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CONTEÚDO

PROFº: FRANCO
03 FORMAÇÃO HISTÓRICO TERRITORIAL BRASILEIRA
A Certeza de Vencer MA180308

HISTÓRICO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO BRASIL Nesse período se iniciou no Brasil um processo


altamente perverso e violento de relação de trabalho existente
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De 1500 a 1822, todas as terras brasileiras pertenciam até hoje em diversos estados do país: a "escravidão por dívida';
à Coroa portuguesa, que as doava ou cedia seu direito de uso que antigamente vitimava os imigrantes estrangeiros e
de sua confiança ou conveniência, visando à ocupação do atualmente vitima a população de baixa renda ou desempregada
território e á exploração agrícola. Durante um longo período, a da periferia das grandes cidades, além dos próprios
Coroa portuguesa controlou a posse da terra, através da criação trabalhadores rurais. Os "gatos" (pessoas que contratam mão-
das capitanias hereditárias e das sesmarias, que atendiam às de-obra para as fazendas) aliciam pessoas desempregadas
suas necessidades de obtenção de lucro a partir da exportação para trabalhar nos latifúndios, prometendo-lhes transporte,
de produtos agrícolas cultivados no sistema de plantation, ou moradia, alimentação e salário. Ao entrar na fazenda, porém, os
seja em grandes propriedades monocultoras, escravistas e cuja trabalhadores recrutados percebem que foram enganados, já
produção era voltada à exportação. que no dia em que deveriam receber o salário são informados
Entre 1822, ano da independência política, e 1850, de que todas as despesas com transporte, moradia e
vigorou no Brasil o sistema de posse livre em terras devolutas, alimentação, ao contrário do prometido, serão cobradas e
já que o império não criou leis que regulamentassem o acesso à descontadas do salário, que nunca é suficiente para a quitação
propriedade e não tinha cartórios ou registros de imóveis. Ao da dívida. Policiados por capangas fortemente armados, esses
longo desses período, a terra não tinha valor de troca (compra e trabalhadores são proibidos de sair da fazenda enquanto não
venda), possuía apenas valor de uso a quem quisesse cultivar e pagarem uma dívida impossível de ser quitada com seu salário.
vender sua produção. A possibilidade legal de obtenção livre da No início da década de 30, em consequência da crise
posse da terra nos leva a imaginar que esse período tenha se econômica mundial que se iniciou com a quebra da bolsa de
caracterizado por um grande surgimento de médias e pequenas valores de Nova Iorque, em 1929, a economia brasileira,
propriedades, mas a realidade é outra. Ainda vigorava a basicamente agroexportadora, também entrou em crise. A
escravidão, a utilização da mão-de-obra servil, trazida região Sudeste, onde se desenvolvia a cafeicultura, foi a que
forçadamente da África, e os enfrentou o maior colapso. Na
escravos negros eram prisioneiros região Nordeste, ocorreram novas
dos latifúndios, o que os impedia crises do açúcar e do cacau,
de ter acesso às terras devolutas enquanto a região Sul, com
no imenso território brasileiro. A produção direcionada para o
entrada de imigrantes livres nesse mercado interno, sofreu efeitos
período foi muito pequena e menores. A crise de 30 foi uma
restrita às cidades. crise de mercado externo, de
Em 1850, com o aumento produção voltada para a
da área cultivada com o café e a exportação. Como vimos na
Lei Eusébio de Queirós, esse unidade 2, foi nesse período que
quadro sofreu profundas ocorreu o início efetivo do
mudança. A partir de então, dada processo de industrialização
a proibição do tráfico negreiro, a brasileira, concentrada na região
mão-de-obra que entrava no Brasil Sudeste. Outro desdobramento da
para trabalhar nas lavouras era crise foi um maior incentivo à
constituída por imigrantes livres policultura, voltada para o
europeus, atraídos pelo governo abastecimento interno, e uma
A lei de terras impediu que estes agricultores significativa fragmentação das
brasileiro. Se esses imigrantes
(de orige italiana) se tornassem produtores grandes propriedades, cujos donos
encontrassem um regime de
posse em terras devolutas, independentes. venderam suas terras para se
cercariam um pedaço de terra para produzir alimentos de forma dedicar a atividades econômicas
independente. Se a posse da terra continuasse livre, eles se urbanas, sobretudo a indústria e o comércio. Foi um dos raros
instalariam ao redor das cidades, em vez de trabalhar como momentos da história do Brasil em que houve um aumento,
assalariados semi-escravizados nas lavouras de café. embora involuntário, do número de pequenos e médios
Com o claro intuito de garantir o fornecimento de mão- proprietários rurais.
de-obra barata aos latifúndios, o governo impediu o acesso dos Em 1964, o presidente João Goulart tentou desviar o
imigrantes à propriedade através da criação, também em 1850, papel do Estado brasileiro do setor produtivo (investimentos
da Lei de Terras. Com essa lei, todas as terras devolutas governamentais em energia, transportes, etc.) para o setor
tornaram-se propriedade do Estado, que somente poderia social (educação, saúde, habitação, etc.). Pretendia também
vendê-las através de leilões, beneficiando quem tinha mais promover uma reforma agrária, que tinha como princípio
dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na América distribuir terras à população rural de baixa renda. Em oposição à
justamente por não ter posses em seu país de origem. Ainda de política de Goulart, houve a intervenção militar e a implantação
acordo com a Lei de Terras, o dinheiro arrecadado nos leilões da ditadura. Ganhou incentivo o grande capital agrícola,
deveria ser utilizado no financiamento da viagem de novos geralmente estruturado no sistema de plantatíon. A
imigrantes que se dispusessem a vir trabalhar no Brasil. Tudo concentração de terras ao longo da ditadura militar (1964-1985)
VESTIBULAR – 2009

