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Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ Rafael Farias dos Reis A constituicao de Atenas a partir das ages de Sélon, Pisistrato e Clistenes. Rio de Janeiro 2016 io de Atenas a partir das ages de Solon, Pisistrato e Clistenes. Rio de Janeiro 2016 Trabalho de graduargo em Historia da_—_dsciplina Histona da Antiguidade Ocidental, Ministrada pela professora doutora Maria Regina Citagdes sobre as apdes de Pisistrato, Solon e Clistenes do texto de Aristoteles “A constituigao de Atenas.” Solon “Sélon libertou o povo, tanto no presente quanto para o futuro, ao proibir que se dessem empréstimos incidentes sobre das pessoas, promulgou leis e efetuou o cancelamento das dividas, tanto nas privadas quanto nas piiblicas, 0 qual ficou conhecido como sisactia uma vez que sacudiram os fardos.” “Fixou as leis por cem anos, e dispds o regime da seguinte forma: distinguiu os cidadaos em quatro classes censitérias, conforme a diviséo ja existente anteriommente (...” “Compas um conselho de quatrocentos membros, cem de cada tribo, Dispds 0 conselho dos Areopagitas como guardigo das leis, exatamente como ele o era antes enquanto supervisor do regime, em geral cuidava da maioria e das principais questdes da cidade, castigava os infratores soberanamente com penas pecuniérias e corporais, recolhia as multas na Acrépole sem registrar 0 motivo da multa, e julgava os conspiradores que visavam a dissolugao da democracia, tendo sélon promulgado umalei de denuncianesses casos. Pisistrato “Pisistrato, obtido o poder, administrava os negécios publicos antes como cidadao do que como tirano.” “Venceu a batalha de Palene, tomou a cidade e desarmou 0 povo, com o que manteve agora a tirania com firmeza “Desarmou o povo da seguinte maneira Promoveu uma apresentagio de armas no Teseion ¢ ai deu inicio a uma assembleia, sendo porém logo interrompido, pois reclamavam de néo o estar escutando. Pediu-lhes para subirem até a entrada da Acrépole a fim de ouvirem melhor. Enquanto ele prolongava seu discurso, as pessoas destinadas para essa tarefa recolheram as armas ¢, apés as trancarem nos ediificios proximos ao Teseion, voltaram e fizeram-lhe sinais “Este, assim que concluiu o restante de seu discurso, contou-lhes o ocorrido com as armas, dando-lhes a entender que ndo deviam inquietar nem abater, mas sim que retomassem para cuidar de seus afazeres particulares, uma vez que ele propria se encarregaria de todas as questdes puiblicas “Em geral, com efeito, era humano, brando e clemente para com os infratores ¢, em particular, adiantava empréstimos em dinheiro aos que enfrentavam dificuldades, viabilizando seus trabalhos de como a se sustentarem com o cultivo das terras.” “Em geral, durante o seu governo nfo atormentou a multidéo em nada, antes sempre manteve a paz e velou pela tranquilidade” “Em geral, com efeito, dispunha-se a administrar tudo em conformidade com as eis, sem se conceder nenhuma vantagem. Clistenes “(..) Clistenes conciliou 0 povo ao remeter o govemno para a multidao.” “Primeiramente repartiu todos os cidadaos em dez tribos em vez de quatro com 0 propdsito de misturé-los , a fim de que mais pessoas participassem do regime.” “Dividiu o pais por demos em trinta partes — dez com demos nos arredores da cidade, dez com demos napraiae dez com demos no interior—e, dando-lhes a denominarao de tritias, sorteou trés para cada tribo a fim de que cada uma patticipasse de todas as regides, Definiu como uma comunidade de démotas os habitantes de cada demos, tendo em mira a que os novos cidadaos nfo fossem revelados pela sua denominayfo patronimica, mas sim designados pela denominarao dos demos, dai originou-se o costume de os atenienses levarem o nome do seu demos “Instituiu também demarcos possuindo os mesmos encargos dos naucruarias. Deu a alguns demos 0 nome de sua localidade, e a outros o de seus fundadores, pois nem todos tinham ja correspondéncia com a sua localidade.” “Permitiu que os cla ancestrais. Fixou dez epénimos para as tribos, os quais foram escolhidos pela Pitia dentre os cem herdis previamente indicados.” as fratrias e os sacerdécios permanecessem conforme as tradigdes “Com essas medidas o regime tomou-se bem mais popular do que o de Sélon. Realmente, ocorreu que a tirania fizera as leis de Sdlon cairem no esquecimento por desuso; ja Clistenes, tento em vista a multido, promulgou outras novas, em meio s quais foi estabelecida alei respeitante ao ostracismo.” Introdugao Atenas esta localizada no norte da peninsula da Atica, uma regio recortada e litoranea que levara a cidade a desenvolver uma forte atividade comercial. Esse comércio muda significantemente a sociedade ateniense principalmente quando comparada com a sociedade espartana, Em