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96 Capitulo 8 Argumentacao, retérica e Filosofia Este capitulo abrange as seguintes rubricas do médulo ll do Programa de Filosofia: 2. Argumentacao e retérica 2.1.0 dominio do discurso argumentativo - a procura de adesao do auditorio 2.2. 0 discurso argumentativo - principais tipos de argumentos e falacias informais 3. Argumentagao e Filosofia 3.1. Filosofia, retorica e democracia 3.2, Persuasdo e manipulacao ou os dois usos da retorica 3.3. Argumentacéo, verdade e ser Por conveniéncia de exposicéo, apresentam-se as matérias referentes a0 ponto 2.2. logo nas primeiras duas secgbes deste capitulo. 8.1. Argumentos informais A validade de um argumento formal depende unicamente da sua forma légica. No capitulo anterior ‘ocupémo-nos de argumentos deste tipo. A validade de um argumento informal, pelo contrério, nao depende apenas da sua forma légica. Nesta secco vamos examinar alguns géneros de argumentos infor- mais. 8.1.1. Indugao: generalizacgées e previsées Entre os argumentos indutivos, podemos distinguir as generalizagées das previsbes. Em 7.1.1, aliés, foram jé apresentados exemplos destes argumentos: 0 argumento 3 é uma generalizacao e 0 argumento 4 6 uma previsdo. = Uma generalizagéo indutiva é um argumento com uma conclusdo geral extraida de casos particulares. = Uma pre \dutiva também parte de casos particulares, mas a conclusao inferida ¢a de que algo ocorrerd no futuro. Para ilustrar esta diferenga, consideremos dois argumentos muito simples: 1, Cada um dos cisnes observados até agora é branco. Logo, todos os cisnes séo brancos. 2. Cada um dos cisnes observados até agora é branco. Logo, o préximo cisne que observarmos sera branco. 1, tegumenosindormais ‘Apremissa partilhada por estes argumentos diz respeito aquilo que se observou em diversos casos par- ticulares, que constituem uma amostra. Em ambos os casos, a conclusio ultrapassa a informacao contida nas premissas. No argumento 1, a generalizacao, conclui-se que todos os cisnes, e no s6 os que jé foram observados, sdo brancos. No argumento 2, a previsao, conclui-se que o préximo cisne que seré observado, a semelhanga dos que ja foram observados, hé de ser branco. (0s argumentos deste género nao séo dedutivamente validos, mas podem ser indutivamente validos. Sé-lo-40 se as suas premissas, caso sejam verdadeiras, constitulrem uma razéo para acreditarmos que & muito provével que a conclusao seja verdadeira. Ora, como podemos saber se uma generalizac3o ou uma previsdo so indutivamente vélidas? Nao é pela forma destes argumentos que conseguimos determinar em que medida as premissas confirmam a concluséo, Mas existem dois critérios que sdo tteis para determinar tal coisa. O primeiro deles é = Quanto maior é a amostra referida na premissa ou premissas, mais estas confirmam a concluséo. Por exemplo, se tiverem sido observados mil cisnes, os argumentos 1 e 2 serdo mais fortes do que no caso de terem sido observados apenas cem cisnes. Porém, a dimenséo da amostra nao é tudo o que conta Interessa atender também ao seguinte critério: = Quanto mais diversificada é a amostra referida na premissa ou premissas, mals estas confirmam a conclusao. Por exemple, caso se tenham observado cisnes em regides muito diferentes, os argumentos 1 e 2 seréo mais fortes do que no caso de se terem observado cisnes apenas numa regido muito pequena, Na verdade, mais do que ter uma amostra grande, importa ter uma amostra suficientemente variada ou representativa 8.1.2. Argumentos por analogia {As analogias sao outro género importante de argumento informal = Um argumento por analogia é uma inferéncia baseada numa comparacéo. Consideremos dois exemplos de argumentos deste género: 1, O Universo é como uma maquina. ‘As maquinas so criadas por seres inteligentes. Logo, 0 Universo foi criado por um ser inteligente. 2. O sistema imunitario dos chimpanzés é muito semelhante ao dos seres humanos, A vacina X resultou nos chimpanzés. Logo, a vacina X hé de resultar nos seres humanos. Como estes exemplos tornam claro, os argumentos por analogia tém, geralmente, a seguinte estrutura dado que duas coisas se assemelham significativamente (isto é, s80 andlogas), e dado que uma delas tem uma certa caracteristica ou propriedade, conclui-se que também a outra tem essa mesma caracteristica ou propriedade. Os argumentos por analogia também nao séo dedutivamente validos. Aliés, as analogias so classifica- das, frequentemente, como uma forma de induco, a par das generalizacées e das previsées. A forca das analogias, tal como a das generalizacbes ea das previs6es, ndo depende apenas da sua forma, Para determi- nar em que medida as premissas de uma analogia confirmam a sua conclusdo, podemos recorrer a certos critérios. Um deles 6: 5 _ = Uma analogia nao € valida se os objetos comparados ndo forem semelhantes nos aspetos relevantes. 