerologista.
Até 1991 tudo parecia caminhar bem. Em junho de 1992, ela teve
uma dor ciática; seu médico de família lhe prescreveu radiografias
simples, que evidenciaram uma coluna vertebral lombar normal. O
médico então lhe administrou antiinflamatórios de acordo com o
costume em vigor. As dores não tendo cedido, Christine consultou
novamente o cancerologista. Ele lhe participou seus temores e a
aconselhou que se submetesse a uma tomografia. Esse exame
permite detectar nos ossos, lesões que podem passar
despercebidas nas radiografias simples.

Pág 52
A tomografia revelou lesões patentes (metástases) ao nível da 6ª
e 7ª vértebras cervicais, da 1ª, 3ª e 5ª vértebras lombares. Christine
se submeteu a uma nova série de radiações. Um mês mais tarde, a
conselho de seu enfermeiro, ela me contactou.
Esta mulher me contou toda a sua história sem pestanejar. Sua
formação de engenheira lhe havia ensinado a precisão, a ser
concisa. Ela me expôs os fatos de uma maneira brutal.
“Gostaria que o senhor me ajudasse”.
Amparado por meu bom senso e principalmente por minha boa
vontade, eu a tomei pelas mãos. Ela passou por sua radioterapia e
injeções para cimentar suas vértebras a fim de consolidar os ossos
atingidos.
Todas as semanas, eu acompanho seu estado geral. Cada
consulta é um aprendizado, onde sem dúvida essa melhora
excepcional me dá muito mais do que eu posso lhe dar em troca.
Após três meses de tratamento, tivemos uma má notícia: há
metástases pulmonares e hepáticas. Sua respiração se torna cada
vez mais difícil. É estabelecido um tratamento por meio de
cortisona, seguido de uma quimioterapia. Os sinais respiratórios
melhoram pouco a pouco. Hoje, Christine está melhor. No momento
em que estou escrevendo, ela foi passar uns dias no campo, com
seu marido e seus dois filhos de 8 e 9 anos.
Passou-se um ano desde que a conheci. Não há um dia sem que
eu pense nela. Alguns casos são mais dolorosos do que os outros.
Quando uma moléstia grave atinge uma pessoa em plena flor da
idade, o médico, com freqüência, se comove em seu foro íntimo,
mas por pudor, ele pouco discute, com medo de abordar temas tão
terríveis como a morte.
Christine, esta se encarregou de sua vida. Ela sabe que seu caso
é gravíssimo, frequentemente falávamos sobre isso. Durante
nossas conversas, abordávamos todos os assuntos: a vida, a
morte, Deus. Ela não se fecha em si mesma, mas prefere se abrir
ao mundo exterior. Ela recusa todo tratamento antidepressivo, todo
tranqüilizante. Ela luta.
Um dia, quando ela estava deitada sobre a maca, e que eu
apalpava seu abdômen distendido por um empanzinamento, eu
perguntava sobre sua vida passada. Sua história pode parecer
banal. Para mim foi uma revelação.
Christine nasceu numa família unida. Ela é a mais velha de cinco
irmãs. As outras quatro, todas gozam de boa saúde.
Após ter feito um bacharelado brilhante, prosseguiu seus estudos
científicos, se casou, teve dois filhos. Foi em 1985, com 27 anos,
que apareceu um caroço no seio. Christine nunca tomou remédios,
nunca usou a pílula, e nunca esteve gravemente enferma. Quando
criança ela era esguia, e tinha anginas freqüentes. Ela pratica
esporte, não fuma, não bebe. Em sua família, ninguém, nem sua
mãe, nem suas tias, jamais tiveram um câncer de mama.
Aparentemente, nada pode, portanto, explicar o surgimento dessa
terrível doença.
Sem dúvida tendo mais tempo do que de costume, tive a idéia de
lhe perguntar sobre seus pais. De fato, os choques afetivos
favorecem o aparecimento de um câncer. Fazendo-lhe essa
pergunta, eu lhe prestei uma ajuda.
– Meu pai era alegre e bom para nós, ela me respondeu. Um
espírito aberto que nos acrescentou muito.
Não... nada desse lado, pensei.
Mais por polidez que por interesse, eu ainda perguntei:
– Que seu pai fazia?

Pág 53
– Dirigia uma leiteria.
De repente, minhas idéias se entrechocaram. O tempo parou, ele
não mais existia. Acho que fiquei silencioso por um bom tempo, pois
Christine me perguntou:
– O senhor está pensando em alguma coisa?
É claro, eu estava pensando em alguma coisa. Como não havia
pensado mais cedo! Isso me parecia tão evidente!
O câncer de mama se desenvolve muitos anos antes de aparecer.
Mais de oito anos se passaram entre o surgimento de uma célula
cancerosa e o momento em que o tumor, de alguns milímetros, é
palpável ao médico. O câncer, que aparece mais nas mulheres que
sofrem dores nos seios ou mastoses, não seria provocado por uma
intolerância aos derivados do leite?
Após alguns minutos de reflexão, eu lhe fiz as duas últimas
perguntas:
– Seus pais a alimentaram com muitos produtos à base de leite?
– Meu pai sempre nos trazia muitos iogurtes para casa.
Frequentemente eu tomava uns seis por dia.
– Sua mãe a amamentou?
– Não, minha mãe tinha tido um abcesso no seio, e nunca me
amamentou!