isso nos leva a concluir que essa lei, além de garantir o assumiu proporções assustadoras, e o consequente êxodo rural
fornecimento de mão-de-obra para os latifúndios, servia também em direção às grandes cidades deteriorou a qualidade de vida
para financiar o aumento do volume de imigrantes que de imensas parcelas da população, tanto rural quanto urbana. A
ingressava e, ao chegar ao Brasil, eram obrigados a se dirigir às partir da década de 70, foi incentivada a ocupação territorial das
fazendas, praticamente o único lugar onde se podia encontrar regiões Centro-Oeste e Norte, através da expansão das
emprego. Nessa época, a posse da terra, e não de escravos, fronteiras agrícolas, assentadas em enormes latifúndios
era considerada reserva de valor e símbolo de poder. pecuaristas ou monocultores.

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O ESTATUTO DA TERRA E A ESTRUTURA FUNDIÁRIA Depois de acertada a unidade de medida, foram


criadas as categorias de imóveis rurais:
O Estatuto da Terra é um conjunto de leis criado em
novembro de 1964 e que possibilitou a realização de um censo ¾ minifúndio — "Todo imóvel com área explorável inferior ao
agropecuário. Procurava-se estabelecer uma política de reforma módulo fixado para a respectiva região e tipos de exploração
agrária que, na prática, foi implantada com muita timidez em nela ocorrentes" Na prática, esses são os grandes responsáveis
áreas de conflito, com o claro intuito de abafar focos de pressão pelo abastecimento do mercado interno de consumo, já que sua
popular. produção é, individualmente, obtida em pequenos volumes, o
Para a sua realização, surgiu a necessidade de que inviabiliza economicamente a exportação;
classificar os imóveis rurais por categorias, da mesma forma ¾ latifúndio por dimensão — "Todo imóvel com área superior
que, para realizar um censo demográfico, as pessoas são a seiscentas vezes o módulo rural médio fixado para a
classificadas por idade, sexo, etnia e renda. Logo surgiu a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes" São as
primeira dificuldade: como as condições físico-geográficas do enormes propriedades agroindustriais, com produção quase
imenso território brasileiro são extremamente diversas, uma sempre voltada à exportação;
unidade fixa de medida (por exemplo, l hectare — 10 mil m )
2 ¾ latifúndio por exploração — "Todo imóvel cuja dimensão
não poderia ser utilizada na classificação dos imóveis rurais. Um não exceda aquela admitida como máxima para empresa rural
hectare no oeste paulista corresponde a uma realidade agrícola (600 vezes o módulo rural), tendo área igual ou superior à
totalmente diferente de um hectare no solo ácido do cerrado ou dimensão do módulo da região, mas que seja mantida
no Sertão nordestino. inexplorada em relação às possibilidades físicas, econômicas e
Para resolver a questão, foi criada uma unidade de sociais do meio, com fins especulativos, ou que seja deficiente
medida de imóveis rurais — o módulo rural — assim definida: ou inadequadamente explorada, de modo a vedar-lhe a