Atenas a sociedade é censitaria, ou seja, dividida por renda, mas apresenta uma estrutura um pouco mais complexa que a de Esparta Atenas apresenta uma estrutura complexa, tendo no topo os Eupatridas, que so grandes latifundiarios e os Demiurgos, comerciantes que nfo possuiam terra. Abaixo deles os ‘Thetas, homens livres e por iiltimo os escravos sem participago na vida politica Seu primeiro sistema de governo é monérquico, passa por uma oligarquia até se tomar uma democracia. A partir do século VII aC, no periodo da transig&o oligarquia para a democracia, passa a ocorrer um debate a cerca de uma reforma legislativa dentro de Atenas. A democraciando surge em Atenas por uma revolugao, mas sim por umareforma cadenciada e paulatina que leva a uma inserg0 cada vez maior dos cidadaos (homens livres) no processo politico Portanto, este trabalho tem por objetivo trazer a partir da historiografia um debate acerca dos principais personagens da Atenas classica, sendo eles Sélon, Pisistrato e Clistenes. Tais personagens tiveram papel fundamental na formayao da democracia ateniense e seus desdobramentos Fonte. www orlandclassiques blogspot.com. br (2016) Asreformas de Sélon Em 594 aC um reformista conhecido como Sélon, muda algumas caracteristicas importantes dentro de Atenas, com destaque para uma divisdo censitéria da sociedade, como nos diz Neyde Theml, “(..) 0 corpo civico de Atenas, desde Sélon, segundo Plutarco, fora dividida em classes censitarias(..)” e nos acrescenta dizendo que, “as unidades que aferiam o censo eram: médimnos, medida de cereais, metretes, medida de liquidos ~ azeite ou vinho — e dracmas, moedas. Assim foram incluidos ao corpo civico todos os cidadaos” (THEML. 1998, p. 50) Catherine Salles, em uma andlise do submundo ateniense nos tras informagies a respeito da organizagao dos bairros em Atenas que eram divididos por profisstes. Segundo cla, “no bairro do Cerémico, encontra-se a maior parte das casas de prostituigao instituidas pelo legislador Selon.” (SALLES. 1987, p17) Ou seja sélon foi o primeiro a institucionalizar a prostituigo no mundo antigo. Sua findlidade era de arrecadar impostos, mas também de preservar a “pureza da raga". Como nos diz Catherine Salles, “foi para servir de derivative aos ardores dos jovens, para proteger a castidade das mulheres livres e para preservar assim a descendéncia dos cidadaos.” (SALLES. 1987, p.20) Além disto, Sélon promove uma reestruturagao da escravidao por dividas. Dentro de ‘Atenas neste momento a principal fonte de escravos era a divida hipotecaria, ou seja, 0 pequeno agricultor tomava emprestado dinheiro junto aos maisricos e dava como garantia a suaterra, caso ele no pagasse a divida era perdida a terra e automaticamente passava a serum Theta, Como Theta ele nao teria como pager as dividas, o préximo passo entdo seria se tomar um escravo. Claude Mossé, a partir da interpretarao da obra de Aristételes “A constituigao de Atenas”, nos tras as seguintes informayées: “Os pobres estavam submetidos aos rcos que detinham a maior parte do solo, O autor parece fazer uma distingio entre dois grupos diferentes aqueles a que chama hectémoroi, que devem ter sido uma espicie de rendeizos obrigados a da um sexto da colheita aos que contolavam a tema na qual trbelhavan, e da qual eam propietiios defacto, se nfo mesmo de dittto; e os pelala, camponeses pobres que se Viam forcados a endividar-se ficando sob a ameaga de sezem reduzidos & condigéo de escravos, caso nko pagassem a divide.” (MOSSE. 1993, pid) Portanto, a primeira forma de escravidio no mundo ateniense foi a escravidao hipotecaria Tal situagao leva Atenas auma crise. Sélon entfo proibe a escravidao por divida Claude Mossé ainda nos diz que sélon foi além, “(...) mandando arrancar das suas proprias terras os marcos, que simbolizavam o estado de dependéncia dos rendeiros (..) Além disso, dotou a cidade de leis escritas para que a justiga fosse a mesma para todos.” (MOSSE. 1993, p.19) Para Catherine Salles “Solon continua a ser — segundo a tradig0 — o pai fundador da democracia ateniense, cujas bases foram langadas por ele no inicio do século VI aC.” (SALLES. 1987, p.18) Porém, Claude Mossé pondera que “devemos desconfiar do sentido que os escritores do século IV davam as reformas empreendidas por Sélon, que consideravam como um dos fundadores da democracia” ¢ acrescenta que, “se néo € correto consideralo, como aconteceu mais tarde, como fundador da democracia ateniense, a verdade é que dai em diante todos os atenienses passaram a ser iguais aos olhos dalei.” (MOSSE. 