97 98 opin 8 segumertSa, retircaeFlosol Com este critério, pode-se questionar 0 argumento 1, alegando que o Universo néo ¢ realmente como’ uma maquina, j4 que existem diferencas significativas entre o Universo e as maquinas. Por exemplo, a maquinas desempenham uma funcao, mas nao é dbvio que o Universo tenha uma funcéo. = Quanto maiores forem as semelhancas relevantes entre os objetos comparados nas premissas, mais ‘estas confirmam a conclusao. A relevancia das semelhancas depende daquilo que esté em questo. Por exemplo, se aquilo que esté em questéo a eficécia de uma vacina nos seres humanos, as semelhangas entre o nosso sistema imunitério @ 0 de outros animals sao relevantes. Em principio, quanto maiores forem as semelhancas desse tipo entre 05 seres humanos e os animais de uma certa espécie, maior sera a probabilidade de uma vacina ser eficaz nos seres humanos, caso se tenha revelado eficaz nesses animais, .1.3. Argumentos de autoridade Comecemos por considerar dois argumentos de autoridade: 1, Platdo e Descartes acreditavam na imortalidade da alma humana. Logo, a alma humana é imortal. 2. As malores organizacbes de defesa dos direitos dos animais afirmam que uma dieta integralmente vegetariana é a mais saudavel. Logo, uma dieta integralmente vegetariana é a mais saudavel. A partir destes exemplos, torna-se fécil perceber o que caracteriza os argumentos deste género: = Num argumento de autoridade conclui-se que uma determinada proposicao é verdadeira porque uma certa autoridade (um ou varios individuos, uma ou varias organizagées) defende que essa propo- sigdo é verdadeira. (Os argumentos de autoridade no so dedutivamente vélidos, mas as suas premissas podem confirmar a sua conclusao, isto é podem torné-la provavelmente verdadeira. Para que isso aconteca, é preciso que a autoridade invocada satisfaca certas condicdes, Uma delas é uma condigao de competéncia: = A autoridade invocada tem de ser competente no que respeita ao assunto em causa e no podem existir autoridades igualmente competentes que a contradigam. Isto mostra que o argumento 1 ¢ insatisfatério, € verdade que Plato e Descartes foram grandes fildsofos que refletiram profundamente sobre a imortalidade da alma humana, Por isso, so uma autoridade compe- tente no que respeita a este assunto. Porém, muitos outros filésofos igualmente reputados negaram que a alma humana seja imortal. sto significa que existem autoridades igualmente competentes que contradi- zem a opinio de Platéo e de Descartes sobre a imortalidade da alma, pelo que no podemos tomar a sua opinigo como uma justificacao satisfatéria para acreditar que temos uma alma imortal. Existe também uma condigéo de imparcialidade: = A autoridade invocada tem de ser imparcial sobre o assunto em causa, Isto mostra que o argumento 2 ¢ insatisfatério. Se uma empresa tabaqueira declarasse que 0 tabaco nao fazmal a satide, ndo levariamos a sério a sua posico, pois sabemos que essa empresa nao é imparcial, dado © seu interesse em vender tabaco. Do mesmo modo, como as organizagdes de defesa dos animais esto interessadas em protegé-los da exploracao humana, nao s4o uma autoridade fiavel no que toca 20 pro- blema de saber se é saudvel comé-los. Um argumento de autoridade mais satisfatério é: 18.2. Flécs infrmaie 3. Os nutricionistas defendem que uma alimentaco pobre em vegetais é pouco saudavel.. Logo, uma alimentacao pobre em vegetais é pouco saudavel Assumindo que os nutricionistas séo autoridades competentes e imparcials no que respeita & nutrico, a remissa constitui, efetivamente, uma boa razao para aceitar a conclusao. 8.2. Falacias informai: AAs faldcias formas séo argumentos que podem parecer dedutivamente validos, mas que, na verdade, ‘tém uma forma dedutivamente invalid. Todas as restantes falacias sdo designadas por“informais" Entre as Intimeras falacias informais, é preciso saber identificar e caracterizar as sete que se sequem. 8.2.1. Ad hominem Encontramos esta faldcia no seguinte argumento: Defendes que as touradas devem acabar porque no passas de um intelectual suburbano desligado da vide rural. Logo, as touradas nao devem acabar, As falacias ad hominem consistem em ataques pessoais, Para mostrar que uma certa proposicéo ¢ falsa, ataca-se quem defende que ela é verdadeira. Em vez de se apresentarem verdadeiras raz6es para aceitar a conclusdo, tenta-se desacreditar a pessoa que rejelta essa conclusao, descrevendo-a em termos desfavoré- veis. Resumindo, ataca-se a pessoa, quando se devia refutar aquilo que ela defende. 8.2.2. Apelo a ignorancia Comete-se esta falacia no seguinte argumento: Ninguém conseguiu provar que existe vida noutros planetas. Logo, néo existe vida noutros planetas. Numa falécia de apelo a ignorancia afirma-se nas premissas que nao se sabe que uma certa proposicao € verdadeira, concluindo-se dai que ela éfelsa. Ou, entéo, declara-se que nao se sabe que uma certa propo- sigo ¢ falsa, concluindo-se dai que ela € verdadeira. Ora, estas inferéncias sao invalidas, pois do simples facto de nao se conhecero valor de verdade de uma proposicao nao se segue que essa proposi¢o seja falsa em que seja verdadeira, 8.2.3. Falso Encontramos esta falacia no seguinte argumento: lema Ou acreditas em Deus ou és ateu, Nao acreditas em Deus. Logo, és ateu. Comete-se a falacia do falso dilema caso se apresentem duas hipéteses alternativas como se estas: esgo- Ftassem, ‘todas as possibilidades, quando, na verdade, existem mais do que duas hipdteses. No exemplo apre- Jsentado, a falécia surge na primeira premissa. Esta premissa sugere que existem apenas duas hipotes: Sacreditar em Deus ou ser ateu. Porém, isto é um falso dilema, j4 que existe mais uma possibilidade: ser Fagnéstico.

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