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Frente: 01 Aula: 02

FILOSOFIA E CIÊNCIA
PROFº: KEZIA
A Certeza de Vencer

1.1- RELAÇÃO E DISTINÇÃO ENTRE FILOSOFIA E saber aristotélico. Assume uma atitude polêmica perante a
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CIÊNCIA tradição. Só a razão é capaz de conhecer.


No século XVII, a partir da revolução metodológica O que vemos se afirmar é uma característica
iniciada por Galileu, as ciências particulares começam a importante do pensamento moderno: o racionalismo. Uma
delimitar seu campo específico de pesquisa. Pouco a pouco, das expressões mais claras desse racionalismo é o interesse
desde esse período até os tempos atuais, ciências como a pelo método.
física, astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia, Embora o método tenha sido sempre objeto de
economia etc. se especializam e investigam "recortes" do discussão na filosofia, nunca o foi com a intensidade e a
real. prioridade que lhe dedicaram os filósofos do século XVII. Até
Apesar dessa separação entre o objeto da filosofia e então a filosofia se debruçara sobre o problema do ser, mas
das ciências, o filósofo continua tratando da mesma na Idade Moderna se volta para as questões do conhecer.
realidade apropriada pelas ciências, uma vez que jamais Enquanto o pensamento antigo e medieval parte da
renuncia a considerar o seu objeto do ponto de vista da realidade inquestionada do objeto e da capacidade humana
totalidade. Como vimos, a visão da filosofia é de conjunto, ou de conhecer, surge na Idade Moderna a preocupação com a
seja, o problema nunca é examinado e modo parcial, mas "consciência da consciência". Antes se perguntava: "Existe
sempre relacionando cada aspecto com os outros do alguma coisa?","Isto que existe, o que é?".Agora o problema
contexto em que está inserido. não é saber se as coisas são, mas se nós podemos
Se a ciência tende cada vez mais para a eventualmente conhecer qualquer coisa. Das questões
especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar a epistemológicas, isto é, relativas ao conhecimento, deriva a
fragmentação do real, daí sua função de ênfase que marcará a filosofia daí por diante.
interdisciplinaridade, buscando estabelecer o elo entre as Nessa virada temática, dá-se também outra
diversas formas do saber e do agir. inversão: enquanto o filósofo antigo não questiona a
A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo realidade do mundo, René Descartes (1596-1650), seguindo
como aborda seu objeto: em todos os setores do rigorosamente o caminho, o método por ele estabelecido,
conhecimento e da ação, a filosofia está presente como começa duvidando de tudo, até reconhecer como indubitável
reflexão critica a respeito dos fundamentos desse a própria existência. E na descoberta da subjetividade que
conhecimento e desse agir. Por exemplo, se a física ou a residem as variações do novo tema. O filósofo passa a se
química se denominam ciências e usam determinado preocupar com o sujeito que conhece, mais do que com o
método, não é da alçada do próprio físico ou do químico objeto conhecido.
saber o que é ciência, o que distingue esse conhecimento de E tão importante a questão do método no século
outros, o que é método, qual a sua validade, e assim por XVII que Descartes a coloca como ponto de partida do seu
diante. Eles até podem dedicar-se a esses assuntos, mas, filosofar. A dúvida metódica é um artifício com que demole
quando o fazem, estão colocando questões filosóficas. O todo o edifício construído do saber para recomeçar tudo de
mesmo acontece quando, por exemplo, o psicólogo define o novo. O método adquire um sentido de invenção e
conceito de liberdade, o que já significa fazer filosofia. descoberta, e não mais a possibilidade de demonstração
Mais uma diferença entre filosofia e ciência: os organizada do que já é sabido. Outros filósofos, além de
resultados das investigações científicas e a sua Descartes, também se dedicam ao problema do método, tais
verificabilidade permitem uniformidade de conclusões e, com como Francis Bacon, Locke, Hume, Espinosa. O método
isso, a ciência adquire maior objetividade. Nesse sentido, a filosófico passa por profunda transformação até hoje não
ciência trabalha com juízos de realidade, já que de uma cessa de desencadear as mais diversas polêmicas.
forma ou de outra pretende mostrar como os fenômenos O próprio Galileu, também no século XVII, teoriza
ocorrem, quais as suas relações e, conseqüentemente, como sobre o método científico, que significou uma verdadeira
prevê-los. De modo diferente, a filosofia faz juízos de valor, revolução: é justamente nesse momento que a ciência rompe
porque o filósofo parte da experiência vivida e vai além com a filosofia aristotélico-escolástica e sai em busca do seu
dessa constatação, não vê apenas como é, mas como próprio caminho.
deveria ser. Por exemplo, discute qual o valor do método Outra característica do pensamento moderno é o
científico, ou quais as consequências éticas de um antropocentrismo. Enquanto o pensamento medieval é
experimento. A filosofia julga o valor do conhecimento e da predominantemente teocêntrico (centrado na figura de
ação, sai em busca do significado: filosofar é dar sentido à Deus), o indivíduo moderno coloca a si próprio no centro dos
experiência. interesses e decisões.Ao prevalecimento da explicação
religiosa do mundo, é contraposta a laicização do saber, da
1.2-SURGIMENTO DA CIÊNCIA MODERNA E SUAS moral, da política, que é estimulada pela capacidade de livre
CARACTERÍSTICAS exame. Da mesma forma que em ciência se aprende a ver
A religião, suporte do saber na Idade Média, a partir com os próprios olhos, até na religião os adeptos da Reforma
do final daquele período e durante o Renascimento vinha defendem o acesso direto ao texto bíblico, dando a cada um
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sofrendo diversos abalos com o questionamento da o direito de interpretá-lo.


