– Necessidade de que alguém guie a nossa alma no seu caminhar para Deus.
É muito difícil que alguém possa guiar-se por si mesmo na vida interior.
Quantas vezes a falta de objectividade com que nos vemos, o amor próprio, a
tendência a deixar-nos levar pelo que mais nos agrada ou pelo que nos é mais
fácil..., não vão esfumando o caminho que nos leva a Deus (porventura tão
claro a princípio!), lançando-nos no desânimo, na tibieza e no imobilismo!
“Aquele que quer ficar sozinho, sem apoio e sem guia, será como a árvore que
está só e sem dono no campo, e que, por mais frutos que tenha, nunca
chegará a vê-los amadurecer, porque os transeuntes os colherão [...]. A alma
que tem virtude, mas está sozinha e sem mestre, é como o carvão aceso que
está só; antes se irá esfriando do que inflamando-se”3.
Podermos contar com essa pessoa a quem abrir a alma numa confidência
cheia de sentido sobrenatural e humano, é uma graça muito especial do
Senhor. Que alegria termos a quem comunicar os nossos sentimentos mais
profundos, a fim de orientá-los para o Senhor, alguém que reza por nós e tem
uma graça especial para nos ajudar! Na direcção espiritual, encontramos o
próprio Cristo que, como aos Apóstolos, nos ouve atentamente, nos
compreende e nos dá luzes e forças novas para continuarmos a caminhar.
(1) 2 Tess 1, 1-3; (2) Mt 23, 23-26; (3) São João da Cruz, Frases de luz e de amor, em Obras
Completas; (4) F. Suárez, A Virgem Nossa Senhora, pág. 95; (5) ib., págs. 96-97; (6) cfr. São
Josemaría Escrivá, Questões actuais do cristianismo, n. 93; (7) Lc 17, 11-19; (8) Lc 9, 10-17;
(9) cfr. Lc 5, 1 e segs.; (10) At 9, 17-19; (11) Jer 18, 1-7.