"Área explora vel que, em determinada porção do país, direta e classificação como empresa rural" Tratam-se dos imóveis rurais
pessoalmente explorada por um conjunto familiar equivalente a improdutivos, voltados à especulação imobiliária. O proprietário
quatro pessoas adultas, correspondendo a l 000 jornadas não adquiriu a terra com a intenção de nela produzir gerar
anuais, lhe absorva toda força de trabalho em face do nível emprego e ajudar o país a crescer, mas para esperar sua
tecnológico adotado naquela posição geográfica e, conforme o valorização imobiliária, vendê-la e ganhar muito dinheiro sem
tipo de exploração considerado, proporcione um rendimento trabalhar;
capaz de assegurar-lhe a subsistência e o progresso social e ¾ empresa rural — propriedade com área de um a seiscentos
econômico" Em outras palavras, módulo rural é a propriedade módulos, adequadamente explorada em relação às
que deve proporcionar condições dignas de vida a uma família possibilidades da região. Nessa categoria, temos as médias
de quatro pessoas adultas. Assim, ele possui área de dimensão propriedades, geralmente com produção de matéria-prima para
variável, levando em consideração basicamente três fatores abastecer a agroindústria da laranja, da cana, etc.
que, ao aumentar o rendimento da produção e facilitar a
comercialização, diminuem a área do módulo: Embora o Estatuto da Terra permaneça válido do ponto
de vista legal, essa classificação foi utilizada pelo IBGE somente
¾ localização da propriedade — se o imóvel rural se localiza na realização dos censos agropecuários de 1965, 1975 e 1985.
próximo a um grande centro urbano, em região bem-atendida A partir da década de 1990, esses critérios foram
pelo sistema de transportes, ele proporciona rendimentos abandonados e passou-se a utilizar uma classificação
maiores que um imóvel mal localizado e, portanto, terá uma área regulamentada em lei após a Constituição de 1988. Assim, são
menor; consideradas pequenas as propriedades de até 4 módulos;
¾ fertilidade do solo e clima da região — quanto mais propícias médias, as de 4 a 15 módulos; e grandes, as maiores do que 15
as condições naturais da região, menor a área do módulo; módulos.
¾ tipo de produto cultivado — em uma região do país onde se Essa mudança foi necessária porque o artigo 185 do
cultiva, por exemplo, mandioca e se utilizam técnicas primitivas, capítulo sobre reforma agrária proíbe a desapropriação de
o módulo rural deve ser maior que em uma região que produz pequenas e médias propriedades, assim como das grandes
morango com emprego de tecnologia moderna. propriedades produtivas, para fins de assentamentos rurais.

VESTIBULAR – 2009

O gráfico nos revela a grande concentração de terras em mãos de alguns poucos proprietários enquanto a maioria dos
produtores rurais detém uma parcela muito pequena da área agrícola. Há, ainda centenas de milhares de trabalhadores rurais sem
terra. Essa realidade é extremamente perversa, à medida que cerca de 32% da área agrícola nacional é constituida por propriedades
onde a terra está parada, improdutiva.

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