autoridade papal, o advento do protestantismo e a O que se observa nas grandes mudanças ocorridas
consequente destruição da unidade religiosa. Ao critério da no período é uma valorização do saber ativo em oposição ao
fé e da revelação, o indivíduo moderno opõe o poder saber contemplativo dos antigos. O conhecimento não parte
exclusivo da razão de discernir, distinguir e comparar. Ao apenas de noções e princípios, mas da própria realidade
dogmatismo, opõe a possibilidade da dúvida. Ao desenvolver observada e submetida a experimentações. Da mesma
a mentalidade critica, questiona a autoridade da Igreja e o forma, o saber deve retornar ao mundo para transformá-lo.
Dá-se a aliança da ciência coro a técnica.
FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!
Diferenças entre a ciência antiga e a moderna • é uma ciência baseada nas qualidades percebidas nos
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Quando apresentamos os ideais de científicidade, corpos (leve, pesado, liquido, sólido, ete.);
dissemos que tanto o ideal racionalista quanto o empirista se • é uma ciência baseada em distinções qualitativas do
iniciaram com os gregos. Isso, porém, não significa que a espaço (alto, baixo, longe, perto, celeste, sublunar);
concepção antiga e a moderna século XVII) de ciência sejam • é uma ciência baseada na metafísica da identidade e da
idênticas. mudança (perfeição imóvel, imperfeição móvel);
Tomemos um exemplo que nos ajude a perceber • é uma ciência que estabelece leis diferentes para os
algumas das diferenças entre antigos e modernos. corpos segundo sua matéria e sua forma, ou segundo sua
Aristóteles escreveu uma Física. O objeto físico ou natural, substância;
diz Aristóteles, possui duas características principais: em • como consequência das características anteriores, é uma
primeiro lugar, existe e opera independentemente da ciência que concebe a realidade natural como um mundo
presença, da vontade e da ação humanas; em segundo hierárquico no qual os seres possuem um lugar natural de
lugar, é um ser em movimento, isto é, em devir, sofrendo acordo com sua perfeição, hierarquizando-se em graus que
alterações qualitativas, quantitativas e locais; nasce, vive e vão dos inferiores aos superiores.
morre ou desaparece. A Física estuda, portanto, os seres Quando comparamos a física de Aristóteles com a
naturais submetidos à mudança. moderna, isto é, a que foi elaborada por Galileu e Newton,
O mundo, escreve Aristóteles, divide-se em duas podemos notar as grandes diferenças:
grandes regiões naturais; cuja diferença é dada pelo tipo de • para a fisica moderna, o espaço é aquele definido pela
substância, de matéria e de forma dos seres de cada uma geometria, portanto, homogêneo, sem distinções qualitativas
delas. A região celeste, formada de Sete Céus ou Sete entre alto, baixo, frente, atrás, longe, perto. É um espaço
Esferas onde estão os astros, tem como substância o éter, onde todos os pontos são reversíveis ou equivalentes, de
matéria sutil e diáfana, forma universal que não sofre modo que não há "lugares naturais" qualitativamente
mudanças qualitativas nem quantitativas, mas apenas a diferenciados;
mudança ou movimento local, realizando eternamente o mais • os objetos físicos investigados pelo cientista começam
perfeito dos movimentos, o circular. A segunda região é a por ser purificados de todas as qualidades sensoriais - cor,
sublimar ou terrestre, nosso mundo, constituída por quatro tamanho, odor, peso, matéria, forma, liquido, sólido, leve,
substâncias ou elementos - terra, água, ar e fogo -, de cujas grande, pequeno, etc. -, isto é, de todas as qualidades
combinações surgem todos os seres. São substâncias sensíveis, porque estas são meramente subjetivas. O objeto
fortemente materiais e, portanto (como vimos no estudo da é definido por propriedades objetivas gerais, válidas para
metafísica aristotélica), fortemente potenciais ou virtuais, todos os seres físicos: massa, volume, figura. Toma-se
transformando-se sem cessar. A região sublimar é o mundo irrelevante o tipo de matéria, de forma ou de substância de