Quando Christine saiu de meu consultório, eu estava pensativo.


As idéias iam e vinham. Eu estava obcecado por esta hipótese: o
câncer de mama é provocado, em muitos casos por uma
intolerância aos derivados do leite?
Eu tentava organizar meus pensamentos. Como e por que
ninguém pensou antes? A última peça do quebra-cabeças parecia,
portanto, que tinha sido colocada no lugar. Era preciso ir mais longe
e tratar de anular ou confirmar essa hipótese de trabalho. Sem
dúvida, serão necessários muitos anos. Assim como dizia no
primeiro capítulo, as novas mazelas da sociedade são tantas, que
sempre se pode especular sobre a toxicidade de um produto.
Por isso hoje me é impossível aliar de maneira formal a
intolerância aos derivados do leite e o câncer de mama. Uma vez
esse livro publicado, espero que colaboradores, centros de
pesquisa, tratem, por meio de estudos, de criticar minha forma de
agir, dando prosseguimento.
Hoje eu dou avanço à uma hipótese, dando o melhor apoio
possível. Farei como Demócrito que ensinava que através do
pensamento tudo se pode conceber e descobrir.
Num primeiro momento, eu reli toda a bibliografia atual sobre o
câncer de mama, sua epidemiologia, e seu tratamento. Depois,
peguei meu cajado de peregrino e fui bater à porta dos hospitais
para interrogar as mulheres atingidas pelo câncer de mama. Lá, eu
muitas vezes fiquei chocado em ver o espírito refratário de alguns
cancerologistas. Outros, a quem eu expunha minhas idéias, me
acolhiam com cortesia e me autorizavam a interrogar as pacientes
sobre sua alimentação. Durante minhas férias, eu percorri as
cidades de Poitou e as aldeias de Touraine, perguntando aos
farmacêuticos se conheciam mulheres suscetíveis de me dar
respostas.
Eu seria ingrato se não dissesse a verdade toda. Fui amplamente
ajudado nesse trabalho pela Sra. Valérie Bachellier, que também se
deslocou aos hospitais, e cuja eficácia em obter resultados ficou
provada de forma espantosa.

Pág 54
Paralelamente, escrevia à FAO (Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura), à OMS (Organização Mundial de
Saúde), e às diversas embaixadas para conhecer o consumo de
leite nos diversos países.
Aí mais uma vez, eu me defrontei com dificuldades. Os números
não eram facilmente obtidos, o serviço das embaixadas não é
gratuito.
Um estudo nunca é simples e não se faz sem tenacidade. Foi,
portanto, à força de empenho, de cartas, de discussões com
profissionais, que pude obter informações e responder à muitas
perguntas:

– Existe em cada país uma correlação entre o consumo de


derivados do leite e o câncer de mama?
– O câncer de mama existe no animal selvagem?
– O que ocorre com o aleitamento maternal?
– As mulheres que sofrem de câncer de mama apresentam outros
sinais de intolerância aos derivados do leite?
– Haveria um teste biológico para detectar uma intolerância aos
derivados do leite?

É em função dessas cinco questões que será possível


estabelecer um conjunto de argumentos aptos a formular uma
hipótese.
Uma resposta afirmativa apenas à uma ou duas destas questões
não permite formar uma idéia do assunto. É o conjunto de
respostas, se estas se direcionam no mesmo sentido, que vai forjar
a convicção íntima, como um juiz de instrução. Quando uma criança
tem dor na barriga, isso não quer forçosamente dizer que tenha
comido chocolate. Por outro lado, se houver chocolate na boca, e o
tablete tenha sumido e ela se queixa de dores abdominais,
dispomos de um feixe de argumentos que levam legitimamente a
pensar que ela comeu este tablete de chocolate que esteja faltando.
Esse estudo depende de sorte: trata-se de trazer à luz muitos
indicadores concordantes.
Porém, antes de ir mais longe, convém comparar a composição
do leite de vaca à do leite humano a fim de compreender sua
toxicidade potencial.

(fonte: trecho do livro “O Leite que ameaça as Mulheres”, Dr.


Raphaël Nogier, págs. 51 a 54).

Livro:

“O Leite que ameaça as Mulheres”, Dr. Raphaël Nogier, Um


documento explosivo: o consumo de derivados do leite teria uma
influência preponderante sobre os cânceres de mama. Ícone
Edirora, 1999.

ÍCONE EDITORA LTDA


Rua das Palmeiras, 213 – Sta. Cecília
CEP 01226-010 – São Paulo – SP
Tels. /Fax; (011) 3666-3095

-----------------------------

Anda mungkin juga menyukai