1993, p.20) A pattir da aboliggo da escravidéo em Atenas por divida surge uma caracteristica interessante: para Atenas conseguir mais escravos tomava-se necessério uma expanséio territorial para a conquista de pnsioneiros de guerra. Isso desagradou principalmente os Eupatridas e leva a uma certa revolta social dentro de Atenas encaminhando para um processo conhecido como tirania A tirania de Pisistrato Entre os anos de 560 — 530 aC passa a existir em Atenas uma tirania liderada por Pisistrato. Em 560 a. C. fingiu ter sido submetido a um ataque e foi autorizado ater uma escolta armatla, com 0 qual ele aproveitou a Acropole e substituiu o poder aristocratico da cidade para a sua propria tirania Segundo Claude Mossé o tirano no imaginario dos Gregos remetia a figura de alguém que toma o poder através de um golpe, e confisca a liberdade da comunidade civica. Porém, no caso de Atenas Mossé nos diz que a situayao foi um pouco mais complexa e acrescenta que, “(..) parece que a tirania de Pisistrato foi, 20 mesmo tempo, consequéncia do descontentamento gerado pelo cardter parcial das reformas de Solon e pela sua recusa em resolver a crises agraria com uma nova divisao do solo.” (MOSSE. 1993, p.18) Podemos observar entao que Atenas passava por um momento de lutas sociais ¢ conflitos relacionados a reforma agraria. A oposico das familias aristocraticas tentou por duas vezes a expulsdo de Pisistrato da cidade. Mas ambas as vezes restabelecida recrutamento de mercenérios estrangeiros, e permaneceu no poder até a morte Seu govemo foi baseado nas leis de Solon. E ele tem um certo consenso, medidas sociais como a reforma agraria, que beneficion os camponeses, a promogao do comércio e da industria, a cunhagem de uma moeda do Estado, o fortalecimento militar de Atenas, a construsao de obras publicas, a colonizarao Chersonese, a construgao de uma biblioteca publica Claude Mossé ressalta que Pisistrato “soube jogar habilmente com as circunstancias, e mantendo as leis de Sélon e as instituigdes existentes, serviu-se da sua autoridade absoluta para dar ao campesinato pobre uma ajudamaterial. Ao mesmo tempo, reforgou a unidade da cidade e favoreceu o seu desenvolvimento material.” (MOSSE 1993, p. Para Neyde Theml, “em Atenas 0 regime foi uma espécie de transig&o ou recurso socio- politico diante dos conflitos sociais produzidos pelas medidas socioeconémicas do govemo oligarquico ¢ 0 crescimento econémico de Atenas e dos grupos politicos democraticos.” (THEML. 1998, p48) ou seja, as instituigdes foram preservadas e a isonomia entre os cidadaos se manteve. A democracia em Clistenes Clistenes assume o poder em 512 aC e comera uma reforma dentro de Atenas que vai se concluir no ano de 510 aC. Essareforma ¢ a criapo de uma novale, tal lei envolve uma divisdo de Atenas em demos. Segundo Neyde Them, “o Estado ateniense (..) sofreu uma reforma administrativa em que todo o territério Atico foi dividido em démos, unidades menores de administrarao piiblica e de carater regional.” (THEML. 1998, p.49) Ou seja, o territério foi dividido em grupos de habitantes que tinham uma participa;ao igualitaria dentro da politica Porém, diferente de Pisistrato, Clistenes “néo queria implantar uma nova tirania para seu proveito proprio e sé se apoiou no démos para depois — como diz o autor da Constitui¢ao de Atenas the devolver o poder.” (MOSSE. 1993, p.25) Cada demo podia eleger os seus membros ¢ esses membros participavam diretamente de uma assembleia chamada Eclésia Estes demos acabam govemnando a cidade dentro de uma estrutura de isonomia Nao importava entao qual camada social, todas essas pessoas teriam os mesmos direitos perante a lei, Segundo Neyde Theml, “o démos, a partir de Clistenes, passou a ter um sentido politico e publico.” (THEML. 1998, p.50) Para Mossé, “independente das raztes que levaram Clistenes a alterar to profundamente as estruturas da sociedade civica, o certo é que o mascimento da cidadania ateniense ¢, de qualquer modo, obra sua” (MOSSE. 1993, p.25) Consideragées finais A Atenas classica de Sélon a Clistenes passou por diversas reformas que culminaram na formarao de uma sociedade democratica ¢ isonémica. Apesar da democracia ser restrita aos cidadaos, ou seja homens livres, maiores de 18 anos ¢ do sexo masculino, sua concepo influencia até hoje as sociedades contemporaneas, Vale ressaltar que a democracia em Atenas se dava de forma direta, ou seja, os cidadaos participavam sem intermediadores durante o processo de deciséo na cidade Bibliografia e fontes THEML, Neyde. O PUBLICO E O PRIVADO NA GRECIA. RU: Sete Lettras. 1998, MOSSE, Claude. O CIDADAO NA GRECIA ANTIGA Lisboa Ed. 70 SALLES, Catherine. NOS SUBMUNDOS DA ANTIGUIDADE. Editora Brasiliense 3° Edigao. 1987 Anistételes. A CONSTITUIGAO DE ATENAS. Edir&o bilinguie. Editora HUCITEC. S80 Paulo, 1995. Aulas ministradas pela Doutora Maria Regina, docente de Historia da Antiguidade Ocidental na UERJ.

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