das mudanças de forma, numa da passagem contínua de um corpo, pois todos se comportam fisicamente da mesma
uma forma a outra, para atualizar o que está em potência na maneira. Toma-se inútil a distinção entre um mundo celeste
matéria. e um mundo sublimar, pois astros e corpos terrestres
Os seres físicos não se movem da mesma maneira (não obedecem às mesmas lei, universais da fisica;
se transformam nem se deslocam da mesma maneira). Seus • a física estuda o movimento não como alteração
movimentos e mudanças dependem da qualidade de suas qualitativa e quantitativa dos corpos, mas como
matérias e da quantidade em que cada um dos quatro deslocamento espacial que altera a massa, o volume e a
elementos materiais existe combinado com os outros num velocidade dos corpos. O movimento e o repouso são as
corpo. propriedades físicas objetivas de todos os corpos da
Deixemos de lado todas as modalidades de movimentos Natureza e todos eles obedecem às mesmas leis - aquelas
estudadas por Aristóteles e examinemos apenas uma: o que Galileu formulou com base no princípio da inércia (um
movimento local. Os corpos, diz o filósofo, procuram atualizar corpo se mantém em movimento indefinidamente, a menos
suas potências materiais, atualizando-se em formas que encontre um outro que lhe faça obstáculo ou que o
diferentes. Cada modalidade de matéria realiza sua forma desvie de seu trajeto); e aquelas formuladas por Newton,
perfeita de maneira diferente das outras. No caso do com base no princípio universal da gravitação (a toda ação
movimento local, a matéria define lugares naturais, isto é, corresponde uma reação que lhe é igual e contrária). Não há
locais onde ela se atualiza ou se realiza melhor do que em diferença entre movimento natural e movimento violento.
outros. Assim, os corpos pesados (nos quais predomina o • a Natureza é um complexo de corpos formados por
elemento terra) têm como lugar natural o centro da Terra e proporções diferentes de movimento e de repouso,
por isso o movimento local natural dos pesados é a queda. articulados por relações de causa e efeito, sem finalidade,
Os corpos leves (nos quais predomina o elemento fogo) têm pois a idéia de finalidade só existe para os seres humanos
como lugar natural o céu e por isso seu movimento local dotados de razão e vontade. Os corpos não se movem,
natural é subir. Os corpos não inteiramente leves (nos quais portanto, em busca de perfeição, mas porque a causa
predomina o elemento ar) buscam seu lugar natural no eficiente do movimento os faz moverem-se. A física é uma
espaço rarefeito e por isso seu movimento local natural é mecânica universal.
ARANHA, M.°Lúcia e MARTINS M.' Helena. Filosofando: Introdução à filosofia.
flutuar. Enfim, os corpos não totalmente pesados (nos quais São Paulo, Editora Moderna, 1997
predomina o elemento água) buscam seu lugar natural no ARANHA, M."Lúeia e MARTINS M.a Helena. Temos de filosofia, São Paulo, Ed.
líquido e por isso seu movimento local natural é boiar nas Moderna, 1998
CHAUI; M. Filosofia, série Novo Ensino Médio série Novo Ensino Médio, São
águas. Paulo, Ática, 2003
Além dos movimentos naturais, os corpos podem ser CHAUÍ, M. Convite a Filosofia S. Paulo, Ed. Ática, 2003
submetidos a movimentos violentos, isto é, àqueles que CHAUI, M.. Primeira Filosofia : Lições introdutórias, São Paulo, Ed.
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Brasiliense, 1984
contradizem sua natureza e os impedem de alcançar seu CHALITA, G. Vivendo a Filosofia, SSo Paulo, Ed. Aluai, 2002
lugar natural. Por exemplo, quando o arqueiro lança uma CORRI, C. Para filosofar, São Paulo, Ed: Scipione, 2002
flecha, imprime nela um movimento violento, pois força a COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas,
São Paulo, Ed. Saraiva, 2001
mesma a permanecer no ar, embora seu higar natural seja a CUNHA, José Auri. Filosofia : iniciação à investigação filosófica, São Paulo, Ed.
terra e seu movimento natural seja a queda. Atual, 1992
Este pequeno resumo da Física aristotélica nos mostra
algumas características marcantes da ciência antiga:
FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

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